LIÇÃO 8: LUCAS 15 e 16: PARÁBOLAS E ENSINOS EXCLUSIVOS DE LUCAS
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Lucas 15 e 16 há 32 e 31 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Lucas 15.8-32 (5 a 7 min.).
Toda esta lição nos ensina a natureza abrangente da graça de Deus. Lucas dedica dois capítulos a parábolas que falam da chamada universal à salvação: um pastor disposto a tudo por uma ovelha; uma mulher que valoriza o que pode parecer pouco; um pai que acolhe o filho perdido. Professor(a), mostre aos irmãos o amor com que Jesus se oferece, como Salvador, a quem foi excluído pelos rigorosos costumes religiosos.
O Senhor anunciava a dispensação da graça, pela qual ele chamaria todos a si mesmo, perdoando-os e exortando-os a não pecar mais. Quanto aos que possuem mais recursos, devem usá-los em prol da justiça a fim de não perderem o bem que realmente nos importa – a salvação.
OBJETIVOS
• Reafirmar a certeza da salvação para todos os que confessam Jesus como Senhor.
• Compreender que o Evangelho é um chamado ao arrependimento.
• Servir aos irmãos com os recursos que Deus nos concede
PARA COMEÇAR A AULA
Esta lição pode iniciar com uma breve narrativa sobre a missão que a nossa igreja realiza em Melgaço, na Ilha do Marajó, desde 2022. Quando souberam que ali havia o menor IDH do país, lá foram os missionários para recuperar ovelhas, procurar pessoas que estavam esquecidas e cuidar de suas feridas. Aleluia! Se possível, compartilhe vídeos disponíveis nas redes sociais da Assembleia de Deus.
RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DA LIÇÃO
1) b
2) c
3) a
LEITURA ADICIONAL
As parábolas dos capítulos 15 e 16 do evangelho segundo Lucas constituem uma unidade coesa. O convívio de Jesus com coletores de impostos e a adesão de alguns deles ao grupo de seus discípulos deram motivo para que ele contasse essas parábolas. Cada uma das três parábolas do presente capítulo 15 descreve de maneira peculiar a misericórdia de Deus que transcende qualquer imaginação humana.
As parábolas de Lc 16 são proferidas ainda na presença dos fariseus (Lc 16.14), mas dirigem-se primordialmente aos discípulos (Lc 16.1). Os seguidores abastados da classe dos publicanos são incentivados a exercer misericórdia e amor solidário para com os seres humanos, para não tornar ineficaz a misericórdia divina que experimentaram. A parábola do administrador injusto demonstra como administrar corretamente os bens terrenos em benefício do próximo.
A parábola do homem rico e do pobre Lázaro revela como a indiferença e frieza para com o semelhante, apesar de advertência suficiente recebida por parte da revelação de Deus, conduzem à condenação. Jesus visa demonstrar que apesar da santidade nas obras, o amor dos fariseus pelo mundo e pelo dinheiro não é nada melhor que o apego natural dos publicanos.
A precariedade da ovelha desgarrada e a incansável paciência do pastor que a procura, o aspecto sujo da moeda extraviada e o empenho inesgotável da mulher que a procura, a miséria do filho perdido pela própria culpa e o amor esperançoso do pai que o procura são traços que só podem ser delineados por aquele que age conosco com verdadeiro amor redentor, como mostram essas parábolas.”
Livro: Evangelho de Lucas: Comentário Esperança (Fritz Rienecker, Curitiba. PR: Editora Evangélica Esperança. 2005. Pág. 206).
Estudada em 19 de novembro de 2023
LIÇÃO 8: LUCAS 15 e 16: PARÁBOLAS E ENSINOS EXCLUSIVOS DE LUCAS
Texto Áureo
“E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.” Lucas 15.21
Verdade Prática
Devemos usar todos os recursos possíveis para tomar acessível o verdadeiro Evangelho.
