LIÇÃO 9: LUCAS 17 e 18: PERDÃO, GRATIDÃO, VIGILÂNCIA E ORAÇÃO
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Lucas 17 e 18 há 37 e 43 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Lucas 17.1 -24 (5 a 7 min.).
Aqui temos uma lição centrada nos ensinos de Jesus a respeito da conduta cristã. Jesus nos mostrou o padrão do comportamento baseado no perdão e na unidade dos santos, a fim de que as discordâncias – inevitáveis – não se tornem escândalo. Nossa regra de convivência não é a infalibilidade, mas o perdão. Os que ofenderem, busquem conciliação; os ofendidos, perdoem. Assim, como cidadãos do reino, obedeceremos ao Senhor da vinha (Lc 17. 7-10). O perdão é marca de quem vive pelo Espírito e, como o leproso agradecido, reconhece o favor do Senhor. Ao fim da lição, uma viúva, um publicano e um cego ilustram bem a ideia de que o Reino é achado pelos que clamam pelo Senhor com súplica sincera.
OBJETIVOS
• Evitar os escândalos e polêmicas.
• Praticar a conciliação e a moderação.
• Perdoar, como fomos perdoados por Deus.
PARA COMEÇAR A AULA
Como esta lição trata muito do perdão, tanto o que recebemos de Jesus quanto o que devemos praticar, que tal começar mostrando a origem dessa palavra? No grego é áphesis [áfesi] e significa remissão, o mesmo que “permitir o apagamento”. A ideia é a de que o ofendido escolhe lançar no esquecimento a ofensa. Portanto, Jesus nos ensina que perdoar é, voluntariamente, anular a dívida e libertar o devedor. Foi isso que Jesus fez por nós, Ele nos amou primeiro.
RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DA LIÇÃO
1) V
2) F
3) V
LEITURA ADICIONAL
Todos os ditos do presente bloco os ditos de Jesus, exceto o do servo lavrador (Lc 17.7-10), também ocorrem em Mateus (cf. Mt 18.6-9,15,21s; 17.20; 21.21) e Marcos (cf. Mc 9.42-47; 9.24; 11.24) com uma formulação um pouco diferente e em outros contextos.
Os ditos aqui comunicados contêm quatro ensinamentos. 1) Jesus fala primeiramente dos escândalos (v. l-3a), inevitáveis neste mundo mau. Contudo, sobre aquele que os provoca paira um grave ai de condenação. 2) Em seguida o Senhor fala sobre verdade e amor, o único remédio para superar os escândalos, até mesmo entre os discípulos (v. 3b-4). 3) Os apóstolos, que entendem o sentido do ensinamento, pedem (v. 5) pelo aumento da fé, porque da fé correta brota o amor para suportar e superar os tropeços (v. 5). 4) A fé que supera escândalos é humilde e corajosa. De forma sensata ela reconhece que não possui méritos próprios, e que é até mesmo imprestável sem a graça de Deus, a única que gera o bem. […]
A parábola da viúva que suplica com insistência e do juiz inflexível está estreitamente ligada ao diálogo antecedente acerca da vinda futura do reinado de Deus em glória. Jesus havia explicado aos fariseus que o reino de Deus é sobretudo algo interior, intelectual. Depois ele também anunciou aos discípulos a manifestação gloriosa exterior do reino de Deus. Agora Jesus passa do fato da vinda gloriosa visível do reino de Deus para a utilização prática, exortando seus discípulos a acelerarem esse grande evento da revelação vindoura do reino de Deus por meio de suas orações incessantes, ainda que a sua vinda no retorno do Senhor se estenda por longo tempo.
Livro: Evangelho de Lucas: Comentário Esperança (Fritz Rienecker, Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 2005. Págs. 228,238)
Estudada em 26 de novembro de 2023
LIÇÃO 9: LUCAS 17 e 18: PERDÃO, GRATIDÃO, VIGILÂNCIA E ORAÇÃO
Texto Áureo
“Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência”. Lucas 17:20
Verdade Prática
Gratidão, perdão, humildade, vigilância e vida de oração são ingredientes essenciais ao viver cristão.
