Lição 10 – Gênesis 18 e 19: Sodoma e Gomorra

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Gênesis 18 e 19 há 33 e 38 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gênesis 19.15-29 (5 a 7 min.).

Caro(a) professor(a), temos aqui uma lição que nos mostra como o relacionamento íntimo com Deus abençoa a vida da igreja e da sociedade em geral. O amor e a misericórdia do Pai são movidos pela oração do crente. Precisamos cultivar o ministério da intercessão, pois uma igreja que ora, unida e incessantemente, pode mover bênçãos e perdão; livramentos e conversões. Em contextos moralmente depravados e ideologicamente corrompidos, somos convidados a interceder pelos que se afastaram dos propósitos de Deus. São nossas responsabilidades: testemunhar uma fé genuína; ser sinal de conversão; fazer discípulos para Cristo e resistir tanto ao materialismo quanto a toda espécie de sedução pecaminosa.

OBJETIVOS
• Entender o direito de Deus em julgar.
• Alertar para as consequências do pecado.
• Interceder pela nossa cidade.

PARA COMEÇAR A AULA
Professor(a), uma boa estratégia para começar a aula é criar paralelos entre as cidades pecaminosas e a realidade que vivemos. Atualmente, a mídia e o comércio mundial têm feito esforços para que toda a humanidade assuma os mesmos comportamentos materialistas. Nossa atitude deve ser de persistência, fé e intercessão. Peça que cada aluno proponha duas ou mais formas de testemunhar sua fé no trabalho, faculdade, família etc. Conclua com uma linda intercessão a Deus pela conversão de muitos.

RESPOSTAS
1) Dez. Não devemos subestimar um grupo pequeno.
2) Amigo de Deus.
3) Que foi melancólica e desastrosa.

 

LEITURA ADICIONAL
Abraão orou fervorosamente para que aquela cidade fosse salva, se tão-somente fossem encontrados nela uns poucos justos. Vejamos e aprendamos com ele quanta compaixão devemos sentir pelos pecadores, e quão fervorosamente devemos orar a favor deles. Aqui vemos que a oração eficaz do justo pode muito em seu efeito. Sem dúvida, Abraão fracassou em seus pedidos a favor do lugar como um todo, porém Ló foi milagrosamente salvo. Então, devemos incentivar a todos a esperarem, através da oração fervorosa, a bênção de Deus para as nossas famílias, nossos amigos e vizinhos. Com esta finalidade, devemos não somente orar, mas viver como Abraão. Ele sabia que o juiz de toda a terra faria justiça. Abraão não pede, nesta passagem, que o mau fosse salvo por si mesmo, nem porque fosse cruel destruí-lo, mas por amor aos justos que poderiam estar entre eles. Somente a justiça pode ser um argumento diante de Deus. Então, como foi que Cristo intercedeu a favor dos transgressores? Sem culpar a lei divina nem alegar a fraqueza ou escusar a culpa humana, ofereceu a sua própria obediência até a morte. Todo o povo de Sodoma era mau e vil. Portanto, foi tomado o cuidado de salvar Ló e a sua família. Ló se demorou, agiu frivolamente. Assim, pois, muitos que estão convictos de seu estado espiritual e da necessidade de uma mudança, retardam esta obra tão necessária. A salvação dos homens mais justos ocorre por misericórdia de Deus, e não pelos méritos deles. Somos salvos pela graça. O poder de Deus deve também ser reconhecido, quando Ele retira almas de um estado de pecado. Se Deus não tivesse sido misericordioso para conosco, a nossa demora teria sido a nossa ruína.
Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (4a ed – Rio de Janeiro, CPAD, 2004, pgs. 61-62).

 

Estudada em 7  de março de 2022

 

INTRODUÇÃO
No capítulo 13 de Gênesis, Ló fizera uma escolha fora da direção de Deus. Seus critérios foram as aparências e interesses materiais. Agora, ele estava onde nunca deveria ter ido e, mesmo sendo justo, sofreria as consequências do juízo divino.