Leitura Bíblica Para Estudo: Lucas 15.8-32
INTRODUÇÃO
I. ENSINANDO POR PARÁBOLAS Lc 15.1-70
1. O público de Jesus Lc 15.1-2
2. A parábola da ovelha perdida Lc 15.3-7
3. A parábola da dracma perdida Lc 15.8-10
II. O FILHO PRÓDIGO Lc 75.11-32
1. O pecador arrependido recebe a bênção Lc 15.11-19
2. O pai Lc 15.20-24
3. O que se considera justo perde a bênção Lc 15.25-32
III. O RICO E LÁZARO Lc 16
1 Instruções aos discípulos Lc 16.1-16
2. Duas mortes Lc 16.22
3. Dois destinos Lc 16.23
APLICAÇÃO PESSOAL
Hinos da Harpa: 36-156
INTRODUÇÃO
Nos capítulos 15 e 16, Lucas menciona cinco parábolas, sendo quatro delas exclusivas de seu evangelho, que, não à toa, é conhecido como o Evangelho das Parábolas.
I. ENSINANDO POR PARÁBOLAS (Lc 15.1-10)
1. O público de Jesus (Lc 15.1-2)
Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir (15.1).
Note o público que era atraído a Jesus. Os “perdidos” a escória da sociedade dizia; “quero ouvir o que este Jesus tem a dizer”. Este interesse dos perdidos em relação a Jesus resultava em murmuração por parte dos escribas e fariseus (v. 2).
Há um padrão nos discursos de Jesus, nos quais podemos distinguir três diferentes motivações entre seus interlocutores: 1) Da multidão: é atraída a Jesus e ouve atentamente Suas palavras. A condição deles está expressa no texto: pecadores. Ninguém os queria, os religiosos os desprezavam; 2) Dos escribas e fariseus: Reclamando de Jesus por dar atenção a pecadores. Com o coração endurecido, não discerniam o amor de Deus aos perdidos (Jo 3.16); 3) Do Cristo: movido de compaixão em salvar os perdidos. Não era interesse Dele afugentar os pecadores. Jesus falava a verdade, não se envolvia nos pecados destas pessoas, mas as recebia com compaixão.
Muitos viam estes pecadores como um inconveniente; Jesus os via como uma oportunidade. No capítulo 15, Ele nos conta três parábolas que respondem à murmuração dos fariseus.
2. A parábola da ovelha perdida (Lc 15.3-7)
Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?(15.4).
Ovelhas são conhecidas por serem animais desprovidos de esperteza, por isto precisam de pastores, mas este não é o foco da parábola Não é a parábola da ovelha sem percepção, mas o foco está no maravilhoso pastor e o ato de resgate que traz de volta a ovelha perdida, No mundo dos negócios, uma ovelha de cem representaria uma perda de 1%. “Faz parte do risco do negócio: ovelhas se perdem, vida que segue”, alguns diriam. Mas aqui estão as boas novas: Jesus não está disposto a perder ninguém.
Se você se sente perdido, Jesus está a sua procura! Ele sabe o seu nome, e a Sua prioridade é resgatar pessoas perdidas. Por isto Ele declara: “haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” (v. 7).
Os fariseus tinham um mote: “Há alegria no céu quando um pecador é destruído”. Por esta razão o verso 7 é tão emblemático. Eis parte da razão de Jesus falar com pecadores. O que alegra o céu também precisa ser a nossa alegria: encontrar ovelhas perdidas.
No texto o pastor, seus vizinhos e amigos se alegram (v. 6), então os fariseus também deveriam se alegrar, o que não era o caso. Consequentemente, não eram amigos do bom pastor.
3. A parábola da dracma perdida (Lc 15.8-10)
Ou qual ê a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la? (15.8).
Jesus aborda a importância de se buscar o perdido, em vários patamares de valor. Pode ser mais caro, ou mais barato; uma ovelha ou uma dracma, porém todos têm valor e quando são encontrados, não importa o contexto, geram uma grande festa.
Jesus nos ensina a irmos em busca do que está perdido, seja fora ou dentro de casa. Sua persistência em salvar a humanidade equivale a alguém que perdeu um tesouro particular, mas está disposto a procurá-lo até encontrar.
