Lição 6 – Gálatas 6 – As Marcas de Cristo na Vida do Cristão

LIÇÃO 6 – GÁLATAS 6 – AS MARCAS DE CRISTO NA VIDA DO CRISTÃO

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Gálatas 6 há 18 versos. Sugerimos começar a aula lendo com todos os presentes Gálatas 6.1 a 18 (de 5 a 7 minutos) Tenha em mente nesta aula que um dos grandes efeitos do Evangelho do reino é a transformação de vidas e de realidades e isso ocorre em função de seu apelo prático e poder intrínseco. Após discorrer sobre a necessidade de o Espírito Santo dominar nossas ações e produzir todo Seu fruto para uma real utilização de nossa liberdade, agora o apóstolo Paulo passa a descrever atitudes que deveriam ser executadas pelos Gálatas como evidência cabal desse fluir do Espírito Santo.
Por exemplo, quem anda no Espírito ama! Na prática, isso significa corrigir erros com brandura e de modo reflexivo (a fim de não ou cometer no futuro), segundo os padrões do Espírito, o que redundará em vida cristã proveitosa e plena de real comunhão com Deus.

 

OBJETIVOS:

  • Entender a responsabilidade que temos com a restauração do próximo
  • Compreender o princípio da semeadura na vida espiritual
  • Gloriar-se na cruz de Cristo

 

PARA COMEÇAR A AULA
Comece a aula demonstrando aos alunos a importância da prática para validação de determinado ensinamento. Faça uso de alegorias para atingir esse fim. Por exemplo, exponha a diferença entre a planta de um edifício plotada em um papel e a imponência desse empreendimento após concluído fisicamente.
Explique que muito embora haja bastante trabalho na formulação estrutural e arquitetônica daquela plantas sem a execução não passa de um papel com um desenho complexo

 

Respostas:
1) C
2) A
3) B

 

 

LEITURA ADICIONAL
De um modo geral, nós adotamos uma dessas duas atitudes para com os outros. Somos motivados por sentimentos de inferioridade ou de superioridade. Se nos consideramos superiores às outras pessoas, nós as desafiamos, pois desejamos que conheçam e sintam a nossa superioridade. Se, por outro lado, nós as consideramos superiores a nós, ficamos com inveja. Nos dois casos a nossa atitude é por causa de “vanglória” ou “convencimento”; temos uma opinião tão cheia de fantasias a nosso respeito que não suportamos os rivais. Muito diferente é aquele amor que é fruto do Espírito, que os cristãos apresentam quando andam no Espírito. Essas pessoas não são presunçosas, ou, então, procuram continuamente subjugar tal atitude pelo Espírito. Não pensam sobre si mesmas mais do que deveriam pensar; antes, pensam com moderação (Rm 12.3). O Espírito Santo abriu seus olhos para ver o seu próprio pecado e também a importância e o valor das outras pessoas aos olhos de Deus. Pessoas que têm esse tipo de amor consideram as outras “mais importantes” e procuram oportunidades para servi-las.
Resumindo, então, o verdadeiro relacionamento cristão é governado, não pela rivalidade, mas pelo serviço abnegado. A atitude correta para com as outras pessoas não é “eu sou melhor do que você e vou prová-lo”, nem “você é melhor do que eu e eu não gosto disso”, mas “você é uma pessoa importante, com direitos próprios (porque Deus fez você à Sua própria imagem e Cristo morreu por você e eu tenho a alegria e o privilégio de servi-lo.”
Livro: A Mensagem de Gálatas (John Stott, ABU Editora, 2000, Págs. 143-144).

 

Estudada em 9 de maio de 2021

 

Lição 6 – Gálatas 6 – As Marcas de Cristo na Vida do Cristão

 

Texto Áureo
“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.” Gl 6.9

 

Verdade Prática
O que importa é ser uma nova criatura e viver evidenciando as marcas de Cristo em nossa vida.

 

Leitura Bíblica Para Estudo Gálatas 6.1-18

 

INTRODUÇÃO

 

I. O AMOR QUE RESTAURA E AJUDA Gl 6.1-5
1. Quando alguém erra Gl 6.1a
2. Correção com brandura Gl 6.1b
3. Cuidado com a tentação Gl 6.1c

 

II. A LEI DA SEMEADURA Gl 6.6-10
1. Colhemos o que semeamos Gl 6.7
2. Semear na came ou no Espírito? Gl 6.8
3. Semeando o bem Gl 6.9

 

III. TRAGO AS MARCAS DE JESUS Gl 6.11-18
1. Os que se gloriam na carne Gl 6.12
2. Gloriar-se só na cruz Gl 6.14
3. As marcas de Jesus Gl 6.17

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 156 – 291

 

INTRODUÇÃO
O apóstolo faz o fechamento da carta falando sobre os resultados que a vida no Espírito produz no viver diário do Cristão. Estudaremos, portanto, o amor que restaura o irmão caído, a colheita que faremos em virtude de nossa semeadora, e a marca do verdadeiro cristão.