Leitura Bíblica Para Estudo: Lucas 17.1-24
INTRODUÇÃO
I. PERDÃO E GRATIDÃO Lc 17.1-19
1. Quantas vezes perdoar Lc 17.1-10
2. A cura dos dez leprosos Lc 17.11-17
3. A raridade da gratidão Lc 17.18-19
II. VIGILÂNCIA Lc 17.20-37
1. 0 aspecto do Reino Lc 17 20-21
2. Expectativas erradas Lc 17.22-25
3. Os dias de Noé e os de Ló Lc 17.26-37
III. ORAÇÃO Lc 18
1. Uma viúva insistente Lc 18.1-8
2. A oração do fariseu e do publicano Lc 18.9-14
3. A oração do cego de Jericó Lc 18.35-40
APLICAÇÃO PESSOAL
Hinos da Harpa: 370 – 577
INTRODUÇÃO
Chegamos a dois capítulos em que se concentram uma parte de narrativas exclusivas deste evangelho. Temos aqui o Filho do Homem a caminho de Jerusalém e alguns ensinos importantes para os discípulos e consequentemente para a nossa caminhada cristã.
I. PERDÃO E GRATIDÃO (Lc 17.1-19)
1. Quantas vezes perdoar (Lc 17.1-10)
Disse Jesus a seus discípulos… (17.1a)
Os ditos aqui comunicados contêm quatro ensinamentos: 1} Jesus fala dos escândalos (v. 1-3a), os quais rodeiam cada pessoa. Contudo, sobre aquele que os provoca paira um grave “ai” de condenação. 2) O Senhor fala sobre a necessidade do perdão ilimitado sempre que houver arrependimento. O perdão deve ser ilimitado porque foi assim que Deus nos perdoou. Não há limites para o perdão. Quando Jesus fala de “sete vezes” não significa que uma oitava ofensa não será perdoada, mas que o perdão deve ser habitual. Quem não perdoa destrói a ponte sobre a qual ele próprio terá de passar. 3) Os apóstolos, que entendem o sentido do ensinamento, pedem pelo aumento da fé, porque da fé correta brota o amor para suportar e superar os tropeços e também perdoar. Perdão muitas vezes é um ato de fé. 4) A fé que supera escândalos é humilde e corajosa. De forma sensata ela reconhece que não possui méritos próprios. Esse é o sentido e nexo profundo da parábola do servo lavrador, a quem não são devidos nem agradecimento nem recompensa pelo cumprimento da obrigação (v. 7-10).
2. A cura dos dez leprosos (Lc 17.11-17)
Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos. (17.12)
Essa é a maior cura coletiva realizada por Jesus que temos registrada. Dez leprosos são curados de modo instantâneo enquanto obedeciam a um comando do Salvador. O fato de apenas um voltar para agradecer mostra que há mais pessoas recebendo bênçãos do que agradecendo. Se observarmos que este que mostrou gratidão era um samaritano, então tudo fica mais admirável, pois essa atitude veio de onde não se esperava. Temos agradecido e glorificado a Deus pelas bênçãos recebidas?
3. A raridade da gratidão (Lc 17.18-19)
Não houve, porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? (17.18).
Nenhuma outra história do evangelho assinala tão diretamente a ingratidão do ser humano. Os leprosos tinham chegado a Jesus com um desejo desesperado; Ele os tinha curado, e nove deles não voltaram para dar graças, consideraram sua cura como algo merecido, prosseguiram a caminhada até o sacerdote. O décimo, um samaritanos profundamente tomado pelo sentimento de ser indigno, entendeu sua cura como dádiva, por isso se sentiu obrigado a agradecer de coração, A volta do samaritano não aconteceu somente depois de ser declarado puro pelo sacerdote, mas quando constatou que sua lepra havia desaparecido.
Fritz Rienecker, comentando sobre o tema, diz que “Jesus expressa diante dos discípulos e do entorno sua surpresa com o fato de que, de todos os dez curados, somente esse único estrangeiro retorna e dá glórias a Deus. Dessa pergunta ressoa um tom de lástima pela ingratidão que os nove judeus curados manifestaram”.
