Lição 9: Êxodo 32 a 34: Adoração ao Bezerro de Ouro

LIÇÃO 9: ÊXODO 32 a 34: ADORAÇÃO AO BEZERRO DE OURO

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Êxodo 32, 33 e 34 há 35, 23 e 35 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Êxodo 32.1-20 (5 a 7 min.).

 

OBJETIVOS
• Cultivar a vida de oração.
• Buscar a santidade pessoal.
• Evitar todo tipo de idolatria.

 

Querido (a) professor(a), precisamos concentrar nosso coração em Deus (Mt 6.21). O bezerro de ouro é um deus conforme o coração corrompido dos homens; ao invés disso, precisamos nos tornar homens segundo o coração santo de Deus. Não podemos confiar nos nossos atributos nem e em qualquer das nossas obras imaginadas – feitas em imagem mental e erguidas atualmente como imagem digital. Tenhamos cuidado com as formas atuais de idolatria. Em tempos de redes sociais há o risco de culto a si mesmo; a pornografia corrompe o caráter e cultua o prazer pecaminoso; o ativismo político e o liberalismo ideológico pregam um falso evangelho que cultua paixões e projetos humanos.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Um bom começo é pensarmos nas palavras de Jesus em João 10.7. Precisamos entrar no reino de Deus pela porta das ovelhas, a porta estreita (Mt 7.13-14). Isso exige que renunciemos a qualquer ilusão de sermos autossuficientes. Nosso caráter deve imitar o caráter obediente de Jesus até que já não sejamos donos de nós, mas propriedade Dele (Gl 2.20). Quem tem resistido a essa tentação de adorar a si mesmo? Lembremos que essa foi uma das propostas que Satanás fez a Jesus (Lc 4.5-8).

 

RESPOSTAS 
1) V
2) F
3) V

 

Lição 9 – Êxodo 32 a 34: Adoração ao Bezerro de Ouro

 

LEITURA ADICIONAL
Deus disse a Moisés que os israelitas haviam se corrompido. O pecado é a corrupção do pecador, e é uma corrupção do próprio ser; cada um é tentado quando é atraído e seduzido por sua própria concupiscência. Eles haviam se desviado. O pecado consiste em sair do caminho do dever e tomar um atalho. Esqueceram-se rapidamente das obras de Deus. O Senhor vê aquilo que os homens não podem descobrir, e nenhum ato maldoso do mundo lhe está oculto. Nós não suportaríamos contemplar sequer a milésima parte da maldade que Deus vê diariamente. Ele expressa a grandeza de seu justo desagrado ao estilo dos homens, que não teriam permitido que alguém intercedesse a favor daqueles contra quem resolvessem ser severos. Nada além da oração de Moisés poderia salvá-los da ruína; deste modo, foi um tipo de Jesus, pois somente pela mediação de Cristo, Deus reconciliaria o mundo consigo mesmo.
Moisés coloca a glória de Deus como penhor. A glorificação do nome do Senhor, que deve ser a nossa primeira petição em nossas orações, como nos é ensinado na oração do Pai Nosso, deveria ser o nosso principal pedido. As promessas de Deus devem ser o nosso principal pedido em oração, porque aquele que prometeu é poderoso para cumprir. Observe o poder da oração. Como resposta às orações de Moisés, Deus mostrou o seu propósito de perdoar o povo, da mesma maneira que anteriormente “parecia” estar decidido a destruí-lo. A mudança na expressão exterior de seu propósito é chamado de “arrepender-se do mal”. Que mudança! Descer do monte da comunhão com Deus para conversar com um mundo mau. Nada vemos em Deus que não seja puro e prazenteiro.
Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (Editora CPAD, 2004).

 

 

Texto Áureo
“E depressa se desviou do caminho que lhe havia eu ordenado; fez para si um bezerro fundido, e o adorou, e lhe sacrificou, e diz: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito.” Êx 32.8

 

Verdade Prática
A apostasia é o resultado final da perda crescente do fervor espiritual e do entusiasmo pela presença de Deus.

