Lição 13 – Gênesis 41 a 50: José, O Governador do Egito

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Gênesis 41 a 50 há 337 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gênesis 45.1- 28 (5 a 7 min.).

 

OBJETIVOS
• Saber que nada atrapalha os planos de Deus.
• Praticar e oferecer o perdão sempre.
• Agir abençoando e ajudando as pessoas.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Olá, professor(a)! Nesta lição, veremos novamente quanto nosso Deus é atuante na história. Durante anos um jovem foi provado, testado nas piores situações, para que viesse a cumprir os propósitos divinos de transformar sua própria vida e a vida de sua família. A vida cristã exige fé convicta para superar adversidades, assim aprendemos a olhar para Deus antes de acreditar em nós mesmos. Só quando reconhecemos nossa dificuldade para resistir ao pecado, corremos finalmente para Deus. É assim que aprendemos que nosso irmão também pode pecar e que, como Deus nos perdoa, também precisamos perdoar. Bênçãos sem medida são derramadas sobre uma igreja na qual há perdão, reconciliação, fé e amor genuínos

Professor(a), que tal você começar estimulando os alunos a contarem experiências pessoais? Todos já vivemos situações em que nada saiu como queríamos, mas ao final percebemos que foi melhor assim. Agora, faça uma comparação com a história de José para concluir com a certeza de que Deus é o melhor condutor das nossas vidas do que nós mesmos. Sabendo disso, precisamos lembrar que não devemos desejar vingança nem cultivar ódio, pois Deus está agindo na vida do irmão assim como agiu nas nossas vidas.

 

RESPOSTAS 
1) C
2) E
3) C

 

Lição 13 – Gênesis 41 a 50: José, o Governador do Egito

 

LEITURA ADICIONAL
Quando Cristo se manifesta ao seu povo, anima-o a aproximar-se dEle com um coração sincero. José procede deste modo, mostrando que independente do que fora planejado contra ele, Deus o utilizara para fazer o bem. Os pecadores devem doer-se e irar-se contra si mesmos, ainda que Deus tire algo bom dos pecados deles. É algo de grande impacto a concordância de toda esta situação com o caso do pecador, quando Cristo se manifesta à sua alma. Neste relato não se tem o pecado como um mal menor, mas como um mal maior; e, de todo modo, está tão armado contra o desespero que chega a regozijar-se na obra de Deus, enquanto treme pensando nos perigos e na ruína da qual escapou. José promete cuidar de seu pai e de toda a sua família. É dever dos filhos que, se for requerido pela necessidade de seus pais a qualquer momento, os mantenham e deem-lhes o melhor que possam; isto é mostrar a piedade em sua própria casa (1 Tm 5.4). Após José ter abraçado Benjamim, abraçou a todos eles e, em seguida, os seus irmãos conversaram livremente com ele sobre todos os assuntos referentes à casa de seus pais. Após os sinais da verdadeira reconciliação com o Senhor Jesus Cristo, segue-se a doce comunhão com Ele.
[…]
Por sermos irmãos, todos nós temos o mesmo pai, somos todos culpáveis e, ao invés de pelejarmos uns contra os outros, temos motivos para estarmos irados cada um consigo mesmo. Somos ou esperamos ser perdoados por Deus, a quem todos temos ofendido e, portanto, deveríamos estar prontos a perdoarmos uns aos outros. Estamos “no caminho”, um caminho pela terra do Egito, onde temos muitos olhares voltados para nós, que procuram aproveitar-se de nós, mas também um caminho que leva à Canaã celestial, onde esperamos estar para sempre em perfeita paz.
Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (4a ed – Rio de Janeiro, CPAD, 2004, pgs. 119-120).

 

Estudada em 27 de março de 2022

 

Leitura Bíblica Para Estudo: Gênesis 45.1 -28

 

Texto Áureo
Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós.” Gn 45.5

 

Verdade Prática
Deus está trabalhando mesmo quando não fazemos a menor idéia do que Ele está fazendo.

 

INTRODUÇÃO

 

I. JOSÉ TORNA-SE GOVERNADOR Gn 41.16-50

1. Os sonhos de Faraó Gn 41.16
2. Governador do Egito Gn 41.44
3. Esposa e filhos no Egito Gn 41.50

 

II. JOSÉ PERDOA SEUS IRMÃOS Gn 42.23-45.8

1. Fome e confrontação Gn 42.23
2. Revelação e reconciliação Gn 45.3
3. A Teologia da Providência Gn 45.8

 

III. OS ÚLTIMOS DIAS DE JACÓ E DE JOSÉ Gn 46.3-50.25
1. Jacó no Egito Gn 46.3
2. A generosidade de José Gn 50.21
3. Morrendo na esperança Gn 50.25

 

APLICAÇÃO PESSOAL 

 

Hinos da Harpa: 33-410 

 

INTRODUÇÃO
Aprenderemos que um caráter perdoador e sem rancor é o caminho para a excelência.