I. AS ATITUDES DE ABRAÃO (Gn 18.2-25)
Servos de Deus dedicados, como Abraão o foi, inspiram e incentivam outros a caminharem nas suas pisadas.

Vejamos algumas atitudes dele:

1. Hospedou Deus (Gn 18.2)
“Levantou ele os olhos, olhou, e eis três homens de pé em frente dele. Vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro, prostrou-se em terra”

Parece que nossa geração, gradativamente, vem menosprezando a importância e o privilégio da hospitalidade cristã. Não são poucos os versos nos quais a Bíblia nos admoesta a praticá-la, mas dada a conveniência moderna dos hotéis e restaurantes, raramente acolhemos pessoas em nossas casas. Podemos estar perdendo um bem preciosíssimo, pois a Palavra revela que houve gente que, sem saber, hospedou anjos (Hb 12.2), Aqui Abraão teve o privilégio de receber três visitantes, sendo dois deles anjos (19.1) e, o terceiro, ninguém menos que o próprio Deus (18.13). Abraão teve o privilégio de servir pessoalmente ao Senhor. Embora fosse um rico líder tribal e já contasse com 99 anos, não designou a ninguém essa importante tarefa. Chama-nos à atenção o modo discreto e quase imperceptível como ocorrem as visitações de Deus, pois Ele não visita Abraão com bumbos e trombetas, mas como um viajante desconhecido. Compare isso com Mateus 25.35.

 

2. Foi amigo de Deus (Gn 18.17)
“Disse o Senhor: Ocultarei a Abraão o que estou para fazer?”
De todos os títulos de Abraão, nenhum é tão profundo e especial quanto este: amigo de Deus. Esse epíteto que faz referência exclusiva a Abraão é mencionado em três diferentes passagens das Escrituras (2Cr 20.7; Is 41.8; Tg 2.23). Amizade envolve intimidade e confiança, já que confidências podem acontecer entre os amigos. No momento em que Abraão acompanha seus visitantes e os despede, Deus decide, graciosamente, compartilhar com ele o que iria fazer. W. Wiersbe ressalta que Abraão, por ser íntimo de Deus, sabia mais sobre o futuro de Sodoma do que os próprios moradores daquela cidade, inclusive mais do que Ló. Deus compartilha segredos com os Seus. Como seria bom se todos nós fôssemos íntimos de Deus assim. Ele continua procurando pessoas para chamar de amigos (Jo 15.15).

 

3. Intercedeu pelas cidades (Gn 18.25)
“Longe de ti fazeres tal coisa, matares o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra?”

Deus busca e espera por intercessores. Intercessão é a mais profunda dimensão de oração que conhecemos. Geralmente é um ministério pouco valorizado e incentivado, talvez por não oferecer visibilidade. Ninguém oferece credenciais para intercessores.
Intercessão é um bom critério para medir a profundidade da nossa espiritualidade. Crentes infantis oram apenas por si o tempo todo. Só gente amadurecida ora pelos outros. A grandeza de Abraão é revelada aqui: ele ora e intercede por uma ímpia cidade onde ele sequer morava; ao passo que Ló, habitante de Sodoma, em nenhum momento faz o mesmo. Abraão é um homem que está livre do juízo destinado às cidades ímpias, mas se condói e clama por aqueles que vão enfrentá-lo. Ele não ora apenas por seus parentes, mas pela cidade inteira; não pede que sejam separados os inocentes e que os pecadores sejam deixados para morrer.
Em sua intercessão, Abraão apresenta seis pedidos pelos possíveis moradores inocentes e, diante daquela possibilidade, Deus sempre responde: “não destruirei”. A destruição não traz prazer ao Senhor, pois seu propósito é perdoar. Deus estava disposto a poupar a cidade inteira se ali encontrasse ao menos dez justos. Quanta diferença uma igreja, mesmo de poucos membros, pode fazer numa cidade. Abraão não exige nada, apenas suplica com o coração dolorido. Nós somos assim? É normal vermos os cristãos indignados diante do mal, inclusive endossando campanhas por maior severidade nas leis, mas oramos compassivamente pelos maldosos? Se dependesse unicamente das nossas orações o que seria da nossa cidade? Que Deus levante um exército de intercessores em nossa geração!