II. O FILHO PRÓDIGO (Lc 15.11-32)
Perder um filho dói bem mais do que um prejuízo financeiro ou a fuga de um animal, Jesus enaltece um pai que tem dois filhos perdidos: um dentro de casa e um fora.
1. O pecador arrependido recebe a bênção (Lc 15.11-19)
O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres. (15.12).
O filho mais novo é caracterizado como aquele que se revolta contra o pai e deixa claro, ao pedir sua herança, que quer viver longe dele. Tal ação é assustadora pois, naquele contexto, pedir herança ao pai significava pedir a própria morte de seu genitor, já que herança se ganha após a morte.
Percebamos a diferença das três parábolas até aqui: a ovelha, um ser irracional, simplesmente saiu do redil; a dracma, é inanimada e foi perdida por alguém; o filho pródigo decidiu deixar o lar. Jesus amplifica o significado de “perdido”.
Esse filho recebe sua parte, vai morar em outro lugar, gastando de forma irresponsável tudo o que tinha (15.13) e, se já não bastasse, uma crise assola o local de sua habitação, submetendo-o a grandes privações e ao trabalho entre porcos (Lc 15.14) – condição vergonhosa para um judeu pelo fato de tal animal ser considerado impuro (Lv 11.7). É perceptível que tamanha humilhação vivida ocorre por causa de suas escolhas erradas.
“Então, caindo em si” (v. 17). Aqui está a grande atitude, isto é chave. A pessoa precisa “cair em si”, pois não somos obrigados a nada. Um dia as pessoas caem em si. Ele planeja ir ao encontro do pai com três passos essenciais: a) reconhecer seus pecados; b) aceitar sua condição de indigno; c) concordar com a menor atitude de benevolência que seu pai puder oferecer.
2. O Pai (Lc 15.20-24)
E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. (15.20).
O pai era a figura central da família judaica, a ponto de receber o máximo respeito. Por isso, tal história é chocante para os judeus, já que o pai, embora pudesse punir severamente o filho insolente, decide dar a ele a herança que lhe cabia (Lc 15.12).
A bondade e o amor do pai pelo filho ganham maior relevância quando o filho que saiu resolve voltar e o pai sai correndo ao seu encontro, coisa incomum para a época. O pai evidencia o que Jesus fez por nós: “a si mesmo se humilhou” para nos resgatar (Fl 2.8).
O pai o abraça, beija, e no meio do discurso do filho maltrapilho, interrompe-o e manda colocar nele alguns acessórios: a) “melhor roupa” símbolo de distinção; b) anel, símbolo de autoridade e tradição da família (Gn 41.42); c) sandália, símbolo de filiação, pois escravos andavam descalços. Além disso, o pai manda preparar um animal que foi cuidado por anos para uma ocasião memorável (Lc 15.23).
3. O que se considera justo perde a bênção (Lc 15.25-32)
Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças (15.25).
O outro irmão ficou incomodado com a alegria que encontrou na casa devido ao retorno do filho que estava perdido. Ele decidiu não entrar para se alegrar, então o pai saiu também ao seu encontro.
Esta atitude do filho que ficou é emblematicamente similar a dos fariseus. Ele trata o pai com ingratidão e desrespeito. Argumenta com o pai, porque o filho pecador se arrependeu, olhando somente para seus erros e passado (v. 30), sem perceber a verdade maior de que o filho que estava morto, agora reviveu (v. 32). Ele não se alegrou com o que trazia alegria ao coração do pai.
A parábola termina com o pai convidando o filho mais velho a participar da festa da salvação, mas não sabemos o que esse filho fez, pois a parábola termina em aberto. E nós? Festejamos por Deus alcançar pessoas com características distintas da nossa?
III. O RICO E LÁZARO (Lc 16)
1. Instruções aos discípulos (Lc 16.1-16)
Porque os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz (16.8b).