 

Estudada em 28 de agosto de 2022

 

Leitura Bíblica Para Estudo Êxodo 32.1-20

 

ÊXODO 32 a 34: ADORAÇÃO AO BEZERRO DE OURO

 

INTRODUÇÃO

I. O BEZERRO DE OURO ÉX 32.7- 8
1. Por que um bezerro? Êx 32.4
2. Decadência espiritual Êx 32.7
3. Desvio precipitado Êx 32.8

 

II. CONSEQUÊNCIAS DA IDOLATRIA Êx 32.9-21
1. Povo de dura cerviz Êx 32.9
2. A disciplina de Deus Êx 32.10
3. A falha de Arão Êx 32.21

 

III. RENOVANDO A ALIANÇA E AS TÁBUAS DA LEI Êx 32.32, 34.10
1. O arrependimento divino Êx 32.14
2. A intercessão de Moisés Êx 32.32
3. Novas tábuas da Lei Êx 34.10a

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 42 – 266

 

INTRODUÇÃO
Na presente lição abriremos um parêntese para estudar os capítulos 32 a 34 nos quais veremos a idolatria do povo adorando um bezerro de ouro e a misericórdia de Deus renovando a aliança com Israel, dando as novas tábuas da Lei. Estes capítulos, estão encravados bem no meio dos capítulos 25 a 40 nos quais Deus instrui Moisés sobre a construção do Tabernáculo e seus utensílios que é o assunto da próxima lição.

 

I. O BEZERRO DE OURO (Êx 32.1-8)

1. Por que um bezerro? (Êx 32.4)
“Este, recebendo-as das suas mãos, trabalhou o ouro com buril e fez dele um bezerro fundido. Então, disseram: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito.”
A principal divindade do Egito era o deus-boi Ápis. Israel estava apostatando da fé, dos caminhos do Senhor e trazendo de volta a falsa religiosidade egípcia. Essa é a razão da ira de Deus se intensificar a ponto de querer destruí-los. Por várias vezes ao longo da peregrinação o povo desejou voltar ao Egito. Perderam o propósito de Deus para eles. Aqui o que acontece é que num certo sentido eles consumam isso. Não retornam fisicamente, mas retornam no coração. Elegem para si as divindades do Egito e as servem em pleno deserto depois de tudo que Deus fizera por eles.
Como o coração humano é complicado. Como é tentador esse desejo de voltar aos velhos hábitos e à velha vida. Como disse um certo pensador: “Se o Maligno não conseguiu impedir sua conversão, tentará impedir sua santificação.” Um membro de Igreja que tenha uma vida mundanizada é uma vitória do Maligno e uma derrota para o reino de Deus.

 

2. Decadência espiritual (Êx 32.7)
“Então, disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu.”
A apostasia de Israel é retratada por Deus na expressão “se corrompeu”. O verbo traduz a ideia de arruinar-se, e é usado para coisas que se estragam e desfiguram-se. Não foi algo simples. Em 32.31, Moisés chama o ocorrido de “grande pecado”, mostrando que existe sim pecados e pecados. Israel não apenas fez um bezerro fundido, mas também o adorou, e ofereceu-lhe sacrifícios, e blasfemaram: “São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito” (Êx 32.4). Eles, inclusive, sacrificaram as riquezas doadas na saída do Egito para uma causa ridícula. Um comentarista sugere a construção do bezerro como uma espécie de “anti-arca”.
É muito provável que na cabeça da maioria, senão de todos, o bezerro significasse uma representação física do Senhor, o que não ameniza o pecado deles. Assim sendo eles estavam tentando sincronizar a adoração ao Senhor Deus às formas culturais de sua era. Esse é um perigo constante ontem e hoje, querer adaptar a Palavra e a vontade de Deus aos caprichos e desejos carnais. Vemos isso descaradamente em nossos dias quando pessoas sem temor tentam “santificar” e defender biblicamente práticas, ideologias e costumes mundanos. Que fique o alerta!

 

3. Desvio precipitado (Êx 32.8)
“E depressa se desviou do caminho que lhe havia eu ordenado; fez para si um bezerro fundido, e o adorou, e lhe sacrificou, e diz: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito.”
Qual o significado da expressão “depressa se desviou”? Outra versão diz: “rapidamente se desviaram do caminho que lhes ordenei”. Conforme Êxodo 19.1, o povo chegou ao Sinai no terceiro mês após a saída do Egito. Números 10.11 diz que o povo ali permaneceu durante onze meses. Portanto estavam a pouco mais de um ano da sua libertação do Egito. Muito pouco tempo. No Sinai eles recebem a lei, os artífices constroem o tabernáculo e as tribos são organizadas para marchar. O Sinai é a declaração da Aliança de Deus com Israel entregando-lhe a lei, como se tivesse sido um “casamento”. Um comentarista diz que considerando que Israel acabara de entrar em uma aliança com Deus no Sinai, o pecado da construção e adoração do bezerro foi como cometer adultério na mesma noite do casamento. Daí a expressão “depressa se desviou”.

