Lição 4 – Atos 4 e 5 – Ataques Externos e Internos

LIÇÃO 4 – ATOS 4 e 5 – ATAQUES EXTERNOS E INTERNOS

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Atos 4 e 5 há 37 e 42 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Atos 4.1-4; 5.1-20. (5 a 7 minutos).
Ataques externos e internos diz respeito às lutas e perseguições que geralmente se levantam contra a Igreja que está em movimento e na orientação do Espírito Santo. Não há perseguição contra uma igreja conformada e moldada de acordo com as diretrizes seculares. O ataque contra a Igreja Primitiva inicia quando os milagres se tomam evidentes e notórios a todos.
Nos dias atuais, há uma falsa sensação de conforto cristão em relação à sociedade; no entanto, a perseguição é evidente, seja com igrejas cristãs espalhadas no mundo, seja no contexto familiar, no trabalho ou na vizinhança.
Ataques internos dizem respeito à ação do maligno no seio da Igreja, semeando sentimentos e comportamentos avarentos, invejosos, hipócritas, e outros mais, frutos da carne. Mas, contra esses ataques internos, existem ferramentas poderosas: convicção, fidelidade, alegria nas lutas, poder de Deus.

 

OBJETIVOS
• Mostrar que perseguições não devem nos intimidar.
• Aprender a portar-se frente às perseguições.
• Ressaltar o valor da fidelidade.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Para iniciar esta aula, solicite aos seus alunos que relatem alguma experiência de perseguição, seja no contexto do trabalho, familiar ou outra relacionada à vida cristã. A partir do relato de seus alunos, procure direcionar o conteúdo da lição para a necessidade espiritual destes.
Faça-os perceber que nós, enquanto cristãos, estamos sujeitos a ataques externos e internos, mas que estes não podem abater a nossa fé, fidelidade e alegria. “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.” (Mt 5.11).

 

RESPOSTAS 
1) V
2) F
3) F

 

LEITURA COMPLEMENTAR

CUIDADO COM EXIBICIONISMO
“Exibicionismos e desejo de holofotes é uma das pragas do Cristianismo atual. Precisamos repudiar tais comportamentos. John Stott chamava isso de “holofotite”, o desejo exagerado por notoriedade e reconhecimento.
No caso de Atos capítulo 8, o propósito de Filipe em Samaria era ganhar vidas para Jesus. Seu projeto não era personalista. Inclusive, quando precisou, ele saiu de cena e cedeu espaço para Pedro e João darem seguimento ao projeto. Não havia, no coração de Filipe, o desejo de exaltar seu nome, nem formar uma igreja para si. Sua preocupação era ser útil e ser um instrumento E NÃO SER O HOMEM DO MOMENTO.
Pedro, apóstolo, quando chega à casa de Cornélio, em Atos 10, traz consigo uma larga “folha de serviços” em termos de milagres e maravilhas realizados em seu ministério até o momento, mas a preocupação dele é glorificar a Cristo. Quando Cornélio, num misto de reconhecimento e reverência ajoelha-se diante do apóstolo, Pedro imediatamente recusa-se receber semelhante homenagem que deve ser prestada unicamente a Deus. Todos estão ali para adorar a Deus como iguais diante dele. Que coisa linda e exemplar.
O culto é, e sempre será, para ficarmos maravilhados com Jesus, nunca com o pregador, com o cantor ou quem quer que seja. Se assim acontecer eles estarão roubando a glória de Deus. Devemos resgatar uma oração dos pregadores antigos: ‘Senhor esconde teu servo atrás da cruz’. Só tem uma pessoa que deve ser glorificada e exaltada diante dos feitos do Espírito Santo: Deus.
QUEM REALIZA O MILAGRE É DEUS NÃO É AQUELE QUE DIZ, OU PREGA, OU ORA PARA QUE ELE ACONTEÇA
Se o objetivo é a exaltação do homem, ou da denominação, ou do ministério então Deus está sendo roubado daquilo que é seu por direito. O objetivo também não pode ser mostrar aquela pessoa como sendo a mais consagrada, a mais santa e mais cheia de fé. Não existe oração poderosa. Toda oração é fraca em si, pois é feita por homens e mulheres frágeis. O poder está no Deus ao qual ela é dirigida e é o seu nome e não o nosso que precisa ser glorificado. O poder não está na oração, mas no Deus que a ouve. De que serviria nossas preces se Deus não as ouvisse? Há muito pastor usando a igreja para projetar seu nome e seu ministério. Em nossos dias há muito personalismo e egolatria no ministério pastoral, lamentavelmente.
Está correto Hemandes D. Lopes ao dizer que não há homens poderosos; há homens cheios do Espírito Santo, usados pelo Deus todo-poderoso.’ Que Deus nos ajude!”

