Lição 2 – O Servo do Centurião de Cafarnaum

Ainda que eles tivessem aprendido as Escrituras e estivessem ao lado de Jesus, para vergonha deles o medo e a desconfiança sempre estiveram em seus corações.
Paradoxalmente, surge um centurião romano que não andou com Jesus, não teve o privilégio de ser instruído por Ele, enfim, esse homem não tinha vantagem alguma em relação aos discípulos; porém, ele demonstrou sua confiança em Jesus, o qual o louvou por sua fé, dizendo que não houve em toda nação de Israel uma fé igual.

PALAVRAS-CHAVE
Fé • Honra

 

OBJETIVOS
• Compreender que a fé honra e glorifica Deus.
• Explicar por que o centurião impressionou Jesus.
• Entender que Jesus está aberto ao que crê.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Inicie esta aula perguntando a toda igreja quem, no seu trabalho, lidera pessoas. Possivelmente, algumas pessoas levantarão as mãos. Faça uma analogia da importância da liderança delas com a do centurião.
Aproveite esse momento e exponha que este, embora pudesse mandar em seus subordinados, via sua autoridade romana com um brilho pálido perto da autoridade que Jesus tinha de fazer milagres. Isso evidencia que até os poderosos da época não consideravam Jesus como um homem comum, mas um enviado de Deus.

 

RESPOSTAS
1) Sim: que Jesus está aberto a todos.
2) Não. Ele se achava indigno de recebê-lo. Além disso, cria que Jesus poderia curar mesmo à distância.
3) Ele era um homem sensível, teve uma fé autêntica e impressionou a Jesus.

 

LEITURA COMPLEMENTAR

ENTRE A HUMILDADE E A SOBERBA
“Um fazendeiro do sul do Pará conversava com um fazendeiro do Maranhão: “Qual o tamanho de sua fazenda” – perguntou o paraense. “Ah, é bem grande” – disse o maranhense – “mais de dez mil hectares”. Para não ficar por baixo, o fazendeiro paraense replicou: “Vou te contar uma coisa, meu amigo, se eu pegar a minha caminhonete ao nascer do sol e seguir rumo ao oeste, no pôr do sol ainda estarei dirigindo nas minhas terras”. O fazendeiro maranhense pensou um pouco, sorriu e disse: “Sabe, amigo, uma vez eu tive uma caminhonete lenta como essa.” Sorrisos à parte, o que faltou a ambos foi um pouco de humildade.
O caso é que muitos entendem o conceito de humildade como uma fraqueza, quando na verdade é uma das maiores virtudes. Tanto que a Bíblia preceitua: “Melhor é ser humilde de espírito com os humildes do que repartir o despojo com os soberbos” (Pv 16.19). E também: “A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra” (Pv 29.23). Ora, que valor tem a humildade num mundo de soberbos? A Bíblia responde: “O prêmio da humildade e o temor do Senhor são riquezas, e honra, e vida” (Pv 22.4). E também: “A humildade precede a honra” (Pv 15.33).
Lembro-me da fábula do sapo que morreu de soberba. O sapo estava pensando em como poderia fugir do clima frio do inverno. Alguns gansos selvagens sugeriram que ele migrasse com eles. Mas o sapo sabia que não podia voar. “Eu tenho um cérebro brilhante”, disse o sapo, “deixe comigo”. Depois de pensar um pouco, pediu que os dois gansos o ajudassem. O plano consistia em dois gansos segurarem um em cada ponta de um forte caniço, enquanto o sapo se segurava com a boca no meio do caniço. E assim a viagem começou. Quando passavam sobre uma pequena cidade, os moradores saíram para ver aquela cena estranha. Alguns gritaram: “Quem poderia bolar algo tão genial?”
O sapo foi se inchando de orgulho, se achando importante. E, de tão inchado, não resistiu e exclamou: “Eu bolei tudo!” Seu orgulho foi a sua própria ruína, pois no momento em que abriu a boca, se soltou do caniço e estatelou-se no chão, morto. Moral da história: “A soberba precede a ruína, e a altivez de espírito, a queda”. “Seja outro o que te louve, e não a tua boca” (Pv 16.18; 27.2).
Entre a humildade e a soberba, que caminho você escolherá? ”

Artigo: “Entre a humildade e a soberba” (Pr. Samuel Câmara. Disponível em: http://boasnovas.tv).