II. VIGILÂNCIA (Lc 17.20-37)
1. O aspecto do Reino (Lc 1720-21)
Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. (17.20)
Alguns fariseus se aproximam do Senhor com perguntas acerca do tempo da vinda do Reino de Deus – o diálogo de Jesus com eles é exclusivo de Lucas, A pergunta dos fariseus alicerçava-se sobre um conceito bem formal do reino divino. Eles imaginavam a vinda do reino de Deus, ou seja, do reino messiânico, como um acontecimento histórico súbito, exteriormente grandioso, que poderia ser verificado com precisão.
Jesus ensina que o aspecto do reino não é visível, Essa resposta pode significar pelo menos duas compreensões: 1) O Reino de Deus está dentro de vós, isto é, ele trabalha nos corações humanos, Portanto, não devemos procurar uma revolução das coisas materiais, e sim uma revolução nos corações dos homens. 2) O Reino de Deus está entre nós. O reino de Deus, diferente de qualquer reino terreno, é uma realidade espiritual invisível que já chegou ao mesmo tempo em que aguardamos sua plenitude final.
2. Expectativas erradas (Lc 17.22-25)
E vos dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Não vades nem os sigais. (17.23)
Agora, a expectativa da iminente aparição do reino messiânico, que tanto os discípulos quanto os fariseus acreditavam, é considerada por Jesus como um erro.
Jesus adverte os discípulos para que não deem ouvidos aos espíritos mentirosos e aos boatos, os quais diziam que o Senhor estaria ali ou acolá. O retorno do Filho do Homem não é acontecimento oculto, mas ocorre perante toda a humanidade, pois o Senhor compara sua vinda como o relâmpago. Jesus há de aparecer no céu, em todos os lugares da terra, súbita e visivelmente e com glória de rei.
3. Os dias de Noé e os de Ló (Lc 17.26-37)
Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem… O mesmo aconteceu nos dias de Ló (17,26,28a)
Na sequência, com base em dois exemplos históricos do passado e em três acontecimentos da vida cotidiana, o Senhor assinala os pontos decisivos em sua volta: “Como foi nos tempos de Noé e como foi nos tempos de Ló, assim também acontecerão naquele dia, quando o filho do homem for manifesto.” E qual é o ponto de correlação? É a indiferença e o absoluto descuido para com as coisas de Deus.
Ao falar sobre esses dias, William Hendriksen, comenta: “O próprio caráter repentino da vinda aponta para a necessidade de se guardar contra a falta de preparação e o descuido. Durante os dias de Noé – isto é, quando esse “pregador da justiça” estava construindo a arca (Gn 5.32 – 7.5) e exortando o povo (2Pe 2.5) – o povo se recusou a levar a sério o que ele estava fazendo e dizendo”. Surge a pergunta: por que Jesus escolheu Noé e Ló como exemplo? Os dois deram atenção à advertência de Deus. Noé construiu uma arca – ação que a muitos pode ter parecido como a coisa
mais tola que possivelmente podia fazer. E quanto a Ló, quando Deus lhe ordenou que deixasse Sodoma, ele, ainda que com um grau de hesitação, atendeu o chamado (Gn 19.14-16). Embora esses dois fizessem os preparativos necessários em obediência às ordens divinas, as multidões, indiferentes, pereceram. Em ambos os casos, foram alcançados por repentina destruição, mas só os soberbos foram destruídos. A água os afogou; o fogo e o enxofre os consumiram.
III. ORAÇÃO (Lc 18)
1. Uma viúva insistente (Lc 18,1-8)
Havia também, naquela mesma cidade, uma viúva que vinha ter com ele, dizendo: Julga a minha causa contra o meu adversário, (18.3)
Na parábola do juiz iníquo, Jesus naturalmente não está assemelhando Deus a um juiz injusto. A parábola é da variedade do “Quanto mais …” Se um homem ímpio às vezes faz o bem, mesmo por motivos maus, quanto mais Deus fará o bem.
Temos aqui um juiz que não temia a Deus nem respeitava homem algum, era controlado por seus próprios ideais e inclinações. A viúva era um símbolo de pessoa indefesa, mas que sabia que o direito estava do lado dela (não pedia vingança, mas, sim, justiça) e ela era persistente.
A viúva precisava superar dois obstáculos. Em primeiro lugar, pelo fato de ser mulher, praticamente não existia perante a lei. Na sociedade palestina do tempo de Jesus, as mulheres não pleiteavam suas causas. Em segundo lugar, uma vez que era viúva, não tinha um marido para representá-la no tribunal. O perseverante e insistente clamor daquela viúva mostra como deve ser nossa vida de oração.
