LIÇÃO 2 – RUTE 1 – NOEMI RETORNA A BELÉM
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Rute 1 há 22 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Rute 1.6-22 (5 a 7min.).
Querido(a) professor(a), esta lição está baseada no primeiro capítulo do livro de Rute, que contém muitos eventos e cujos detalhes repercutem nos demais capítulos. Por isso, faça a leitura do livro todo para ter a compreensão total da história de Rute, a protagonista do livro.
Na leitura complementar, você terá um texto sob o título “O caráter de Deus”, que poderá auxiliar na condução da sua aula e esclarecer os alunos sobre a manifestação de Noemi sobre Deus (os nomes de Shadai e Yahweh), de ser o causador do seu sofrimento e amargura.
OBJETIVOS
• Conhecer os personagens da história e seus dilemas.
• Situar os eventos no tempo e seus desdobramentos no decorrer da narrativa.
• Reconhecer que os personagens, pessoas comuns, são instrumentos de Deus para Seu plano maior.
PARA COMEÇAR A AULA
Inicie a sua aula conduzindo seus alunos a fazerem uma leitura uníssona de todo o primeiro capítulo, pois a lição abrange todos os versículos.
Observe como o primeiro capítulo está repleto de informações que serão contextualizadas nos demais capítulos do livro, de modo que os alunos possam compreender no texto implícito o desenvolvimento do projeto de Deus.
RESPOSTAS
1) Noemi, Rute e Boaz.
2) A casa do pão.
3) Mara.
LEITURA ADICIONAL
O Caráter de Deus
Que espécie de Deus está presente neste pequeno livro? Obviamente, pelas referências internas do livro, ele é o Deus pactual de Israel. Com exceção do Shadai (1.20,21), o livro refere-se a ele pelo seu nome pactual, Yahweh (1.8,9,13;2.12;3.10; 4.11,12; Êx 6.3; 20.2). Como Yahweh, Ele acabou com a fome dando pão a Israel (Rt 1.6). Era “seu Deus” [i.e., de Noemi] que Rute abraçou enfaticamente contra a vontade de Noemi (1.15,16). Foi o Deus de Israel […] sob cujas asas Rute encontrou refúgio e de quem Boaz buscou retribuição pela lealdade dela (2.12). Foi Yahweh, que os personagens invocavam para responder a oração (1.8,9;4.11,12); garantir juramentos (1.17;3.13) e conceder bênçãos (2.4,20;3.10). Foi Yahweh, seu próprio Deus, que a Noemi vazia acusou de infidelidade pactual (1.21) e cuja fidelidade em restaurá-la à plenitude, as mulheres mais tarde celebraram (4.14).
Finalmente, foi o Deus pactual de Israel, o doador da fertilidade e da prosperidade que decorreram disso (1.6; 4.11,12,13,14);[…]. Ademais como Deus pactual de Israel, Yahweh se importa com viúvas como Noemi e Rute, mulheres que a morte reduziu à quase pobreza e vulnerabilidade. […] Além disso, Deus é aquele que cuida de pessoas de todas as nações que, como Rute, chamam-no Deus deles e buscam refúgio sob suas asas (Rt 1.16; 2.12).
Por outro lado, a história presume que, embora seja o Deus pactual de Israel, Yahweh, que dirige a história dos bastidores é o governador cósmico de seu universo criado. Vê-se que isto é assumido no próprio título Shadai que Noemi invoca em sua queixa amargurada (1.20,21). O livro presume que Yahweh, como regente cósmico Shadai, supervisiona a subjacente ordem moral do mundo, dispensando recompensas e punições apropriadas, ligando consequências com suas ações humanas correspondentes. Como muitas reclamações bíblicas, o protesto de Noemi surge da indignação sobre um aparente uso injusto dessa supervisão no caso dela. […] Com o mesmo entendimento, Boaz pediu a Yahweh que recompensasse Rute (2.12; 3.10) e que tornasse inteiros os atos anteriores de Rute, dando a ela a consequência proporcional a suas ações.
Livro: Comentários do Antigo Testamento: Rute (HUBBARD Jr.; [tradução Helen Hope Gordon Silva]. – São Paulo: Cultura Cristã, 2008.
