Lição 7 – Hebreus 10: Agora Temos Livre Acesso a Deus

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Hebreus 10 há 39 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Hebreus 10.1-25 (5 a 7 min.).

 

Nos capítulos 1-7, refletimos sobre quem Jesus é. Nos capítulos 8 e 9, o foco é demonstrar o que Jesus fez.
No capítulo 10, o escritor começa reforçando tudo o que vem sendo dito desde o capítulo 8, sacramentando de vez a superioridade do que o Senhor fez em relação a tudo o que diz respeito à Antiga Aliança, aos quais alguns dos destinatários da carta estavam considerando retornar (vv. 1-18).
A partir do verso 19, o foco do autor se volta ao aspecto prático de todo este ensino: 0 que nós devemos fazer à luz de todas essas verdades (v. 19-25)? Quais as consequências de ignorá-la e voltar às práticas do passado [v. 26-31)? Devemos perseverar em Cristo, pois somente Ele nos garante livre acesso a Deus (v. 32-39).

 

OBJETIVOS

  • Contrastar os sacrifícios levíticos com o sacrifício definitivo de Cristo.
  • Encorajar à confiança no poder deste sacrifício para nos aproximar de Deus.
  • Estimular os alunos a permanecerem na fé e na comunhão.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Coloque diante dos alunos alguns objetos semelhantes, mas completamente contrastantes em relação à qualidade (Ex.: um carrinho de plástico e um carro de metal; uma caneta barata e uma tinteiro etc.). Pergunte-lhes quais, entre cada par de objetos, escolheriam. Certamente serão os de melhor qualidade, pois são mais duradouros e mais eficientes em sua função.
Explique-lhes que o autor de Hebreus, semelhantemente, vem fazendo uma série de contrastes diante dos leitores ainda tendentes ao judaísmo, para levá-los a concluir que não faz sentido algum voltar ao que é inferior depois de ter acesso ao que é superior.

 

RESPOSTAS 
1) C

2) C

3) E

 

LEITURA ADICIONAL
Quando a carne de Jesus foi rasgada sobre a cruz então os homens viram verdadeiramente a Deus. Toda a vida de Jesus nos mostra a Deus; mas é na cruz onde se revela em forma real e definitiva o amor de Deus.
Assim como o rasgar do véu do tabernáculo abriu o caminho à presença de Deus, também o rasgar da carne de Cristo revelou a grandeza total do amor de Deus. Em Jesus temos, pois, alguém que nos abre o caminho a Deus, mostrando-nos seu amor e oferecendo a Deus um sacrifício perfeito e uma perfeita obediência.
Jesus é o sumo sacerdote de Deus, sobre a casa de Deus, nos céus. Como vimos tão frequentemente, a função do sacerdote era a de tender uma ponte entre o homem e Deus. Assim, pois, para expressá-lo de uma maneira muito simples, Jesus não só nos mostra o caminho a Deus, mas também nos introduz em sua própria presença. Jesus não só nos mostra o caminho que conduz a Deus, mas também nos leva como sumo sacerdote à sua presença. Pelo que fez, já não há nada que nos feche suas portas ou nos bloqueie o caminho.
Jesus é aquele que realmente pode purificar. No ritual sacerdotal, como vimos, os utensílios sagrados eram purificados pela aspersão do sangue dos sacrifícios. O sumo sacerdote se lavava e se purificava no lavatório de água limpa. Mas estas coisas eram em definitiva ineficazes para remover a própria mancha do pecado. Só Jesus pode purificar efetivamente o coração e o corpo do homem. Sua purificação não é externa. Por sua presença e seu Espírito purifica os pensamentos mais íntimos do coração e os desejos mais recônditos do ser humano até que fica realmente limpo.
(…) Aproximemo-nos da presença de Deus. Quer dizer, não esqueçamos nunca o dever do culto. A todo homem é dado viver em dois mundos. Vive neste mundo feito de espaço e tempo e vive no mundo do espírito e das coisas eternas. Corremos o perigo de nos ver tão envoltos neste mundo de coisas terrenas que esqueçamos o outro. Pela manhã, ao começar a jornada, pela tarde, no fim do dia; e várias vezes em meio das atividades diárias devemos apartar-nos, ainda que seja por um momento ou um segundo, para entrar na presença de Deus. Todo homem leva consigo seu próprio segredo; mas muitos são os que se esquecem de entrar nele.
Livro: Comentário do Novo Testamento: Hebreus (William Barclay, pgs. 127-128).

