Lição 2 – O Poder da Mensagem da Cruz

Lição 2 – O Poder da Mensagem da Cruz

Paulo está se contrapondo, desde o Capítulo 1, à sabedoria dos sofistas (pregoeiros gregos), a qual era pautada apenas na retórica. Por esse motivo, ele escreveu, no versículo 4 do capítulo 2, que seu discurso não estava pautado apenas em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder.
Essa oposição foi feita por meio da mensagem do Cristo crucificado, e essa notícia é loucura para aqueles que não conhecem a Deus. Também é tão profunda a ponto de o apóstolo dizer que sua revelação veio por meio do Espírito de Deus, o qual penetra todas as coisas, até as profundezas de Deus.
Essa verdade só pode ser compreendida pelas pessoas que são espirituais, pois estas possuem a mente de Cristo.

 

PALAVRAS-CHAVE
Evangelho • Poder • Revelação • Salvação

 

OBJETIVOS
• Entender que a mensagem da cruz tem um poder transformador que independe da eloquência humana.
• Compreender o propósito e a abrangência da mensagem da cruz.
• Discernir a importância do Espírito Santo na revelação e entendimento da mensagem da cruz.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Amado professor, exponha, inicialmente, como você se sente privilegiado por poder anunciar a mensagem da cruz por meio desta aula. Pois Paulo, mesmo sendo filósofo, poliglota, notável fariseu, apóstolo dos gentios, entre outros atributos, anunciou a Mensagem da cruz em fraqueza, temor e em grande tremor. Isto deve lançar fora qualquer possibilidade de exibicionismo pessoal em relação às nossas pregações, pois ele não fez menção de quem ele era, mas apenas da mensagem.

 

 

RESPOSTAS
1) Jesus Cristo, e este crucificado.
2) Ao plano de Deus para redimir a humanidade.
3) Não foi redimido de seus pecados e não tem o Espirito Santo.

 

LEITURA COMPLEMENTAR
Não com palavras sábias e persuasivas.
Essa afirmação não deve ser interpretada equivocadamente como se Paulo favorecesse a pregação inepta ou os discursos apresentados de modo deficiente. Antes, sua intenção é enfatizar que ele não se fia nos artifícios retóricos astuciosos usados pelos oradores cujo objetivo é alcançar a fama.
Uma demonstração do poder do Espírito.
Paulo foi a Corinto para mostrar não sua própria força, mas o poder do Espírito de Deus na fraqueza humana. A disparidade é apresentada aqui do modo mais enfático possível. Em contraste com a astúcia humana e a habilidade de persuadir encontra-se a demonstração da presença e do poder de Deus (4.19,20).
A linguagem de Paulo é intencional. Lança mão do vocabulário das escolas de retórica (persuasão, demonstração, poder) e elimina qualquer ideia de que a demonstração de Deus é, de algum modo, menos persuasiva que os discursos pronunciados por oradores humanos. Como Aristóteles ensinou quatrocentos anos antes, persuasão (pistis) “é, sem dúvida, uma espécie de demonstração, uma vez que somos mais plenamente persuadidos quando consideramos que algo foi demonstrado”.
Livro: “1 Coríntios” (Preben Vang. Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova – SP. 2018, pág. 35).

 

Estudada em 12 de julho de 2020

 

LIÇÃO 2 – O PODER DA MENSAGEM DA CRUZ – 1 CORÍNTIOS 2

 

Texto Áureo
“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder.”  1Co 2.4


Verdade Prática

A mensagem da cruz revela a grandeza do amor de Deus

DEVOCIONAL DIÁRIO:

Segunda – 1Co 1.17
Terça – 1Co 1.23
Quarta – 2Co 13.4
Quinta – Fp 3.8
Sexta – Cl 2.14
Sábado – 1Co 2.2

 

Leitura Bíblica Para Estudo: 1 Coríntios 2.1-16

 

Esboço da Lição

INTRODUÇÃO

I. A MENSAGEM DA CRUZ  1Co 2.1-5
1. Tema da mensagem ico 2.1
2. Fundamentos da pregação 1Co 2.2,3
3. Intervenção do Espírito 1Co 2.4.5

 

II. PROPÓSITO 1Co 2.6-8
1. A verdadeira sabedoria 1Co 2.6-8
2. A sabedoria humana 1Co 2.7
3. Ignorância dos sábios 1Co 2.8

 

III. MENSAGEM ESPIRITUAL 1 Co 2.9-16
1. A Mensagem é revelada ico 2.9,10
2. O Espírito que ensina 1Co 2.11-13
3.O homem não entende 1Co 2.74-76

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Devocional Diário

Hinos da Harpa: 291 – 18

INTRODUÇÃO
Paulo enfatiza o objetivo, a abrangência e o poder da mensagem da cruz. O escritor também ressalta a importância de que esta mensagem seja revelada e espiritual.