Lição 2 – Rute 1 – Noemi Retorna A Belém
Estudada em 11 de julho de 2021
Texto Áureo
“Assim, voltou Noemi da terra de Moabe, com Rute, sua nora, a moabita; e chegaram a Belém no princípio da seqa da cevada.” Rt 1.22
Verdade Prática
A providência de Deus faz da longa e árida caminhada um venturoso retorno ao lar.
Leitura Bíblica Para Estudo Rute 1.6-22
INTRODUÇÃO
I. PERSONAGENS PRINCIPAIS Rt 1.20-2.1
1. Noemi Rt 1.20
2. Rute, a moabita Rt 1.16
3. Boaz Rt 2.1
II. RETORNANDO A BELÉM Rt 16-18
1. Boas notícias de Belém Rt 1.6
2. O retorno das três viúvas Rt 1.7
3. Declaração de Rute Rt 1.16
III. CHEGADA EM BELÉM Rt 1.19-22
1. A recepção em Belém Rti.19
2. A reação amarga de Noemi Rt 1.20
3. Época de colheita Rt 1.22
APLICAÇÃO PESSOAL
Hinos da Harpa: 204 – 193
Lição 2 – Noemi retoma a Belém
INTRODUÇÃO
Rute é um livro brilhante que nos convida a refletir sobre a questão de como Deus está envolvido nas alegrias e dificuldades do dia a dia de nossas vidas. A providência de Deus está evidenciada em cada cena dessa história aparentemente mundana e comum, tornando real a grande história de redenção para esta família e para o mundo inteiro.
I. PERSONAGENS PRINCIPAIS (Rt 1.20-21)
Os nomes são significativos. Na maneira hebraica de pensar, saber o nome de uma pessoa é conhecer o seu caráter, conhecer a pessoa. O nome é a pessoa. As três personagens principais no livro são: Noemi, a matriarca judia; Rute, a jovem viúva gentia; e Boaz, o agricultor solteiro israelita. Sem desmerecer Elimeleque, Malom, Quiliom e Orfa.
1. Noemi (Rt 1.20)
“Porém ela lhes dizia: Não me chameis Noemi; chamai-me Mara, porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso.”
Noemi significa “amável, encantadora, agradável”. E o comovente significado deste nome des- taca-se mais tarde, quando Noemi volta de Moabe com sua nora Rute, entristecida pelas experiências amargas que ela cria ter recebido da mão do Senhor. “Não me chameis de Noemi”, ela diz às suas conterrâneas, “chamai-me Mara; porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso” (1.20).
Noemi não tem mais motivos para ficar em Moabe, e ela diz às suas noras que está voltando para casa. Ela sabe que a vida de uma viúva e estrangeira em Israel é muito difícil; e então, compele suas noras a ficarem. Orfa concorda; Rute, não. O capítulo termina com Noemi propondo mudar o seu nome para Mara, que significa amargura em hebraico, e ela lamenta o seu destino trágico.
Noemi, em quem se concentra este primeiro capítulo de Rute, ficou sozinha, sem lar, sem marido, sem filhos, sem amigos, sem esperança, sem herança.
2. Rute, a moabita (Rt 1.16)
“Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.”
O nome de Rute significa “companheira”. Nas Escrituras, Rute é mencionada catorze vezes no livro que leva o seu nome (na versão ARA) e uma vez em Mateus. Ela é uma das mulheres mais importantes da Bíblia. Por causa de sua fé no Deus de Israel, veio a participar da genealogia de Jesus, o Messias prometido (Mt 1.5). Como moabita, portanto gentia, ela não podería pertencer a Israel (Dt 23.3). Mas constituiu-se uma exceção à regra, por sua excelência de caráter e também por se declarar pertencente àquele povo e confessar a sua fé no Deus de Israel (Rt 1.16). Assim, também, são feitos os caminhos da providência divina.
Rute demonstra uma lealdade notável a Noemi e “Aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (1.16). E assim, as duas retornaram juntas a Israel.
3. Boaz (Rt2.1)
“Tinha Noemi um parente de seu marido, senhor de muitos bens, da família de Elimeleque, o qual se chamava Boaz.”