 

Estudada em 15 de maio de 2022

 

Leitura Bíblica Para Estudo:  Hebreus 10.1-25

 

Texto Áureo
“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus.” Hb 10.19

 

Verdade Prática
O véu foi rasgado por mãos invisíveis, de cima para baixo, indicando que a salvação vem de Deus e que todos podem ter acesso a ela.

 

INTRODUÇÃO

 

I. O SACRIFÍCIO EFICAZ EM JESUS Hb 10.1-18

  1. Sacrifícios transitórios Hb 10.1
  2. Jesus, o sacrifício definitivo Hb 10.9
  3. Perdão e santificação Hb 10.17

 

II. LIVRE ACESSO A DEUS Hb 10.19-25

  1. Tendo intrepidez Hb 10.19
  2. Santo dos Santos Hb 1o.19
  3. Pelo sangue de Jesus Hb 1o.19

 

III. NOVO E VIVO CAMINHO Hb 10.20-25

  1. 0 véu rasgado Hb 10.20
  2. Coração sincero e puro Hb 10.22
  3. A participação na igreja Hb 10.23-25

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 355 – 291

 

INTRODUÇÃO
Após reiteradas afirmações sobre a eficácia da morte de Jesus para perdão de pecados nos versos 1 a 18, o autor convida os leitores a se aproximarem de Deus com ousadia. Diz ele: “tendo, pois, intrepidez para entrar no Santo dos Santos…” (Hb 10.19).


I. O SACRIFÍCIO EFICAZ EM JESUS (Hb 10.1-18)

1. Sacrifícios transitórios (Hb 10.1)
“Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem.”
Para os leitores de origem judaica, que consideravam a lei de Deus como sua possessão mais preciosa, a afirmação do autor – “a lei tem sombra dos bens vindouros” – deve ter sido impressionante. Se a Lei era uma preciosa possessão, seria difícil imaginar que coisas mais desejáveis do que ela estariam reservadas para eles. O escritor de Hebreus chama estas coisas “a imagem real”, e explica que elas consistem em Cristo e Sua obra redentora.

 

2. Jesus, o sacrifício definitivo (Hb 10.9)
“Então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo.”
Cristo veio ao mundo para fazer a vontade de Deus. Ao lazer essa vontade, Cristo ofereceu Sou corpo como sacrifício, cumpriu os requerimentos do sacerdócio araônico e pôs um fim aos sacrifícios levíticos. Ele removeu o primeiro sistema sacrificial baseado na Antiga Aliança para estabelecer o segundo, cumprido de uma vez por todas através do sangue da Nova Aliança (Lc 22.20).
Literalmente, rios de sangue de animais fluíam porque os sacrifícios eram contínuos; e a sucessão de sacerdotes, que serviam em turnos, parecia ser interminável. Além do mais, os sacrifícios oferecidos pelo sacerdote levítico eram incapazes de livrar o homem do pecado.
Que diferença entre o sacerdote, que fazia suas obrigações religiosas no santuário, e Cristo, que se assentou à direita de Deus depois de oferecer Seu único sacrifício para sempre.

 

3. Perdão e santificação (Hb 10.17)
“Acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre.”
Todo crente recebe esses benefícios do sacrifício de Cristo na cruz: seus pecados são perdoados; sua consciência é purificada; ele tem paz com Deus, certeza da salvação e o dom da vida eterna. Na Nova Aliança os pecados são perdoados e esquecidos.  Jesus ensina seus discípulos a oração do Pai Nosso, à qual ele acrescenta o comentário: “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai Celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens /as suas ofensas, tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.14,15). Nós, também, devemos perdoar e viver pelo princípio de que pecado perdoado é pecado esquecido.

 

 

II. LIVRE ACESSO A DEUS (Hb 10.19-25)

1. Tendo intrepidez (Hb 10.19)
“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus.”

Nós somos até mesmo encorajados a nos achegarmos à presença de Deus com confiança, ousadia. Só se tem ousadia quando se tem confiança em alguém ou em alguma coisa. E nossa ousadia, conforme descreve o autor sagrado, advém do sangue de Jesus.
Pelo sangue de Jesus passamos a ter ousadia, não apenas para entrar no santuário e nos dirigirmos a Ele, como também para buscar a santificação. “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras [no sangue do Cordeiro], para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas.” (Ap 22.14).
Esta cidade santa é de fato um verdadeiro santuário, visto que “o Senhor Deus Todo-poderoso e o Cordeiro” é o seu templo. Nela entrarão aqueles que foram lavados no sangue do Cordeiro divinal! Isto sim nos dá ousadia — e devemos colocá-la em prática!

