Lição 1: Êxodo 1 e 2: Deus Prepara o Libertador Moisés

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Êxodo 1 e 2 há versos 22 e 25 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Êxodo 1.1-22 (5 a 7 min.).

Olá, professor(a)! Esta é uma lição que nos ensina como nosso Deus age na História com o propósito de cumprir seu plano de redenção. É possível que cada um dos seus alunos aguarde por providências divinas em sua vida pessoal, como os hebreus aguardavam que Deus os libertasse do cativeiro. Aprenderemos, como Moisés aprendeu, que devemos nos deixar conduzir pelo plano divino. Agir sim, mas guiados pelo Espírito Santo e nunca por nossos impulsos. Essa opção de fé fará com que muitos nos rejeitem e não compreendam nossas escolhas, mas é preciso nos entregarmos ao governo de Deus.

 

OBJETIVOS
• Enfatizar a graça e o poder de Deus.

• Saber que Deus cuida do seu povo.

• Repudiar todo tipo de opressão.

 

 

PARA COMEÇAR A AULA
Uma breve conversa generosa entre os irmãos seria a oportunidade para recordarmos decisões e escolhas feitas sem a direção de Deus. Às vezes a vontade de Deus confronta até as ordens institucionais, observe que Moisés foi preparado para ser Faraó e tinha muito a ganhar materialmente. Contudo, optou por servir a Deus e renunciar a qualquer outra vontade, inclusive a sua própria. É tempo de entendermos que o chamado do cristão não é para ser servido, mas para servir (Mt 20.28)

 

RESPOSTAS
1) V
2) V
3) F

 

 

LEITURA ADICIONAL
Observe a ordem da providência divina: justamente no momento em que a crueldade de faraó atinge o seu ponto máximo, mandando matar os meninos hebreus, nasce o libertador. Enquanto os homens se confabulam para levar a Igreja à ruína, Deus prepara a sua salvação.
Os pais de Moisés viram que ele era um menino formoso. A fé viva se sente fortalecida com o menor indício do favor divino. A passagem em Hebreus 11.23 diz que os pais de Moisés o esconderam por fé; tinham a promessa de que Israel seria preservado, e nela creram. A fé na promessa de Deus nos anima a utilizarmos meios legais para obtermos misericórdia. O cumprimento de nosso dever é seguido pelos feitos de Deus. A fé em Deus sempre nos colocará acima do temor ao homem.
Ao final de três meses, quando já não podiam mais esconder o bebê, colocaram-no em uma pequena arca de juncos na beira do rio, e a sua irmã para que a vigiasse. Se o fraco afeto de uma mãe foi tão cuidadoso, o que pensaremos daquEle cujo amor e compaixão são infinitos! Moisés jamais teve uma proteção mais poderosa ao seu redor; nem mesmo quando tinha todos os israelitas em volta de sua tenda no deserto, do que nesta ocasião, quando navegava a sós, um indefeso bebê sobre as águas.
Não há água, não há egípcio que lhe possa causar dano! Deus está mais presente ao nosso lado quando parecemos estar mais abandonados e desamparados.
Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (Editora CPAD, 2004).

 

Lição 1: Êxodo 1 e 2: Deus Prepara o Libertador Moisés

 

Texto Áureo
“E lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro, e em tijolos, e com todo o trabalho no campo; com todo o serviço em que na tirania os serviam. “ Êx 1.14

 

Verdade Prática
O grande e verdadeiro responsável pela libertação de Israel não foi Moisés, mas o Deus Todo-Poderoso.

 

Estudada em 3 de julho de 2022

 

Leitura Bíblica Para Estudo Êxodo 1.1-22

 

INTRODUÇÃO

 

I. A OPRESSÃO DE FARAÓ Êx 1.8-15
1. Um novo Faraó Êx 1.8
2. A amarga escravidão Êx 1.11
3. Ordem às parteiras Sifrá e Puá Êx 1.15

 

II. O NASCIMENTO E EDUCAÇÃO DE MOISÉS Êx 2.2-8
1. Escondendo a criança Êx 2.2
2. A providência amorosa Êx 2.3
3. A criança volta à mãe Êx 2.8

 

III. A FUGA DO EGITO Êx 2.11-74
1. Sua renúncia Êx 2.11
2. Seu fracasso inicial Êx 2.12
3. O tempo de Deus Êx 2.14

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 33 – 459

 

INTRODUÇÃO
Os rabinos judeus chamavam o livro de Êxodo de We’elleh Shemoth (Livro dos Nomes) por causa das primeiras palavras do livro: “são estes os nomes” (Êx 1.1) Devido seu tema central, posteriormente recebeu o título de “Êxodo” (saída ou partida).