2. A oração do fariseu e do publicano (Lc 18.9-14)
Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros (18.9)
Como a parábola anterior, também esta pertence ao material exclusivo do evangelho de Lucas.
Naquela época, os devotos oravam três vezes por dia; às nove da manhã, ao meio-dia e às três da tarde. E, nesta parábola, temos dois homens orando, sendo que um deles era um fariseu o qual orava de si para si mesmo; a verdadeira oração, porém, é oferecida sempre a Deus e só a Ele. O outro era um coletor de impostos, que, consciente da sua indignidade, se mantinha afastado e sequer elevava os olhos a Deus.
Lucas nos mostra que ninguém deve menosprezar seus semelhantes nem achar-se demasiadamente justo por causa das suas obras. Uma vida de boas obras é importante, mas o que nos permite estar perante Deus é a Sua graça e misericórdia. Na oração, não nos elevamos acima de nossos semelhantes, mas recordamos que somos parte da humanidade pecadora, que sofre e está contrita, ajoelhada perante o trono da misericórdia de Deus.
O foco da nossa oração não deve estar nos pecados do outro, mas em nossa própria pecaminosidade.
3. A oração do cego de Jericó (Lc 18.35-43)
Então, ele clamou: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim! (18.38)
Havia muitos cegos naquela época. Vários fatores contribuíam para isto: luminosidade solar intensa, a areia carregada pelo vento, falta de higiene que causavam infecções oculares.
Muitos cegos se deslocavam para Jericó porque havia uma crença popular de que lá pessoas eram curadas da cegueira. Estes cegos não podiam trabalhar e viviam espalhados pela cidade na mendicância.
De acordo com Mateus, Jesus curou dois cegos ao sair de Jericó; Marcos fala em um cego na saída; já Lucas, em um cego na entrada Nossa opinião é que se pode presumir dois cegos: um na entrada e o outro na saída da cidade; dentre os dois. Marcos destaca Bartimeu como o mais conhecido.
Neste momento, um cego no caminho para Jericó perguntou à multidão ruidosa que passava o que era aquilo que ele ouvia. Obteve a resposta de que Jesus de Nazaré estava passando. As palavras do cego, pelas quais ele implora misericórdia a Jesus são: “filho de Davi”. Esse título é uma honraria messiânica que caracteriza o Senhor como herdeiro do trono israelita. A crítica que os acompanhantes dirigem ao cego mostra que eles viam sua súplica como uma impertinência descabida ao Messias. O cego, porém, não se deixa desanimar, mas chama com voz ainda mais forte, repetindo seu pedido. O grito ou a saudação do cego fez com que Jesus parasse. Ao perguntar ao cego “Que queres que eu te faça?”, Jesus mostra toda sua ternura e o quanto um clamor sincero toca o coração do Filho do Homem.
APLICAÇÃO PESSOAL
A prática do perdão e da ação de graças a Deus deve ser o sinal do Reino entre nós.
Marque “V” para a opção verdadeira e “F” para opção falsa;
1) A fé que supera escândalos é humilde e corajosa.
2) O retomo do Filho do Homem é acontecimento oculto, mas ocorre perante toda a humanidade, pois o Senhor compara sua vinda a um relâmpago,
3) Lucas nos mostra que ninguém deve menosprezar seus semelhantes nem achar-se demasiadamente justo por causa das suas obras.
COMENTÁRIOS:
17.1-3 – Jesus pode ter dirigido essa advertência aos líderes religiosos que ensinavam seus discípulos a serem hipócritas (ver Mt 23.15). Os fariseus perpetuavam um sistema maligno. Uma pessoa que ensina outras tem uma grande responsabilidade (Tg 3.1). Como o médico, o professor deve ter em mente este antigo juramento: “Em primeiro lugar, não causarei dano algum”.
17.3,4 – Repreender não significa apontar todos os pecados que vemos; significa trazer o pecado à atenção de uma pessoa com o propósito de restaurá-la a Deus e ao convívio com seus semelhantes. Quando você sentir que deve repreender outro cristão por um pecado, verifique sua atitude antes de falar. Você ama esta pessoa? Você está disposto a perdoar? A menos que a repreensão esteja ligada ao perdão, ela não ajudará a pessoa que estiver em pecado.