 

 

II. SOCIEDADE SEM LIMITES (Gn 19.4-26)
Aquelas cidades ficaram conhecidas como símbolos de devassidão e libertinagem. A perversidade, a anarquia moral e a injustiça haviam ultrapassado o limite do suportável. Isso suscita uma pergunta óbvia: quais os processos que levam uma sociedade a esse nível de degradação?

1. A abrangência do mal (Gn 19.4)
“Mas, antes que se deitassem, os homens daquela cidade cercaram a casa, os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados.”
O caminho do pecado é de crescente destruição e degradação. Aquela sociedade se deteriorara a um nível tão assustador que até mesmo os mais jovens haviam sido contaminados. Contudo embora Sodoma e Gomorra sejam as mais mencionadas elas não foram as únicas cidades ímpias, pois havia também Admá e Zeboim (Dt 29.23). O texto diz que “tanto os moços quanto os velhos” estavam unidos na prática da perversidade.
Quando o nível de maldade e pecado é acentuado, as condutas iníquas atingem todas as faixas etárias, isso leva até mesmo as crianças a copiarem e a banalizarem a depravação. Referenciais de santidade e piedade são fundamentais para as próximas gerações, caso contrário, o mal triunfará.

 

2. Ausência de limites morais (Gn 19.5)
“E chamaram por Ló e lhe disseram: Onde estão os homens que, à noitinha, entraram em tua casa? Traze-os fora a nós para que abusemos deles.”
Os homens de Sodoma queriam abusar sexualmente dos hóspedes de Ló. Algumas traduções amenizam o trecho substituindo a palavra “abusemos” pela palavra “conheçamos”, o que dá margem a outras interpretações. A verdade é que não é possível dessexualizar a expressão nesse contexto. Nitidamente, era uma tentativa de cometer imoralidade sexual. Haviam perdido todo recato, decência e vergonha, pois suas ações ocorriam em plena praça pública. Agiam como um bando desenfreado de animais selvagens. Os diques morais foram rompidos naquela sociedade. O pecado daquelas cidades ultrapassou todos os limites imagináveis, os quais não se limitavam ao homossexualismo. Isaías associa o pecado de Sodoma e Gomorra à injustiça social; Ezequiel
relaciona a perversão das cidades à exploração dos pobres, soberba e abundância de ociosidade. Por sua vez, jeremias ressalta a imoralidade geral e o incentivo aos malfeitores (Is 1.9,15-17; Ez 16.46-51; Jr 23.14). O bem havia se tornado raro e impotente diante da escalada do mal. Será que nossa sociedade é diferente?

 

3. Materialismo exacerbado (Gn 19.26)
“E a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal.”
Os valores morais e espirituais de Sodoma e Gomorra estavam num nível muito inferior aos valores materiais. Sequer havia 10 justos ali. As cidades eram prósperas e a região tão fértil que foi comparada ao Jardim do Éden (13.10). Por isso mesmo, a mulher de Ló olhou para trás (a palavra traduzida por “olhou” é “prestar atenção”, “mostrar consideração”). Certamente, pensando na perda que representava sair de lá. Sodoma e Gomorra a seduziram com seus apelos mundanos.
Sair de Sodoma não foi fácil para Ló e sua família. O mundo é sedutor e está malignamente organizado para atrair o pecador. Como já foi dito, nós só conhecemos o poder de uma cultura quando tentamos mudá-la e só percebemos a força do materialismo quando decidimos viver de modo simples e na dependência de Deus. Preso ao materialismo, Ló é lento para sair e sua intercessão por Zoar é fruto de interesses pessoais (19.20).