I. A OPRESSÃO DE FARAÓ (Êx 1.8-15)
No tempo do Êxodo havia seiscentos mil homens de vinte anos para cima (Êx 12.37). Somando as mulheres e crianças é possível estimar em três milhões a quantidade dos descendentes de Jacó. Deus cumprira sua promessa de frutificação feita aos patriarcas.

 

1. Um novo Faraó (Êx 1.8)
“Entrementes, se levantou novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José”
Não é incomum serviço e dedicação caírem no esquecimento dos homens. Aquilo que fazemos hoje poderá não ser lembrado amanhã, mas está registrado no céu. José dedicou a maior parte da sua vida ao serviço e ao enriquecimento do Egito. Agora, levanta-se um novo rei, que não conheceu José, não considera o que ele fez no passado e toma medidas para controlar a multiplicação do povo hebreu.
O Egito funcionou como uma enorme incubadora. Setenta pessoas tornam-se uma multidão capaz de incomodar o poderoso Egito. “Aumentaram muito” (1.7). Literalmente “enxamearam” como se fossem insetos, devido ao grande número. Um crescimento sobrenatural. Toda essa fertilidade aumenta o medo paranoico de Faraó, que decide perseguir e infelicitar a vida dos descendentes de Jacó.
É preciso olhar além do aspecto político-militar. Sempre existirá um antagonismo entre o povo de Deus e o mundo, e Satanás usará os recursos que tem para perseguir e afligir o povo de Deus. Essa é uma verdade ontem e hoje. O discípulo de Cristo precisa saber que, ao realizar a sua missão, encontra a resistência do mundo. Se você é cristão não aprovará a forma, os métodos e os padrões do mundo e isso lhe custará algo, tenha certeza.

 

2. A amarga escravidão (Êx 1.11)
“E os egípcios puseram sobre eles feitores de obras, para os afligirem com suas cargas. E os israelitas edificaram a Faraó as cidades-celeiros, Pitom e Ramessés.”
Deus já havia dito isso muito tempo antes a Abraão: “saiba com certeza que sua descendência será reduzida a escravidão e será afligida quatrocentos anos” (Gn 15.13). Historicamente nenhum povo sofreu tanto como os judeus ao longo dos séculos.
O governante egípcio usa medidas repressivas contra os hebreus:
a) Afligir os adultos com servidão (vs 8-14). O capítulo 1 de Êxodo usa expressões como “tirania”,
“amargurar a vida”, “dura servidão”. Tornaram-se descartáveis, mão de obra barata. Mesmo assim continuaram a multiplicar-se, o que resultou em mais opressão;
b) Assassinar os meninos recém-nascidos, já que a primeira medida fracassou (vs 15-22). O povo egípcio foi orientado para que vigiasse e avisasse quando algum recém-nascido do sexo masculino nascesse para que fosse afogado. O objetivo claro era extinguir os hebreus. Ficando apenas meninas, elas se casariam com escravos de outras etnias e Israel seria absorvido dentro do Egito.

 

3. Ordem às parteiras Sifrá e Puá (Êx 1.15)
“O rei do Egito ordenou às parteiras hebreias, das quais uma se chamava Sifrá, e outra, Puá.”
Sifrá e Puá foram, provavelmente, duas parteiras-chefes tendo outras sob sua supervisão. Elas arriscam suas vidas ao não cumprir a ordem de Faraó. Essas duas corajosas mulheres pagãs nos ensinam um grande princípio bíblico: há ordens que não devem ser obedecidas por serem injustas. Esse princípio é confirmado em Atos 5.29: “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens”.
Como cristãos devemos ser leais às leis da nação e obedecer a nossos superiores, até para darmos bom testemunho. Todavia nunca podemos esquecer que nossa lealdade máxima é ao Senhor Jesus Cristo. Sobre isto vejamos três princípios:
1) Nunca obedeça para o mal. Há um limite ético para a obediência de comandos;
2) Não obedeça contra a sua consciência. O cristão tem uma consciência iluminada pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus. Os discursos maldosos muitas vezes têm uma lógica aparentemente coerente: “é para o bem do grupo”; “precisamos pensar no futuro de todos”; “todo mundo concordou”;

3) Obedeça a Deus, pois ele cuida dos fiéis (Êx 1.20,21).

