Carta aos Romanos – Lição 02 – Todos Pecaram

TODOS PECARAM

PALAVRAS-CHAVE

Pecado • Ira • Justiça • Arrependimento

 

OBJETIVOS

  • Optar por ser um justo de Deus, deixando toda obra de impiedade.
  • Lutar por obedecer aos princípios do Evangelho.
  • Posicionar criticamente sobre a questão da homossexualidade e seus temas transversais.

 

LEITURA COMPLEMENTAR

O Evangelho revela como Deus foi justo ao estabelecer seu plano de salvação e como podemos estar prontos e adequados para a vida eterna. Ao depositarmos a nossa fé em Cristo, nosso relacionamento com Deus torna-se perfeito. Do Gênesis ao Apocalipse as Escrituras declaram que estamos bem com Deus por causa da nossa fé em Cristo Jesus, pois sem fé é impossível agradar a Deus.

Paulo citou Habacuque 2.4. Aqui, “viver pela fé” era entendido como sendo uma atitude que valia apenas na vida presente, mas Paulo ampliou este significado ao apontar para a vida eterna. Somos salvos à medida que confiamos em Deus e nEle nos encontramos agora e para sempre.

Por que Deus manifesta sua ira contra os pecadores? Porque trocam a verdade sobre Deus por uma fantasia saída de sua imaginação, apagam de seus corações a verdade que Deus revelou a fim de acreditarem em qualquer coisa que sirva de suporte à sua vida egoísta. Deus jamais tolera o pecado, porque sua natureza é moralmente perfeita. Ele não pode ignorar ou perdoar uma rebelião e, por isso, deseja eliminar o pecado e restaurar o pecador desde que este não distorça ou rejeite sua verdade de forma obstinada.

A recomendação é não desprezar a verdade a respeito de Deus simplesmente para proteger seu estilo de vida. Logo mais, Paulo vai argumentar que ninguém pode afirmar que, por seus próprios méritos ou esforços, tornou-se agradável aos olhos do Criador. Todos os seres humanos merecem a condenação de Deus pelos pecados que praticam.

Ninguém terá desculpa para não crer em Deus. A Bíblia confirma isso, pois Deus se revelou de várias maneiras: por meio de sua criação, de sua Palavra e deu seu Filho amado. Cada pessoa pode aceitar ou rejeitar Deus e sua verdade, mas não se deve enganar: quando chegar o Dia do Juízo, desculpas não serão aceitas.

Livro: “Estudo introdutório à Carta aos Romanos” (Oton Miranda Alencar. Editora INOVE – Brasília, 2O11, págs. 21-44).

 

LIÇÃO 2

TODOS PECARAM

TEXTO ÁUREO

“A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; ” Rm 1.18

VERDADE PRÁTICA

Para grandes pecadores, um grande Salvador: Jesus!

 

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Rm 1.17

O justo viverá pela fé

Terça – Rm 1.20

A Criação fala do poder de Deus

Quarta – Rm 1.21

A impiedade dos homens

Quinta – Rm 1.23

O mal da idolatria

Sexta – Rm 1.24

Deus os entregou ao mal

Sábado – Rm 1.28

Obscurecimento da compreensão

 

LEITURA BÍBLICA

Romanos 1.17-2O

17           visto que a justiça de Deus se revela no Evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.

18           A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça;

19           porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.

2O          Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;

Hinos da Harpa: 171 – 491

 

TODOS PECARAM

INTRODUÇÃO

 

I.          JUSTOS VERSUS ÍMPIOS

  1. O justo viverá pela fé Rm 1.17
  2. A ira de Deus Rm 1.18
  3. A revelação de Deus Rm 1.19

II.          CONSEQUÊNCIAS

  1. Conhecimento de Deus Rm 1.20
  2. Enganosa sabedoria Rm 1.21,22
  3. Honrar mais a criatura Rm 1.23

III.          DEUS OS ABANDONOU

  1. Entregou à vergonha Rm 1.26
  2. Atos homossexuais Rm 1.38
  3. Sentimentos dos perversos Rm 1.29

 

INTRODUÇÃO

Paulo disse, inspirado pelo Espírito, que todas as pessoas são pecadoras (Rm 3.23].  Esta, na verdade, é a triste condição de todo ser humano: por nossos próprios méritos, não podemos fazer nada para resolver O pecado, que é O nosso maior problema. Contudo, O Senhor Jesus Cristo veio ao mundo, sem pecado, para resolver a questão (lPe 2.21-23).