 

2. Santo dos santos (Hb 10.19)
“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus,”
No Antigo Testamento somente o sumo sacerdote podia entrar no santuário interior uma vez ao ano como representante do povo. Para isso, ele precisava cumprir rigorosas instruções antes de atravessar o espesso véu ornado com a figura de querubins, que fazia separação entre o santo lugar e o Santo dos santos. Então, ele entrava na presença de Deus para aspergir sangue sobre a arca para expiar os pecados.
Qualquer outra figura que atravessasse o véu encontraria a morte certa. O mesmo destino teria o Sumo Sacerdote se o fizesse sem observar qualquer dos ritos da Lei.
Na Nova Aliança, porém, nós temos livre acesso a Deus porque Jesus derramou Seu sangue por nossos pecados de uma vez por todas.

 

3. Pelo sangue de Jesus (Hb 10.19)
“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus.”

O crente recebeu uma confirmação dupla sobre poder aproximar-se de Deus, primeiro, porque ele tem confiança no sangue derramado de Jesus e, segundo, porque Jesus é o “grande sacerdote sobre a casa de Deus” (Hb 10.21).
Se houver qualquer hesitação na mente do crente, o escritor de Hebreus está recomendando que
ele olhe para aquele que é o único sacerdote, Jesus Cristo, autor e consumador da nossa fé.
Os crentes estão absolutamente seguros porque têm um grande sacerdote os representando. Este grande sacerdote nunca perde de vista aqueles que pertencem à casa de Deus, pois todos pertencem à mesma família (Hb 2.11).

 

 

III. NOVO E VIVO CAMINHO (Hb 10.20-25)

1. O véu rasgado (Hb 10.20)
“Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne.”
Cristo inaugurou o caminho ao abrir o véu, “isto é, pela sua carne”. Na Sua morte, o véu do Santo dos Santos rasgou-se de cima a baixo. Da mesma forma, o corpo de Jesus teve de ser quebrado, e Seu sangue teve de ser derramado para abrir para nós o caminho para Deus.
Jesus derramou Seu sangue por nossos pecados e por causa de sua morte “o véu do santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo” (Mt 27.51). Pelo Seu sacrifício na cruz, Cristo removeu o véu entre Deus e Seu povo.

 

2. Coração sincero e puro (Hb 10.22)
“Aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura.”
O coração é o centro de nossa vida moral. A palavra “sincero” descreve o coração de uma pessoa que é honesta, genuína, comprometida, confiável e sem engano. Quando o coração do crente é sincero, a fé é evidente com uma certeza completa. O crente tem uma completa confiança em Deus, porque ele aceita totalmente a verdade do Evangelho. Por outro lado, a dúvida mantém o crente longe de Deus. A dúvida ofende, enquanto a fé exalta.
“Coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura”, refere-se ao interior (coração) e ao exterior (corpo). A frase “lavado o corpo com água pura” nos lembra o batismo. Mas o batismo em si mesmo é somente um ato externo objetivamente experimentado.
Somos exortados a nos aproximarmos de Deus com o corpo e com a alma purificados do pecado.

 

3. A participação na igreja (Hb 10.23-25)
“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hb 10.25).
Guardar firme a confissão da esperança. No verso 23, “Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel”, somos exortados a guardar firme a confissão da esperança. O conteúdo dessa confissão é a esperança de que Cristo cumprirá todas as promessas que fez e que todos aqueles que professam o nome de Cristo têm essas promessas. A esperança se apoia na fé e olha para o futuro.
Somos orientados a continuar ecoando nossa esperança de maneira segura. O próprio Deus, sem nunca falhar, tem honrado Suas promessas, inclusive da Sua volta, reafirmada no verso 37: “Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará”. Cristo vem logo e não demorará. Quando o tempo da Sua volta chegar, a revelação de Deus será cumprida.
Na tão conhecida tríade “fé, esperança e amor”, a esperança parece ser negligenciada. Os escritores do Novo Testamento, no entanto, não a negligenciam, pois eles a mencionam tanto quanto mencionam a fé e o amor. O cristão, em sua vida espiritual, parece enfatizar as virtudes da fé e do amor, mas ele diz pouco sobre a esperança.