 

 

II. O NASCIMENTO E EDUCAÇÃO DE MOISÉS (Êx 2.2-8)
O tema do livro de Êxodo é libertação, e para que ela ocorresse necessário seria um libertador. Então o Senhor Deus faz nascer um líder.

1. Escondendo a criança (Êx 2.2)
“E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o por três meses.”

Após séculos de opressão e silêncio profético Deus chama um casal sem renome (Anrão e Joquebede) para uma missão especial: gerar o libertador. O autor de Hebreus diz que pela fé eles escondem o recém-nascido de Faraó. O casal levita já tinha dois filhos: Miriam e Arão. Possivelmente Arão (três anos mais velho) nasceu antes do decreto de Faraó, pois nada se diz sobre haver corrido risco de vida (Êx 7.7).
Ao menos aos pais ficou claro que Deus tinha um propósito especial para aquela criança. Não deve ter sido fácil escondê-la. Como se esconde um bebê? Foi necessário coragem e fé gigantescas. Em vários momentos da história os atos de Deus se iniciam e desenvolvem através do nascimento de uma criança. Vemos isso com Isaque, Samuel, Sansão e outros. Devemos proteger espiritualmente nossos filhos neste mundo. Enquanto crianças, eles não sabem o quanto o mundo é mau e perigoso e precisam de proteção.

 

2. A providência amorosa (Êx 2.3)
“Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio.”

Não dá para esconder uma criança para sempre. Joquebede então toma a difícil decisão de entregá-lo aos cuidados de Deus. Que dramático! Ela prepara um cesto de juncos, reveste de betume, coloca a criança dentro e o deixa boiar sobre o Nilo. O plano do cesto à prova d’água parecia algo biruta, mas foi fruto da fé. Moisés foi entregue à providência divina. Sua preservação agora está nas mãos de Deus. Foi preciso muita fé para essa decisão.
Há uma aplicação prática aqui a todos nós: não conseguiremos “esconder” nossos filhos a vida toda. É preciso transmitir os ensinos do reino e “soltar” confiando nos valores transmitidos. Um comentarista diz que as lágrimas de um bebê foram as primeiras armas de Deus em sua guerra contra o Egito. Quem pode resistir aos planos de Deus? Enquanto Faraó está preocupado com os meninos, Deus usa mulheres: Sifrá, Puá, Joquebede, Miriam e a própria filha de Faraó. Que surpreendente!

 

3. A criança volta à mãe (Êx 2.8)
“Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Saiu, pois, a moça e chamou a mãe do menino.”

Essa é uma daquelas ironias divinas inexplicáveis. Em um momento ela não pode continuar com o filho pois corria o risco de ser descoberta e em outro instante ela não somente pode amamentá-lo, mas faz isso com a custódia e proteção do governo e recebendo salário para tal (Êx 2.9). Sutilmente, o texto sagrado diz que a filha de Faraó é quem encontra Moisés e vendo-o chorar enche-se de compaixão pela criança.
Uma lição que temos aqui é que quando confiamos em Deus descobrimos que Ele pode cuidar dos nossos filhos ainda melhor do que nós mesmos. Não temos todas as informações de quanto tempo Joquebede teve Moisés consigo, mas o tempo que teve foi suficiente para incutir na sua mente e coração uma fé inabalável a ponto de que nem mesmo toda opulência e sedução do Egito foi capaz de arrancar. Como é poderosa a influência de pais piedosos sobre seus filhos!
Moisés então foi educado e treinado justamente pelo povo que um dia Deus o usaria para derrotar. Como filho adotivo de uma princesa, Moisés teve acesso à melhor cultura e preparo que havia na época. Atos dos Apóstolos nos diz que ele “foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras” (At 7.22).

