ELIAS: O PROFETA DO FOGO
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Hoje nossa aula é importante não só porque estudaremos sobre o Pro- lota Elias, mas também porque ele é um marco na história de Israel. Esse profeta inaugura um novo momento de liderança e autoridade espiritual sobre os dois reinos da antiga nação Israelita.
Até então, a nação era governada por um Rei e um sacerdote. A partir do Profeta Elias, a liderança muda de mãos. Agora, devido à idolatria do povo, do rei e até dos sacerdotes, Deus ressalta o ofício de profeta para orientar o povo de volta aos seus caminhos.
Explane aos seus alunos a importância do ofício profético para a nação de Israel naqueles dias. Isso porque Elias, como os demais profetas veterotestamentários, profetizou para reis, príncipes, governadores e o povo em geral.
PALAVRAS-CHAVE
Autoridade • Apostasia • Milagres
EM ÁUDIO
OBJETIVOS
• Descrever a biografia de Elias.
• Praticar os princípios bíblicos aqui contidos.
• Discernir os falsos profetas.
PARA COMEÇAR A AULA
Onde estão os “Elias de Deus”? Que maneira mais estratégica de começar a sua aula com essa pergunta aos seus alunos, permitindo com isso que os mesmos reflitam sobre a importância e o exercício do ministério profético para aqueles dias.
Questione com seus alunos: Ainda existem profetas que, tal como Elias, têm sido alvo de perseguições por proclamar a Palavra de Deus a todos os povos? E, se Deus o comissionasse para exercer este honroso ministério profético, qual seria sua atuação no mundo hoje?
RESPOSTAS
1) Mostrar que Deus não precisa de estrelas ou medalhões para fazer a Sua obra.
2) Devido ao seu compromisso com a verdade de Deus.
3) Deus cuida daqueles que andam em Sua presença.
LEITURA COMPLEMENTAR
Num momento delicado da história, quando Israel dava passos largos para a apostasia, num cenário de descaso para com a fé viva dos patriarcas, eis que surge um desconhecido profeta, cheio de Deus, com uma viva mensagem do céu. Diante do fracasso nacional, Elias se levanta como um dique, como uma barragem que estanca o mal, como um referencial divino para ser usado tendo em vista a cura do seu povo. Sua luta corajosa contra o baalismo é épica, monumental e emocionante.
Sendo Baal o deus da fertilidade, do clima e da chuva, Elias se levanta e diz: “Não vai chover, vamos ver se Baal pode fazer alguma coisa”. Covardia é algo que não combina nem habita o coração dos verdadeiros profetas. Entre ser fiel e perder favores e até a vida, o homem de Deus cheio da graça não titubeia. Como disse Martin Luther King: “IGNORAR o MAL É TORNAR-SE CÚMPLICE DELE”.
O ministério de Elias pode ser dividido em seis grandes episódios:
• O aviso acerca da seca eminente e seu isolamento;
• A luta no Monte Carmelo onde enfrentou os profetas de Baal;
• A fuga para Horebe;
• O episódio envolvendo Nabote;
• A profecia acerca de Acazias;
• Sua trasladação ao céu.
Durante seu ministério muitos milagres foram realizados. Era necessário que assim fosse considerando o difícil momento em que vivia a nação. Vejamos os milagres ocorridos nesse tempo:
• Profetizou uma grande seca (1 Reis 17:1; Tg 5:17)
• Aumentou o azeite e farinha da viúva (1 Reis 17:14,16)
• Ressurreição do filho da viúva (1 Reis 17: 21-23)
• Descida de fogo do céu em resposta à sua oração (1 Rs. 18:3O-4O)
• Decretou o fim da seca orando para que chovesse (1 Reis 18: 42-45)
• 102 homens são consumidos pelo fogo (2 Reis 1:10,12)
• Com sua capa abriu o Rio Jordão (2 Reis 2: 8)
Jesus disse que deveríamos orar para Deus enviar mais obreiros para sua obra. MINHA ORAÇÃO É QUE ELE MANDE MAIS PROFETAS.
Livro: As biografias do A. Testamento – Aprendendo com os erros e acertos de gente como nós (Pádua Rodrigues. Editora Nítida – S. J. dos Campos, 2018, Pág. 95 e 96).
Estudada em 17 de março de 2019
LIÇÃO 11: ELIAS: O PROFETA DO FOGO
TEXTO ÁUREO
“Então, invocai o nome de vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse é que é Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra.” 1Rs 18.24
VERDADE PRÁTICA
O mundo em que vivemos necessita desesperadamente da voz profética de Deus.