Livro: “Os Milagres de Jesus – Sua natureza e propósitos” (Pádua Rodrigues. Editora Nítida – S. J. dos Campos, 2016, Pág. 22).

 

Estudada em 25 de outubro de 2020

 

Leitura Bíblica Para Estudo Atos 4.1-4 e 5.1-20 

 

TEXTO ÁUREO
“Chamando os apóstolos, açoitaram-nos e, ordenando-lhes que não falassem em o nome de Jesus, os soltaram.” Atos 5.40

 

Verdade Prática
A obra de Deus avança com lágrimas, lutas e perseguições em qualquer tempo.

 

Esboço da Lição

INTRODUÇÃO

I. ATAQUES EXTERNOS At 4.1-29
1. Começa a perseguição At 4.3
2. A perseguição hoje At 4.29
3. Testemunhas de Cristo At 4.2c

 

II. ATAQUES INTERNOS At 5.3-13
1. Uma nova tática At 5.3
2.O perigo da hipocrisia e avareza At 5.4
3. O tiro pela culatra At 5.13

 

III. PRINCÍPIOS A PRATICAR
1. Não negocie suas convicções At 5.29
2. Fidelidade At 4.20 
3. Alegria nas lutas At 5.41

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 340 – 394

 

INTRODUÇÃO
Nesta lição, analisaremos as primeiras perseguições à Igreja. Veremos como o Evangelho, quando crido, vivido e anunciado fielmente, suscita ataques e oposições. Não somente dos de fora, mas, infelizmente, também dos de dentro.

 

I. ATAQUES EXTERNOS (At 4.1-29)
A perseguição é uma das armas mais antigas usadas pelas trevas. Devemos lembrar que o crescimento da Igreja é um embate espiritual, uma invasão do território inimigo. Daí a resistência e oposição por parte dele.

 

1. Começa a perseguição (At 4.3)
“E os prenderam, recolhendo-os ao cárcere até ao dia seguinte, pois já era tarde.”
A cura do coxo e o sermão de Pedro despertaram a oposição dos líderes judaicos. Pedro e João são presos e pernoitam na prisão devido já ser tarde, para que, no dia seguinte, fossem levados diante das autoridades para interrogação (4.6). Devemos lembrar que esse era o mesmo Sinédrio que a menos de dois meses havia condenado Jesus e o entregado aos romanos. A ousadia dos dois apóstolos é atribuída ao Espírito Santo (4.8). A hostilidade dos líderes é especialmente relacionada por Lucas à antipatia contra a mensagem da ressurreição (4.2-4). O propósito claro do diabo era, através das autoridades judaicas, calar os apóstolos. Jesus já havia advertido sobre a perseguição que os esperava (Mt 10.17,18; Jo 15.18-16.4).
A aplicação que devemos fazer é se hoje estaríamos dispostos a sofrer pelo Evangelho. Parece-nos que a pregação de um Evangelho açucarado e desfocado, o qual somente promete conforto e bem estar, mostra que não. Que lembremos do hino 46 da Harpa Cristã: “Com valor! Sem temor! Por Cristo prontos a sofrer! Bem alto erguei o Seu pendão! Firmes sempre, até morrer!”