 

 

III. AS ATITUDES DE LÓ (Gn 19.1-36)
Já vimos as atitudes de Abraão, agora nos voltemos para seu sobrinho Ló. Enquanto ele esteve com Abraão, foi bem sucedido, mas, quando ficou sozinho, se atrapalhou em sua caminhada.

1. Suas escolhas (Gn 19.1)
“Ao anoitecer, vieram os dois anjos a Sodoma, a cuja entrada estava Ló assentado; este, quando os viu, levantou-se e, indo ao seu encontro, prostrou-se, rosto em terra.”
A posição de Ló junto à porta da cidade é emblemática. Era nesse local onde se discutiam negócios. Ele não era um porteiro, mas alguém que ocupava alguma posição na administração local. Há um processo aqui. Primeiro vemos Ló se aproximando de Sodoma e armando suas tendas até suas fronteiras (Gn 13), depois, ele aparece morando lá e, por fim, ocupando uma posição de relevância.
Morar em Sodoma era uma bomba relógio. Não havia como acabar bem. As escolhas de Ló foram desastrosas para ele e sua família. Cuidado com escolhas que colocam de lado nossa relação com Deus e Sua santidade em nossas vidas. Más escolhas trazem consequências.

 

2. Consequências danosas (Gn 19.14)
“Então, saiu Ló e falou a seus genros, aos que estavam para casar com suas filhas e disse: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o Senhor há de destruir a cidade. Acharam, porém, que ele gracejava com eles.”

A influência de Ló foi pífia naquelas cidades. Sua casa não foi respeitada e, quando foi avisar seus futuros genros sobre o iminente juízo, trataram-no com zombaria e escárnio. Não sabemos quanto tempo Ló morou em Sodoma, mas ele não conseguiu fazer ali nenhum discípulo. Foi uma existência infrutífera e insossa.
Se lembrarmos da intercessão de Abraão, Deus prometera não destruir a cidade se nela houvesse dez justos. Abraão parou nos dez porque, certamente, acreditava que houvesse pelo menos esse número naquela cidade. Ló, ao que parece, foi, ali, um sal sem sabor. Ele chegou, inclusive, a oferecer suas filhas aos moradores da cidade (19.8). Que proposta é essa? Como poderia sugerir algo assim? O que houve com seus valores pessoais? Quando olhamos para as suas atitudes e sua família vemos que, em vez de influenciarem, foram influenciados por Sodoma. Deus precisou tomá-lo pela mão e arrastá-lo de lá devido sua hesitação (19.16). O ambiente o contaminou.

 

3. Um final desastroso (Gn 19.36)
“E assim as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai.”

Ao sair de Sodoma, Ló foi ficar durante algum tempo em Zoar. A cidade foi poupada da destruição. De Zoar, ele vai morar numa caverna em completa falência. De tudo o que possuía, nada sobrou, exceto suas duas filhas. Tudo o que Ló tinha virou fumaça, e sua esposa uma estátua de sal.
Às vezes Deus nos livra de determinadas consequências, outras vezes os frutos são inevitáveis. Não ouviremos mais falar de Ló no Antigo Testamento depois desse episódio. Não sabemos porque ele saiu de Zoar, mas a pergunta é: Por que ele não voltou para onde estava Abraão? Seria embaraçoso, com certeza, mas seria uma opção. Teria sido por orgulho? Por vergonha? Não sabemos. Mas certamente seria bem-vindo ao lado do seu velho e justo tio.
É difícil reconhecermos que escolhemos errado. É difícil admitirmos nossas falhas. Não é com frequência que ouvimos a expressão: “Perdão, eu errei”. Para piorar tudo, as filhas de Ló engravidaram do próprio pai e geraram, do incesto, dois filhos e dois povos: amonitas e moabitas, inimigos de Israel.
Que triste fim para um homem que conheceu o verdadeiro Deus. O pecado nunca é estável, nem seguro. Ninguém nunca sabe aonde o seu pecado o poderá levar. O melhor caminho é o arrependimento e a conversão.