 

LIÇÃO 2 – O SERVO DO CENTURIÃO DE CAFARNAUM – MATEUS 8.5-13

 

Texto Áureo
“Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta.” Mt 8.10

 

Verdade Prática
A fé do Centurião romano foi elogiada e recompensada por Jesus.

 

Estudada em 12 de janeiro de 2020

 

Leitura Bíblica Para Estudo Mateus 8.5-13; Lc 7.1-10

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

 

I. ASPECTOS DO MILAGRE
1. Um centurião Mt 8.5
2. Um homem humilde Mt 8.8
3. Não era judeu Mt 8.12

 

II. O QUE REVELA SOBRE JESUS?
1. A soberania de Jesus Mt 8.5
2. A boa vontade de abençoar Mt 8.8
3. Uma revelação profética Mt 8.12

 

III. ENSINAMENTOS
1. Ele tem sensibilidade Mt 8.5
2. Ele impressionou a Jesus Mt 8.10
3. Ele tem fé Mt 8.13

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Devocional Diário

Segunda Mt 6.30
Terça Mt 8.26
Quarta Mt 9.2
Quinta Mt 9.29
Sexta Mt 13.58
Sábado Mt 14.35

 

Hinos da Harpa: 155 – 410

 

INTRODUÇÃO
Esse relato de cura fala-nos do valor da fé, mas acima de tudo revela a graça e disposição de Jesus para favorecer quem o procurasse com a atitude certa. Você também encontra este episódio narrado em Lucas 7.1-10

 

I. ASPECTOS DO MILAGRE

1. Um centurião (Mt 8.5). “Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando”.
O centurião era o oficial romano responsável por comandar cem soldados. Alguns deles, inclusive, se converteram, como Cornélio e o outro mencionado ao pé da cruz além deste que aqui estudamos (At 10; Mt 27.54).
Tudo isso ressalta o poder do Evangelho de Jesus Cristo. Não há ninguém impermeável ou inalcançável pelo Evangelho, que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. As principais divisões do exército romano eram a decúria (dez soldados); a centúria (100 soldados); a coorte (500 a 600 soldados) e a legião (6.000 soldados). O centurião, portanto, estava acima dos legionários e dos decuriões, constituindo-se o terceiro nível da hierarquia romana. Eles são mencionados em muitos lugares no NT.
Esse que procura Jesus, intercedendo pelo seu servo, não teve seu nome mencionado, mas sua fidalguia, humildade e fé formam um contraste gigantesco com a lentidão e má vontade dos líderes judaicos em aceitar a Cristo como seu Messias.

 

2. Um homem humilde (Mt 8.8′). “Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado”.
Humildade não é auto depreciação e baixa autoestima. Alguém disse que humildade é “uma correta compreensão de si mesmo”. Tudo o que vimos anteriormente foi necessário para vermos o valor da humildade desse centurião ao aproximar-se de Jesus. Ele não era qualquer um.
Em termos militar, social e político, ele tinha poder sobre Jesus, que era, por assim dizer, um pregador andarilho do “terceiro mundo”. Mas o texto de Mateus diz que ele se achega “implorando”. Não exige, nem reivindica nada, mas suplica por ajuda. Todo o seu aparente poder era nulo para resolver as circunstâncias e necessidades pelas quais procura a Jesus. Só podemos ser alvos da graça e da misericórdia divina quando vemos nossa real situação de impotência e falência espirituais. A recomendação sagrada é nos humilharmos debaixo da poderosa mão divina (1Pe 5.6).

