LIÇÃO 4 – SALMO 46 – O SENHOR DOS EXÉRCITOS ESTÁ CONOSCO
EM ÁUDIO
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Honrado professor, aproveite esta aula para falar de duas características, simples, porém formidáveis do nosso Deus, aponte o verbo ser e o estar.
Pois primeiro, no salmo 46, está registrado que Deus “É” refúgio, Ele “É” fortaleza, Ele “É” socorro presente, isto é, não importa se alguém acredita ou não, se tenta provar a sua inexistência ou não, se o serve ou não, ele Foi, É e continuará Sendo Deus.
Segundo, que Ele “ESTÁ”, esse Deus poderia escolher morar em qualquer outro lugar, como escolheu uma casa no tempo da antiga aliança, mas Ele escolheu estar conosco e morar em nós. Deus também está no meio da sua Igreja como firmamento. Por isso, ela não será abalada.
PALAVRAS-CHAVE
Socorro • Presença • Superação
OBJETIVOS
• Identificar o Salmo 46 como um poderoso cântico de fé, confiança e louvor ao Todo-Poderoso.
• Lembrar que nossa segurança está no fato de Deus estar presente.
• Crer que a plena confiança Nele é o segredo para a Sua intervenção.
PARA COMEÇAR A AULA
Inicie a aula perguntando quem gosta de fazer coisas sozinho, possivelmente, poucas pessoas ou ninguém levantará as mãos em sinal de positivo.
Em seguida introduza a aula dizendo que não escolhemos nem o começo, nem o final da jornada da vida, mas existe uma intermediária na qual precisamos viver sabendo de algumas coisas, dentre estas, é que Deus nos colocou na jornada da vida, mas não nos deixou sozinhos, ele está conosco assim como esteve com Israel nos bons e maus momentos.
RESPOSTAS
1) b
2) “terra se transforme”, “montes se abalem nos mares”, “águas tumultuem”, “montes estremeçam”.
3) A plena confiança Nele.
LEITURA COMPLEMENTAR
“Deus é o nosso refúgio e fortaleza”. Não os nossos exércitos ou as nossas fortalezas. O orgulho de Israel está no Senhor, o único Deus vivo e verdadeiro. Outros se vangloriam nos seus castelos inexpugnáveis, situados em rochedos inacessíveis e protegidos com portas de ferro. Mas Deus é um refúgio muitíssimo melhor na hora do sofrimento do que todos esses. Quando chega o momento de entrar guerreando no território dos inimigos, o Senhor é de mais vantagem para o seu povo do que toda a bravura das legiões ou a força ostensiva de carros e cavalos. Soldados da cruz, lembrem-se disso, e considerem-se seguros, e façam-se fortes em Deus.
Não se esqueçam da palavra possessiva pessoal “nosso”. Cada um precisa ter certeza da porção que tem em Deus, para então poder dizer individualmente: “Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza”. Não nos esqueçamos também do fato de que Deus é agora mesmo o nosso refúgio, no presente imediato, tão verdadeiramente quanto no momento em que Davi escreveu as palavras. Só Deus é o nosso tudo em todos. Todos os outros refúgios são refúgios de mentira e todas as outras fortalezas são fraqueza, pois o poder pertence só a Deus. Mas tendo em vista que Deus é devidamente suficiente, a nossa defesa e o nosso poder são igualmente em todas as emergências.
Livro: Os Tesouros de Davi vol. 1 (Charles Spurgeon, CPAD, 2017, pag. 989)
Estudada em 27 de outubro de 2019
Lição 4 – Salmo 46 – O Senhor Dos Exércitos Está Conosco
TEXTO ÁUREO
“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem-presente nas tribulações.” Sl 46.1
VERDADE PRÁTICA
Temos um Deus presente em nossa vida
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda-feira – Sl 43.5 Espera em Deus
Terça-feira – Sl 48.1 Nosso Deus mui digno de louvor
Quarta-feira – Sl 76.11 Fazei e pagai vossos votos
Quinta-feira – Sl 84.10 Um dia com Deus vale mais que mil
Sexta-feira – Sl 120.1 O Senhor ouve o meu clamor
Sábado – Sl 125.1 Quem confia no Senhor não se abala.