No entanto, a esperança guia o crente, pois fornece a ele libertação do medo da morte. Ele mantém seus olhos em Jesus, que venceu o poder da morte. Ele sabe que em Jesus ele tem salvação, justiça, vida eterna e a certeza da ressurreição da morte. Esta esperança se realizará quando Jesus voltar.
Amor ao próximo e boas obras. “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras”. No versículo 24, somos exortados à prática do amor, das boas obras e também a incentivar uns aos outros em amor e boas obras, diz o escritor.
O Cristianismo é uma religião de amor que alcança as pessoas e as coloca juntas porque enfatiza a participação na adoração, no louvor e na obra. Os cristãos precisam uns dos outros para fortalecer a maravilhosa unidade do amor que eles compartilham em Jesus Cristo.

Coloque sua mente para funcionar para encontrar maneiras de provocar – no bom sentido – uns aos outros para aumentar suas expressões de amor que resultam em fazer nobres obras. O resumo que Jesus fez da lei, isto é, a lei real (Tg 2.8), “Ame ao seu próximo como a si mesmo”, é esquecido ou frequentemente abreviada para “Ame a si mesmo” ficando de fora “o próximo”.
Participar da igreja. No verso 25. “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.” Somos admoestados a congregar-nos.
Uma das primeiras indicações de falta de amor para com Deus e para com o próximo é ficar longe dos cultos de adoração. E um desprezo da obrigação comunal de participar desses encontros e a demonstração dos sintomas de orgulho e egoísmo.
Aparentemente, alguns membros da congregação dos hebreus, para quem a epístola é originalmente endereçada, mostravam negligência em frequentar os cultos religiosos. Eles faziam isso deliberadamente, “abandonando a comunhão dos santos”.
O autor admoesta os leitores a exortarem-se “mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado” (3.13). Ele entende que entre alguns dos membros, o zelo espiritual havia declinado. Portanto, ele diz uma vez mais, “antes façamos admoestações” (10.25). Não somente o escritor dessa epístola, mas também todos os membros da igreja têm a tarefa comum de encorajar uns aos outros diariamente. A responsabilidade é de todos igualmente, pois somos o corpo de Cristo.
Como cristãos nós devemos olhar para o futuro, isto é, para o dia em que Jesus voltará. Quanto mais perto estamos daquele dia, mais ativos devemos ser em estimular uns aos outros a mostrar amor e fazer obras aceitáveis a Deus.
Quando o crente vai ao culto de adoração, ele expressa seu amor por Jesus. Ele entende que Jesus, cabeça da igreja, está presente no culto e deseja a sua presença. Dizendo isso de forma diferente, a cabeça da igreja não pode funcionar sem o corpo. O crente é parte do corpo de Cristo, que Cristo apresenta “a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.27).

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Que maravilha poder escutar que temos livre acesso à presença de Deus! Aproximemo-nos do Pai com fé e confiança, através Daquele que nos ofertou a salvação.

 

RESPONDA

Marque C para as afirmações CORRETAS e E para as ERRADAS.

1) (  ) Os sacrifícios da Antiga Aliança eram transitórios e uma figura da morte de Cristo.

2) (  ) Diferente da Velha Aliança, agora todos os salvos em Cristo têm acesso livre a Deus.

3) (  ) A participação dos crentes nos cultos e celebrações deixou de ser importante na Nova Aliança.

 

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COMENTÁRIOS:

10.3 – Quando o povo se reunia para a oferta de sacrifícios no Dia da Expiação, era lembrado de seus pecados, e sem dúvida todos se sentiam novamente culpados. O que mais precisavam era do perdão permanente que temos em Cristo. Quando confessamos

um pecado a Jesus Cristo, jamais precisamos pensar neste pecado novamente. Cristo nos perdoou, e o pecado perdoado já não existe mais. Ver 1 Joao 1.9.