 

I. O AMOR QUE RESTAURA E AJUDA (Gl 6.1-5)
Na visão de Paulo, a Igreja é uma comunidade onde o amor precisa reinar. A ênfase aqui é no amor no sentido horizontal, ou seja, o olhar de cuidado com o semelhante.

1. Quando alguém erra Gl 6.1a
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta…”
A expressão “se alguém” é aplicada a qualquer membro do corpo de Cristo; da ovelha ao sacerdote. A conversão não é imunidade ao pecado. O crente já nasceu de novo pela Palavra, mas a velha natureza ainda está nele. O aniquilamento da tendência pecaminosa só se dará na vinda de Cristo (1Co 15.53).

 

2. Correção com brandura Gl 6.1b
“… Vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura.”
Quem pode corrigir? Os que já produzem as virtudes que compõem o fruto do Espírito. São os que possuem a mente de Cristo e são guiados pelo Espírito; aqueles que olham o seu irmão sob a lente do Cristo que disse à mulher adúltera: “Não te condeno, vai e não peques mais”.
Quem caiu precisa ser restaurado. A Igreja não deve portar-se tolerante com o pecado, pois, tolerância é omissão ou conivência. Paulo orienta que o caído deve ser “corrigido”. O grego usa a palavra katartizo que quer dizer “pôr alguma coisa em ordem”. De fato, quem peca erra o alvo e precisa voltar à “pista de corrida” e assim, continuar a correr bem. Todavia, a correção deve ser feita com brandura, que é sinônimo de mansidão, portanto, fruto do Espírito (5.23).

 

3. Cuidado com a tentação (Gl 6.1c)
“…E guarda-te para que não sejas também tentado.”
Quem corrige não deve ter espírito de superioridade, mas reconhecer que é da mesma natureza do que fracassou. O irmão não caiu porque é inferior ou menos espiritual.
Ao tentar restaurar o caído, devemos considerar que a vítima da queda poderia ter sido qualquer um de nós. No sentimento de igualdade reside o amor que nos dá condições para levar as “cargas uns dos outros” (6.5).
Precisamos vigiar para não condenar nos outros aquilo que nós mesmos praticamos, ou para não cair em práticas semelhantes àquelas que reprovamos na vida dos nossos irmãos.
Corrige com eficácia aquele que, além de falar a verdade em amor com os que tropeçam, também alivia o peso que os esmaga. Amor apenas de palavras é hipocrisia. Ação é o que a Palavra de Deus nos recomenda se queremos levantar aqueles que caíram. A ajuda prática aos feridos é a forma mais eficaz de a Igreja evidenciar o amor de Deus.

 

II. A LEI DA SEMEADURA (Gl 6.6-10)
Paulo faz um contraste entre o que se produz na carne e a frutificação no Espírito.

1. Colhemos o que semeamos (GI 6.7)
“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.”
Tudo o que plantamos, nós colhemos. O homem é livre para escolher, mas não é livre para escolher as consequências do que escolhe. Esta é a lei da causa e efeito. Colhemos exatamente a mesma natureza daquilo que semeamos. Uma árvore má não dá bons frutos. Em termos de quantidade, colhemos mais do que semeamos. Há uma multiplicação na colheita.
Quem semeia ventos, colhe tempestade [Os 8.7]. Querer subverter esse princípio é tentar zombar de Deus.
Na lei da semeadura não apenas a semente é determinante, mas também o solo onde se está semeando. Não adianta colocar semente boa num monturo de lixo. O ideal é semearmos uma boa semente em um bom terreno.

 

2. Semear na carne ou no Espírito? (Gl 6.8)
“Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna.”
Paulo retoma dois elementos citados em seus embates com os legalistas, quais sejam a “carne” e o “Espírito”.
Semear para a carne significa dar condições para a velha natureza se expressar livremente, enquanto semear no Espírito significa submeter-se ao Espírito para que Ele expresse Suas virtudes e poder como quer.
A semeadura para a carne é feita no campo do mundanismo. Pessoas que investem seu dinheiro tão somente no seu bem-estar pessoal ou em coisas que lhes proporcione mero prazer mundano, agem como se o reino de Deus não existisse. O semear na carne produz a corrupção, que é o afastamento definitivo de Deus na eternidade.
O semear no Espírito tem relação com o mundo presente e o porvir. O cristão vive a vida comum pautada na Palavra de Deus. Ele usa o seu dinheiro na promoção do seu bem estar e de sua família, mas também investe no reino de Deus e abençoa os pobres. A semeadura para o Espírito, que visa a buscar em primeiro lugar o reino de Deus e Sua justiça, produz a vida eterna (Mt 6.33).