 

3. Não era judeu (Mt 8.12). “Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dente.”
De todos os evangelhos, Mateus em especial deixa claro que o ministério de Jesus se limitou quase exclusivamente a Israel (veja, por exemplo, 10.5,6 e 15.24).
A expressão “ovelhas perdidas da casa de Israel” é exclusiva deste evangelho. Aquele homem era um gentio, isso fica claro no versículo 10.
Mas, embora sendo de fora da comunidade de Israel, ele vai procurar Jesus, enquanto muitos daqueles que deveriam tê-lo acolhido e recebido não somente o desprezaram, mas também o hostilizavam, dizendo que Ele tinha demônios (Mt 12.24). Que contraste! A cegueira e incredulidade de Israel são contrapostas à fé de um pagão, para quem Jesus era mais do que um mero pregador; era alguém que podia curar seu estimado e valioso servo. Esse é um risco que todos nós corremos quando nos “acostumamos” às coisas de Deus.
Para o povo de Israel, Jesus era alguém em avaliação constante e que tinha de provar quem era, enquanto para o centurião romano, Ele era alguém digníssimo e diante de quem a aproximação deveria ser com humilhação e reverência.

 

 

II. O QUE REVELA SOBRE JESUS?

Como já dito, o milagre não era um fim em si mesmo. Ele nos propicia a oportunidade de aprender mais sobre o caráter e a pessoa de Cristo.

1. A soberania de Jesus (Mt 8.5). “Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando.”
O centurião, ao procurar Jesus, usa seu próprio exemplo como soldado. Muito provavelmente, ao usar seu próprio caso como um representante de Roma, ele estivesse sugerindo que quando dava uma ordem, ele o fazia a partir da autoridade delegada pelo imperador, de modo que se alguém não o obedecesse estaria na verdade desobedecendo a Roma.
O centurião aplica esse entendimento a Jesus e diz que, como Ele era o representante de Deus, Sua palavra era a palavra do próprio Deus. Ele admite a soberania de Jesus e demonstra uma fé impressionante. E como se dissesse: “O Senhor não precisa de nenhum ritual, nem de mágicas ou elementos intermediários. Basta falar: Tua autoridade é a autoridade de Deus e tua palavra é a palavra do próprio Deus”.
Por isso Jesus elogiou a sua fé. Ele parece penetrar mais profundamente na autoridade e soberania de Jesus do que qualquer israelita jamais o fizera. Aquele homem sabe de uma coisa: a palavra de Jesus era suficiente.

 

2. A boa vontade em abençoar (Mt 8.8). “Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado”.
O centurião se aproxima, suplica, e a resposta de Jesus é surpreendente: “Eu irei curá-lo”. Certamente aquele homem não esperava que Jesus dissesse isso.
Da mesma forma, acontece hoje. No geral, as pessoas veem Deus como se fosse alguém que precisa ser convencido a nos ajudar; Alguém a ser ganho e conquistado. Muitos sermões parecem retratar Deus como alguém relutante que precisa ser “vencido”, mas isso é uma visão distorcida, pois a Bíblia Sagrada revela um Deus generoso, que tem alegria e prazer em fazer o bem e abençoar. Ainda falava o Centurião quando Jesus, talvez até o interrompendo, diz: “Eu irei e o curarei”. Aleluia! O que o Centurião fez para merecer essa visita? Ele nem mesmo era judeu. Precisamos lembrar que Deus é bom e, antes que peçamos qualquer coisa, Ele já está disposto a nos dar (Mt 6.32).

 

3. Uma revelação profética (Mt 8.12). “Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes.”
Jesus, cheio de graça, abre Sua boca e nos revela algo muito profundo sobre o caráter do seu reino: “Mas eu vos digo: que muitos virão do Oriente e do Ocidente, e assentar-se-ão com Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus” (v. 11).
Israel, como nação, se achava merecedora do amor de Deus. Eles eram os descendentes dos patriarcas, logo se achavam garantidos. Mas a relação com Deus se dá por outro viés. É pessoal. Ninguém nasce cristão. Ninguém é cristão por geografia ou laços sanguíneos. Deus não tem netos. Cada um precisa fazer sua decisão e seguir a Cristo. Cristão é um seguidor de Cristo.
O centurião representa, neste caso, os primeiros frutos das grandes multidões que o Senhor chamaria de todas as raças, línguas, povos e nações, para se reclinarem em Sua mesa para participar de Seus dons, com os patriarcas, que são os pais dos fiéis de todos os tempos. No banquete messiânico, diz Jesus, haverá gente dos quatro cantos da bússola.
Enquanto isto, os filhos do reino, que são aqueles aos quais as promessas haviam sido feitas, que são os judeus que confiavam no parentesco terreno dos pais, mas sem a fé destes perderiam sua herança, porque teimavam em não reconhecer Jesus como Senhor e Salvador (Mt 8.12).