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda – 1Co 14.3 A tríplice função da profecia como carisma
Terça – Mt 11.13 O ministério profético canônico cessou
Quarta – Dt 18.21,22 A profecia se autentica no cumprimento
Quinta – Dt 6.1-3 O padrão aferidor da profecia é a Bíblia
Sexta – Mq 6.8 Três exigências aos profetas
Sábado – 2Cr 18.12,13 e 26,27 Profeta de Deus não bajula
LEITURA BÍBLICA
1 Reis 18.24-27
24 Então, invocai o nome de vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse é que é Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra.
25 Disse Elias aos profetas de Baal: Escolhei para vós outros um dos novilhos, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai o nome de vosso deus; e não lhe metais fogo.
26 Tomaram o novilho que lhes fora dado, prepararam-no e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, respondemos! Porém não havia uma voz que respondesse; e, manquejando, se movimentavam ao redor do altar que tinham feito.
27 Ao meio-dia, Elias zombava deles, dizendo: Clamai em altas vozes, porque ele é deus; pode ser que esteja meditando, ou atendendo a necessidades, ou de viagem, ou a dormir e despertará.
Hinos da Harpa: 84 – 5
ELIAS: O PROFETA DO FOGO
INTRODUÇÃO
I. SUA PESSOA
1. Sem genealogia 1Rsl7.i
2. Sua autoridade 1Rs 18.24
3. Seus milagres 1Rs 18.38
II. SEU MINISTÉRIO E SEU TEMPO
1. Elias como Profeta 1Rs 18.36
2. Tempo de apostasia e perseguição 1Rs 18.10
3. Tempo de escassez 1Rs 17.3-7
III. SEU FINAL
1. Faz um grande sucessor 1Rs 19.16
2. Foi arrebatado 2Rs 2.11
3. Seu nome na história 1Rs 17.24
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
Elias foi um dos mais emblemáticos profetas de Israel. É conhecido como “o profeta foragido” pois foi constantemente perseguido pelo governo apóstata de Israel. Também é chamado de “profeta do fogo” isso porque esse símbolo o acompanha por quase todo seu ministério (1Rs 17.38, 19.12; 2Rs 1.10-14; 2.11).
I. SUA PESSOA
1. Sem genealogia (1Rs 17.1). Elias foi um dos maiores profetas de Israel. Ele aparece de repente no relato bíblico, sem que nada saibamos da sua vida até esse momento (1Rs 17.1). O texto sagrado diz que ele era tisbita, donde se depreende que ele tenha nascido em Tisbé, um lugarejo obscuro. Além disso, também sabemos que ele estava morando em Gileade. Além de algo sobre seu jeito humilde de se vestir, quase nada mais sabemos sobre nosso personagem (2Rs 1.8). Seu nome significa “Jeová é o meu Deus”. Ele já aparece nas Escrituras profetizando para o rei Acabe e anunciando uma longa seca. É bom lembrar que Baal era o deus cana- neu da vida e da fertilidade. Logo, tal seca representava um ataque direto à suposta capacidade desse ídolo de controlar as condições do tempo.
Essa proposital ausência de informações sobre Elias nos serve
para mostrar que Deus não está atrás de figurões, nem tampouco os reconhece, mas usa aquele que se colocar em Suas mãos.
2. Sua autoridade (1Rs 18.24). A profecia de Elias era cheia de certeza e fé: “Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja lace estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra” (1Rs 17.1). Essas palavras foram dirigidas a Acabe, considerado o pior rei de Israel, cuja esposa era tão idólatra e perversa quanto ele. O uso da expressão “segundo a minha palavra” era incomum. Demonstrava não só a autoridade do profeta, mas desmascarava a total impotência de Baal. Às vezes, um profeta era chamado de “homem de Deus”. Elias foi assim chamado (1Rs 17.24). Isso era assim para que Iodos soubessem que o profeta não era “homem do rei”. Sua autoridade vinha do Deus que o comissionou e com o qual ele andava. O profeta não era chamado para andar com Deus, mas porque já andava com Ele. Esse termo ocorre 76 vezes no Antigo Testamento. Eis a fonte de autoridade de Elias: Deus! Os profetas não eram eleitos, nem convidados pelo povo, nem tampouco eles perguntavam se queriam ouvir suas profecias. Eles chegavam, anunciavam o oráculo divino e iam embora. Cumpriram sua missão.