I. A MENSAGEM DA CRUZ (1Co 2.1-5)

Paulo trata de expressar que não foi à cidade de Corinto para transmitir mensagem de maneira eloquente, baseada em sabedoria ou em filosofias humanas. Seu discurso era totalmente movido pelo Espírito Santo, e seu foco principal, a mensagem da cruz. A cruz é um símbolo empregado por Paulo para enfatizar o sofrimento de Jesus, Sua paixão e Sua morte. Essa mensagem excede a sabedoria humana e é loucura para os homens naturais. A genuína pregação bíblica consiste na explanação da mensagem da cruz.

1. Tema da mensagem (1Co 2.1).
“Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria.”
Paulo inicia o Capítulo 2 de 1 Coríntios rememorando a primeira oportunidade na qual evangelizou o povo de Corinto (cf. At 18.1-17). O apóstolo dos gentios afirma que o tema e o foco de sua mensagem foi “Jesus Cristo e este crucificado” (v.2).
A eficácia do ministério de Paulo se deve ao fato de ele pregar categoricamente, sem enxertos, a mensagem genuína do Evangelho. O legado de Paulo é tremendo, pois enfatiza que a mensagem da salvação é a mensagem da cruz. Somente pela mensagem da cruz o homem pode ser ligado novamente a Deus, pois isto é a verdadeira religião.

 

2. Fundamentos da pregação (1Co 2.2,3).
“Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (2.2).
O esboço da mensagem de Paulo continha alguns ingredientes indispensáveis para todo e qualquer pregador da Palavra de Deus. A princípio, a mensagem deveria apresentar simplicidade. Há alguns pregadores que, ao invés de se aterem à profundidade da Palavra, amam carregar o seu discurso com palavras difíceis e sofisticadas, chamando a atenção do público mais pelo seu vocabulário rebuscado do que, propriamente, pela Palavra.
Outro requisito da mensagem Paulina era o “temor” (v.3). O temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Pv 9.10). Outra característica da mensagem paulina era a total dependência do Espírito Santo. Essa dependência não era motivo de relaxamento para os estudos. Paulo era um exímio estudioso da Palavra de Deus (At 22.3).

 

3. Intervenção do Espírito (1Co 2.4,5).
“A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder” (2.4).
Mesmo as proclamações mais dinâmicas do Evangelho se mostram ineficazes, a menos que o Espírito Santo convença as mentes e os corações dos ouvintes a aceitá-lo.
A ideia desta passagem é que Deus salva o mundo através de mensagem simples e espiritual que leva as pessoas a glorificarem Jesus, e não a sabedoria humana do mensageiro. “Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus” (v. 5). Diferente de grande parte dos pregadores atuais, os quais empregam em suas mensagens artifícios retóricos astuciosos para agradar os homens e obter fama. Em contraste com a astúcia humana e a habilidade de per-suadir encontra-se a demonstração da presença e do poder de Deus.
Paulo, apesar de ter sido instruído e saber do valor das escolas de retórica, que prezavam pela persuasão e eloquência do discur- sante, apega-se à intervenção do Espírito Santo.

 

 

II. PROPÓSITO (1Co 2.6-8)

1. A verdadeira sabedoria (1Co 2.6-8).
“Mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória” (2.7).
Em primeiro lugar, a origem da verdadeira sabedoria (2.7). Jesus Cristo crucificado é a sabedoria de Deus. A verdadeira sabedoria não é a filosofia, mas o Evangelho. A sabedoria de Deus não está na filosofia humana, mas no Evangelho. A sabedoria de Deus é “Jesus Cristo e este crucificado” (2.2). Essa sabedoria vem de Deus e não dos homens.
Não há motivos para os caros leitores pensarem que Paulo está desprezando o valor do estudo secular. Não é propriamente isso! Paulo está ensinando que o objetivo da mensagem da cruz é alcançado sem necessidade de artifícios ou malabarismos humanos.
São considerados maduros os cristãos que tiveram a vida mudada e preferiram se submeter à ação da mensagem genuína. Esses foram transformados pela Palavra de Deus.

 

2. A sabedoria humana (1 Co 2.7).
“Mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória.”
Na realidade, a mensagem de salvação sempre existiu. Porém, a princípio, estava restrita apenas ao povo de Israel. Havia um plano divino para enviar o Messias para a salvação do mundo. Entretanto, esta mensagem esteve oculta no Antigo Testamento, retratada sutilmente em algumas passagens. Jesus aparece no Antigo Testamento como o “Anjo do Senhor”. Já no Novo Testamento, este “mistério” é revelado de modo claro e inequívoco, para os que creem. Porém, Paulo ressalta que o testemunho de Deus ao mundo, a salvação que Ele oferece por meio de Cristo, continua a ser um mistério para a sabedoria humana.

