Nas lições seguintes (Lições 9 a 13), abordaremos aspectos que se aplicam a toda a família: economia, disciplina, proteção e fortalecimento familiar, obra missionária.
Nesta lição, procure estabelecer alguns argumentos válidos por que a economia é um assunto de grande importância para a família, assim como seus possíveis reflexos nas finanças da Igreja. Considere duas situações: (1) Famílias que investem no reino de Deus e vivem ajustadas financeiramente experimentam abençoada prosperidade financeira. (2) Famílias em situação oposta. Depois, estude essas situações relativamente aos princípios espirituais concernentes às finanças.
Finanças é um assunto intimamente ligado a hábitos pessoais, o que contribui para inúmeros conflitos entre casais. Descubra possíveis correspondências entre a responsabilidade financeira e uma vida equilibrada e feliz.
OBJETIVOS
• Compreender a importância de economizar para o equilíbrio do lar.
• Distinguir entre hábitos saudáveis e prejudiciais à economia doméstica
• Reconhecer a relação entre o êxito nas finanças e a fidelidade aos mandamentos de Deus.
PARA COMEÇAR A AULA
Pergunte aos alunos se eles sabem sobre qual assunto Jesus mais ensinou depois da temática da salvação. Anote todas as respostas em um quadro ou folha grande, para ficar bem visível.
“O uso do dinheiro” é a resposta correta.
Pesquise e cite alguns textos bíblicos. Indique que a economia doméstica na família cristã tem uma sólida base nos ensinamentos de Jesus. Então, comece a aula pontuando que Jesus nos ensina a economizar e a usar o dinheiro como fonte de bênção. Boa aula!
RESPOSTAS
1) João 6.12.
2) Segurança no futuro e tranquilidade da família.
3) Deus. 2 Corintios 9.10,11 e Malaquias 3.10.
PALAVRAS-CHAVE
Economia • Gestão • Êxito • Equilíbrio
LEITURA COMPLEMENTAR
Em matéria de economia doméstica, devem merecer atenção as normas que estamos expondo aqui. São muito importantes:
1. Comprar à vista. Por que à vista? A crédito, custa demasiadamente caro para quem não é rico. 0 preço da compra à prestação é elevado a dez ou trinta por cento a mais. Além disto, quando assinamos as promissórias, corremos o risco de perder o dinheiro, o tempo e a moral. É boa norma de economia doméstica levar em conta a quantidade, a qualidade e os preços dos artigos que compramos. Esta prática é caminho para um amanhã mais folgado financeiramente. A economia é tão importante, que compensa as suas exigências.
2. Manter a renda numa base orçamentária. Não toque no seu salário antes de dividir as parcelas entre os seus vários grupos de despesas. Quase todas as pessoas cometem graves erros, quando roubam o essencial de uma necessidade fundamental, a fim de satisfazerem a um luxo. Gastar dinheiro não é a mesma coisa que empregá-lo consciente, adequada e proveitosamente no atendimento dos compromissos e em benefício da família. Eis uma boa regra para manter seu equilíbrio financeiro:
• Pagar sempre à vista, para ter o menor preço;
• Comprar sempre uma quantia certa, embora pequena, por semana ou mês;
3. Evitar hábitos prejudiciais à economia. Certo provérbio francês afirma: “0 hábito é uma segunda natureza”. Há, no uso do dinheiro, hábitos que se constituem em prisão. São eles:
a. Gastar o dinheiro antes de possuí-lo, mediante contas assinadas e promessas de pagamentos. A mais disto temos dois exemplos: o do assalariado que tem o hábito de emitir vale, e o do agricultor que vende o seu produto antes de colhê-lo (ou na palha, como dizem), quando não pode ainda avaliar a sua colheita e quando terá que vendê-la pelo menor preço;
b. Conduzir o dinheiro trocado e nunca se recordar em que aplicou. Gasta-se uns centavos aqui, um real ali, mais outro ali, mas outro acolá, porque cada despesa parece muito pequena quando fazemos, mas no total dessas somas aparentemente insignificantes verificar-se-á um gasto assustador;
c. Em decorrência da feita de orçamento e controle das finanças, uma pessoa poderá prender-se a um terceiro hábito — a extravagância em certas direções e o da mesquinhez em outras, cujos resultados são ambos ruins. Neste sentido, a Bíblia nos previne: “Ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em perda” (Pv 11.24).