Boaz significa “rapidez”. Ele era um fazendeiro israelita, abastado, que morava em Belém. Muito respeitado na cidade. É o segundo marido de Rute. Boaz pertencia à tribo de Judá, era parente de Elimeleque, o falecido marido de Noemi. É citado 28 vezes na Bíblia como pertencente à tribo de Judá, vindo a ser bisavô do rei Davi.
A família era de efrateus. Efrata é uma palavra geralmente associada com Belém. A família era bem situada na cidade. Talvez pertencesse à aristocracia local, uma família que, quando partiu para Moabe, era conhecida como de pessoas ricas (“Ditosa eu parti”, 1.21). Mas a riqueza e o prestígio não são garantias de felicidade ou de ausência de sofrimento. Certamente, quando Noemi voltou, não era uma pessoa sem importância (1.19).
II. RETORNANDO A BELÉM (Rt 1.6-18)
1. Boas notícias de Belém (Rt 1.6)
“Então, se dispôs ela com as suas noras e voltou da terra de Moabe, porquanto, nesta, ouviu que o Senhor se lembrara do seu povo, dando lhe pão. “
Enfim, Noemi ouviu a boa notícia de que o Senhor se lembrara do Seu povo, dando-lhe pão. Depois das mortes e da pré-condição de extinção da família de Noemi, ao ouvir essa notícia, inicia-se um novo período para redirecionar a sua vida.
Observe o movimento dela nos textos a seguir: “Então se dispôs ela…voltou da terra de Moabe… saiu, pois ela” (Rt 1.6,7). Agora, ela tem o domínio da situação e, com suas forças renovadas, faz o caminho de volta para Belém, “a casa do pão”.
Por sua atitude, Noemi mostra que sua fé em Deus se mantivera viva para seguir em frente, e então, lidera o êxodo do lugar onde estivera, e suas noras a seguiram.
2. O retorno das três viúvas (Rt 1.7)
“Saiu, pois, ela com suas duas noras do lugar onde estivera; e, indo elas caminhando, de volta para a terra de Judá.”
As três mulheres seguem estrada afora, quando inesperadamente, Noemi suplica às suas noras: “Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe”. Pode-se inferir que, enquanto caminhava, Noemi refletia sobre o futuro de suas noras e não desejava que elas se sacrificassem por causa dela. Em Belém, ela não poderia garantir que elas tivessem um lar; mas em Moabe, na casa dos pais, elas teriam maior probabilidade até de se casarem novamente.
Noemi deseja a bênção do Senhor sobre elas, e disse: “Que o Senhor use convosco de benevolência”. E ainda, pede que o “Senhor lhes dê que sejais felizes, cada uma em casa de seu marido”; isto é, que o Senhor as guiasse a novos casamentos, para seguirem suas vidas felizes e em segurança. As- ; sim, Noemi coloca suas noras nas mãos de Deus. Em seguida, Noemi se despede, beijando Orfa e Rute; e elas, porém, choraram em alta voz. Dada a intensa emoção, pode-se intuir que as três mulheres choraram, como em uma lamentação de luto. Pelas circunstâncias, talvez elas nunca mais iriam se ver novamente.
As noras, Orfa e Rute, declararam lealdade à sogra quando disseram que pretendiam voltar com ela para o seu povo, e esperavam que Noemi aceitasse a decisão delas. Assim acontece a primeira conversa entre as mulheres, no caminho de retorno.
3. Declaração de Rute (Rt 1.16)
“Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.”
Noemi tenta convencer Rute e Orfa a voltarem para Moabe. Com uma questão hipotética – “Sou velha demais para ter marido. Ainda quando eu dissesse: tenho esperança ou ainda que esta noite tivesse marido e houvesse filhos, esperá-los-íeis até que viessem a ser grandes? Abster-vos-íeis de tomardes marido?” E prossegue: “Não, filhas minhas! Porque, por vossa causa, a mim me amarga o ter o Senhor descarregado contra mim a sua mão.” (1.13). Novamente as mulheres choram em voz alta, mas desta vez, “Orfa, com um beijo se despediu de sua sogra” e “voltou ao seu povo e aos seus deuses”; foi para casa de sua mãe. Diferentemente, Rute se apegou à sua sogra, decidida a ficar junto dela, numa manifestação de profundo vínculo emocional e de lealdade.