A caminho de Jerusalém (como veremos na próxima lição) Jesus instrui os seus discípulos sobre o que irá acontecer. Jesus seria preso, morto, ressurreto e após isto retornaria ao céu, Ele começa aqui a prepará-los para o ministério futuro. Ele inicia com a parábola do administrador infiel (v.1-13).
Certo homem rico contratou um administrador. É uma história sobre um patrão mundano que contrata outro mundano para ser seu administrador, e ambos utilizam a sabedoria do mundo para fazer negócios, Tudo indica que o administrador aumentava o preço dos produtos para ganhar algo para si.
Jesus usa isto para fazer um contraste junto aos seus discípulos, argumentando que os “do mundo” com paixão e entusiasmo fazem todo o mal para alcançar seus objetivos; quanto mais os da luz devem fazer todo o bem para alcançar seus objetivos.
Como tem a ver com dinheiro, e os fariseus eram avarentos (v.14), estes se aproximam, sem serem chamados, para ouvir o que Jesus tem a dizer e Jesus conta outra parábola acerta de um outro “rico” e Lázaro.
2. Duas mortes (Lc 16.22)
Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado.
Jesus conta uma história interessante sobre duas vidas, duas mortes e dois destinos.
A primeira morte diz respeito a um homem rico. Quando Jesus mencionou “rico” novamente os ouvidos dos fariseus se conectaram ao que ele dizia. Este se vestia de púrpura e linho fino, e se regalava esplendidamente (v. 19).
A segunda morte é de um certo Lázaro (não se refere ao amigo de Jesus) que tinha o corpo coberto de chagas e mendigava migalhas junto a mesa do rico. Embora ambos vivessem contextos completamente diferentes, mesmo acontecimento encontra os dois, a morte.
3. Dois destinos (Lc 16.23)
No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio.
Após a morte os destinos são completamente diferentes.
O destino de Lázaro, foi o seio e o consolo de Abraão, levado pelos anjos (v. 22).
O destino do homem rico foi o inferno. Em meio a tormentos ele levantou os olhos e viu Lázaro no seio de Abraão.
Existem várias aplicações desta passagem, algumas são:
1) Acerca da eternidade: É inexorável e existe um grande abismo entre os dois destinos (v, 26) que não se pode atravessar de um lado para outro e nem se comunicar com aqueles que ainda estão em vida (v. 28), ou seja, o destino é definitivo. A vida não acaba na sepultura, a narrativa mostra que na eternidade a situação dos dois personagens sofre uma grande inversão.
2) Acerca das pessoas: ajude sempre que estiver ao seu alcance.
Agora o homem rico, que nunca precisou pedir nenhuma ajuda.
experimenta o que significa mendigar, clamando até mesmo por umas gotas de água (v. 24). Entretanto, mesmo em tal situação, o rico avarento ainda se achava na posição de que Lázaro poderia servi-lo.
3) Acerca das riquezas e dos fariseus: os fariseus amavam as riquezas, Para eles, a riqueza era um sinal da bênção de Deus. Por outro lado, a falta dela era vista como um sinal de maldição. De acordo com essa mentalidade, era inconcebível qualquer destino diferente do céu para este homem, porque assim acreditavam que seria com eles. Riqueza não é passaporte para o céu, assim como pobreza também não garante a vida eterna.
Os fariseus não percebiam que eles próprios também estavam perdidos em seu legalismo e apego material. Se Jesus não conseguia convencê-los, nem mesmo Abraão, Moisés e os Profetas o fariam (v. 30-31).
APLICAÇÃO PESSOAL
Sejamos gratos a Deus pela salvação que nos trouxe e esforcemo-nos para manifestar as obras da fé em Jesus.
RESPONDA
Identifique a resposta apropriada a cada questão e relacione-a abaixo no parêntese correspondente.
1) Os perdidos e escória da sociedade
2) Se revoltou contra o pai e pediu a sua herança.
3) O seu destino foi o consolo e o seio de Abraão.
a) Lázaro.
b) O público de Jesus.
c) O filho pródigo.