 

3. Semeando o bem (Gl 6.9)
“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.”
Com respeito à prática do bem, devemos observar aqui três coisas:
1) O tempo. Devemos fazer o bem sempre, em toda e qualquer oportunidade.
2) O alcance. Nosso amor deve estender-se a todas as pessoas e não apenas a um grupo seleto.
3) A prioridade. A família da fé, porém sem esquecer os demais.
O fazer o bem pode ir muito além de ajudar os domésticos da fé ou a família de Deus. O verdadeiro cristão é motivado pelo Espírito Santo à prática do amor sem fronteiras. Com toda a liberdade que a vida cristã lhe proporciona o cristão não pratica o bem por imposição, mas como fruto que o Espírito Santo faz brotar de sua vida.
O “fazer o bem” vem acompanhado com a exortação de “não cansar” em fazê-lo. O perigo de semear em solo errado é razoavelmente óbvio, mas o perigo de estragar um bom trabalho por causa do desânimo é mais sutil. “Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (Sl 126.6).

 

III. TRAGO AS MARCAS DE JESUS (Gl 6.11-18)
Paulo termina a carta com letras grandes (6.11). Isso pode indicar pelo menos 3 coisas: primeiro, o indício de que a doença de Paulo era de origem oftalmológica; segundo, que até este ponto Paulo ditava esta carta a um secretário e, a partir deste momento, ele mesmo a escreveu de próprio punho; terceiro, que o tamanho das letras não só autentificava sua autoria como enfatizava a intensidade de sua mensagem, alertando quanto ao perigo da mensagem dos que se gloriavam na carne e na circuncisão que não funcionam para a salvação, mas anulam (tornam sem efeito) a cruz de Cristo.

 

1. Os que se gloriam na carne (Gl 6.12)
“Todos os que querem ostentar- se na carne, esses vos constrangem a vos circuncidardes, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo.”
Paulo acusa os judaizantes de possuírem uma fé de aparência, usando a circuncisão para fugir de possíveis perseguições. Eles não guardavam, de fato, a lei, mas usavam o ritual para uma exibição carnal sem nenhum compromisso real com Deus (6.13). O verdadeiro cristão exerce a fé e paga qualquer preço por isso. Ele sabe que “os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8.18).

 

2. Gloriar-se só na cruz (Gl 6.14)
“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo”
“Gloriar-se na cruz de Cristo”? A ufania é o estado de espírito de quem estar a gloriar-se. A Bíblia só aprova a ufania não resultante de orgulho pessoal. O Dr. R.N. Champlin defende que “existe uma forma legítima de orgulho, a saber, quando a porção superior do crente se identifica de tal modo com Cristo que, gloriar-se nessa porção e em suas realizações é, ao mesmo tempo, gloriar-se em Cristo, por tratar-se de algo plenamente espiritual”

 

3. As marcas de Jesus (Gl 6.17)
“Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus.”
A morte substitutiva de Cristo teve o propósito de transformar criaturas em filhos e o instrumento dessa transformação é a cruz de Cristo. Ser circuncidado ou in- circunciso não provoca nenhuma mudança espiritual (6.15), mas a cruz de Cristo produz as marcas de Jesus no corpo e na alma (6.17). Sendo assim, faz sentido a bênção final: ” A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso espírito. Amém!” (6.18). O apóstolo termina como começou: com a graça!
Paulo resume, assim, sua mensagem atemporal aos gálatas afirmando que de nada vale ser circuncidado ou não. O que importa é ser uma nova criação, nascer de novo, ser nova criatura. É viver evidenciando as marcas de Cristo na vida.
Nós vivemos pela graça. Crescemos quando seguimos a direção do Espírito de Deus, que vive em nós. A verdadeira espiritualidade não é imposta de fora; ela flui e transborda de dentro. A vida espiritual que agrada a Deus (e satisfaz nossa alma) consiste em sermos as novas criaturas que Deus nos criou para ser.
O velho homem, ou a natureza carnal, só deve ter um destino: estar crucificado com Cristo. Essa é a condição sine-qua-non para a nova criatura viver livremente na graça de Cristo e no poder do Espírito Santo.
A nova criatura só tem um alimento: a Palavra de Deus, pois anda conforme está escrito: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4). Sua lealdade absoluta é ao Rei e Senhor Jesus Cristo, para quem vive e por quem está disposto a dar a própria vida.
Paulo passou essa mensagem aos gálatas, e a mesma reverbera até hoje a nos desafiar a vivermos para o inteiro agrado de Deus.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
A vida espiritual que agrada a Deus e satisfaz nossa alma consiste em sermos as novas criaturas que Deus nos criou para ser e evidenciarmos as marcas de Cristo.

 

Identifique a resposta adequada a cada questão e relacione-a abaixo no espaço correspondente:

1) O crente nascido de novo pela Palavra…
2) A lei da semeadura é: tudo que semear…
3) A morte de Cristo transforma criaturas…

a) colherá.
b) em filhos adotados.
c) ainda tem a velha natureza carnal.