3. Seus milagres (1Rs 18.38). Elias foi um homem de muita atividade e experiência com Deus. Podemos afirmar que Elias foi um homem de palavras e obras. Entendo que Deus quer fazer o mesmo nesse tempo em que vivemos. O Evangelho não mudou. Deus ainda salva, cura e batiza no Espírito Santo. Em nossos dias, precisamos das mesmas armas e instrumentos com os quais Elias enfrentou os poderes malignos dos seus dias. Essa é uma urgência para todas as igrejas. Elas precisam aprender e se abrir à realidade do agir sobrenatural de Deus em nossos dias. O mundo busca e precisa do Evangelho autêntico, que seja mais do que “linguagem persuasiva de sabedoria”, uma verdadeira “demonstração do Espírito e de poder” (1Co 2.4).
II. SEU MINISTÉRIO E SEU TEMPO
1. Elias como Profeta (1Rs 18.36). O profeta, entre os hebreus, era um líder da mais altíssima conta, principalmente porque, diferente do rei e do sacerdote, não precisava provar suas credenciais em termos de genealogia ou pertencimento a uma determinada tribo. Sua escolha era divina e seu credenciamento não dependia de habilidades adquiridas. Deus os chamava pessoalmente, e pronto! Três coisas caracterizavam um profeta: a) Seu chamamento divino (Jr 23.21); b) Sua mensagem vinda de Deus (Am 7.1-9); c) O cumprimento da profecia proferida (Dt 18.20-22).
Elias, como profeta, foi de uma singularidade enorme. Seu enfrentamento ao baalismo foi uma verdadeira guerra de natureza espiritual. No final, Baal, a divindade cananeia, foi desmoralizado; e o nome de Deus, glorificado. Seu ministério profético é registrado em 1 Reis 17- 21; 2 Reis 1, 2.
2. Tempo de apostasia e perseguição (1Rs 18.10). À época de Elias, o culto a Baal estava em alta, principalmente por causa da sanção oficial que ganhou durante o reinado de Acabe (874-852 a.C). A perseguição, nesse período, foi tão intensa que é dito que Jezabel, a esposa de Acabe, matou vários profetas do Senhor, o que levou Obadias, o mordomo, a um ato heroico de esconder e sustentar alguns deles em cavernas (1Rs 18.4). Elias, em fuga da perseguição de Jezabel, achou que somente ele havia escapado com vida (1Rs 19.10).
Elias viveu em uma constante tensão com a religião do Estado, patrocinada por Jezabel. Seu ministério foi muito difícil e estressante. A realidade é que as pessoas de falsa religiosidade desejam um profeta amigo, que nunca as contrariem, nem denuncie seus erros. Profetas de Deus serão sempre um incômodo muito grande para serem popularmente aceitos. É digno de nota que o apóstolo João diz que o sucesso dos falsos profetas se dá porque “eles procedem do mundo; por essa razão, falam da parte do mundo, e o
mundo os ouve” (1jo 4.5). Em outras palavras: a humanidade sem Deus reconhece na mensagem dos falsos profetas um tom familiar, e assim, identifica-se com ela. Isso é um alerta para todos nós. Não fomos chamados para sermos populares. Também não precisamos ser beligerantes e encrenqueiros, é verdade. Nosso papel é ser fiel a Deus e pregar o Evangelho puro. Isso trará os convertidos. Se atrair, também, inimigos e perseguidores, não nos encolheremos, mas seguiremos em frente tal como Elias o fez.
3. Tempo de escassez (1Rs 17.3-7). Elias foi um profeta que aprendeu a viver em tempos de escassez. Viver em tempos de fartura geralmente é fácil e simples. Mas é em tempos de secas e de entres- safras que mais aprendemos a depender de Deus. Interessante esse cuidado de Deus para com Elias, sustentando-o por meios não convencionais. Deus envia Elias para o ribeiro de Querite (1Rs 17.3-4). Lá, Deus o sustenta através de corvos. Todos os dias o alimento chegava na hora certa. Nunca faltou. Um dia o ribeiro secou, mas Deus já tinha outro projeto. Diz para o profeta ir a Sarepta de Sidom, distante 150 km, que uma viúva o sustentaria (1Rs 17.9). Elias não discute, apenas obedece, e vê Deus cuidando sobrenaturalmente dele e da viúva. As agendas de Deus, às vezes, são estranhas, mas a melhor coisa é nos submetermos a ela.