LEITURA BÍBLICA
Salmo 46.1-7
1 Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem-presente nas tribulações.
2 Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares;
3 ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam.
4 Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo.
5 Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã.
6 Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve.
7 O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.
Texto Completo: Sl 46.1-11
Hinos da Harpa: 581 – 578
SALMO 46 – O SENHOR DOS EXÉRCITOS ESTÁ CONOSCO
INTRODUÇÃO
I. ASPECTOS GERAIS Sl 46.1
1. Autor, título e data
2. Classificação
3. Refúgio e fortaleza Sl 46.1
II. NÃO TEMEREMOS Sl 46.2-7
1. Superando calamidades Sl 46.2,3
2. Rio que alegra Sl 46.4
3. Deus nos ajudará Sl 46.5-7
III. GARANTIA DE VITÓRIA Sl 46.8-11
1. Vinde contemplar Sl 46.8,9
2. “Aquietai-vos” Sl 46.10
3. O Senhor dos Exércitos está conosco Sl 46.11
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
Hoje, estudaremos um dos salmos mais admiráveis da Escritura. O Salmo 46 é um cântico de reconhecimento da autoridade de Deus, uma poesia bela que nos fascina pela sua beleza e contemporaneidade. É um grito de Deus contra todo medo e ansiedade. “Aquietai-vos” lembra com precisão o grito do Mestre sobre as águas agitadas da Galileia.
O chamado “Salmo de Lutero” serviu de inspiração para uma das mais belas canções compostas pelo reformador: Castelo Forte, o hino 581 da Harpa Cristã.
I. ASPECTOS GERAIS (Sl 46.1)
1. Autor, título e data. O Salmo 46 é atribuído aos “filhos de Corá” ou coraítas, levitas que serviam no santuário. O título em itálico também diz: “Cântico sobre Alamote” ou “Em voz de soprano”, o que é naturalmente uma notação musical interessante, haja vista a data muito antiga de sua composição.
Sobre a data, especificamente, não a temos. Conjectura-se referir-se ao livramento de Jerusalém contra a invasão do exército de Senaqueribe, em 701 a. C. (2Cr 32.1-23).
2. Classificação. O Salmo 46 é um poderoso cântico de fé, de confiança e louvor ao Senhor Todo-Poderoso. Junto com os Salmos 47 e 48, forma uma trilogia cujo tema é a grandeza e a supremacia de Deus em todos os tempos. É um dos cânticos de Jerusalém. O salmo apresenta um refrão (v. 7,11).
3. Refúgio e fortaleza (Sl 46.1). “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem-presente nas tributações”. Uma correta interpretação do Salmo 46 requer sua contextualização na Antiguidade. Em tempos em que vigorava a Lei de Talião (“dente por dente, olho por olho”, Êx 21.24), para evitar punição injusta a criminosos não intencionais, Moisés estabeleceu seis cidades de refúgio (Nm 35.6).
Essas cidades tinham um tipo de imunidade semelhante às atuais embaixadas, que, pelo direito internacional, são consideradas extensão do território do país que representam. Lembramos o recente caso do ativista australiano Julian Assange, fundador do Wikileaks, que se refugiou por sete anos na embaixada do Equador em Londres, sem poder ser preso.
Por sua vez, cidades antigas eram cercadas por elevadas muralhas e construíam fortalezas para se defender de povos inimigos. Lembramos as colossais muralhas de Jerico derrubadas por Israel e os muros de Jerusalém, reconstruídos por Neemias (Ne 3).
Ao declarar Deus conjuntamente como “refúgio” e “fortaleza”, o Salmo 46 criou a melhor imagem de segurança que se podia ter naquela época, ligando a providência divina ao socorro certo e imediato (“bem presente”) garantido nesses espaços.