17.5.6 – O pedido dos discípulos foi genuíno; queriam a fé necessária para que pudessem perdoar verdadeiramente. Mas Jesus não respondeu diretamente à pergunta deles, porque a quantidade de fé não é tão importante quanto a autenticidade. O que é a fé? É a confiança e a lealdade completa a Deus, que resulta em uma disposição de fazer a vontade dEle. A fé não é algo que usamos para encenar um show para os outros. É a obediência completa e humilde ã vontade de Deus, a prontidão para fazer qualquer coisa que Ele nos mande fazer. A quantidade de fé não é tão importante quanto o fato de ter fé no Deus Todo-poderoso.
17.6 – Um grão de mostarda é pequeno, mas está vivo e pode crescer. Quase invisível a princípio, começara a expandir-se primeiro debaixo do chão, depois, tornar-se-á visível. Como um minúsculo grão. urna quantidade pequena de fé genuína em Deus germinará e crescerá. Embora cada mudança seja gradual e imperceptível, logo a fé terá produzido grandes resultados, e desarraigará e destruirá interesses conflitantes, como a lealdade a outras coisas ou pessoas. Nós não precisamos de mais fé; um minúsculo grão de fé em Deus será suficiente desde que esteja vivo e crescendo em nosso coração.
17.7-10 – Se obedecemos a Deus, estamos apenas cumprindo o nosso dever: e devemos considerar isso um privilégio. Você às vezes sente que merece um crédito extra por servir a Deus? Lembre-se, a obediência não é algo a mais que fazemos: é nosso dever. Ao ensinar sobre a obrigação da obediência. Jesus não sugeriu que nosso serviço era sem sentido ou inútil, nem defendeu o fim das recompensas. Ele combateu a vaidade injustificada e o orgulho espiritual.
17.11-14 – Era exigido dos leprosos que ficassem afastados das demais pessoas e que anunciassem sua presença, caso tivessem de aproximar-se. Às vezes, a lepra regredia. Se um leproso percebesse que a doença havia desaparecido, deveria apresentar-se a um sacerdote que pudesse declará-lo limpo (Lv 14). Jesus enviou os dez leprosos ao sacerdote antes de serem efetivamente curados: e eles foram! Responderam com fé, e Jesus os curou enquanto estavam a caminho. Sua confiança em Deus é tão forte que você age conforme o que Ele diz, antes mesmo de ver alguma evidência positiva?
17.16 – Jesus curou todos os dez leprosos, mas só um retornou para agradecer. É possível receber grandes dádivas de Deus com um espírito ingrato; nove dos dez homens fizeram isso. Porém, somente o agradecido aprendeu que sua fé tinha representado um papel importante em sua cura. Semelhantemente, apenas os cristãos agradecidos crescem no entendimento da graça de Deus. E o Senhor usa a nossa reação para nos ensinar mais sobre Ele!
17.16 – Aquele homem não era apenas um leproso; era também um samaritano. menosprezado pelos judeus por fazer parte de um povo composto por mestiços e idólatras (ver a nota 10.33). Ao relatar a cura desse leproso, uma vez mais Lucas destacou que a graça de Deus é para todos.
17.20,21 Os fariseus perguntaram a Jesus quando o Remo de Deus viria, não sabendo que jà havia chegado. O Reino de Deus não é como um reino terreno, geográfica e politicamente limitado. Começa com o trabalho do Espirito de Deus na vida e nos relacionamentos das pessoas. Assim, devemos evitar olhar para instituições ou programas em busca de evidências do progresso do Reino de Deus! Devemos procurar conhecer o que Deus está fazendo no coração das pessoas!
17.23.24 – Muitos reivindicarão ser o Messias, e outros tantos afirmarão que o Filho do homem já voltou; haverá pessoas que acreditarão em tais impostores. Jesus nos advertiu a nunca levarmos tais anúncios a sério, a despeito de quão convincentes possam parecer. Quando Jesus voltar, sua presença e seu poder serão evidentes a todos. Ninguém precisará divulgar esta mensagem porque todos o verão.