Livro: “O Padrão Divino para uma Família Feliz” (Estevam Ângelo de Souza. Editora: SIOGE, São Luís, págs. 80-81)
Estudada em 31 de maio de 2020
LIÇÃO 9 – A FAMÍLIA E A ECONOMIA DO LAR
TEXTO ÁUREO
“Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” Mt 6.21
VERDADE PRÁTICA
Economizar e administrar corretamente as provisões de Deus são fatores de prosperidade e bênçãos espirituais.
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda – Mt 6.11 Dá-nos hoje o pão
Terça – Pv 16.17 Melhor é estar com o Senhor
Quarta – 1Co 10.31 Tudo para a glória de Deus
Quinta – 2Ts 3.3 A fidelidade de Deus é eterna
Sexta – 1Tm 5.8 Provisão para família
Sábado – Ec 5.18-19 Dom de Deus
LEITURA BÍBLICA
Mateus 6.19-24
19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam;
20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;
21 porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.
22 São os olhos a lâmpada do corpo.
Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso;
23 se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!
24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
Hinos da Harpa: 77 – 564
A FAMÍLIA E A ECONOMIA DO LAR
INTRODUÇÃO
I. ECONOMIZAR É NECESSÁRIO
1. Jesus ensina a economizar Mt 6.11
2. Saúde financeira da família Lc 14.28
3. Hábitos prejudiciais Ec 5.13,14
II. CONFLITOS FINANCEIROS
1. Gastar ou poupar Rm 13.8
2. Falta de diálogo Ec 4.9-12
3. Materialismo 1Tm 6.10
III. BOA GESTÃO
1. O bom êxito nas finanças Pv 6.6-8
2. Dízimos e ofertas Ml 3.10,11
3. Graça: dar e receber Lc 6.38
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
Economia doméstica é um assunto de grande importância para a família, pois além de estar intimamente ligado a hábitos pessoais, ele tem conotação espiritual e está na raiz da maioria das brigas entre casais. Responsabilidade financeira é condição básica para uma vida equilibrada e feliz.
I. ECONOMIZAR É NECESSÁRIO
Economizar é uma matéria que exige esforço pessoal para aprender, principalmente porque demanda prática, bom senso e equilíbrio.
1. Jesus ensina a economizar. Jesus demonstrava cuidado com os que o seguiam. E o fato de Jesus se preocupar com a multidão faminta que o seguia, bem revela o Seu cuidado para conosco, quanto às necessidades materiais. Ao ensinar os discípulos a orar, Jesus mencionou os cuidados da vida, quando disse: “0 pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mt 6.11).
Após fartar as multidões, Jesus recomendou: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca” (Jo 6.12). A Bíblia diz que o insensato desperdiça o tesouro (Pv 21.20). O feito miraculoso de Jesus tinha em vista atender às necessidades materiais da multidão naquele momento, provendo não apenas pequenos pedaços de pão e de peixe aos famintos, mas “quanto queriam”; e do que sobejou, recolheram doze cestos, providencialmente um para cada apóstolo.
Duas preciosas lições brotam deste exemplo:
a) Economia jamais pode ser considerada um sinônimo de mesquinhez, assim como estragar não deve ser tomado como sinal de fartura.
b) Jesus mostrou aos discípulos que deviam dar continuação ao programa divino de assistência às multidões de necessitados (Gl 2.10; At 20.35).
Jesus certamente entendia de economia. Depois da temática da salvação, o assunto sobre o qual Jesus mais falou foi sobre dinheiro. Além disso, tinha um ministério no qual sustentava doze discípulos e suas famílias, que tudo deixaram para segui-lo, e isso importava em não poucos gastos (Mc 10.28). Jesus mandava Seus discípulos comprarem comida, tinha os gastos normais de viagem e hospedagem, pagamento de impostos, além do que ainda ajudava aos pobres; e tinha, inclusive, um tesoureiro (Jo 4.8; 13.29; Lc 9.52; Mt 17.17).