 

3. Ignorância dos sábios (1Co 2.8).
“Sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória.”
Paulo culpa as autoridades judaicas e romanas deste fato, chamando-os de poderosos deste século (v.8). Mesmo sendo considerados profundos conhecedores do Antigo Testamento, os judeus não admitiram a revelação e cumprimento desta mensagem no Novo Testamento em Jesus.
As autoridades judaicas eram totalmente ignorantes com relação ao plano divino de Deus de redimir o homem através da morte do Messias. Apesar de ostentarem extenso conhecimento do Antigo Testamento (Jo 5.39), não foram capazes de descobrir e nem desvendar os mistérios nele contidos, principalmente em relação à salvação da humanidade.
Por que as autoridades judaicas pediram a crucificação de Jesus? Por que as autoridades romanas o crucificaram? Porque não conheciam a Jesus! Porque se tivessem conhecido, de fato, quem Jesus Cristo era, jamais teriam crucificado o Senhor da glória.

 

III. MENSAGEM ESPIRITUAL (1Co 9-16)

1. A Mensagem é revelada (1 Co 2.9,10).
“Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (2.9).
O entendimento da mensagem é concedido pelo Espírito Santo. É fator primordial para o entendimento da Palavra de Deus o auxílio do Espírito Santo. Em tempos atuais, nos quais o povo despreza a ação do Espírito Santo, multiplicam-se os famigerados erros doutrinários e de interpretação da Bíblia.
Paulo afirma categoricamente que a mensagem genuína da cruz contém mistérios que somente serão revelados pelo Espírito Santo aos seus. A frase “o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus”, denota que as coisas de Deus, embora simples, não são superficiais (Hb 4.12).

 

2. O Espírito que ensina (1Co 2.11-13).
“Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais” (2.13).
Nesta passagem, o apóstolo Paulo realça o valor do Espírito Santo no ensino da igreja, para que essa possa assimilar a “profundidade” da mensagem da cruz. A função primordial do Espírito Santo é ajudar a igreja a reconhecer e entender a natureza espiritual da mensagem a ela dirigida.
Sem o auxílio do Espírito Santo, o homem não consegue entender o verdadeiro propósito divino em suas variadas circunstâncias. Além disso, quando descartamos esse auxílio, caímos no “precipício” de ações vazias e interpretações equivocadas em relação à Palavra. Este é o grande motivo do crescimento de heresias em nosso tempo. As pessoas têm deixado de lado o ensino do Espírito, criando fábulas e heresias fundamentadas na sabedoria humana, a qual se opõe à sabedoria divina que excede todo o entendimento. Devemos nos ater a profundidade da Palavra sob a orientação do Espírito.

 

3. O homem não entende (1Co 2.14-16).
“Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (2.14).
O homem natural é todo aquele que ainda não foi redimido e não tem o Espírito e o discernimento espiritual. Como suas características são totalmente terrenas, não há espaço para exercer a fé numa confiança simples e absoluta em Deus e Sua Palavra.
O homem espiritual é o cristão que é um discípulo de Cristo considerado amadurecido. Além disso, tem em si a essência do Espírito e a sabedoria que o tornam espiritual.
Paulo ainda reitera que, aos ouvintes da mensagem, é necessária a iluminação do Espírito Santo, para que essa possa ser entendida. É por este motivo que o homem natural não consegue compreender as coisas espirituais. Ou seja, “o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode enten-dê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (v.l 4). O Espírito Santo em nós capacita-nos para que tenhamos a mente de Cristo.
“Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém” (v. 15) Muitas pessoas usam esse versículo 15 para encher o peito e dizer: “Eu sou crente e não aceito que ninguém me julgue”. Não é isso que Paulo está ensinando. A palavra “julgar” pode ser substituída por discernir. O que ele está dizendo é que o homem espiritual, o homem nascido de novo, discerne todas as coisas: as coisas do homem e as de Deus; as coisas desta vida e as da eternidade.
O apóstolo Paulo conclui, perguntando: “Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém temos a mente de Cristo” (2.16). A mensagem que Paulo pregou em Corinto é produto da mente de Deus. O Evangelho foi elaborado na mente de Deus na eternidade. Paulo diz que nós temos a mente de Cristo, porque nós estamos pregando o produto da mente de Cristo, que é o Evangelho.
Portanto, quando alguém rejeita o Evangelho está rejeitando a própria mente de Cristo. A mente de Cristo são os pensamentos, os conselhos, os planos e o conhecimento de Cristo, conhecidos pelo homem mediante a ação do Espírito Santo.
A mensagem da cruz não é deste mundo. Ela veio de Deus, do céu; não é descoberta humana, é revelação divina.
A mensagem da cruz nos traz bênçãos para além deste mundo. Aquilo que nenhum olho viu e nenhum ouvido ouviu, nem jamais subiu ao coração do homem, isto é o que Deus preparou para aqueles que o amam.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
A mensagem da cruz excede a todo o entendimento e é poderosa para cumprir seu objetivo sem interferências humanas.

 

RESPONDA
1) Qual o foco da mensagem de Paulo aos Coríntios?
2) As autoridades judaicas eram ignorantes em relação a qual assunto?
3) Quais as características do “homem natural”?