17.23-36 – A vida transcorrerá como sempre no dia em que Cristo voltar. Nao haverá qualquer aviso prévio. A maioria das pessoas estará em suas tarefas cotidianas, indiferentes as exigências de Deus. Serão surpreendidas pela volta de Cristo assim como a geração de Noé o foi pelo Dilúvio (Gn 6—8) e como foram os contemporâneos de Ló na destruição de Sodoma (Gn 19). Não sabemos quando Cristo voltará, mas temos certeza de que Ele está voltando! Pode ser hoje. amanhã ou daqui a alguns séculos; em algum momento no futuro. Mas, quando Ele voltar, deveremos estar moral e espiritualmente prontos. Viva como se Jesus estivesse voltando hoje!
17.26-35 – Jesus nos advertiu contra a falsa segurança. Devemos abandonar os valores e as ligações com este mundo, a fim de estarmos prontos para o retorno de Cristo, que acontecerá de repente. Quando Ele vier, nao haverá uma segunda chance; os fiéis serão tomados para estar com Fie para sempre, os demais serão deixados para trás.
17.37 – Para responder à pergunta dos discípulos, Jesus citou um provérbio familiar. Um abutre voando não significa muito, mas um ajuntamento de abutres significa que há um cadáver por perto. Assim, um único sinal do fim pode nao ser significativo, mas quando muitos sinais acontecerem, a sua segunda vinda estará próxima.
18.1 Perseverar em oração e não desistir não significa promover sessões intermináveis de orações repetitivas. A constância na oração significa manter nossos pedidos continuamente diante de Deus, enquanto vivemos para Ele a cada dia, crendo que nos responderá. Ao vivermos pela fé, não devemos desistir. Deus pode demorar para responder, mas essa demora sempre tem boas razões. Quando perseveramos em oração, crescemos em caráter, fé e esperança.
18.3 – As viúvas e os órfãos estavam entre as pessoas mais vulneráveis do povo de Deus, e tanto os profetas do AT quanto os apóstolos do NT insistiram para que esses necessitados recebessem o cuidado de que precisavam. Para saber mais sobre o cuidado divino com os necessitados, veja Êxodo 22.22-24; Isaias 1.17; I Timóteo 5.3; Tiago 1.27.
18.6,7 Se um juiz que não temia a Deus respondeu a uma pressão constante, quanto mais um Deus tão grande e tão amoroso responderá às nossas súplicas. Se sabemos que Ele nos ama, podemos crer que ouvirá os nossos pedidos de ajuda.
18.10 As pessoas que viviam nas proximidades de Jerusalém iam frequentemente ao Templo para orar. O Templo era o principal lugar de adoração.
18.11-14 – O fariseu não foi ao Templo para orar a Deus, mas para anunciar a bondade própria a todos quantos pudessem ouvir. No entanto, o cobrador de impostos foi para reconhecer seus pecados e clamar a Deus por misericórdia. A hipocrisia é perigosa. Leva ao orgulho, faz com que uma pessoa menospreze as outras e a impede de aprender algo com Deus. A oração do cobrador de impostos deve ser a nossa, porque todos nós precisamos da misericórdia de Deus todos os dias. Náo permita que o orgulho por suas conquistas o afastem de Deus!
18.15-17 – As mães costumavam levar seus filhos aos mestres, para que estes os abençoassem Por esta razão, as mães aqui mencionadas reuniram-se ao redor de Jesus. Os discípulos, porém, pensaram que as crianças não fossem merecedoras do tempo dEle; consideraram este encontro menos importante. Mas Jesus recebeu bem as crianças, porque elas têm o tipo de fé e confiança necessário para entrar no Reino de Deus. É importante que apresentemos nossos filhos a Jesus e que nós mesmos nos aproximemos dEle como crianças, com atitudes de aceitação, fé e confiança.
18.18ss – Esse líder buscava urna confirmação de que teria vida eterna. Queria que Jesus medisse e graduasse suas qualificações ou que desse a ele alguma tarefa para assegurar-lhe a imortalidade. Então. Jesus deu-lhe uma tarefa, algo que o jovem rico sabia que não conseguiria fazer. O teor da pergunta dos ouvintes foi: “Quem no mundo pode ser salvo?” A resposta de Jesus mostrou que ninguém podo ser salvo por suas obras e que o impossível sob a perspectiva humana é possível para Deus. A salvação não pode ser alcançada como se fosse um pagamento; é um presente de Deus {ver Ef 2.8-10).