É incontestável a importância da economia doméstica para a estabilidade da família em todos os aspectos.
2. Saúde financeira da família. a) Planilha de Orçamento. Toda família deve fazer um plano financeiro no qual coloca sua previsão de receita (quanto ganha) e despesas (quanto gasta). O grande objetivo é nunca gastar mais do que se ganha (Lc 14.28).
Há pessoas que, mesmo sendo pobres, procedem sabiamente e vivem equilibradas, tranquilas e em paz (Pv 15.16,17). Todas as despesas da família devem estar restritas às suas rendas; assim, cada despesa com aluguel, alimento, roupas, livros e outros gastos, deve ser colocada dentro de um percentual correspondente ao salário, não devendo exceder aos limites deste.
b) Compre apenas o que você precisa. Não é o dinheiro que controla você, você é que controla o dinheiro. Estudos apontam que quarenta por cento das despesas mensais de algumas pessoas decorrem do hábito ou impulso de comprar coisas supérfluas (Is 55.2; Ag 1.6-9). Aquele dinheiro que fica à mão para as pequenas despesas do dia a dia tem que ser controlado com atenção. Evite compras de última hora ou impulso, você sempre gastará mais.
c) Poupe dinheiro, em poupança, ações ou títulos garantidos para emergências e planos futuros; ou, invista em um imóvel, por exemplo, dentro do seu orçamento. Sempre dentro do orçamento para não correr o risco de perder o bem e o investimento já feito.
d) Compre à vista. A compra feita a crédito geralmente encarece o custo dos bens de consumo e onera a economia doméstica por causa dos elevados juros que são cobrados. Se você tem o costume de comprar a crédito, atentar para que as parcelas das compras estejam dentro do orçamento. Lembrando que fora de períodos festivos, tudo fica mais em conta.
3. Hábitos prejudiciais. Há, no uso do dinheiro, três hábitos que podem resultar em grandes prejuízos:
a) Gastar o dinheiro antes de ganhá-lo. Mediante a emissão de cheques sem fundos ou promissórias. A exemplo disto podemos citar o assalariado que tem o hábito de emitir vales, e o agricultor que vende sua produção antes de colhê-la (na palha como dizem), sem contar com os imprevistos da natureza.
b) Carregar o dinheiro trocado e nunca se lembrar onde e em que o gastou.
c) Em decorrência da falta de orçamento e controle das finanças, uma pessoa poderá prender-se a um terceiro hábito – fazer despesas que ultrapassam a renda familiar (Ec 5.13,14). A extravagância, em certas direções, e a sovinice, em outras, cujos resultados são ruins, devem, sempre, ser evitadas.
II. CONFLITOS FINANCEIROS
A maioria dos estudos sobre conflito na família, apontam para o dinheiro ou má gestão dele como sendo o culpado.
1. Gastar ou poupar. Via de regra o problema é gastar além das possibilidades. Poucas coisas expõem pessoas a mais stress do que dívidas (Rm 13.8), Muitas vezes o gastador, ou a gastadora não admite que tem problema. Pare e reflita bem se este é o caso em seu lar e busque ajuda. Não brinque com esse assunto, ele é de alto risco.
Distingua quem tem aptidão para gerenciar melhor as finanças. Pode ser o homem ou a mulher. Melhor que sejam os dois. Feliz o casal que se entende neste assunto.
2. Falta de diálogo. É certo que a cabeça do lar é o esposo, e muitas vezes ele é o único provedor, mas as decisões que ele toma afetam a todos. Como faz bem a uma esposa e filhos já crescidos, sentirem-se valorizados e partícipes das decisões de um lar. Lembre do que Jesus falou: “Façam aos outros a mesma coisa que querem que eles façam a vocês” (Lc 6.31).
A máxima vale para o esposo e para a esposa também. Conversem antes de gastar ou fazer investimentos (Ec 4.9-12). Quando casais ficam muito independentes nas decisões financeiras, esse é um sinal de que já há um distanciamento entre eles. Procure sempre compartilhar decisões e levar em conta os sentimentos do outro.