10.4 – Os sacrifícios de animais não podiam tirar os pecados: forneciam apenas um modo temporário para lidar com o pecado até que Jesus viesse resolver a questão do pecado, permanentemente. Então, como as pessoas foram perdoadas nos tempos do AT? Como os crentes do AT estavam seguindo os mandamentos de Deus em relação a oferecerem sacrifícios, Ele graciosamente os perdoava quando, pela fé, ofereciam tais sacrifícios. Mas esta prática antecipava o sacrifício perfeito de Cristo. A maneira de Cristo é superior à maneira do AT, porque a maneira antiga apenas apontava para aquilo que Cristo faria para tirar os pecados.

10.5-10 – Esta passagem não é citada em nenhum outro livro do NT. Porém, um ensino central do AT e que Deus deseja obediência e um coração reto, não uma complacência vazia ao sistema sacrifical (ver o quadro em Os 6). O escritor aos Hebreus aplica a Cristo as palavras do salmista em Salmos 40.6-8. Cristo veio para oferecer seu corpo na cruz por nós, como um sacrifício completamente aceitável a Deus. A nova e vivificante maneira que foi estabelecida por Deus para que o agrademos não consiste apenas em abstermo-nos do pecado ou mesmo em guardarmos as suas leis. É chegarmo-nos a Ele com fé para ser perdoados, e então segui-lo em amorosa obediência.

10.5-10 – O caro sacrifício da vida de um animal imprimia no pecador a seriedade do seu próprio pecado diante de Deus. Por Jesus ter derramado o seu próprio sangue por nós, seu sacrifício é infinitamente maior do que qualquer oferta do AT. Considerando a dadiva incomensurável que Ele nos deu, devemos responder oferecendo-lhe a nossa devoção e serviço.

10.9 Cancelar a primeira aliança a fim de estabelecer uma aliança muito melhor significava eliminar o sistema de sacrifícios contido na lei cerimonial. Não significava eliminar a lei moral de Deus (os Dez Mandamentos). A lei cerimonial preparou as pessoas para a vinda de Cristo. Com a morte e a ressurreição de Cristo, aquele sistema não era mais necessário.  E, através de Cristo podemos cumprir a lei moral, à medida que permitimos que Ele viva em nós.

10.11.12 – A obra de Cristo é contrastada com a obra dos sacerdotes judeus. A obra dos sacerdotes nunca terminava, então estes tinham que se submeter dia após dia e oferecer sacrifícios; o sacrifício de Cristo (feito uma vez para sempre, morrendo em nosso lugar) está terminado, porque foi completo e perfeito, por esta razão Ele está assentado a destra do Pai. Os sacerdotes repetiam os sacrifícios frequentemente; Cristo sacrificou-se uma vez por todas. O sistema sacrifical não podia remover completamente o pecado; o sacrifício de Cristo nos purificou, e purifica, de modo eficaz. Veja 1 Joao 1.7.

10.12 – Se os leitores judeus deste livro retornassem ao antigo sistema judaico, estariam sugerindo que o sacrifício de Cristo não era suficiente para perdoar seus pecados. Acrescentar qualquer coisa ao seu sacrifício ou tirar qualquer coisa dele, nega a sua validade. Qualquer sistema que se proponha a alcançar a salvação através de boas obras está essencialmente rejeitando a importância da morte de Cristo, e a obra do Espirito Santo. Cuidado com qualquer pessoa ou religião que lhe diga que o sacrifício de Cristo

não é suficiente para que você seja salvo (que você precisa de algum outro mediador ou fazer boas obras), ou que qualquer outra coisa e necessária para que você se torne aceitável a Deus. Quando cremos em Cristo, Ele nos torna completamente retos para com Deus. Nosso relacionamento amoroso nos leva a segui-lo em obediência e serviço voluntários. Ele se agrada do nosso serviço, mas não podemos ser salvos pelas nossas boas obras. Veja Efésios 2.8,9 e 1 Timóteo 2.5,6.

10.14 – Fomos aperfeiçoados, contudo estamos sendo santificados. Através de sua morte e ressurreição, Cristo, uma vez por todas, tornou os crentes perfeitos aos olhos de Deus. Ao mesmo tempo, Ele os está santificando (progressivamente limpando-os e separando os para seu uso especial) em sua peregrinação diária neste mundo. Não devemos ficar surpresos, envergonhados ou chocados pelo fato de ainda precisarmos crescer. Deus não

terminou sua obra em nossa vida. Podemos encorajar este processo de crescimento aplicando deliberadamente as Escrituras a todas as áreas de nossa vida. aceitando a disciplina e a direção que Cristo nos fornece, e entregando-lhe o controle de nossos desejos e objetivos.

