Lição 6: Lucas 9 e 10: O Envio dos Setenta e o Bom Samaritano

LIÇÃO 6: LUCAS 9 e 10: O ENVIO DOS SETENTA E O BOM SAMARITANO

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Lucas 9 e 10 há 62 e 42 versos, respectivamente. Sugerimos come­çar a aula lendo, com todos os pre­sentes, Lucas 10.25-4 (5 a 7 min.).

Sabendo a extensão do campo missionário, Jesus enviou 70 discí­pulos. A parábola contada nesses capítulos fala de trabalhadores numa grande seara, o que nos su­gere que a tarefa não é fácil, pois eles são poucos e atuam “no meio de lobos”. Cremos que o Espírito aviva ações práticas. Note que Jesus orienta os discípulos a deixar as ci­dades que recusassem recebê-los, mas Ele alerta que mensagem deve ser entregue (Lc 10.11). Professor, eis o argumento da aula: ninguém pode pregar uma mensagem dife­rente da que o Mestre ensinou e, do mesmo modo, a ninguém cabe o di­reito de silenciar. Porém, todos de­vemos viver o que ensinamos. Por isso a parábola do samaritano nos desafia a um amor sem restrições.

 

OBJETIVOS

  • Enfatizara vocação missionária da igreja.
  • Compreender que o papel da igreja é pregar em qualquer contexto.
  • Defender e conservar a verda­de evangélica.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Você pode convidar um dos participantes – alguém mais ex­trovertido – para representar uma passagem do evangelho através de mímica. Escolha uma parábola conhecida. A tarefa do escolhido é passar o ensinamento sem usar nenhuma palavra. Ao final, faça uma analogia com este tempo em que os valores bíblicos são cada vez mais recusados. Apesar da recusa, precisamos cumprir a mis­são de pregar pelo testemunho de vida, mesmo que tentem nos im­pedir de falar.

 

RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DA LIÇÃO

1)        Enviou uma grande comissão para anun­ciar o Evangelho.

2)        Para facilitar a locomoção

3)        Maria escolheu ouvir os ensinamentos de Cristo e Marta os afazeres domésticos

 

LEITURA ADICIONAL

Estas três cenas em Lucas 10 ilustram o ministério triplo de todo cris­tão e respondem à pergunta: “Qual é o papel do cristão?”. Em primeiro lugar, somos embaixadores do Senhor, enviados para representá-lo neste mundo (Lc 10:1-24). Também somos pessoas disponíveis em busca de oportunidades de demonstrar misericórdia para com nosso próximo em nome de Cristo (Lc 10:25-37). No entanto, o cerne de nosso ministério é a devoção a Cristo, de modo que devemos ser adoradores e dedicar tempo a ouvir sua Palavra e a ter comunhão com Ele (Lc 10:38-42).

Embaixadores: representantes do Senhor (Lc 10:1-24). Este aconteci­mento não deve ser confundido com o envio dos doze apóstolos (Mt 10; Lc 9:1-11). As incumbências são semelhantes, o que é de se esperar, pois os dois grupos foram enviados pelo mesmo Mestre, com a mesma missão fundamental. Os doze apóstolos ministraram por toda a Galileia, mas es­ses homens foram à Judeia e não são chamados de apóstolos. São discípu­los anônimos.

Também foi um chamado difícil (Lc 10:2). Mesmo quando há muita gente para ajudar, a ceifa é um trabalho árduo; esses homens, porém, fo­ram enviados a um campo enorme, com poucos trabalhadores para aju­dá-los a realizar a grande colheita. Em vez de orar pedindo um trabalho mais fácil, deveriam orar pedindo mais trabalhadores para ajudá-los, uma oração que também devemos fazer.

Livro: Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: volume I (Warren W. Wiersbe. Santo André, SP: Geográfica editora, 2006. Pág. 272).

 

Estudada em 5  de novembro de 2023

 

LIÇÃO 6: LUCAS 9 e 10: O ENVIO DOS SETENTA E O BOM SAMARITANO

 

Texto Áureo

“A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Lucas 10.27

 

Verdade Prática

O amor a Deus e ao próximo, recomendado por Jesus, só se toma realidade através da evangelização e discipulado que fa­zemos pelo exemplo de vida complementado com palavras.

