Lição 3 – Ministros são Despenseiros de Deus

LIÇÃO 3 – MINISTROS SÃO DESPENSEIROS DE DEUS

Aproveite a informação do tópico  desta lição, a respeito dos remadores, e exponha à classe que, no capítulo 4 de 1 Coríntios, Paulo mostra a insignificância do ministro diante da sua mensagem. No original grego, a palavra traduzida por “ministro” remetia aos escravos que trabalhavam nos porões dos barcos, de onde não tinham visão alguma do mar. Ou seja, eles eram responsáveis apenas por remar, mas quem decidia para qual direção se movia a embarcação era o capitão; e caso se recusassem a remar, poderíam ser trocados por outros, pois eram apenas trabalhadores braçais.
Paulo estava combatendo o espírito de autossuficiência. Por isso, posteriormente, ele se utilizou de certa ironia ao perguntar se os crentes de Corinto já estavam ricos e fartos.

 

PALAVRAS-CHAVE
Ministério • Serviço • Humildade

 

OBJETIVOS
• Entender que os ministros são administradores dos mistérios de Deus.
• Compreender que a humildade e a disposição de servir são traços marcantes dos ministro de Deus.
• Conscientizar-se do valor do ministro cristão e de seu serviço.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Inicie esta lição mostrando que o alvo do ministro é tomar a igreja forte, sábia e ilustre. No entanto, Paulo relata, por experiência pessoal, que o ministro deve estar preparado para enfrentar desprezo, humilhação, passando por louco”, tudo pela causa de Cristo. Isso contrapõe o pensamento soberbo dos ministros de Corinto e continua servindo de alerta aos que se consideram ministros hoje. Todavia, isso não significa que os ministros do Evangelho devem ser desonrados no meio do povo de Deus, mas que, por tal disposição de sofrer pelo bem do corpo de Cristo, devem ser honrados.

 

RESPOSTAS
1) Mordomo, com acesso à dispensa de alimentos.
2) Enriquece e não causa dores.
3) Colocar algo na mente de alguém com o intuito de advertir ou de repreender.

 

Paulo não teme ser julgado pelos crentes de Corinto, ou mesmo por um tribunal romano, isto não tem importância. Paulo diz que não julga nem a si mesmo. O mordomo nem sequer confia no juízo que faz de si mesmo; pode não estar cônscio de suas próprias falhas.
A consciência pode estar enganada. Paulo afirma: que a consciência dele está limpa, mas isso não prova que ele é inocente, pois a consciência pode estar enganada.
Portanto, nada julgueis, antes do tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor.
Paulo recomenda que o exercício desse julgamento fique para o Senhor, quando Cristo vier, e então cada um receberá o seu louvor da parte de Deus.
E a parte significativa do evangelho apresentado por Paulo é o fato de o Senhor vir para julgar.
Uma cláusula do Credo Niceno conserva-nos de sobreaviso com relação a esta verdade: “Creio… que Ele virá em glória, para julgar os vivos e os mortos.”
A expressão: “Deus manifestará os desígnios dos corações”. Quer dizer que Deus trará à luz os atos secretos de toda pessoa e revelará seus verdadeiros pensamentos e motivos, tanto os bons quantos os ruins.
A vida interior da pessoa será revelada, nada ficará oculto.
Livro: “Comentário Exegética I Carta aos Coríntios” (Oton Miranda de Alencar, pág.37).

 

 

LIÇÃO 3 – MINISTROS SÃO DESPENSEIROS DE DEUS – 1 CORÍNTIOS 4

Texto Áureo
“Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus.”
1 Co 4.1

Verdade Prática
Os ministros de Cristo servem ao mundo com a mensagem do Evangelho.

Leitura Bíblica Para Estudo 1 Coríntios 4.1-21

Esboço da Lição

INTRODUÇÃO

I. DESPENSEIROS DE DEUS 1Co 4. 1-5
1. Ministro de Deus 1Co 4.1,2
2. Encontrado fiel 1Co 4.2-4
3. Cada um receberá de Deus 1Co 4.5

 

II. O MINISTRO É HUMILDE 1Co 4.6-13
1. Tudo vem de Deus 1Co 4.6-8
2. Espetáculo ao mundo 1Co4.9-12
3. Lixo e escória do mundo 1Co4.13

 

III. O MINISTRO TEM AUTORIDADE
1 Co 4.14-21
1. Pai espiritual 1Co 4.14-15
2. Sejam meus imitadores 1Co 4.16-18
3. Autoridade e amor 1Co 4.19-21

APLICAÇÃO PESSOAL

Hinos da Harpa: 93 – 298

INTRODUÇÃO
Nesta lição o apóstolo Paulo usa um termo muito interessante para identificar os ministros da casa de Deus. Estes homens, apesar da humildade, simplicidade e de serem desprezados pelos demais, eram encarregados de guardar e também transmitir os grandes mistérios de Deus, que compreendem o verdadeiro alimento espiritual.