10.17 – O escritor conclui seu argumento com esta poderosa declaração de que Deus não se lembrará mais dos nossos pecados.  Cristo nos perdoa completamente; por esta razão, não há necessidade de confessar os nossos pecados passados repetidamente.  Como crentes, podemos estar confiantes de que os pecados que confessamos e renunciamos foram perdoados e esquecidos. 10.19 – O Santo dos Santos no Templo não podia ser visto devido a presença de uma cortina (10.20). Somente o sumo sacerdote podia entrar neste recinto sagrado, e o fazia apenas uma vez por ano. no Dia da Expiação. quando oferecia o sacrifício pelos pecados da nação. Mas a morte de Jesus Cristo removeu a cortina, e todos os crentes podem entrar na presença de Deus a qualquer momento (ver também 6.19.20).

10.22-25 – Temos privilégios significativos associados à nossa nova vida em Cristo: (1) temos acesso pessoal a Deus através de Cristo, e podemos nos aproximar dEle sem a necessidade de um sistema complicado (10.22); (2) podemos crescer na fé. Superar as dúvidas e perguntas, e aprofundar o nosso relacionamento com Deus (10.23); (.3) podemos desfrutar do encorajamento mútuo com outros cristãos (10.24); (4) podemos adorar juntos (10.25).

10.25 – Negligenciar as reuniões cristãs é desistir do encorajamento e da ajuda de outros cristãos. Nos reunimos para compartilhar nossa fé e para fortalecermo-nos uns aos outros no Senhor. À medida que nos aproximamos do dia em que Cristo voltará, enfrentamos muitas lutas espirituais, e, até mesmo, tempos de perseguição; as forças anticristãs crescem em poder. As dificuldades jamais devem se tornar desculpas para perdermos os cultos na igreja. Antes, quando as dificuldades surgirem, devemos fazer um esforço ainda maior para sermos fieis e estarmos presentes.

10.26 – Quando as pessoas rejeitam deliberadamente a oferta de salvação de Cristo, rejeitam a mais preciosa dádiva de Deus. Elas ignoram a direção do Espirito Santo, aquEle que nos transmite o amor salvador de Deus. Esta advertência foi dada aos cristãos judeus que eram tentados a rejeitar a Cristo pelo judaísmo, mas se aplica a qualquer pessoa que rejeite a Cristo, trocando-o por alguma religião, ou ainda que. tendo entendido a obra expiatória de Cristo, deliberadamente se desvia dela (ver também Nm 15.30,31 e Mc 3.28-30). O ponto principal e que não existe nenhum outro sacrifício aceitável pelo pecado além da morte de Cristo na cruz. Se alguém rejeitar deliberadamente o sacrifício de Cristo, depois de entender claramente o ensino das Boas Novas, então não há nenhuma maneira para que esta pessoa seja salva, porque Deus não estabeleceu nenhum outro nome no céu, nem na terra, ao qual as pessoas clamem e sejam salvas (ver At 4.12).

10.31 – Este julgamento destina-se aqueles que rejeitaram a misericórdia de Deus. Para aqueles que aceitam o amor de Cristo e sua salvação, o julgamento vindouro não é motivo de preocupação. Tendo sido salvos pela sua graça, não há nada a temer (ver 1 Jo 4.18).

10.32-36 – O livro de Hebreus encoraja os crentes a perseverarem em sua fé e conduta cristã, também ao enfrentarem perseguições e pressões. Normalmente não pensamos no sofrimento como sendo algo bom para nós, mas ele pode formar nosso caráter e nossa paciência. Durante momentos de grande tensão, podemos sentir a presença de Deus mais claramente e encontrar a ajuda de cristãos que pensamos que jamais se importariam conosco. Saber que Jesus está conosco em nosso sofrimento e que um dia retornará para colocar um fim em toda dor nos ajuda a crescermos em nossa fé e em nosso relacionamento com Ele (ver Rm 5.3-5).

10.35-38 – O escritor encoraja os seus leitores a não abandonarem a sua fé em tempos de perseguição, mas a mostrarem, por sua resistência, que a sua fé e real. Ter fé significa descansar naquilo que Cristo fez por nós no passado, mas também significa confiar naquilo que Ele faz por nós no presente, e fara no futuro (ver Rm 8.12-25; Gl 3.10-13).