 

2. A perseguição hoje (At 4.29)
“Agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra.”
Falar de perseguição, hoje parece para alguns algo descontextualizado mas não é. Há perseguições aos cristãos em muitas partes do mundo contemporâneo. A perseguição aos crentes não tem diminuído, mas se intensificado no âmbito global a cada ano. O número de cristãos vítimas de perseguição religiosa pelo Estado ou respaldado por este é algo comum em pelo menos 50 países do mundo.
Às, vezes a perseguição não é física, mas nem por isso é mais fácil. São pressões de amigos, de vizinhos, de familiares para que voltemos à antiga religião ou assumamos comportamentos anticristãos. Outras vezes são ideologias contrárias à fé ou as tentativas de cooptação e adesão por parte do poder constituído para que comprometamos nossa fé e nossa fidelidade a Cristo.
Precisamos lembrar a inevitável verdade de que antes do trono vem a cruz. Ser cristão é aceitar isso. Como disse C. S. Lewis: “Os únicos que não têm cicatrizes são os que decidiram não combater.”
“Os únicos que não têm cicatrizes são aqueles que decidiram não combater.”
C. S. Lewis

 

II. ATAQUES INTERNOS (Atos 5.3-13)
Satanás havia falhado em sua primeira tentativa de calar o testemunho da Igreja. Agora, ele muda de estratégia. Não podendo impedir o trigo de crescer, ele semeia o joio no trigal divino.

1. Testemunhas de Cristo (At 4.20)
“Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos.”
Isso também aparece aqui. Fomos chamados para testemunharmos de Jesus Cristo (At 1.8). “Testemunha” é uma palavra-chave no livro de Atos e aparece 29 vezes. Uma testemunha é alguém que relata o que viu e ouviu (4.20). Pedro faz alusão a isso. Vale lembrar que o termo “mártir” vem da mesma raiz da palavra grega (martyr), podendo ser traduzido por “testemunha”. O que é um mártir? É uma pessoa que sofre torturas, suplícios e até a morte por não renunciar a sua fé. Alguns de nós somos chamados para ser evangelistas; outros, para mestres ou pastores (Ef 4.11). Mas vale lembrar que todos somos testemunhas.

 

1. Uma nova tática (At 5.3)
“Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?”
Os maiores perigos da Igreja, em todas as épocas, sempre foram os internos. A Igreja triunfou sobre o sinédrio, sobre o império romano e o comunismo, sobre todos os adversários. Mas ela sempre sofreu mais com problemas de dentro.
É indiscutível o prejuízo causado por gente carnal, divisora, “dona” de igreja, insubmissa ou gananciosa, para as quais o Evangelho é um meio de ficarem “empoderadas” politicamente ou ricas. Essas não estão longe, mas convivem em nosso meio.
Ananias e Safira foram as presas escolhidas pelo adversário para solapar internamente a Igreja apostólica. Isso porque, diz o texto, eles permitem ser usados pelo inimigo. A pergunta de Pedro é reveladora: “Ananias, por que encheu Satanás teu coração?’ (5.3).

 

2. O perigo da hipocrisia e avareza (At 5.4)
“Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus.”
Vemos que o problema de Ananias e Safira é a hipocrisia motivada por um coração avarento. Eles querem o prestígio aparentemente atribuído a Barnabé (4.36 e 37), mas não têm a grandeza nem o altruísmo deste. Então bolam um plano maligno. Esquecem que o pecado mais oculto aqui é um escândalo no céu. Pedro acusa o casal, não de mentirem para ele, mas ao Espírito Santo, o verdadeiro líder e Senhor da Igreja.
O casal não precisava vender nada, não havia obrigação para isso, e vendida a propriedade, não precisavam entregar o preço da venda, se não quisessem. O problema deles foi a decisão de entregar uma parte, em fazendo falsamente essa passar pelo todo. O desejo de parecer virtuoso sem pagar o preço de ser – eis a essência da hipocrisia.
O Espírito Santo livrou a Igreja de uma malignidade que contaminaria todo o processo de generosidade em favor dos pobres e necessitados, que resultaria em enormes prejuízos à fé e ao amor genuínos se não fosse duramente impedida.
Igualdade, deixou claro que não é tolerável usar a Igreja como meio de promoção pessoal. Guardemos o alerta de N. Hawthorne: “Ninguém pode, por muito tempo, ter um rosto para si mesmo e outro para a multidão, sem, no final, confundir qual deles é o verdadeiro”.