 

I. DESPENSEIROS DE DEUS (1Co 4.1-5)
O termo “despenseiro” referia- -se à qualificação do mordomo de ter acesso à dispensa e recolher os alimentos necessários para serem distribuídos. Apesar da nossa pequenez, somos qualificados como administradores dos mistérios de Deus. Esta expressão, “mistério de Deus”, é uma figura de linguagem para denotar a mensagem da cruz (1Co2.7). É mistério porque só pode ser revelada através do po-der de Deus, e não pela capacidade ou sabedoria humana.
O termo “ministro” denota os servos que não buscavam popularidade e eram extremamente subordinados ao seu senhor. De igual modo, os ministros cristãos devem ser desapegados deste mundo vil e obedientes ao Senhor, nosso Deus.

1. Ministro de Deus (1Co 4.1).
“Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus.”
No grego clássico, o termo ministro, também traduzido como servo em outras versões (no original, huperetes), referia-se primariamente aos escravos que ficavam no terceiro pavimento das embarcações, considerados remadores de baixo escalão. Nos tempos de Paulo, apesar de aplicações mais abrangentes, o termo continuava tendo esta conotação de alguém subordinado e submisso.
Neste grande barco, que é a obra do Senhor, alguns ficam só na “popa”, comendo e bebendo e usufruindo do trabalho alheio. Mas quem faz com que o “barco” ande de verdade são os “escravos”, ou seja, os ministros do Senhor. O ministro é encarregado de não deixar o “barco” afundar e nem parar. Além disso, o termo ministro tem uma conotação de quem é encarregado de trazer o sustento espiritual para a “casa”, ou seja, a igreja.
O apóstolo enfatiza a insignificância do ministro, mas ressalta que, diante dos homens, é um grande benfeitor e encarregado dos mistérios divinos. Um ministro de Cristo, por mais insignificante que seja, é um homem encarregado de administrar os mistérios de Deus.

 

2. Encontrado fiel (1Co 4.2-4).
“Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (4.3).
Aqui, Paulo demonstra não se importar com o julgamento realizado pelo povo de Corinto. Com as divisões provocadas pelas dissensões e, principalmente, pelo partidarismo, o povo estava julgando seus principais líderes, inclusive Paulo. Em decorrência disso, Paulo fala acerca da fidelidade de Deus, a qual excede qualquer avaliação humana. Ele rejeita o julgamento humano, porque considera este incapaz de compreender a fidelidade de Deus.
Mesmo assim, o apóstolo põe em “xeque” sua ponderação, já que o mesmo sabia da natureza humana e pecaminosa. Na verdade, a consciência de Paulo estava tranquila perante as críticas, embora não ousasse julgar a si mesmo, nem como estando certo, nem como estando errado. O veredicto final sobre o seu ministério deveria aguardar o Dia do Julgamento, quando “Deus manifestará os desígnios dos corações” (v.5).

 

3. Cada um receberá de Deus (1Co 4.5).
“Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus.”
Desde o Antigo Testamento, Deus sempre deixou claro que, um dia, traria julgamento sobre todos os homens. Neste dia, considerar do “O Dia do Senhor”, Deus trará à tona as obras ocultas de cada um, revelando verdadeiramente “os desígnios dos corações” (v.5).
Segundo Paulo, esse dia virá de qualquer forma, e esse julgamento não cabe aos homens, nem a ele mesmo. Neste “tribunal” quem julgará é o próprio Senhor Jesus.

 

 

II. O MINISTRO É HUMILDE (1CO 4.6-13)

1. Tudo vem de Deus (1Co 4.6-8).
“Estas coisas, irmãos, apliquei- -as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que está escrito; afim de que ninguém se ensoberbe- ça a favor de um em detrimento de outro” (4.6).
A intenção de Paulo é mostrar aos coríntios que ele havia usado a si mesmo e a Apolo como exemplos para não mencionar nomes específicos de indivíduos da igreja. O apóstolo parte do pressuposto de que tanto ele quanto Apolo (e Cefas) são tidos em alta consideração. Seria impensável retratá-los como rivais. Diante disso, os coríntios devem dar-se conta de que é igualmente absurdo fazer o mesmo com outros líderes cristãos.
Visto que a igreja estava cheia de vangloria, Paulo ironiza os crentes de Corinto, dizendo: “Já estais fartos, já estais ricos; chegastes a reinar sem nós” (4.8). Paulo diz para eles: “Vocês estão fartos e ricos demais!”. Eles estavam satisfeitos com a sua espiritualidade. Pensavam que tinham tudo. Estavam cheios de vangloria. Eles tinham um alto conceito de si mesmos. Os coríntios pensavam que eles eram uma igreja de muito sucesso, muito madura e eficiente. Mas Paulo afirma que aquilo que cada um tem, é o que cada qual recebeu. “Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias como se o não tiveras recebido?” (4.7). Paulo está dizendo que não há margem para a vaidade, para a soberba e para o orgulho espiritual.
Se Deus lhe deu um ministério de projeção, você não tem de ficar vaidoso com isso; isso não é seu. Não é devido aos seus méritos, não é devido à sua inteligência ou capacidade humana. É graça de Deus. E por que, então, você se vangloria como se fosse mérito seu?