 

 

III. A FUGA DO EGITO (Êx 2.11-14)
Os primeiros quarenta anos da vida de Moisés foram dedicados ao serviço do governo provavelmente sendo preparado para tornar-se um futuro Faraó.

1. Sua renúncia (Êx 2.11)
“Naqueles dias, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos e viu os seus labores penosos; e viu que certo egípcio espancava um hebreu, um do seu povo.”

Moisés agora é adulto. Quando criança seus pais tomaram decisões de fé, mas agora ele próprio terá que fazer suas escolhas a partir da sua fé pessoal. O autor de Hebreus nos diz que, pela fé, ele renuncia ser filho da filha de Faraó (Hb 11.24). Abre mão de direitos legítimos escolhendo ser identificado e, inclusive, sofrer com o povo da aliança. Foi uma renúncia custosa.
Vivemos tempos em que a visão de cristianismo de muitos é só “quero receber”, “quero ser exaltado”, mas quantos de nós estão prontos para renunciar oportunidades e privilégios para melhor fazer a vontade de Deus? Fé não é superstição, é a rendição do ego a algo maior do que eu. E se fossemos nós? Estaríamos dispostos?

 

2. Seu fracasso inicial (Êx 2.12)
“Olhou de um e de outro lado, e, vendo que não havia ali ninguém, matou o egípcio, e o escondeu na areia.”

Ao que parece Moisés intuía de algum modo que seria ele o libertador (At 7.25). Mas sua primeira tentativa resultou em fragoroso fracasso. É isso que acontece quando tentamos fazer a obra de Deus do nosso jeito. Ele tentou fazer aquilo que entendia ser seu chamado na força da carne.
A obra de Deus não pode ser feita de qualquer modo. Ninguém deveria tentar fazer a obra de Deus senão do modo de Deus. No reino de Deus não apenas os fins, mas também os meios precisam ser santos. Cada etapa precisa ser uma confirmação do projeto final. O resultado é que Moisés torna-se um assassino e tem que fugir do Egito.
Moisés falhou não somente por agir impulsivamente, mas porque agiu sem Deus e alheio aos Seus métodos, os quais são santos. Aquilo que está sendo feito precisa ser feito de um modo que glorifica o seu nome. Deus não aceita que sua obra seja feita usando os meios e as armas do mundo. Como disse o sábio: “quando alguém compromete o que é santo, justo ou verdadeiro para alcançar um ‘bem maior’, o bem maior já foi perdido.”

 

3. O tempo de Deus (Êx 2.14)
“O qual respondeu: Quem te pôs por príncipe e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio? Temeu, pois, Moisés e disse: Com certeza o descobriram.”
Fazer a obra de Deus fora do seu tempo é como colher uma fruta verde. O resultado, se houver, não satisfaz. Na Bíblia existe o conceito do chronos e do kairós. Chronos é o tempo do relógio, sequencial, cronológico e passageiro. Kairós é o tempo da oportunidade e do momento certo. Nós vivemos no chronos, mas Deus age no Kairós.
A rejeição dos hebreus à liderança de Moisés era uma forma de Deus dizer-lhe que não havia chegado o tempo. Deus tem um tempo para todas as coisas. Ele queria salvar o Seu povo? Sim. Deus queria usar Moisés como Seu instrumento escolhido de salvação? Sim, mas no seu tempo e na sua hora. Deus não tem pressa. Tudo está sob seu controle. Há um momento oportuno e determinado por Ele para tudo (Ec 3.1-8) e nada ocorrerá antes da hora. Urge sincronizarmos o nosso relógio com o de Deus. Quando isso não ocorre nos angustiamos e achamos que Ele está demorando. Mas Deus nunca atrasa (Gl 4.4). O melhor de tudo é agir no tempo e no modo de Deus.

 

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Sem nenhuma dúvida Moisés foi uma figura proeminente, mas todo o sucesso da sua missão é resultado da graça e do poder de Deus. Ele também pode nos usar hoje.

 

 

RESPONDA
Responda V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.

1) Sifrá e Puá foram duas parteiras que se recusaram a obedecer a ordem do infanticídio dos meninos hebreus.

2) Por confiar em Deus Joquebede não apenas pode amamentar e cuidar de Moisés mas ainda receber um salário por isso.

3) O tempo de Deus se chama chronos.