Lição 5 – Igreja, Política e Cidadania

LIÇÃO 05 – IGREJA, POLÍTICA E CIDADANIA

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Igreja, Política e Cidadania. Quem nunca teve uma oportunidade de debater sobre esses assuntos, quer seja em uma rodada de amigos, na escola, no trabalho etc.? Esta, por sinal, é uma boa oportunidade para questionar seus alunos sobre o que eles pensam do envolvimento de cristãos na política.

A começar pela existência da Igreja e seu papel atuante no mundo (como sua relação com a política e o exercício da cidadania), não podemos ignorar nem ficar omissos a tudo o que está acontecendo no mundo e em nossa nação.

Nossa missão enquanto agentes do Reino de Deus aqui na terra tem a ver também com a participação ativa no bem-estar do nosso povo através dos nossos representantes políticos.

 

OBJETIVOS

  • Demonstrar as razões pelas quais a Igreja veio à existência e o seu papel no mundo.
  • Aclarar a relação entre a Igreja e a política e sua relevância no mundo.
  • Conceituar cidadania e mostrar como os crentes podem exercê-la.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Para muitos crentes o tema sobre política ainda é visto como algo tão sem importância. O que fazer para atrair a atenção dos alunos para um assunto que de certa forma os incomoda?

Uma boa dica para tornar o conteúdo de maneira mais dinâmica, com o objetivo de fazer com que o aluno participe da aula, é perguntar-lhe: Se você um dia resolvesse entrar na política, a que cargo concorreria e, se eleito, qual seria o seu projeto para sua cidade, estado ou nação? Após ouvi-los, mostre o quanto é importante o nosso papel enquanto cristãos no exercício da nossa cidadania.

 

PALAVRAS-CHAVE

Igreja • Política • Cidadania

 

RESPOSTAS DAS PERGUNTAS

1)        Além da proclamação do Evangelho, lidar com as questões contemporâneas.

2)        RESPOSTA PESSOAL.

3)        Área médica, militar e magistratura

 

LEITURA COMPLEMENTAR

Os seus membros (da Igreja) desfrutam da liberdade cristã e devem ser estimulados a servir a Deus em qualquer função que exerçam. Eles são braços do Reino de Deus, que penetram em todos os segmentos. Volto a lembrar as metáforas do sal e da luz por serem ideais para esse tipo de consideração. Elas definem com bastante propriedade o nosso papel.

Quando se põe, por exemplo, uma pequeníssima quantidade de sal para temperar e dar gosto ao alimento, ele penetra indistintamente no alimento que está na panela. O mesmo ocorre com a luz. Ao ser acesa, alcança todas as frestas do ambiente a ser iluminado. Em outras palavras, não faz sentido tentar reduzir a presença cristã a lugares devidamente selecionados.

Só que eles não estão ali para representar os interesses da Igreja, no sentido egoísta do termo, mas como ferramentas que devem trabalhar no interesse de toda a sociedade. É assim que os cristãos devem viver a vida cristã.

Livro: “Visão Cristã sobre Política” (COUTO, Geremias. Editora Visão Cristã, Campina Grande, PB, 2O15, p. 41).

 

LIÇÃO 5 – IGREJA POLÍTICA E CIDADANIA 

TEXTO ÁUREO

“Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo. “Fp 2.15

 

VERDADE PRÁTICA

Embora política e Igreja naveguem em leitos distintos, esta não pode prescindir de preparar os seus membros para uma vida cidadã em todas as áreas.

 

Estudada em 04 de Novembro de 2018

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Fp 2.12-15 Brilhando como astros no mundo

Terça – 1Co 7.29-31 Vivendo sem estar preso ao mundo

Quarta – 1Co 10.31 Agindo para a glória de Deus no mundo

Quinta – 1jo 2.15,16 Exercendo domínio próprio no mundo

Sexta – 1Co 2.1-6 Proclamando a sabedoria de Deus ao mundo

Sábado – 1jo 5.1-5 Usando a fé para vencer o mundo

 

LEITURA BÍBLICA

Filipenses 2.12-16

12       Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor;

13       porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.

14       Fazei tudo sem murmurações nem contendas,

15       para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo,

16       preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente.

 

Hinos da Harpa: 633-355

 

IGREJA, POLÍTICA E CIDADANIA

 

ORGANIZAÇÃO DESTA LIÇÃO NA REVISTA

 INTRODUÇÃO


I.
RAZÃO DE SER DA IGREJA

  1. Propósito divino Ef 3.4-10
  2. Mensagem abrangente 1Pe 2.9
  3. Dimensão local Fp 2.12-15


II. 
A IGREJA E SUA RELAÇÃO COM A POLÍTICA

  1. A Igreja e Deus Ef 3.1o
  2. A Igreja e César Fp 2.15
  3. A Igreja e a política 1Co 7.29-31

III. A IGREJA E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA

  1. A prática da cidadania Mt 5.l6
  2. O que é cidadania At 22.27,28
  3. O ensino da cidadania Mt 5.15

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

Após considerarmos a legitimidade da governança e a abrangência da cosmovisão cristã à luz da Bíblia, outra questão logo se impõe: o papel da Igreja e sua relação com a política – enquanto arte de governar – e a cidadania, levando em conta que ela, a Igreja, é constituída de pessoas cidadãs do Céu, mas que ainda vivem no mundo.