 

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Deus está sempre disposto a perdoar os que manifestam sincero arrependimento. Sua justiça e misericórdia andam sempre juntas. Sua graça pode alcançá-lo onde quer que você se encontre.

 

 

RESPONDA
1) Deus prometeu não destruir as cidades se houvessem quantos justos? O que isso nos ensina?

2) Qual o título de Abraão repetido três vezes na Bíblia?

3) O que podemos dizer sobre o final da carreira de Ló?

 

 

COMENTÁRIOS:

18.2-5 – Assim como Lo. Abraão estava ansioso para demonstrar hospitalidade a estes três visitantes (19.2). Nos dias de Abraão, a reputação de uma pessoa estava diretamente relacionada com sua hospitalidade o ato de partilhar casa e comida.

Até mesmo estranhos deveriam ser tratados como convidados de honra. Atender a necessidade de comida ou abrigo de uma pessoa era uma das formas mais práticas e imediatas de obedecer a Deus e também uma maneira honrada do construir relacionamentos.

Hebreus 13.2 Sugere que nós, como Abraão, podemos realmente acolher anjos. Devemos ter isto em mente na próxima vez em que tivermos oportunidade de hospedar alguém estranho.

18.14 – “Haveria coisa alguma difícil ao SENHOR?” A resposta mais óbvia e: “Certamente que não!” Esta pergunta muito revela sobre Deus. Crie o hábito de fazê-la ao deparar-se com necessidades especificas. “Será que este dia em minha vida é muito difícil para o Senhor?” “Será que este hábito que estou tentando abandonar e muito difícil para Ele?” “Será que meu problema de comunicação e muito difícil para Ele?” Desse modo, a pergunta o ajudará   lembrar-se que Deus está pessoalmente envolvido em sua vida e o induzira a pedir que Ele o ajude.

18.15 – Sara mentiu, pois teve medo de ser descoberta. O medo é o motivo mais comum para a mentira. Tememos que nossos pensamentos e emoções mais íntimos sejam expostos ou que nossos erros sejam descobertos. Mas. a mentira causa complicações bem maiores do que pode acontecer quando se fala a verdade, e acarreta ainda mais problemas. Se não pudermos confiar a Deus os nossos mais íntimos pensamentos e receios, nossa situação e mais difícil do que imaginamos.

18.20-33 – Será que Abraão fez com que Deus mudasse de ideia? Certamente, não. A resposta mais correta e que Deus fez Abraão mudar de ideia. Abraão sabia que Deus e justo e pune o pecado, mas deve ter pensado na misericórdia dEle. Parece que Abraão estava sondando a mente de Deus para saber quão misericordioso Ele realmente era, e terminou convencido de que Deus é tanto bom quanto justo. Nossas orações não farão Deus mudar de ideia, mas poderão mudar nossos pensamentos assim como as orações de Abraão mudaram os dele. A oração ajuda-nos a entender melhor a mente de Deus.

18.20-33 – Por que Deus permitiu que Abraão questionasse sua justiça e intercedesse por uma cidade má? Abraão sabia que Deus precisava punir o pecado, mas também sabia, por experiência, que Deus é misericordioso para com os pecadores. Deus sabia que não havia dez pessoas inocentes naquela cidade, mas era misericordioso o suficiente para permitir que Abraão intercedesse e também para ajudar Ló, o sobrinho de Abraão, a sair de Sodoma antes que esta fosse destruída.  Deus não tem prazer em destruir as pessoas, mas, porém, Ele precisa punir o pecado. Ele é tanto justo quanto misericordioso. Deveríamos ser gratos pela misericórdia de Deus estender-se a nós.

