Lição 8 – Culto Cristão e Ceia do Senhor
Nesta lição, trataremos de um assunto de suma importância para a igreja nos nossos dias. Este assunto é importante para definirmos a origem da Ceia do Senhor. Além disso, o professor deverá levar ao conhecimento dos alunos a verdadeira forma de interpretação da liturgia da cerimônia. Deverá discutir sobre as outras formas de interpretação da Ceia do Senhor, tais como: Transubstanciação e Consubstanciação. Sendo assim, levar o aluno a compreender, através das Escrituras, que o modo correto de celebrar a cerimônia da Ceia e o que mais encontra base Bíblica é o memorial.
Ademais, é preciso entender que a Ceia não se trata de uma simples refeição, e sim de uma cerimônia espiritual. Ela faz parte de um requisito moral de comunhão com Cristo. E por este motivo a exigência de auto examinar-se para os seus participantes.
PALAVRAS-CHAVE
Ceia do Senhor • Comunhão • Memorial
OBJETIVOS
• Entender que a Ceia do Senhor é um instrumento de comunhão com o Senhor.
• Identificar a Ceia como uma ordenança de cunho espiritual.
• Reconhecer que a Ceia faz parte dos princípios espirituais e doutrinários para elevação espiritual da igreja de Cristo na terra.
PARA COMEÇAR A AULA
Professor levante um pouco mais da história das interpretações para debatê-las em sala de aula. Além disso, no início da aula, interrogue-os sobre a origem da Ceia do Senhor. Depois, discorra sobre a origem da Ceia, fale um pouco sobre a Páscoa e os elementos usados no Antigo Testamento. E por fim, questione os alunos “se todos podem participar da Ceia do Senhor?”, independente se são batizados ou não? Reforce o verdadeiro significado da Ceia do Senhor e a sua importância espiritual para nós cristãos.
RESPOSTAS
1) Na época, a mulher que andava sem véu em público era associada à prática da prostituição.
2) Batismo e Ceia
3) Examinar-se e discernir o significado da celebração.
LEITURA COMPLEMENTAR
Para ensinar o texto
1. A afirmação inicial de Paulo a respeito de não serem ignorantes acerca das questões do Espírito resulta em uma aplicação que destaca o significado do senhorio de Jesus. Os coríntios, em conformidade com suas origens pagãs ou culturais, tentaram usar o nome de Jesus como instrumento mágico para benefício pessoal.
Cientes do poder de Jesus e imaginando que ele, necessariamente, tomava o partido deles, tentaram usá-lo em conflitos com seus inimigos. Com efeito, procuraram levar Cristo a fazer a vontade deles, em vez de se mostrar dispostos a se submeter à vontade Dele. Para o apóstolo, trata-se de absoluta falta de conhecimento da função e das obras do Espírito Santo. Primeiro, usar o nome de Jesus numa fórmula de maldição, qualquer que seja, transforma a fé cristã em puro paganismo.
Livro: ”1 Coríntios” (Preben Vang. Série Comentário Expositivo. Editora Vida Nova – SP, 2018, pág. 163).
LIÇÃO 8 – CULTO CRISTÃO E CEIA DO SENHOR- 1 CORÍNTIOS 11
Texto Áureo
“Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.” 1Co 11.26
Verdade Prática
A Santa Ceia é um memorial que celebra a vida, morte e ressurreição de Cristo até que Ele venha.
Estudada em 23 de agosto de 2020
Leitura Bíblica Para Estudo 1 Coríntios 11.23-34
Esboço da Lição
INTRODUÇÃO
I. O USO DO VÉU 1Co 11.1-16
1. Extremos devem ser evitados 1Co 11.1-6
2. Homem e mulher 1Co 11.7-12
3. A mulher e O véu 1Co 11.13-16
II. A CEIA DO SENHOR 1Co 11.23-26
1. Ordenança 1Co 11.25
2. Elementos 1Co 11.23-25
3. Significado 1Co 11.26
III. A FESTA DA SALVAÇÃO 1Co 11.26-29
1. Examinar a si mesmo 1Co 11.28
2. Discernir O significado 1Co 11.29
3. Anunciar a volta do Senhor 1Co 11.26
APLICAÇÃO PESSOAL
Hinos da Harpa: 301 – 39
INTRODUÇÃO
O mundanismo da igreja acabou afetando o culto e refletindo na adoração. Três problemas principais surgiram na igreja em relação ao culto: a posição da mulher; a maneira que a Ceia do Senhor estava sendo celebrada; e, o uso correto dos dons espirituais. Do capítulo 11 ao 14, Paulo trata desses três problemas. Os dois primeiros são tratados aqui no capítulo 11.
I. O USO DO VÉU (1Co 11.1-16)
Religiões refletiam o distorcido conceito da época de que as mulheres eram inferiores aos homens c não precisavam de religião. Esse era o pano de fundo cultural da época em que Paulo chegou a Corinto. No entanto, esse bandeirante do reino de Deus chegou com uma mensagem nova, com as boas novas do Evangelho de Cristo, uma nova perspectiva para as mulheres. As boas novas do Evangelho de Cristo trouxeram uma revolução profunda acerca do valor da mulher na sociedade. O Evangelho do Reino dos céus pregado por Jesus resgatou o valor e a dignidade da mulher.