 

2. Espetáculo ao mundo (1Co 4.9-12)
“Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens. ” (4.9).
O Imperador romano, a fim de aumentar sua popularidade, conduzia os escravos e condenados à morte às grandes arenas e anfiteatros, para se digladiarem, ou para serem devorados por feras selvagens, proporcionando um sangrento espetáculo ao público. Paulo compara os apóstolos a estes criminosos condenados que estão em desgraça pública e são executados diante da multidão, ao ar livre.
Paulo faz um contraste entre o comportamento soberbo e egoísta dos coríntios, que se achavam ricos e cheios de direitos, e a humildade dos apóstolos, que colo-cavam as necessidades da igreja acima das suas próprias, suportando todo o tipo de sofrimento decorrente de sua escolha. Isso prepara o terreno para a recomendação que o apóstolo faz na passagem seguinte, para que os crentes coríntios sejam seus imitadores.

 

3. Lixo e escória do mundo (1Co 4.13)
“Quando caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos.”
Paulo mostra para aquela igreja que a teologia da glória é precedida pela teologia da cruz. E a grande bandeira do cristão é a teologia de João Batista que dizia: “Convém que ele [Jesus] cresça e que eu diminua” (Jo 3.30).
Deus colocou os apóstolos em primeiro lugar na igreja, mas o mundo coloca os apóstolos em último lugar.
Os apóstolos não são famosos; os apóstolos são desprezados: “vós nobres, e nós desprezíveis” [4.10c]. Os apóstolos enfrentam privações, fome, sede, e nudez [4.11]. E os apóstolos ainda sofrem maus-tratos: “somos esbofeteados, e não temos morada certa “[4.11]. E Paulo conclui: “Quando caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos” [4.13]. Paulo diz aos crentes de Corinto para não colocarem os holofotes nos homens.

 

 

III. O MINISTRO TEM AUTORIDADE (1 Co 4.14-21)

 

1. Pai espiritual (1Co 4.14-15).
“Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus amados” (4.14).
Aqui, Paulo declara que sua mensagem vem para “admoestar” e não para envergonhar os coríntios. O termo “admoestar” significa “colocar algo na mente de alguém”, com o intuito de advertir ou, até mesmo, repreender. Paulo tinha ciência de que algo errado estava acontecendo e necessitava de conserto.
Para realizar essa correção, o apóstolo se coloca como um pai para aquele povo: “vos gerei”
[v.15], demonstrando que sua relação com os coríntios era paternal através do Evangelho. Os pais abastados geralmente deixavam a educação de seus filhos totalmente a cargo de escravos letrados conhecidos como tutores ou aios.
Paulo se coloca à frente destes supostos tutores, como um Verdadeiro pai que instrui e repreende seus filhos com amor. Ou seja, os crentes de Corinto foram gerados em Cristo por meio do Evangelho anunciado por Paulo.

 

2. Sejam meus imitadores (1Co 4.16-18).
“Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores” (4.16).
A expressão “sejais meus imitadores” [v.16] é consequência do verso anterior; ou seja, como um pai que deve ser o exemplo dos filhos, Paulo se coloca como tal. Em trecho posterior da carta, Paulo repete esta expressão, quando exorta a igreja de Corinto quanto à liberdade cristã [1Co 10.28-11.1].
Nos dias atuais, é muito complicado encontrar exemplos. Paulo recomenda que os crentes de Corinto sigam o seu exemplo de conduta humilde e altruísta, assim como ele próprio seguia o exemplo de Cristo (4.10-13; 11.1).

 

3. Autoridade e amor (1Co 4.19-21).
“Que preferis? Irei a vós outros com vara ou com amor e espírito de mansidão?” (4.21).
Encerrando, Paulo manifesta aos coríntios o desejo de visitá- -los. Ele ansiava por estar em Co- rinto e instruir os crentes desta região pessoalmente.
Paulo esperava que esta carta solucionasse todas as divergências que estariam ocorrendo
na igreja em Corinto. Mas se os coríntios se mantivessem nos erros, ele iria vistá-los com uma repreensão mais firme e contundente. Entretanto, Paulo deixou ao encargo deles a escolha: “com vara ou com amor e espírito de mansidão?” (v.21).

 

APLICAÇÃO PESSOAL
A grande bandeira do ministro do Evangelho continua sendo a mesma de João Batista: importa que Jesus cresça e que eu diminua.

 

RESPONDA
3) Qual o significado do termo “admoestar”.