18.18.19 – A pergunta de Jesus para o líder que o chamou de “bom mestre”, em essência, foi: “Você sabe quem eu sou?” Sem dúvida alguma, o homem não entendeu as implicações da resposta de Jesus; estava certo ao chamá-lo de bom. porque Jesus verdadeiramente é Deus.
18.22,23 – A riqueza daquele homem tornou sua vida confortável e deu-lhe poder e prestígio. Quando Jesus disse a ele que vendesse tudo o que possuía, mexeu na base de segurança e identidade do jovem Ele não entendeu que estaria mais seguro se seguisse a Jesus do que se mantivesse toda a sua riqueza. Jesus não pede aos cristãos que vendam tudo o que têm, embora esta possa ser a vontade dEle para alguns. Pede a todos nós que nos livremos de qualquer coisa que se torne mais importante do que Deus em nossa vida. Se suas posses materiais tomam o primeiro lugar em sua vida, é melhor livrar-se delas!
18.24-27 – Pelo fato de o dinheiro representar poder, autoridade e sucesso, frequentemente é difícil para as pessoas ricas perceberem a sua necessidade e impotência de salvarem-se a si mesmas. Os ricos em talento ou inteligência sofrem da mesma dificuldade. A menos que Deus os alcance, não irão a Ele. Jesus surpreendeu alguns de seus ouvintes ao oferecer salvação aos pobres; hoje, Ele pode surpreender muitos, oferecendo-a aos ricos. É difícil para uma pessoa autossuficiente perceber sua necessidade e ir a Jesus, mas o que é impossível sob uma perspectiva humana é possível a Deus.
18.26-30 – Pedro e os outros discípulos pagaram um alto preço ao deixarem suas casas e empregos para seguirem a Jesus. Mas Jesus lembrou a Pedro que segui-lo implica benefícios e sacrifícios. Qualquer cristão que teve de desistir de algo para seguir a Cristo será recompensado nesta vida e na vindoura. Por exemplo, se você desistir de um emprego seguro, descobrirá que Deus oferece um relacionamento seguro com Ele, agora e para sempre. Se você tiver de desistir da aprovação de sua família, receberá o amor da família de Deus. Os discípulos começaram pagando um preço por seguir a Jesus, e Ele lhes disse que seriam recompensados. Não fique pensando muito no que você desistiu; pense no que ganhou e dê graças ao Senhor por isto! É impossível exercer a generosidade de Deus!
18.31-34 – Algumas predições sobre o que aconteceria a Jesus são encontradas em Salmos 41.9; 22.16 -18; e 16.10, que, respectivamente, abordam sua traição, crucificação e ressurreição. Os discípulos não entenderam Jesus, aparentemente porque atentaram para o que Ele disse sobre a sua morte e ignoraram que assegurou sua ressurreição. Embora Jesus falasse claramente, não entenderiam o significado de suas palavras até que vissem o Cristo ressurreto face a face.
18.35 – Os mendigos frequentemente ficavam a beira das estradas próximas às cidades, porque era onde podiam contatar as maioria das pessoas. Normalmente os deficientes e os mendigos eram impossibilitados de trabalhar e prover o próprio sustento. A ajuda médica nao estava disponível para que seus problemas fossem resolvidos, e as pessoas tendiam a ignorar sua obrigação de cuidar dos necessitados (Lv 25.35-38). Deste modo, os mendigos tinham pouca esperança de escapar de seu estilo de vida degradante. Mas aquele cego teve uma profunda esperança no Messias. Ousadamente, clamou pela atenção de Jesus, e Ele o atendeu e disse que a fé lhe permitiu ver. Não importa quão desesperadora sua situação possa parecer; se você clamar a Jesus com fé, Ele o ajudará!
18.38 – O homem cego chamou Jesus de “Filho de Davi”, um título atribuído ao Messias (Is 11.1 -3). Isto significa que percebeu Jesus como o Cristo, aguardado há tanto tempo. É interessante notar que um mendigo pobre e cego pôde enxergar quem era Jesus, enquanto os líderes religiosos que viram os milagres operados por Ele eram cegos em relação à sua identidade e recusaram-se a reconhecê-lo como o Messias.