 

 

II. CONSEQUÊNCIAS DA IDOLATRIA (Êx 32.9-21)
Não existe pecado neutro ou inofensivo. Pecado é uma armadilha para a alma. Pode, às vezes, parecer inofensivo, mas é mortal e por isso mesmo será sempre confrontado por Deus.

1. Povo de dura cerviz (Êx 32.9)
“Disse mais o Senhor a Moisés: Tenho visto este povo, e eis que é povo de dura cerviz.”
A expressão “dura cerviz” em 32.9 é emblemática. É repetida seis vezes no Pentateuco e sugere uma desobediência contumaz. Era usada para o animal de pescoço duro, que não aceitava o comando do seu dono. A geração que saiu do Egito se tornou o paradigma de povo obstinado. Deus terá que “amansá-los” no deserto e usará de medidas muito duras.
O pecado custa caro. O tratamento divino com Israel é duro. Deus propõe eliminar o povo de Israel e fazer outro a partir de Moisés. Alguém com menos caráter poderia ter aceitado esse convite, mas Moisés não aceitou. Só há duas ocasiões em que Deus é movido a exterminar inteiramente essa geração de hebreus. A segunda ocasião virá às vésperas da entrada em Canaã no episódio dos espias.

 

2. A disciplina de Deus (Êx 32.10)
“Agora, pois, deixa-me, para que se acenda contra eles o meu furor, e eu os consuma; e de ti farei uma grande nação.”

Há cinco coisas envolvendo o juízo de Deus: a) a quebra das tábuas de pedra (32.19); b) a destruição, queima e moedura do vergonhoso bezerro obrigando depois o povo a bebê-lo fazendo-os identificar-se com o próprio pecado (32.20); c) a morte de três mil pessoas pelos levitas (32.28); d) uma praga sobre o povo (32.35); e) a recusa de Deus em continuar indo com o povo (33.4). Essa última seria a pior de todas se a intercessão de Moisés não revertesse o quadro, pois não há substitutos para a presença de Deus no meio do Seu povo.
Como bem disse Spurgeon, Deus não deixa que seus filhos fiquem confortáveis ao pecar. Ao tratar a desobediência, Deus está sendo misericordioso conosco. Há uma grande lição para nós nessa passagem. Uma igreja sem disciplina não está sendo amorosa e nem tampouco ajudando ninguém, antes está corrompendo o evangelho. O evangelho que não confronta o pecado não é o evangelho de Cristo. O autor de Hebreus diz que Deus castiga a quem ama e deixa claro que a disciplina, embora desagradável, nos corrige e evidencia nossa filiação, pois que filho há a quem o pai não corrija? (Hb 12.6-8). Deixemos Deus nos tratar. Toda correção é para nosso bem, ainda que momentaneamente dolorosa.

 

3. A falha de Arão (Êx 32.21)
“Depois; perguntou Moisés a Arão: Que te fez este povo, que trouxeste sobre ele tamanho pecado?”
Arão demonstrou ser um fraco líder num momento crucial da história de Israel. A pergunta de Moisés a Arão foi confrontadora. Foi como se dissesse: “O que você fez?”.
Três coisas tristes se destacam no papel de Arão neste episódio. A primeira é a ausência de qualquer contestação de sua parte diante do pedido do povo. A segunda é sua decisão de convocar “uma festa ao Senhor amanhã” (vs 5). A última é sua desculpa esfarrapada tentando terceirizar a culpa e jogar a responsabilidade sobre o povo (32.22).
Arão e os demais anciãos deixam uma nota triste para a história. Por pouco Arão não pagou com a vida a sua rebelião, tão grande foi a ira de Deus (Dt 9.20).
Os homens de Deus da Bíblia não foram super-homens à prova de falhas, por isso mesmo podem nos ajudar em nossa peregrinação. Fossem eles perfeitos de que nos serviriam? Mas exatamente por serem quem foram eles nos inspiram, primeiro a vigiarmos dia e noite e em segundo lugar a lembrarmos que nunca faltará sobre nós a mesma graça que agiu sobre eles.