Não sei por quais caminhos Deus me conduz, mas conheço bem meu guia”
(Martinho Lutero)
II. NÃO TEMEREMOS (Sl 46.2-7)
1. Superando calamidades (Sl 46.2,3). “Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam”. Todos nós estamos sujeitos a grandes provações no mundo (Jo 16.33). Nos versículos 2 e 3, o Salmo 46 lembra grandes catástrofes naturais (“terra se transforme”, “montes se abalem nos mares”, “águas tumultuem”, “montes estremeçam”), tal como aconteceu em 26 de dezembro de 2004, quando um tsunami devastou a Indonésia.
Esta afirmação máxima de confiança é ao mesmo tempo uma metáfora e uma declaração de fé acerca de situações graves que podem nos acometer neste mundo.
Apesar da gravidade de algumas situações, Deus reina acima das tempestades.
Não temos bem maior do que o Senhor (Sl 73.25). Jó poderia ter escrito este salmo, pois vivenciou como poucos servos de Deus tantas adversidades ao mesmo tempo (Jó 1-2), mas, Deus continuou sendo o seu bem maior (Jó 19.25).
Deus é por nós. Nada derrotará a nossa fé (Rm 8.31-39).
2. Rio que alegra (Sl 46.4). “Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo.” (v.4). De repente, as cenas de destruição relatadas nos versículos 2 e 3 cedem espaço à poesia. As águas mudam de papel, agora são calmas e alegram Jerusalém (“Cidade de Deus”). Certamente, temos aqui uma linguagem figurada da paz que a presença de Deus produz em nossas vidas durante as lutas, pois Jerusalém não é banhada por um rio, estando o Jordão muito distante.
Este “rio” em Jerusalém lembra a visão do profeta Ezequiel, cujas águas que brotavam do Santuário purificavam a terra (Ez 47). A água, um bem tão precioso naquela terra árida, surge mais uma vez na Bíblia como símbolo de paz, restauração, vida e frutos (Sl 1.3). Este “rio” certamente é Jesus, a água da vida, o único que pode nos garantir a paz em meio à dor através do Espírito Santo (Jo 4.14; 7.37-38).
3. Deus nos ajudará (Sl 46.5- 7). Deus está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã. Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve”. Vivemos um tempo espiritualmente difícil, sem dúvida, tempo de heresias, corrupção e avareza (2Tm 3.1-5). Todavia, a Igreja permanece espiritualmente como a Noiva do Cordeiro (Ap 19.7), sem rugas, sem máculas (Ef 5.27).
Neste contexto espiritual difícil, a promessa de Jesus de estar com seus legítimos seguidores está de pé (Mt 28.20). Não devemos generalizar fraquezas pontuais observadas no meio do rebanho de Deus. A Igreja está pronta para o Arrebatamento (1Ts 4.16-17).
Deus nos ajudará “desde antemanhã” (v.5). Mesmo quando a cidade ainda dorme, mesmo quando ainda somos imaturos, temos um Pai cuidando de nós. Nossa segurança não está em nossas obras (Ef 2.8-9; 2 Co 11.30), está no fato de Deus estar presente.
Lembramos aqui o memorável evangelista inglês John Wesley (1703-1791), que, depois de uma vida inteira consagrada ao Senhor, disse em seu leito de morte: “O melhor de tudo é que Deus está conosco”. E, para quem pregara milhares de sermões, sua última recitação bíblica foi: “O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (v. 7).
III. GARANTIA DE VITÓRIA (Sl 46.8-11)
1. Vinde contemplar (Sl 46.8,9). “Vinde, contemplai as obras do Senhor, que assolações efetuou na terra.” (v. 8). Novamente, a poesia do Salmo 46 trabalha contrastes. Depois de uma descrição catastrófica (v.2-3) e a imagem de um rio purificador em Jerusalém, agora é Deus quem surge em cena como “O Senhor dos Exércitos”. Esta expressão enfatiza o poder de Deus (Is 44.6) cujos “exércitos” pode indicar os anjos (Sl 103.21), os astros (Sl 33.6) ou o próprio exército de seu povo, Israel (1Sm 17.45). O versículo 9 é uma descrição perfeita de uma guerra na Antiguidade.