1. Extremos devem ser evitados (1Co 11.1-6).
“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1Co 11.1).
Esse capítulo começa com o elogio de Paulo à igreja e o convite para que sejam imitadores de Cristo (11.1-3). A tradição era o ensino que Paulo recebeu de Deus, transmitiu à igreja e esta o guardou e o observou.
O que aconteceu com as mulheres de Corinto quando elas receberam as boas novas do Evangelho? A reação imediata foi abolir o uso do véu. Paulo, porém, as exorta dizendo que se elas orarem e profetizarem sem o véu desonrarão a própria cabeça e, se forem casadas, os próprios maridos. As mulheres cristãs de Corinto saíram de um extremo, onde eram desprezadas, para outro extremo, quebrando alguns paradigmas culturais, e com isso, provocaram desordem no culto.
O momento central da cerimônia de casamento romana era a colocação do véu sobre a noiva. O véu era o indicador social de que a mulher era casada, já cortar o cabelo era uma punição que anunciava publicamente as esposas adúlteras e mulheres ligadas à pratica da prostituição.
2. Homem e mulher (1Co 11.7-12).
“No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher” (1Co 11.11).
Na Grécia, as roupas dos homens e das mulheres eram muito parecidas, exceto pela “cobertura
da cabeça”. O que distinguia a mulher dos homens era o véu. Toda mulher decente e honrada usava o véu. Nenhuma mulher honesta ousava sair de casa sem o véu. Nenhuma mulher frequentava uma reunião pública sem usar o véu. Somente as prostitutas tinham ousadia e coragem de sair às ruas sem o véu. As profetisas pagãs do mundo greco-romano exerciam seu ofício com as cabeças descobertas e cabelos desgrenhados.
O apóstolo Paulo mostra o padrão de relacionamento que Deus estabeleceu na comunidade cristã (11.3). E ele nos mostra também uma ordem no Reino de Deus. Podemos dizer que é uma ordem lógica, pois a hierarquia divina é: Deus-Homem-Mulher. A submissão da mulher ao homem não é uma questão de superioridade do homem ou inferioridade da mulher, mas de respeito e autoridade, assim como numa tropa militar funciona a hierarquia e a disciplina.
3. A mulher e o véu (1Co 13-16).
‘Julgai entre vós mesmos: é próprio que a mulher ore a Deus sem trazer o véu?” (1Co 11.13).
O véu, portanto, representava duas coisas na cultura de Corinto: a honradez e modéstia da mulher; e a submissão ao seu marido. Nesse sentido o véu era símbolo da dignidade e da modéstia feminina. Apenas as prostitutas e as sacerdotisas cultuais dos cultos pagãos saíam a público sem véu, ou participavam de um culto pagão sem véu. Quando uma mulher era vista sem véu, seja na rua ou em uma cerimônia pagã, ou mesmo na igreja, essa mulher estava desonrando a si mesma, dando motivo para que sua reputação fosse questionada. Agindo assim, ela também, se fosse casada, desonrava a seu marido (11.5). Uma mulher em Corinto participando do culto público sem véu seria a mesma coisa que uma mulher chegar hoje num culto com trajes mínimos. Você pode imaginar a reação? Isso provocaria escândalo e seria absolutamente inconveniente.
A mulher tem espaço na igreja. Paulo fala que a mulher orava e profetizava na igreja (11.5). Elas exerciam um ministério de oração e palavra na igreja. O véu protegia a reputação das mulheres solteiras e a honra no casamento das mulheres casadas.
II. A CEIA DO SENHOR (1Co 11.23-26)
1. Ordenança (1Co 11.25).
“Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim “(1Co 11.25).
A Ceia do Senhor é parte fundamental na liturgia do culto cristão. A Ceia é uma das duas ordenanças de Cristo: Batismo e Ceia.
Paulo exorta os Coríntios, deixando claro que a Ceia não á apenas uma cerimônia vazia na qual os fiéis digerem o pão e o vinho. É, sim, uma proeminente doutrina bíblica embasada em uma ordenança clara e direta de Jesus durante o Seu ministério terreno, com objetivos bem definidos.
Não se trata de uma refeição comum, ou seja, não é apenas comer ou beber. A Ceia vai muito além disso. A Ceia do Senhor é um memorial cujo objetivo central é relembrar e anunciar a morte do Senhor até que Ele venha.
Além disso, é um instrumento de comunhão com o Senhor, chamada pelos primeiros cristãos de festa ágape, ou seja, festa do amor.
É também uma ocasião de celebrar a comunhão entre os irmãos.
2. Elementos (1Co 11.23-25).
“E, enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e lhes deu, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo (….) Tomou também o cálice; dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue” (11.24-25).