 

 

III. RENOVANDO A ALIANÇA E AS TÁBUAS DA LEI (Êx 32.32, 34.10)
A misericórdia de Deus é imensurável. Mesmo diante da atitude ingrata de Israel e do seu grandioso pecado, Deus os perdoa, oferece novas tábuas da lei e renova sua aliança.

1. O arrependimento divino (Êx 32.14)
“Então, se arrependeu o Senhor do mal que dissera havia de fazer ao povo.”
Deus não se arrepende (Nm 23.19; 1Sm 15.29). Então o que significa a expressão “o Senhor se arrependeu?” que aparece aqui e em outros lugares como 1 Samuel 15.11 e Jonas 3.10? Como o arrependimento de Deus deve ser entendido? Ora, o nosso vocabulário não é suficientemente capaz de descrever um Deus que é indescritível. Como expressar adequadamente os sentimentos de Deus? Então usa-se figuras de linguagens como esta, atribuindo a Deus aquilo que é próprio do homem com o objetivo de atingir um melhor entendimento por parte dos leitores. Os teólogos chamam esses recursos de antropomorfismo e antropopatismo.
O arrependimento divino, diferente do homem, não traz mudança em seu Ser, mas sim no seu modo de “tratar” o ser humano, quando ele vê arrependimento e conversão. Em outras palavras a mudança não é em Deus, mas no homem fazendo-o agir diferente agora.

 

2. A intercessão de Moisés (Êx 32.32)
“Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste.”

Somente dois homens na Bíblia fizeram esse tipo de oração: Moisés e Paulo, apóstolo (Rm 9.3). Ter o nome riscado é estar fora do rol daqueles que herdarão a vida eterna (Fp 4.3). É a oração de alguém que está sofrendo angustiado pelo que poderia acontecer ao povo que estava debaixo do seu pastoreio. Moisés é aqui uma figura do Cristo sofredor que não desiste dos seus. Em resposta, Deus ressalta a responsabilidade individual: “Então, disse o Senhora Moisés: Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim”(Êx 32.33).
Moisés figura na lista dos grandes intercessores da bíblia. Sua intercessão livrou Arão da morte (Dt 9.20) e levou Deus a não desistir daquela geração (Sl 106.23). Os pronomes usados por Moisés em 34.9 mostra como ele, mesmo não sendo culpado, se identifica com o pecado do povo que servia: “Perdoa a nossa iniquidade e o nosso pecado”. Isso é uma oração intercessora. Intercessão não é apontar o pecado alheio e pedir justiça com “sangue nos olhos”, mas suplicar misericórdia sabendo que Deus não tem prazer na morte do pecador. Há poder na oração intercessória. Deus pode contar conosco?

 

3. Novas tábuas da Lei (Êx 34.10a)
“Então, disse: Eis que faço uma aliança; diante de todo o teu povo farei maravilhas que nunca se fizeram em toda a terra, nem entre nação alguma.”
As novas tábuas que Deus ordena a Moisés lavrar e levar novamente à sua presença no cume do monte é uma evidência da renovação da aliança de Deus com a nação de Israel. O fato de haver renovado sua aliança é prova de que Deus perdoou a seu povo dando-lhe um recomeço.
O Deus de Israel é o Deus de recomeços. Houve um recomeço para Moisés quando ele certamente achava que tudo estava perdido e que sua sina seria apenas cuidar de cabras. Houve um recomeço na vida de Davi após seu pecado com Bate-Seba. Houve um recomeço de Deus na vida daquela mulher pega em flagrante adultério e também para Pedro. Pela graça e misericórdia de Deus isso é possível. Deus te aguarda seja para um primeiro recomeço, seja para o “enésimo” recomeço. Ele apenas exige que haja sinceridade e verdade em nosso quebrantamento. Moisés retornou ao acampamento com as novas tábuas, a promessa de que Deus iria com eles e a notícia de que seus pecados foram perdoados.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Não permita que os convites à velha vida de outrora ache lugar no seu coração. Mantenha a sua espiritualidade viva, contagiante e dinâmica.

 

RESPONDA

Responda V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.

1) A construção do bezerro de ouro foi um triste e doloroso capítulo na história de Israel.

2) Arão demonstrou ser o líder que Israel precisava na ausência de Moisés.

3) A intercessão de Moisés foi crucial para Deus perdoar e restaurar o povo de Israel.