 

Leitura Bíblica Para Estudo: Lucas 10.25-4

 

INTRODUÇÃO

I. DA GALILEIA PARA JERUSALÉM Lc 9.7 -10.2
1. Últimos feitos na Galileia Lc 9.51
2. A grande comissão Lc 10.1
3. Trabalhadores da seara Lc 10.2


II. JESUS ENVIA OS SETENTA Lc 10.1-24

1. Urgência e dificuldades da missão Lc 10.3
2. A autoridade e atitude dos enviados Lc 10.16
3. Missão cumprida com alegria Lc 10.17


III. O BOM SAMARITANO E VISITA A MARTA E MARIA Lc 10.25-42

1. Quem é 0 meu próximo? Lc 10.29
2. O bom samaritano Lc 10.34
3. A escolha de Marta e a de Maria Lc 10.42


APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 220 – 434

 

INTRODUÇÃO

Nos capítulos 9 e 10 de Lucas, Jesus envia Seus discípulos com po­der e autoridade para expulsar demônios, curar os enfermos e anun­ciar o Reino de Deus. Isso marca o fim de seu ministério na Galileia e o início de Sua peregrinação a Jerusalém, passando por Samaria e sendo rejeitado, mas ilustrando seus ensinos com a conhecida his­tória do bom samaritano.

São assuntos exclusivos narra­dos por Lucas, os quais destacamos no nosso estudo de hoje: Jesus é rejeitado pelos samaritanos (9.51­-56); o envio dos setenta (10.1-12); retorno alegre dos setenta (10.17-2­2); o bom samaritano (10.29-37); visita a Marta e Maria (10. 38-42).

 

DA GALILEIA PARA JERUSALÉM (Lc 9.1 -10.2)

1. Últimos feitos na Galileia (Lc 9.51)
E aconteceu que, ao se completa­rem os dias em que devia ele ser as­sunto ao céu, manifestou, no sem­blante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém.

Antes de Jesus partir para Jeru­salém Ele enviou uma grande co­missão para anunciar o Evangelho. No início do capítulo 9, Ele envia os doze (termo utilizado por Lucas para se referir aos discípulos mais próxi­mos de Jesus). O motivo primordial desse envio foi a grande miséria do povo, completamente abandonado por seus mestres e líderes (cf. Mt 9.35-38). Os enviados percorreram a terra de aldeia em aldeia pregando o evangelho e curando enfermos em todos os lugares (v. 6).

Após o retorno dos doze, Jesus realiza seus últimos feitos na região da Galileia: multiplicação de pães e peixes (vv 10-17); transfiguração (vv. 28-36); cura de um jovem lu­nático (vv. 37-43); questionamento aos doze (vv. 18-20); e o anúncio de Sua morte e ressurreição ao ter­ceiro dia (v. 22). Entre outros acon­tecimentos, estes foram os episó­dios que marcaram o término do seu ministério nessa região. Assim, completados os dias para que Jesus fosse elevado aos céus, Ele decidiu partir rumo a Jerusalém (v. 51).

 

2. A grande comissão (Lc 10.1)
Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em dois, para que o precedessem em cada cida­de e lugar aonde ele estava para ir.

Além de o caminho até Jerusa­lém ser longo, a missão de Jesus era grande, por isso foi necessária uma estratégia para alcançar o objetivo com excelência. Pensando nisso, Je­sus chama um grande grupo de dis­cípulos, um total de setenta (alguns textos dizem 72, e as evidências em favor de um ou de outro número são igualmente válidas) com o fito de executar tal missão.

Esse acontecimento é narrado apenas pelo evangelista Lucas e é razoável o Espírito Santo tê-lo orien­tado a incluir esse episódio, pois, assim como os doze apóstolos eram associados aos doze filhos de Jacó e às doze tribos de Israel, os setenta podem ser relacionados às setenta nações relacionadas em Gênesis 10. A ênfase de Lucas é sobre o caráter abrangente da mensagem do Evan­gelho e foi uma forma simbólica de dizer: “Jesus deseja que a mensagem seja proclamada a todas as nações”.

 

3. Trabalhadores da seara (Lc 10.2)
E lhes fez a seguinte advertência: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai; pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.

Sem dúvida, aquele foi um cha­mado extremamente honroso e mui­to difícil, pois a extensão do campo no qual deviam semear o Reino de­safiava os limites dos seus esforços.

Jesus os advertiu informando que “a seara é grande, mas os tra­balhadores são poucos”, por isso, em vez de orar pedindo um traba­lho mais leve, deve-se orar pedindo mais trabalhadores. Vale ressaltar que o texto fala de trabalhadores que devem orar para que outros mais sejam enviados: Jesus não fala de espectadores que se limitam a pedir que outros sejam enviados a fazer o que eles mesmos não querem assu­mir. Nota-se que essas instruções só são repassadas aos discípulos sele­cionados para a missão, pois no final do capítulo 9 houve uma seletiva que reprovou muitos inaptos, Devemos, portanto, estar preparados e aptos ao serviço do Reino.