 

III.ENSINAMENTOS

Esse gentio nos ensina algumas atitudes e comportamentos que deveríam existir em todos nós.

1. Ele tem sensibilidade (Mt 8.5). “Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando.”
Esse homem merece nosso reconhecimento. Ele está preocupado com um criado. Sua busca por Jesus não era em benefício próprio, era para favorecer um servo.
Naquela cultura, um criado era uma “coisa”. Era descartável. Seria facilmente substituído, mas o centurião não o vê assim. Ele o vê como um ser humano. Era alguém que se preocupava com o outro. O dinheiro, o poder e a respeitabilidade militar não o tornaram insensível e frio. Ele não é um brutamontes indiferente e apático, mas um homem sensível e generoso de coração. Que isso nos toque igualmente.
Quantas vezes nossa busca pelo sagrado se dá unicamente por nós mesmos e em função de nós. Nosso chamado não é correr atrás de bênçãos, elas nos são dadas gratuitamente em Cristo. Nosso chamado, como disse Paulo, apóstolo, é agradar ao próximo no que é bom para edificação. Ele conclui dizendo que Cristo não agradou a si mesmo (Rm 15.2],
Entendo que um dos problemas do nosso tempo é que todo mundo está buscando “a sua bênção”, “o seu milagre”, “a sua vitória”, e isso não acaba nunca. Passam-se quinze ou vinte anos e a pessoa continua fazendo campanhas apenas por si mesmo, correndo atrás de profetas, pulando de uma igreja para outra, sempre procurando ser servido e paparicado. Estamos sempre nos auto-resolvendo e isso nunca basta. Nunca sobra espaço para Deus nos usar em direção ao próximo.

 

2. Ele impressionou Jesus (Mt 8.10). “Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta.”
A ideia presente é que Jesus ficou tão impressionado com a atitude do centurião que soltou um sonoro AMÉM. Jesus concorda impressionado, esse é o sentido. Isso emite de nossa parte uma pergunta simples: O que impressiona Jesus? Aquele homem não impressiona Jesus pela sua capacidade, nem pelas coisas que possuía, mas pela sua fé autêntica e profunda. Ele não está indeciso, nem confuso, mas cheio de confiança.
Que guardemos isso em nosso coração. A fé é aquilo que Deus mais busca em nós. Ele não busca grandes compreensões (o que esse homem sabia sobre a fé judaica? Sobre os patriarcas?), mas corações que se rendem, creem e confessam Seu nome.

 

3. Ele tem Fé (Mt 8.13). “Então, disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo foi curado.”
Esse centurião romano demonstra uma fé espetacular na pessoa de Jesus. Ele decidiu pedir ajuda a Ele. Poderia ter ido à sinagoga, ou à liderança judaica, mas não faz isso. Vai até Jesus Cristo. Ele tinha muita coisa, era respeitado e admirado, mas lhe faltava Deus e quando Deus; falta na nossa vida, falta tudo. Como disse alguém: Deus e mais nada é suficiente. Tudo menos Deus não é nada.
Além disso, precisamos lembrar que os romanos, como qualquer outro povo, desde sempre também tinham suas divindades, mas esse centurião entende que sua religião nada poderia fazer por ele.
Todos nós precisamos de Jesus. Se a fé não estiver focada na pessoa de Jesus, não vale nada. Pode até ser grande, mas é inútil. Fé não é crendice. Fé bíblica é confiar numa pessoa: Jesus Cristo. Concordo com o Pr. Emerson da Silva Pereira, quando diz que crer em Cristo implica não depender nem confiar mais na religiosidade, cerimonialismo, rituais, misticismo, boas obras, piedade, instituições religiosas, pessoas ou ética pessoal com vistas a algum merecimento eterno.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
O Centurião cria que uma palavra, mesmo à distância, curaria seu servo. Sua fé foi recompensada. Como está a nossa fé?

 

RESPONDA
1) O fato do Centurião não ser judeu nos diz alguma coisa?
2) O fato do Centurião não receber Jesus em sua casa foi um ato de grosseria? Explique.
3) Mencione três características desse Centurião.