Quando entregamos nossas vidas ao Senhor, tornamo-nos propriedades dele (1Co 6.20). Agora, são contra ele as ofensas e todo o mal que recebemos neste mundo (At 9.4-5). Mas, entendamos uma coisa: Deus não age por vingança contra o pecador, ele age por amor, sempre querendo salvar também os nossos inimigos. Foi isto que Jesus viveu e nos ensinou (Mt 5.44).
Não podemos cair na armadilha do extremismo religioso. Deus é amor (1Jo 4.8), esta é a palavra que resume todos os mandamentos (Mc 12.30-31), de modo que nada nos valerá verdadeiramente uma fé egocêntrica e vingativa, que se alegra com o mal de outrem, ainda que, pela religiosidade, ofereçamos nosso corpo para ser sacrificado (1Co 13). Condutas vingativas e condenatórias nos afastam do Advogado (1Jo 2.1) e nos aproximam do Acusador (Ap 12.10).
Mantenhamos em nossa lembrança os incontáveis livramentos de Deus em prol da nossa vida e de nossa família. Precisamos desse memorial de fé. Deus é o nosso memorial de vitórias.
2. “Aquietai-vos” (Sl 46.10). “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra”. Existe um “segredo” na intervenção divina a favor de seus filhos, este segredo é a plena confiança nele. Como Advogado constituído diante do Pai, temos de lhe passar a nossa vida como um tipo de procuração com amplos poderes, pois, quando escolhemos pessoas para nos representar aqui na Terra, fazemos isto fundamentados na competência e na confiança.
“Aquietai-vos” pode ser traduzido para “rendam-se”, “deponham as armas”. A “ira do homem não opera a justiça de Deus” (Tg 1.20, versão King James). O Mestre está presente e ordena que as tempestades se acalmem. Você pode entoar “Sossegai” (Harpa Cristã, 578).
3. O Senhor dos Exércitos está conosco (Sl 46.11). “O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”. O Salmo 46 era o preferido de Martinho Lutero. Conta-se que, convocado à Dieta de Worms, em Roma (1521), o reformador lia este salmo a caminho, sendo provavelmente sua inspiração ao seu triunfante hino “Castelo Forte” (Harpa Cristã, 581).
Você não está só neste mundo. O Senhor dos Exércitos está com você. Ele envia seus ministros celestiais para cumprir ordens em sua vida (Hb 1.14). Ele tem um exército de fiéis, a Igreja, um exército formado de todos os povos, línguas e raças (Ap 5.9). Anime-se! Somos um exército de irmãos abençoando a Nação!
APLICAÇÃO PESSOAL
É comum nos sentirmos abandonados nos momentos mais angustiantes. Mas o Senhor dos Exércitos está conosco!
RESPONDA
1) A trilogia composta pelos salmos 36, 37 e 38 ressaltam que qualidade de Deus?
a) Beleza
b) Grandeza
c) Fidelidade
2) Quais expressões do Salmo 46 nos fazem lembrar catástrofes naturais?
3) Segundo a lição, qual o “segredo” para intervenção divina a favor de Seus filhos?
VOCABULÁRIO
• Conjectura: ato ou efeito de inferir ou deduzir que algo é provável, com base em presunções, evidências incompletas, pressentimentos.
• Bramar: Gritar (de dor, de paixão, de cólera etc.) ou reclamar, protestar ou acusar em voz alta, veementemente (contra); bramir, clamar, suplicar; produzir grande ruído.
• Egocêntrico: Aquele que exibe atitudes ou comportamentos voltados para Sl mesmo, de modo relativamente insensível às preocupações dos outros. Egoísta.
Uma abençoada aula