Dois extremos precisam ser evitados: de um lado, a omissão que aliena e lava as mãos; e de outro, a militância que acaba por transformar a igreja local em um partido político. Para tanto, precisamos ver como a Bíblia trata do assunto.

I. RAZÃO DE SER DA IGREJA

1. Propósito divino. A Igreja não é um projeto humano. Embora se insira em nossa realidade, ela teve origem na mente de Deus com o propósito de congregar na família de Deus aqueles que seriam alcançados por Sua graça salvadora em Cristo (Ef 1.10). Nesse sentido, ela está acima de qualquer outra instituição, tem caráter abrangente e não se conduz por ideologias humanas nem por partidarismos.

A Igreja descortina o mistério que esteve oculto por gerações (Ef 3.5), Todavia, foi revelado na plenitude dos tempos (na encarnação de Cristo) que implica em congregar tanto judeus como gentios em um só povo, mediante a promessa da salvação em Cristo por meio do Evangelho (Ef 3.6). O seu propósito eterno está implícito na morte do Cordeiro prevista desde a eternidade como o único, perfeito e eficaz sacrifício para expiar os nossos pecados (Ap 13.8).

2. Mensagem abrangente. Deste modo, a mensagem da Igreja reveste-se do sentido de proclamação, com caráter singular, que jamais se igualará a qualquer outra mensagem que possa ser anunciada. Ela não proclama a si mesma e nem se comporta como uma estrutura humana, para fins meramente humanos, embora esteja inserida em nossa temporalidade histórica (1Pe 2.9),

A Igreja proclama a Cristo de tal maneira que as pessoas resgatadas pela proclamação do Evangelho são geradas segundo a sua imagem para viver uma vida que reflita o caráter de Deus entre os homens (1Co 2.1,2; Cl 3.1-17). Este é o eixo – a espinha dorsal – de seu papel como agente do Reino de Deus no mundo. De outro modo, ela não pode caracterizar-se como Igreja.

3. Dimensão local. Mas em sua dimensão humana, a Igreja se expressa através de comunidades locais espalhadas pelo mundo, como bem se vê nas sete cartas dirigidas às igrejas da Ásia e em muitas outras passagens que mencionam a sua multiplicidade (Ap 2.1; 1Co 14.33; Gl 1.2; 1Co 16.19). Ela é una e indivisível – um só corpo sob a mesma cabeça – mas também diversa e múltipla ao mesmo tempo, lidando com as peculiaridades de cada época e de cada lugar, com todas as implicações que as mesmas acarretam.

Tanto nas cartas paulinas como nas cartas gerais percebe-se que os seus autores, além de reafirmar o valor eterno e gracioso da obra de Cristo, tinham em mente tratar de problemas específicos e localizados. É óbvio que esses ensinos, tidos como Palavra de Deus, se estendem a toda a Igreja em todos os lugares e em todos os tempos. Mas a sua formulação partiu de situações pontuais, tornando-se desde então ensino geral (Fp 2.2-15),

Ou seja, as igrejas de hoje, além de seu papel na proclamação do Evangelho, precisam também lidar com as questões contemporâneas (1Co 10.32),

Dois extremos precisam ser evitados: de um lado, a omissão que aliena e lava as mãos; e de outro, a militância que acaba por transformar a igreja local em um partido polít1Co.”

 

II. A IGREJA E SUA RELAÇÃO COM A POLÍTICA

1. A Igreja e Deus. Assim, uma dessas questões é a sua relação com a política, enquanto arte de governar. Convém aqui valermos do diálogo de Jesus com os fariseus sobre o pagamento de impostos a Roma (Mt 22.15-22), Se ele considerou como legítimo dar a César o que lhe pertencia, como já vimos em lição anterior, estabeleceu também duas premissas definitivas e irrecorríveis.

A primeira premissa é que, como Igreja, cuidamos dos negócios de Deus. Ela navega em leito próprio. Esse será sempre o seu ponto de partida, como porta-voz da multiforme sabedoria de Deus, que abarca, entre outros pontos, o Seu plano redentor, a encarnação do Verbo, a natureza eficaz da regeneração e a renovação diária da nossa mente (Ef 3.10), Por conseguinte, não se trata de vida em redoma, mas uma vivência que interfere na realidade cotidiana.

2. A Igreja e César. A segunda premissa tem a ver com César, ou seja, o leito da governança, onde as ações do “pavimento de cima”, representado pela vida de fé, interferem para que haja justiça, segurança, paz e prosperidade. Isto é devidamente afirmado em pelo menos três passagens do Novo Testamento (Rm 13.1-7; 1Tm 2.1,2, 1Pe 2.13-17). Embora em leitos distintos, a Igreja deve brilhar como a luz nas trevas de um mundo vil e corrompido (Fp 2.15).