 

II. JESUS ENVIA OS SETENTA (Lc 10.1-24)

1. Urgência e dificuldades da missão (Lc 10.3)
Ide! Eis que eu vos envio como cordei­ros para o meio de lobos
Jesus informa que eles não vão para uma tarefa fácil. Ser cordeiro entre lobos não é uma situação dese­jável, pois a imagem representa gran­de risco para os enviados. Portanto, nenhum obreiro deve esperar faci­lidades. Veja que os lobos possuem dentes afiados e garras mortais, en­tretanto os disdpulos não estão sen­do lançados “aos lobos”, mas para “o meio dos lobos”. Por isso, fica eviden­te que o chamado de Jesus não é para os covardes, pois é impossível ser um discípulo sem enfrentar a hostilidade do mundo e a fúria de Satanás.

Dentre as instruções, Jesus tam­bém fala para não levarem bagagem. Fica evidente, portanto, que eles de­vem ir como estão. O Mestre também diz que a saudação não deveria ser dada a ninguém, pois Sua ordenança é urgente e não havia tempo para as demoradas saudações da época.

Em virtude da urgência do cha­mado e do pouco tempo para reali­zá-lo, a proibição aplicada às bagagens também pode estar relacionada à necessidade de facilitar a locomo­ção para garantir maior agilidade aos discípulos, tendo em vista o cur­to tempo para executarem a missão, além de manifestarem a confiança na provisão de Deus referente às suas necessidades básicas.

 

2. A autoridade e atitude dos enviados (Lc 10.16)
Quem vos der ouvidos ouve-me a mim; e quem vos rejeitar a mim me rejeita; quem, porém, me rejeitar re­jeita aquele que me enviou.
Sem recursos próprios para se manterem na viagem e depositan­do toda sua confiança em Deus, os discípulos precisam de estada. Jesus instrui sobre o comportamento ne­cessário nessas circunstâncias.

Sobre a missão nas casas, eles deveriam cumprimentar os morado­res com uma saudação de paz, prá­tica muito importante no protocolo social judaico, pois ela pretendia comunicar bênçãos. Além disso, os discípulos são enviados numa mis­são, com uma mensagem da parte do Príncipe da Paz (vv. 5-6). Jesus deixa claro que a paz nunca faltará, ou seja, muitas vezes nos faltam recursos, mas a paz sempre estará conosco.

Sobre a missão nas cidades, Hernandes Dias Lopes destaca três ver­dades: 1) o anúncio da chegada do Reino de Deus, com ênfase no pouco tempo para os que o buscavam (v. 8-9); 2) a rejeição do Evangelho e suas consequências (Lc 10.12-15); 3) a declaração de que Jesus era a única fonte da autoridade que exer­ciam, Portanto, rejeitar o obreiro é rejeitar aquele que o enviou, e rejei­tar a Jesus é rejeitar ao próprio Pai, que, por amor, o enviou ao mundo.

 

3. Missão cumprida com alegria (Lc 10.17)
Então, regressaram os setenta, pos­suídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!

Os discípulos estavam maravi­lhados com a eficácia imediata do nome de Jesus para expulsar os de­mônios, afinal receberam do Senhor poder e autoridade. A esse respeito, Moody disse: “poder é a capacida­de inerente; autoridade o direito de exercitá-la. Logo, os discípulos receberam de Jesus a capacidade e o direito de exercitar tais feitos, dos quais ficaram maravilhados”.

Antes de Jesus expressar sua aprovação, Ele os adverte acerca de sentimentos que poderiam ocasio­nar a queda deles: soberba e orgulho (Pv 16.18). Para ilustrar o perigo des­se sentimento, o Senhor revela que viu Satanás cair do céu como um re­lâmpago por causa da soberba; Jesus os advertiu para não se alegrarem apenas com suas vitórias, mas prin­cipalmente por terem seus nomes arrolados no céu. Esse verbo significa que “foram arrolados e continuam arrolados”, ou seja, trata-se de uma garantia de pertencimento perma­nente e vigilante a uma cidadania eterna no Reino de Deus (Fl 3.20).

Jesus se mostra feliz porque a compreensão do Evangelho não de­pende de capacidades naturais ou níveis de instrução. Se esse fosse o caso, a maioria das pessoas do mun­do ficaria de fora do Reino de Deus, e a vontade do Pai é que todos se­jam salvos. Por isso, Jesus exclamou: “Graças te dou, ó Pai, porque ocultas­tes estas coisas aos sábios e instruídos e revelaste aos pequeninos” (v.21).