18.21 – Deus concedeu aos homens de Sodoma um teste justo. Ele não estava ignorando as práticas malignas dos habitantes da cidade, mas em sua justiça e paciência, Deus ofereceu ao povo de Sodoma uma última chance de arrependimento. Ele ainda está à espera, dando as pessoas oportunidade de se voltarem para Ele (2 Pe 3.9). Os sábios se converterão antes que a paciência dEle se finde.

18.25 – Estaria Deus sendo injusto para com os moradores de Sodoma? Ele realmente planejava destruir o inocente juntamente com o culpado? Não. Ao contrário, foi a justiça de Deus que prevaleceu. (1) Ele concordou em poupar toda a cidade caso nela houvesse apenas dez inocentes. (2) Ele demonstrou grande misericórdia para com Ló, aparentemente o único homem na cidade que tinha algum tipo de relacionamento com Ele (e até isto era questionável). (3) Ele demonstrou grande paciência para com Ló, quase forçando-o a sair de Sodoma antes que ela fosse destruída. Lembre-se da paciência de Deus quando você estiver pensando que Ele é injusto. Mesmo as pessoas mais fieis a Deus precisam da sua justiça. Sejamos gratos por Deus não fazer justiça conosco como fez com Sodoma.

18.33 – Deus mostrou a Abraão que é permitido pedir qualquer coisa, com o entendimento de que as respostas de Deus são provenientes da perspectiva do próprio Deus. Nem sempre elas estarão de acordo com as nossas expectativas, pois somente Ele conhece toda a história. Será que você não ouviu a resposta de Deus para alguma oração porque não considerou qualquer resposta possível diferente da esperada?

19.1 – A porta de uma cidade era o local onde se encontravam oficiais e outros homens que discutiam assuntos gerais ou faziam transação comercial. Era um local de autoridade e status onde a pessoa podia ver e ser vista. Certamente Ló ocupava um importante cargo no governo ou associava-se aos governantes, pois os anjos o encontraram na entrada da cidade. Talvez o status de Ló em Sodoma fosse um dos motivos pelos quais ele tenha relutado em sair (19.16,18-22).

19.8 – Como um pai poderia entregar suas duas filhas para serem violentadas por um bando de pervertidos, apenas para proteger dois estranhos? Possivelmente Ló planejava salvar tanto as filhas quanto os visitantes, na esperança de que seus noivos as resgatassem ou que aqueles homossexuais perdessem o interesse pelas moças e simplesmente fossem embora. Ainda que fosse costume da época proteger um hóspede a qualquer preço, esta terrível sugestão revela quão profundamente o pecado absorvera a vida de Ló. Ele fora contaminado pelos atos malignos de uma cidade ímpia.  Quaisquer que fossem os motivos de Ló. vemos aqui uma ilustração das terríveis maldades cometidas em Sodoma — maldades tão grandes a ponto de a cidade inteira ser destruída por Deus.

19.13 – Deus prometeu poupar Sodoma caso houvesse apenas dez pessoas inocentes na cidade (18.32). Obviamente nem mesmo dez puderam ser achadas, pois os anjos chegaram para destruir o lugar. Evidências arqueológicas apontam para uma avançada civilização nesta área nos dias de Abraão. A maioria dos pesquisadores também confirma algum tipo de repentina e devastadora destruição. Atualmente, há um grande consenso de que a cidade enterrada fica sob as águas ao sul do mar Morto. A história de Sodoma revela que as pessoas, nos dias de Ló, precisavam abandonar alguns pecados repulsivos que o mundo atual também comete. Deveríamos seguir o exemplo de Abraão quanto a confiança em Deus. Sua fé generosa contrasta com os habitantes autossuficientes de Sodoma.