3. Materialismo. Quando damos mais importância a coisas do que às pessoas. 0 problema não é o dinheiro, mas o amor a ele (1Tm 6.10; Ec 5.10; Mt 6.21),
a) Preocupação em causar uma boa impressão de status financeiro sob pena de sacrifício da família.
b) Dar presentes em vez de atenção e tempo a filhos e cônjuges.
c) Uma esposa exigir casa, carros, joias como prova de amor.
III. BOA GESTÃO
1. O bom êxito nas finanças. É bom lembrar que estamos falando de gente que trabalha e se esforça para vencer na vida e conquistar a honra de manter-se a si próprio e a sua família salvos da penúria e da desmoralização. Para os indolentes e descuidados não há regra que possa ajudá-los (2Ts 3.10). 0 bom êxito nas finanças garante principalmente duas coisas:
a) Segurança no futuro. A ideia de prevenir o futuro é ensinada até pelas formigas que, embora consideradas pequenas na terra, são tidas como mais sábias que os sábios (Pv 6.6-8; 30.25). Esse é um bom exemplo de valorização da previdência, coisa que muitos humanos sequer chegam a considerar.
b) A tranquilidade da família. Cada situação deve ser resolvida conforme as possibilidades da família, sempre lembrando que Deus é o grande provedor dos que o servem e Nele confiam.
2. Dízimos e ofertas. Uma família cristã próspera leva em conta os mandamentos do Senhor em relação ao sustento da Sua obra, especialmente quanto aos dízimos e ofertas. O dízimo tem a ver com a nossa fidelidade a Deus. Ele tem como consequência imediata bênçãos financeiras e segurança contra os devoradores (Ml 3.10,11). A oferta diz respeito à generosidade do ofertante (2Co 9.5). O dízimo é do Senhor, pertence ao Senhor, é estipulado por Ele; a oferta é minha, é decorrente de uma motivação e decisão pessoais (2Co 9.7). Enquanto o dízimo é sempre correspondente a dez por cento, a oferta deve ser dada segundo a prosperidade financeira do ofertante. A oferta é a semente financeira que gera os frutos de uma colheita financeira. Paulo usa as palavras semear e ofertar como sinônimas (2Co 9.6-10). Não contribuir com a obra de Deus, quando Ele já nos tem abençoado para fazê-lo, significa que, além de não levar Deus a sério, estamos também estancando a nossa própria prosperidade financeira.
3. Graça: dar e receber. Todos os indicadores econômicos no Reino de Deus são determinados pela graça de dar e de receber (Lc 6.38). A sua validade e a credibilidade de sua operacionalização advêm do próprio Senhor do Reino, sendo um fruto da Sua graça. Isso requer uma resposta de fé, de que Aquele que prometeu é fiel para cumprir o que Ele próprio afirmou e estabeleceu como princípios espirituais imutáveis (Lc 16.10; 2Ts 3.3). O que é mais bem-aventurado, dar ou receber? (At 20.35). No Reino de Deus, o próprio Deus é o agente da bênção da multiplicação (2Co 9.10,11; Ml 3.10).
Contentamento é a palavra-chave para fechar essa proveitosa lição. “Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: “Nunca o deixarei, nunca o abandonarei” (Hb 13.5, NVI).
Como exemplo posso dar o meu testemunho pessoal. Meu esposo é um grande gestor. Não me lembro uma vez sequer nesses trinta e cinco anos de termos dívidas. Mas o que mais admiro e tenho aprendido com ele é o contentamento, o prazer com as coisas simples. Essa é sem duvida uma das bênçãos do nosso lar.
APLICAÇÃO PESSOAL
Deus se interessa em abençoar e suprir todas as nossas necessidades. Nós temos o dever de administrar, com sabedoria e equilíbrio, os recursos que Deus nos concede.
RESPONDA
1) Cite a passagem bíblica estudada na lição em que Jesus ensina sobre desperdício.
2) Quais são os resultados estudados que o bom êxito nas finanças gera para a família?
3) Quem é o agente da bênção da multiplicação? Fundamente com versículos bíblicos.