III. SEU FINAL
1. Faz um grande sucessor (1Rs 19.16). Muitos líderes não fazem sucessores, apenas seguidores. Tenho a suspeita que alguns líderes são dominados por aquela sensação de superioridade, de sentir-se uma personalidade isolada e pensar que “sem ele nada mais acontece”. Um dos grandes feitos de Elias, que às vezes passa despercebido, foi sua capacidade de fazer um sucessor à altura de continuar o seu ministério profético. Deus o orienta a ungir Eli- seu como seu sucessor (1Rs 19.16). Todos nós sabemos um pouco sobre Eliseu, o profeta que teve a ousadia de pedir para ter porção dobrada do espírito de Elias. Ou seja, ele que- i ia ser duplamente usado como o principal herdeiro espiritual de seu mentor (2Rs 2.9).
Elias é um profeta que mostra grandeza e maturidade para sair de cena. O relacionamento entre ele e Eliseu é de respeito e entendimento. Esse é o grande desafio de qualquer homem de Deus: saber que após ele pode vir (seria bom se assim fosse sempre) alguém que o suplantará. Isso requer humildade como bem demonstra o profeta |João Batista no Novo Testamento (Jo 3.30). Parece-me que a alegria de muitos que foram substituídos é poder ouvir um dia: “As coisas vão mal sem você; seria melhor que você voltasse, senão tudo vai acabar; seu substituto não está indo bem”. Todos nós somos substituíveis, e um dia sairemos de cena; mas a obra continuará mesmo sem nós, e queira Deus que melhore.
2. Foi arrebatado (2Rs 2.11). O final do ministério de Elias está registrado em 2 Reis capítulo 2. E foi esplendoroso. Apenas dois homens, nas Escrituras, tiveram o privilégio de não serem levados pela morte: Enoque e Elias. Isso os distancia de outros homens. Não há uma explicação clara sobre o porquê de Elias ter sido arrebatado evitando a morte, a não ser um selo divino da aprovação, com destaque da obra, caráter e ministério desse profeta. Vale lembrar que Elias foi levado ao Céu diante das vistas de Eliseu, para que não houvesse dúvidas sobre seu destino. Se algum outro propósito (escatológico ou profético) houve para o fato de Elias ter sido arrebatado vivo, não nos foi revelado na Bíblia, e assim, não devemos especular. Também podemos usar a pessoa de Elias e o seu final glorioso como um exemplo para nós de que vale a pena andar em fidelidade, lutar contra o pecado e procurar ser achado em santificação e dependência do Espírito Santo.
3. Seu nome na história (1Rs 17.24). O primeiro homem chamado de profeta no Antigo Testamento foi Abraão e o último deles foi João Batista (Gn 20.7; Lc 16.16). Entre um e outro, o nome de Elias figura com um peso incomparável entre as figuras proféticas da Antiga Aliança. O nome de Elias assume uma importância tão grande que o Antigo Testamento termina com uma alusão ao seu nome, dizendo que Deus o enviaria antes do grande e terrível Dia do Senhor (Ml 4.5,60), E quando o Novo Testamento se inicia, novamente ele é mencionado em consonância com a pessoa e o ministério de João Batista (Lc 1.17], Tanto João Batista quanto o próprio Jesus Cristo foram, em determinado momento, associados a Elias (Jo 1.21; Mt 16.14), Tudo isso já seria o bastante para vermos a importância desse profeta na história bíblica, mas ainda precisamos mencionar que é ele que aparece no Monte da Transfiguração, juntamente com Moisés, para prestar honras à pessoa de Jesus Cristo e conversar sobre Sua partida. Além disso, ainda encontramos menção ao seu nome em Romanos 11.2-4 e em Tiago 5.17,18. Jesus utilizou um episódio da Sua história em pelo menos uma das suas pregações (Lc 4.25,26], Quanta honra teve esse profeta de Deus.
APLICAÇÃO PESSOAL
Será que os dias de Elias não se assemelham aos nossos? Havia maus governantes, fome, manipulação da religião e uma profunda crise moral e religiosa (o culto a Baal). Diante desse contexto, será que destoamos da nossa geração ou seguimos acomodados?
RESPONDA
1) O fato de Elias surgir repentinamente, sem menção a títulos e vindo de um lugar obscuro nos ensina alguma coisa?
2) Por que os profetas bíblicos, à semelhança de Elias, geralmente eram perseguidos?
3) Que ensinamento podemos tirar do fato de Elias ser milagrosamente sustentado por Deus?
VOCABULÁRIO
• Apóstata: aquele que renúncia sua crença, abandona a fé e a renega.
• Sanção: Aprovação formal de uma norma pelo chefe de governo de um país ou nação. Permissão.
• Suplantar: calcar com os pés; pisar, espezinhar. Exceder, superar, submeter, rebaixar.