Através da obra Dele, podemos vencer o pecado e suas terríveis consequências. Estudaremos mais sobre as consequências do pecado nesta lição.

JUSTOS VERSUS ÍMPIOS

1. justo viverá pela fé. Na cultura hebraica havia o conceito de tsadiq (termo hebraico que se refere a uma pessoa justa), identificando alguém que priorizava as coisas de Deus, servindo-o com um coração sincero, apesar de ser também, como todo ser humano, um pecador. Paulo se referiu ao justo ao citar Habacuque 2.4 em Romanos 1.17.

Neste versículo, “viver pela fé” era um conceito entendido pelos judeus como uma atitude que tinha valor apenas nesta vida presente.

Ou seja: Deus cumularia os justos de Israel, seu povo escolhido, de bênçãos materiais. Isso aconteceria porque os justos, naturalmente, desejam pautar suas vidas em plena confiança em Deus. Paulo também ampliou este significado ao incluir os gentios (não judeus] nesta promessa e ao apontar as bênçãos da justiça para a vida eterna. Desta maneira, somos eternamente salvos à medida que confiamos em Deus, agora e sempre.

2. A ira de Deus. O Evangelho revela como Deus foi justo ao estabelecer seu plano para a salvação humana e como podemos alcançar a vida eterna (Pv 17.15).

Ao depositarmos fé em Cristo, o nosso relacionamento com Deus torna-se perfeito. Lembre-se: “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6). Paulo entende que “viver pela fé” é uma atitude válida ainda nesta vida presente, mas, como vimos, ele amplia esse significado ao apontar para a vida eterna também.

No versículo 18, do capítulo 1, a expressão “gar orge Theou”, “a ira de Deus”, em grego (o idioma original em que foi escrito o Novo Testamento), significa o julgamento de Deus a ser infligido sobre os ímpios (pessoas contrárias a Deus, a antítese dos justos), porque eles distorceram a verdade divina em mentiras.

Em suma, eles falsearam a verdade que Deus revelou aos homens, a fim de dar vazão a uma vida devassa e egoísta.
O Senhor não ficou passivo diante desta rebelião e, por isso, atuou para eliminar o pecado e restaurar o pecador (Jr 6.8; Rm 1.18).

Todos os cristãos devem fazer da carta de Paulo aos Romanos o objeto habitual e constante de seu estudo. Deus nos garante sua graça para fazer assim. Amém.” (Martinho Lutero)

3. A revelação de Deus. Ninguém será inocentado por não ter crido em Deus. As noções sobre um “ser superior” são inerentes ao homem. Essas noções foram guardadas no coração do homem pelo próprio Deus (Rm 1.19).

A natureza revela a existência de um Criador. O Salmo 19.1 diz: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos”.

Os atributos pessoais de Deus (amor, santidade, justiça etc.) são invisíveis, mas o seu eterno poder e a sua natureza divina podem ser vistos e entendidos por meio de tudo o que foi criado. Portanto, os homens não podem se desculpar, alegando desconhecimento de Deus.


II. CONSEQUÊNCIAS


1.
Conhecimento de Deus.

Não se pode negar a capacidade humana de receber o conhecimento outorgado por Deus. Resta saber o que se tem feito dessa capacidade e o que se tem feito desse conhecimento adquirido.

A expressão “glorificar a Deus” refere-se a adorar a um Deus superior. “Dar graças” diz respeito a reconhecer o propósito benéfico de Deus. A humanidade em geral tem se furtado à adoração devida ao soberano e bom Deus. Se o coração do homem não está aberto à ação da graça divina, não honrará a Deus, apesar de ser Deus quem confere finalidade a toda a Sua criação. Vacuidade de pensamento e entenebrecimento do coração são as duas terríveis consequências da condição humana, após recusar o conhecimento de Deus (Rm 1.20).

  1. Enganosa sabedoria.

Os homens dizem que são sábios, mas, na realidade, são tolos (Rm 1.21,22). Como pessoas sábias podem escolher ídolos sem vida para adorar? A idolatria é um dos pecados praticados quando se rejeita o verdadeiro Deus (Tg 4.4). Convém definirmos melhor esta palavra. Idolatria é tudo aquilo que alguém reputa como essencial para a vida, à parte de Deus. Por exemplo: Se alguém coloca o próprio filho numa espécie de pedestal emocional, e o considera perfeito e intocável, de modo a não conseguir sequer imaginar a própria existência sem esta imagem idealizada do filho, aí está acontecendo uma prática idólatra.