19.14 – Ló tinha vivido tanto tempo e estava tão satisfeito entre os ímpios que seu testemunho ja não possuía qualquer credibilidade. Ele permitiu ser moldado pelo ambiente, ao invés de mudar seu meio. Aqueles que conhecem você o vê como um servo de Deus. ou você e apenas mais um em meio à multidão, passando despercebido? Ló estava comprometido a ponto de ser quase inaproveitável para Deus; quando finalmente fez uma afirmação, ninguém acreditou. Será que você também se tornou sem utilidade para Deus por estar muito parecido com o meio em que vive? Para fazer a diferença, você precisa antes decidir ser diferente em sua fé e conduta.

19.16 – Ló hesitou, então o anjo estendeu a mão e retirou-o rapidamente da cidade. Ló não queria abandonar a riqueza, a posição e o conforto que desfrutava em Sodoma. E fácil criticar Ló por ter sido hipnotizado por Sodoma quando a escolha parece tão clara aos nossos olhos. Para sermos mais sábios do que Ló, precisamos perceber que a nossa hesitação em obedecer a Deus tem suas raízes nas falsas atrações dos prazeres de nossa cultura.

19.16-29 – é importante notar que a misericórdia de Deus para com Abraão estendeu-se a Ló e sua família. Ló foi salvo da destruição de Sodoma porque Abraão implorou a Deus. Uma pessoa justa com frequência afeta outras para sempre. Tiago afirma que”… a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16). Todos os cristãos deveriam seguir o exemplo de Abraão e orar para que os outros sejam salvos.

 

19.24 – Na história de Sodoma e Gomorra. vemos dois aspectos do caráter de Deus: sua grande paciência (concordando em poupar uma cidade ímpia por causa de dez justos apenas) e sua fúria (destruindo duas cidades). Enquanto crescemos espiritualmente, temos de desenvolver em nós mesmos não apenas um profundo respeito por Deus. pela sua ira quanto ao pecado, mas também um profundo amor a Ele pela sua paciência quando pecamos.

19.26 – A esposa de Ló virou-se para olhar a cidade de Sodoma que estava em chamas. Apegada ao passado, ela não estava preparada para abandoná-lo completamente. Será que você tem olhado para trás, desejando o pecado enquanto tenta seguir a Deus? Não será possível fazer progresso com Deus enquanto você estiver carregando partes do seu passado. Jesus disse isso em Mateus 6.24: “Ninguém pode servir a dois senhores”.

19.30-38 – Nesta triste sequência da história da destruição de Sodoma. vemos duas mulheres comprometidas em preservar a família. Elas não eram guiadas pela luxúria e sim pelo desespero por temerem que nunca se casariam A tendência de Ló em se acomodar e recusar-se a agir chegara ao ápice. Ele deveria ter encontrado maridos para suas filhas muito antes disto; a família de Abraão não morava muito longe. Agora ambas praticavam o incesto, mostrando sua aceitação aos princípios morais de Sodoma. Ficamos predispostos a pecar quando desejamos algo desesperadamente.

19.30-38 – Por que a Bíblia não condena abertamente estas irmãs pelo que fizeram? Em muitos casos, a Bíblia não julga a pessoa pelos seus atos, mas simplesmente reporta os acontecimentos. No entanto, o incesto e claramente condenado em outras partes das Escrituras (Lv 18.6-18: 20.11,12.18.19-21; Dt 22.30:27.20-23; Ez 22.11:1 Co 5.1). Talvez a consequência deste ato praticado pelas filhas de Ló — Moabe e Amom tornaram-se inimigos de Israel — tenha sido a maneira de Deus julgar seu pecado.

19.37,38 – Moabe e Ben-Ami eram produto de incesto. Eles tornaram-se pais dos dois maiores inimigos de Israel: os moabitas e os amonitas. Estas nações estabeleceram-se a leste do rio Jordão, e Israel nunca as conquistou. Devido a ligação familiar, Moisés foi proibido de atacá-las (Dt 2.9). Rute, tataravó de Davi e ancestral de Jesus, era moabita.