 

 

III. O BOM SAMARITANO E VISITA A MARTA E MARIA (Lc 10.25-42)

1. Quem é o meu próximo? (Lc 10.29)
Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?
Um intérprete da lei tenta sur­preender Jesus com uma pergunta a respeito da vida eterna, tema re­corrente nos debates religiosos da época. Porém, ele pergunta de forma maliciosa (v. 25), e acaba sendo sur­preendido pela resposta de Jesus, que não traz nenhum outro ensinamento novo, mas a reafirmação da Torá no que diz respeito ao amor a Deus e ao próximo (w. 27-28). O intérprete es­perava uma resposta teológica e filo­sófica, mas Jesus, de forma simples e prática, responde a pergunta que, por sua vez, requer atenção e ainda me­rece ser objeto de reflexão em nossos dias. De que maneira nossos pecados serão perdoados? Como comparece­remos diante de Deus? Como escapa­remos da condenação do inferno? O que nos poderá livrar da ira futura? Como posso ser salvo?

Jesus responde ao homem de modo sábio e segundo o espírito da Lei e dos Profetas. Posteriormente, Ele responderá, morren­do na cruz, que a vida eterna não é conquistada, mas resultado do amor gratuito de Deus. Para exem­plificar o assunto, passa a contar a história do samaritano.

 

2. O bom samaritano (Lc 10,34)
E, chegando-se, pensou-lhe os fe­rimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animai, levou-o para uma hospedaria e tratou dele.

Lembremos que uma aldeia in­teira dos samaritanos foi hostil e não hospedou Jesus quando de Sua viagem para Jerusalém, o que levou os discípulos a proporem que viesse fogo do céu e destruísse a todos (Lc 9.54-56). Jesus não só repreendeu Tiago e João, como não desistiu de cumprir Sua missão com os sama­ritanos, valorizando-os ao contar a linda história do bom samaritano, que Lucas registra com exclusivida­de. Embora não citada por Lucas, é impossível não lembrar da mulher samaritana (Jo 4.1-29).

Esta parábola narrada por Je­sus não visa afirmar que o sama­ritano pudesse alcançar a salvação através de sua orientação amoro­sa e de sua bondade. Aqui está em discussão tão somente a segunda pergunta que o professor da lei havia feito. Era a pergunta: “Quem é o meu próximo?”.

Jesus mostra ao mestre da lei que uma pessoa sincera soluciona essa questão, descrita por ele como tão complexa. O samaritano tinha por conta própria a sabedoria que os rabinos não haviam encontrado, que eles haviam perdido em suas análises teológicas, pois não enten­diam que enquanto o coração sem amor pergunta “quem é o meu pró­ximo?1’^ coração amoroso age mo­vido por outra questão: “de quem posso ser o próximo?”.

 

3. A escolha de Marta e a de Maria (Lc 10.42)
Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não será tirada.
Jesus hospedou-se na casa de Marta e Maria. O evangelista Lu­cas, menciona Maria aos pés de Jesus ouvindo seus ensinamentos, o que deixou Marta inquieta, pois ela estava ocupada (gr. periespato: distraída: sobrecarregada), pre­parando um banquete para Jesus, enquanto sua irmã continuava sen­tada. A inquietação foi tão grande a ponto de Marta interromper Je­sus e questioná-lo pelo fato de não mandar Maria ir ajudá-la.

Jesus, porém, de forma mansa e amável responde: “Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas”. Ele destaca que ela está sobrecarregada e não precisava de muita coisa para oferecer confor­to a Jesus naquela ocasião. Ele deixa claro que preferia a sua companhia ao invés de um grande banquete, afinal Jesus está próximo do térmi­no de seu ministério terreno e gos­taria de aproveitar esse momento de comunhão, ensino e bênçãos ao máximo, e diz que Maria escolheu a boa parte (v. 42) ao decidir ouvir Seus ensinamentos.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

O exemplo deixado por Jesus nos impulsiona a cumprir nossa missão de compartilhar o Evangelho com palavras e com atitudes sem desistir, mes­mo diante dos que nos rejeitam.

 

 

RESPONDA

1) O que fez Jesus antes de partir para Jerusalém?

2) Por que Cristo ordenou aos discípulos que não levassem bagagem para a viagem missionária?

3) Quais foram as escolhas de Marta e Maria ante a presença de Jesus?