Depois de ouvir em silêncio as ordens de Noemi, Rute se manifesta pela primeira vez na história e diz: “Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te”. Para Rute, voltar era abandonar Noemi e deixá-la mais vulnerável ainda. E fez uma declaração de fidelidade à sua sogra: que iria seguir e viver com ela; que estava disposta a renunciar à sua terra natal e aos seus deuses e identificar-se com o povo e o Deus dela; que permaneceria pelo resto da vida com ela e que até mesmo seria sepultada na mesma sepultura. E finaliza com um juramento, em nome do Deus de Israel, sua lealdade para com Noemi e o reconhecimento de Javé como o seu Deus (v.16). Assim, a primeira fala de Rute para Noemi pode ser sintetizada assim: “Onde quer que o futuro nos leve, eu ficarei ao seu lado e fiel ao seu Deus”. A partir daquele ponto, ambas seguiram caminho para Belém de Judá.
III. CHEGADA EM BELÉM (Rt 1.19-22)
1. A recepção em Belém (Rt 1.19)
“Então, ambas se foram, até que chegaram a Belém; sucedeu que, ao chegarem ali, toda a cidade se comoveu por causa delas, e as mulheres diziam: Não é esta Noemi?”
Os detalhes da viagem não foram contados, somente por algumas palavras têm-se algumas pistas. O escritor também omitiu o nome de Noemi e de Rute, referindo-se a elas como “as duas”, “ambas”, para dizer que elas formaram um par, que estavam unidas a uma sorte em comum – “Então, ambas se foram, até que chegaram a Belém”.
Sucedeu que ao chegarem ali, à porta da cidade, Noemi e Rute entraram em Belém e, juntas, iniciavam uma nova fase de vida. Elas são recebidas pela cidade, que se comoveu ao ver Noemi abatida física e emocionalmente, sem o marido e filhos.
2. A reação amarga de Noemi (Rt 1.20)
“Porém ela lhes dizia: não me chameis Noemi; chamai-me Mara, porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso.”
Ao chegar a Belém, provavelmente, Noemi viu os lugares que seu marido teria frequentado e os filhos a brincar. As lembranças dos seus entes queridos lhe aprofundavam a tristeza. As mulheres que a recebiam com entusiasmo também lhe trouxeram muitas recordações, inclusive do significado do seu nome – “agradável ou bela”. As lembranças de um passado feliz eram incompatíveis com a vida desventurada, no presente. Tudo isso contribuiu para uma reação abrupta de Noemi às mulheres que a chamavam pelo nome. Então, protestou: “Não me chameis Noemi” (agradável); um nome que não combinava com o que ela sentia. Ela queria mesmo era ter um nome que refletisse sua profunda dor emocional e exigiu que a chamassem de Mara, que significa amarga.
Noemi também compara a sua condição do passado com o presente, dizendo: “Ditosa eu parti, porém o Senhor me fez voltar pobre”.
3. Época de colheita (Rt 1.22)
“Assim, voltou Noemi da terra de Moabe, com Rute, sua nora, a moabita; e chegaram a Belém no princípio da sega da cevada”.
Para demarcar o tempo em que a volta de Noemi ocorreu, o escritor menciona a colheita da cevada. Para concluir, lembre-se que o primeiro capítulo começa dizendo que houve uma fome na terra (v.l) e termina com o registro do começo da sega da cevada (v.22). Deus, que conhece o fim desde o começo, foi paciente com Noemi, que se sentia de mãos vazias e nem podia reconhecer que Rute era a portadora da provisão que faria suas mãos cheias.
APLICAÇÃO PESSOAL
A providência de Deus transforma a longa e sofrida caminhada em um venturoso retorno ao lar. É na confiança em Deus que podemos experimentar Sua provisão, pois só Ele pode transformar os nossos infortúnios em bênçãos, segundo o Seu eterno propósito.
RESPONDA:
1) Quais são as três personagens principais no livro de Rute?
1) Quais são as três personagens principais no livro de Rute?
3) Como Noemi queria ser chamada, quando de seu retorno a Belém?