 

3. O tiro pela culatra (At 5.11)
“E sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouviram a notícia destes acontecimentos.”
Mas o que seria um dano se transformou numa grande vitória para a Igreja. Atos 5.11 revela que o temor diante do ocorrido fez com que as pessoas passassem a olhar a Igreja com respeito e reverência. Ou seja, a morte do casal teve uma influência purificadora sobre a comunidade de cristãos, de modo que ninguém se atrevia, por razões puramente humanas, entrar para fazer parte.
Entretanto, a Igreja continuava crescendo pelo poder do Espírito Santo e aqueles que experimentavam uma genuína conversão não receavam entrar e fazer parte (5.14). E a Igreja crescia e se fortalecia mais e mais. Que coisa fantástica!

 

 

III.PRINCÍPIOS A PRATICAR
Vejamos alguns princípios que aprendemos com os ataques sofridos pela igreja.

1. Não negocie suas convicções (At 5.29)
“Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens.”
Num dos versículos mais lindos da Bíblia, a resposta de Pedro diante do sinédrio é corajosa e cheia de significado: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29), Ele afirma, diante do mesmo sinédrio que condenou seu Mestre, que nada o faria abandonar seu chamado e suas convicções. Que sua afirmação encha nosso coração de ânimo para vivermos e servirmos ao Senhor Jesus com coração fiel, nunca nos calando em troca de auferir vantagens, favores políticos, promoções ou mesmo a liberdade.
Quem se acovarda e negocia princípios para se safar nega sua fé. Que cada um diga convictamente: minhas convicções bíblicas são inegociáveis. Não há acordos a fazer, apenas uma mensagem a anunciar. Amém!

 

 

2. Fidelidade (At 4.20)
“Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos.”
Diante da ameaça do Sinédrio (4.18), Pedro, ousadamente, deixa claro que eles obedeciam a um comando maior. Sempre que a Igreja estiver diante de uma situação na qual obedecer às autoridades constituídas implica em agir contrariamente aos princípios bíblicos, ela não deve ter dúvidas sobre sua lealdade a Deus.
Muitos interpretam Romanos 13 dizendo que devemos obedecer às autoridades civis, quaisquer que sejam elas e independente do que elas exigem. Mas a Bíblia, conquanto nos exorte a obedecer às autoridades, também deixa claro que, quando estas extrapolam os termos do seu governo, exigindo fidelidade acima das Escrituras ou posturas incompatíveis com a ética cristã, nós ficamos com as Escrituras. Nossa obediência a Deus não pode nunca ser negociada.
A fidelidade a Deus é o critério para a obediência e submissão às autoridades civis. É necessário cuidado para que, na tentativa de evitar as perseguições, não venhamos a comprometer nosso testemunho ou apostatar da fé.
É assim que as parteiras do Egito desobedeceram a Faraó, quando ordenou a morte das crianças; e, nesse episódio, os apóstolos, quando proibidos pelas autoridades de testemunhar do Evangelho, dizem: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus.” (At 4.19). Myer Pearlman chama isso de “desobediência obediente”.

 


3. Alegria nas lutas (At 5.41)

“E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome.”
Como se alegrar nas perseguições e tribulações? Pode ser quase incompreensível associar perseguição com alegria. Para nós, parecem coisas mutuamente exclusivas.
De fato, é um grande paradoxo. Mas Jesus termina as bem-aventuranças, dizendo-nos que quando vierem as lutas e perseguições por causa da Palavra e da nossa fidelidade a ela somos bem-aventurados (Mt 5.12).
Em vez de lamentos e prantos, deveríamos nos alegrar no Espírito Santo. Lucas descreve que os apóstolos saem do sinédrio “regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome” (5.41). Concluímos que há sofrimentos que são prêmios.

 

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Se você é mesmo um crente em Jesus Cristo, membro da igreja militante, por certo que sofrerá. Mas saiba que, um dia, receberá sua recompensa como igreja triunfante. Vale a pena prosseguir!

 

RESPONDA
Marque “V” para a opção verdadeira e “F” para a falsa:
1) Sofrimento por causa do Evangelho é um privilégio.
2) Graças a Deus que nos dias de hoje ninguém mais precisa sofrer pelo Evangelho.
3) Quando a obediência a Deus implicar em sofrimentos o cristão está livre para fazer o que quiser.