O significado disso é que ela não pode omitir-se, alienar-se, esconder-se ou ignorar o que acontece ao seu redor. A Igreja é a única fortaleza equipada pelo poder do Espírito Santo para, no campo da proclamação da verdade (luz) e da presença preservadora (sal), fazer frente às ações hostis praticadas por governos ímpios que se curvam e se regem pelos princípios da cosmovisão naturalista.

3. A Igreja e a política. Aqui chegamos ao ponto nevrálgico (central). Convém lembrar que a política é transitória, temporária e finita, enquanto a Igreja tem propósitos eternos. Assim, como instituição divina, a igreja não é um partido político e não lhe cabe militância partidária, que acaba por reduzir e até mesmo desqualificar o seu papel por entrar num terreno faccioso (que causa divisões), ideológico, conturbado e movido muitas vezes por interesses inconfessáveis. Não é por esse caminho a sua missão. A Igreja não foi chamada para fazer política, no estrito sentido do termo, mas para a proclamação do Reino de Deus (1Co 7.29-31),

Por outro lado, a Igreja não pode fazer vistas grossas ou mesmo coonestar (disfarçar, fazendo parecer honestos) atos produzidos por homens públicos e governos que impliquem em opressão, injustiça, restrição de liberdade, inclusive de culto, autoritarismo e imposição de normas que destruam valores imutáveis como princípio de vida, entre outros pontos. O seu exemplo e ações, como Igreja, além de estimular vocações cristãs para a vida pública, precisam ser nitidamente expostos, explicitados, sem se confundir com a prática ímpia no setor público.

 

 

III. A IGREJA E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA

 

1. A prática da cidadania. A prática da cidadania não se dá apenas mediante cargos eletivos, isto é, aqueles que se alcançam por meio de eleições, embora seja também uma forma de exercitá-la. É bem verdade que o desgaste nessa área é enorme e desestimulante, mas é em tempos de crise que a luz precisa brilhar ainda mais, e o sal, ser mais influente.

No entanto, a prática cidadã se estende também para outras áreas, que nem sempre são lembradas, ou pouco se estimula, para que cristãos vocacionados possam equipar-se e prestar ali a sua contribuição. Apenas como exemplo, devemos também estimular vocações para a área médica, militar, magistratura, segurança, artística, científica, cultural e educacional, entre outras. Em cada um desses lugares, quando as boas obras de cada um são manifestas, o nome do Senhor é glorificado (Mt 5.16).

2. O que é cidadania. Sob essa perspectiva, outra questão a ser enfrentada pela Igreja é o exercício da cidadania. Não se trata de algo difuso, mas de deveres e direitos sob o império da lei que a pessoa desfruta de forma progressiva nas distintas fases de sua vida até a maioridade. Ressalte-se que hoje há muita ênfase sobre direitos. É o que mais se ouve em diferentes círculos, onde cada grupo ou indivíduo milita em sua defesa, mas na maioria das vezes se esquece do outro lado da moeda cidadã: os deveres. A cidadania saudável contempla os dois aspectos (At 22.27,28).

3. O ensino da cidadania. Por conseguinte, além de seu papel institucional e de proclamação, a Igreja tem o dever de preparar os seus membros à luz da Bíblia, para o exercício da cidadania, enquanto estão no mundo. Tanto no aspecto evangelístico quanto no aspecto da cidadania, a Igreja não pode estar escondida “debaixo do alqueire” (Mt 5.15). Mas os seus membros precisam estender-se a todos os extratos sociais com a proclamação do Evangelho e o testemunho de uma vida cidadã comprometida com os valores do Reino.

APLICAÇÃO PESSOAL

O ensino bíblico articulado, esclarecido e consistente é o melhor meio de tornar a vida cristã integral e relevante no mundo. É a maneira eficaz de nortear os crentes sobre como podem atuar sem serem contaminados ou influenciados negativamente pelo ambiente em que vivem. Na presença da luz, as trevas se ausentam. Perante o sal, a degeneração é barrada. É o que se espera de uma igreja atuante e comprometida com o Reino.

Fazer a obra de Deus não se circunscreve apenas ao púlpito ou a outras atividades no âmbito exclusivo da Igreja. Em qualquer lugar que estejamos, segundo a vocação de cada um, nossa perspectiva não pode ser outra, senão a de que nossos atos visam primariamente a glória de Deus.

 

 

RESPONDA

1) Qual o papel da Igreja no mundo hoje?

2) Para você, como deve ser a relação da Igreja com a política?

3) Cite alguma outra área em que Igreja pode praticar a cidadania.

 

 

VOCABULÁRIO

  • Coonestar: fazer que pareça honesto, honroso; disfarçar. Legitimar.
  • Faccioso: que exerce alguma ação violenta ou subversiva, perturbando a ordem pública.
  • Nevrálgico: ponto delicado, melindroso. Ponto mais importante de uma questão qualquer.
  • Redoma: barreira de proteção contra o ambiente externo.