Assim, é possível alguém ser idólatra, mesmo que não esteja se ajoelhando diante de uma imagem de escultura. Desta maneira, em vez de procurar a Deus como Criador e mantenedor da vida, as pessoas passam a considerar a si mesmas ou outra criatura como o centro do universo. Inventam deuses falsos que não passam de convenientes projeções psíquicas de suas próprias idéias egoístas.

Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Rm 10.13)

 

  1. Honrar mais a criatura.

As pessoas são levadas a acreditar em mentiras que robustecem suas crenças egoístas (Rm 1.28). Atualmente, mais do que nunca, precisamos conhecer a base da nossa fé. Há muitos conceitos mundanos que podem mexer com a nossa cosmovisão cristã.

Por exemplo, o positivismo do filósofo francês Augusto Comte que divinizou a humanidade. Segundo ele, devemos adorar não a Deus, mas aos grandes homens que têm contribuído para o progresso humano. Essa é uma completa e diabólica inversão de valores. Isso é venerar mais a criatura do que o Criador. Esta geração não ficará impune diante de tanta ignomínia moral e espiritual (Rm 1.23-25; 2Cr 30.8).

 

III. DEUS OS ABANDONOU

Entregou à vergonha. Segundo Paulo, o Senhor permitiu a perversão da homossexualidade em Roma como um nefasto castigo em consequência do completo abandono de Deus, perpetrado por aquela geração de gentios (observe a expressão “por isso”, em Romanos 1.24, indicando uma relação de consequência na argumentação do apóstolo).

Paulo especificou, inclusive, as práticas do homossexualismo, tanto masculinas quanto femininas, para que ninguém tivesse dúvidas. Nos dois casos, ele descreveu as pessoas envolvidas como sendo completamente culpadas diante de Deus. Agir de modo “contrário à natureza” significa violar a ordem que Deus estabeleceu. Neste texto bíblico, Paulo é muito claro ao condenar a união de pessoas do mesmo sexo (Rm 1. 26).

Atos homossexuais. Deus não aprovou e jamais aprovará qualquer ato contrário à natureza que ele próprio criou. Aquilo que é natural e não macula a moral e os bons costumes tem a aprovação divina. Qualquer atitude humana que viola este princípio pode ser considerada uma perversão. Assim, na esfera da relação sexual, o homem foi criado para a mulher e a mulher foi criada para o homem.

O natural é o homem desejar a mulher e a mulher desejar o homem para se casarem. O inverso é perversão do homem e da mulher. Paulo chama esse tipo de relação de “paixões infames”.

A homossexualidade, seja ela masculina ou feminina (lesbianismo), é uma relação contrária à natureza. Quando um homem rejeita uma mulher como parceira sexual, e vice-versa, Paulo diz que se inflamam na sua sensualidade; com isso, cometem torpeza contra a própria natureza e contra o próprio Deus (Rm 1. 27).

Sentimentos dos perversos. Como os pagãos romanos não quiseram saber do verdadeiro conhecimento de Deus, ele, por fim, os entregou à sua natureza pecaminosa e aos seus maus pensamentos. Assim, eles fizeram o que não deveriam fazer, atendendo aos apelos do seu desejo carnal desenfreado. Isto trouxe terríveis consequências para eles próprios. Paulo listou os pecados das pessoas entregues ao seu próprio egoísmo nos versículos 29 a 31.

A conclusão do apóstolo foi cristalina: Deus permitiu aos homens que andavam longe Dele que se afundassem cada vez mais nos seus pecados. O Senhor não interveio para livrá-los de um estado crescente de deterioração moral, mas deixou que corresse o curso natural das suas ações pervertidas, as quais eles escolheram deliberadamente e amaram.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

A idolatria é um grave pecado, e a homossexualidade, uma consequência disso. Deus exige que todos se arrependam.


RESPONDA

1)            Na cultura judaica, que conceito se refere a uma pessoa justa, ou seja, alguém que prioriza as coisas de Deus, servindo-o com um coração sincero, apesar de ser também, como todo ser humano, um pecador?

2)            Quando os homens tornaram a verdade de Deus em mentira, o que sobreveio aos filhos da desobediência?

3)            Quando os homens não querem saber do verdadeiro

conhecimento a respeito de Deus, que sentimentos se manifestam neles?

 

VOCABULÁRIO

  • Entenebrecimento: Cobrir de trevas, escurecer.
  • Cosmovisão: Visão de mundo.
  • Torpeza: Ato ou qualidade de indecente, de obsceno.
  • Vacuidade: Vazio moral, intelectual, ou de espírito; sensação de ausência de valor, de sentido em si ou fora de si.