Os elementos da Ceia do Senhor são de grande importância para o estabelecimento da sua liturgia.
“Isto é o meu corpo” (v. 24). O pão representa o corpo do Senhor.
“Este cálice é a nova aliança no meu sangue” (v. 26). O vinho representa o sangue de Jesus. Recebia o nome de “fruto da vide” (Mc 14.25).
Um fato curioso em relação ao vinho é que se trata de uma confirmação do compromisso de noivado nos tempos bíblicos. Depois de pagar o dote, o jovem trazia o contrato de casamento, também chamado de “pacto da aliança”. E por último era oferecido à noiva uma taça de vinho. Se ela bebesse o vinho, estava aceitando o compromisso com o jovem. Simbolicamente, a Ceia é o momento no qual a “noiva” (Igreja) celebra a aliança, ou seja, seu compromisso com o “noivo” (Jesus).
3. Significado (1 Co 11.26).
“Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.”
Devemos celebrar a Ceia como um memorial no qual recordamos a vida, a morte e a ressurreição de Cristo. Este é o significado que encontra embasamento bíblico para sua aplicação.
A Bíblia Sagrada aponta a celebração da Ceia como um memorial (1Co 11.24-25). Esta visão não estabelece seu modo de celebrar na hipervalorizarão dos elementos e sim no seu simbolismo.
Apesar de não fazer parte da doutrina das igrejas pentecostais, corre em nosso meio um certo misticismo em relação aos elementos, depois da oração feita pelos fieis. Alguns pretendem dar um simbolismo maior aos elementos e para a cerimônia do que a ideia bíblica de um memorial.
Para o Catolicismo, os elementos se transformam em carne e sangue no momento da eucaristia, fenômeno conhecido como transubstanciação. O pão torna-se, literalmente, o corpo de Jesus, e o vinho, o sangue. Repete-se o sacrifício de Cristo como sacramento e meio de se receber graça de Deus.
III. A FESTA DA SALVAÇÃO (1Co 11. 26-29)
A Ceia é uma das ordenanças do Senhor Jesus. Por isso, ela é regularmente celebrada na igreja. A Ceia é a festa da salvação e do perdão.
Vejamos algumas recomendações para participar da Ceia do Senhor.
1. Examinar a si mesmo (1Co 1128).
“Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice.”
Após explicar sobre os elementos, o significado e a importância da Ceia do Senhor, Paulo exorta o povo de Corinto a examinar-se a si mesmo antes de participar da cerimônia.
Neste momento, cada participante deve ser juiz de si mesmo, conscientizando-se de suas atitudes e arrependendo-se de seus pecados. É hora de contrição, discernimento, perdão. Um detido autoexame é um requisito primordial para ser participante da celebração da Ceia.
Cada participante deve colocar a vida cristã na balança com a Palavra de Deus, observando se suas atitudes e pensamentos estão alinhados com os ensinamentos bíblicos, para, então, ser considerado apto a participar da Festa da Salvação.
2. Discernir o significado (1Co 11.29).
“Pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si.”
A Ceia (nova aliança) teve origem por ocasião da Páscoa, mas não era a Páscoa (antiga aliança), a Páscoa era apenas uma pálida figura do que viria.
A Ceia tem a ver com a igreja celebrando a morte e ressurreição e aguardando a vinda do Rei pelo Seu sacrifício vicário que trouxe de volta a realidade da comunhão com Deus conquistada na cruz.
Para entendermos isso, é necessário estudar o termo traduzido como “indignamente” (v. 27). Este termo significa, literalmente “não se arrependeu”. A ceia é destinada aos que creem em Jesus e querem celebrar a memória da Sua morte e ressurreição, e anunciar a Sua vinda. É por este motivo que, na maioria das igrejas, para cear, a pessoa precisa ser batizada em águas e estar em comunhão com os santos.
3. Anunciar a volta do Senhor (1Co 1126).
“Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.”
Nos tempos de Jesus, depois que selavam o compromisso de casamento, o noivo não poderia tomar nada que fosse produto da uva até o momento do casamento. Já para a noiva, a ordem era oposta. Ela estava liberada para beber um cálice de vinho a fim de lembrar que, em breve, seu noivo voltaria para tomá-la como sua esposa e levá-la para seus aposentos. A igreja de Cristo, ao cear, relembra do seu compromisso com o Senhor Jesus, anunciando que Ele, em breve, voltará.
É bom lembrar as palavras de Jesus: “Pois vos digo que, de agora cm diante, não mais beberei do fruto da videira, até que venha o reino de Deus” (Lc 22.18).
APLICAÇÃO PESSOAL
A Ceia é uma ordenança do Senhor como um memorial da Sua morte e ressurreição. Além disso, ela anuncia a volta gloriosa do Senhor Jesus.
RESPONDA
1) Por que a orientação paulina sobre uso do véu pelas mulheres em Corinto?
2) Quais foram as duas ordenanças de Cristo em sua vida terrena?
3) Que requisitos devemos observar antes de participar da Santa Ceia?