I. JOSÉ TORNA-SE GOVERNADOR (Gn 41.16-50)
Todos gostamos dessa parte da vida de José, mas ela é resultado do que veio antes. Os anos de humilhação produziram nele o caráter e as condições necessárias para que não se afogasse, ludibriado pelo poder.

1. Os sonhos de Faraó (Gn 41.16)
“Respondeu-lhe José: Não está isso em mim; mas Deus dará resposta favorável a Faraó.”

Dois anos depois que o copeiro-mor havia saído da prisão, Deus mexe com as circunstâncias novamente e o copeiro, então, se lembra de José. Mais uma vez nos deparamos com sonhos. Agora, é Faraó quem os tem, e mesmo os experientes adivinhos não entendem o que eles significam (41.8). Não havia neles falas, apenas imagens, figuras e eventos (41.17-36). José não interpretava sonhos a partir de técnicas rígidas, era o Espírito Santo que mostrava a ele o significado (41.28).
O autor de Hebreus diz que, no passado, Deus falou de muitas maneiras. Aqui, o fez por meio de sonhos. Claro que Deus fala como quer, inclusive hoje, mas não ignoremos o valor e importância da Palavra de Deus, a qual é muito mais segura, mais fácil de entender e disponível a todos os homens. A Palavra de Deus é o coador e o filtro pelo qual precisa passar toda e qualquer revelação, sonho ou profecia. Lembremos disso, sem nunca desprezar ou tentar engessar o agir de Deus.

 

2. Governador do Egito (Gn 41.44)
“Disse ainda Faraó a José: Eu sou Faraó, contudo sem a tua ordem ninguém levantará mão ou pé em toda a terra do Egito.”

O Egito antigo ainda hoje fascina o mundo por ter sido uma grande potência militar, científica e econômica da época. José sairia da masmorra e do cárcere para governar o mais poderoso império que existia. Como isso seria possível a não ser pela mão de Deus? Descer do trono para a prisão é difícil, mas não improvável; o contrário, no entanto, somente por uma ação direta e poderosa de Deus. Martin L. King disse que “a verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsias e desafios”.
José fora aprovado e chegara o tempo de Deus usá-lo de outra maneira. Aquele que havia sido fiel na escassez será fiel na abundância. Sua lealdade às pessoas e sua fidelidade ao Deus dos seus pais o talharam para esse momento.

 

3. Esposa e filhos no Egito (Gn 41.50)
“Antes de chegar a fome, nasceram dois filhos a José, os quais lhe deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.”

No Egito, Deus dá uma linda família para José. Família é um recurso de Deus para alegria e completude do homem. A esposa, Asenate, vem da alta e prestigiada classe sacerdotal egípcia. José, agora, estava no topo da hierarquia social, mas não se deixou corromper. Tivéssemos mais crentes fiéis e íntegros nas altas esferas de decisões do nosso país, muita coisa seria diferente.
Dois filhos nascem no Egito. O primeiro é Manasher, “Deus me fez esquecer”. O segundo é Ephrayn, “Deus me fez crescer”. Os dois nomes são proféticos. O nome do primeiro alude ao seu sofrimento anterior, agora superado. Ele poderia “virar a página”. O nome do segundo mostra como Deus pode usar todas as circunstâncias, mesmo as piores, para nosso crescimento e maturidade. Seus irmãos quiseram matá-lo, mas agora ele tem filhos, será perpetuado. Sua memória não será apagada da face da terra. A lição central aqui é que Deus cicatriza nossas feridas. Erra quem diz que o tempo é o melhor remédio. Não, não é. Às vezes, o tempo até amplia nossas feridas. Deus é o melhor remédio.

 

 

II. JOSÉ PERDOA SEUS IRMÃOS (Gn 42.23-45.8)
Quando os anos de escassez e seca se iniciaram e estrangeiros começam a vir ao Egito para comprar mantimentos, os sonhos que José tivera na adolescência tornam-se claros. Ele sabia que a qualquer momento seus irmãos também chegariam.

1. Fome e confrontação (Gn 42.23)
“Eles, porém, não sabiam que José os entendia, porque lhes falava por intérprete.”

Finalmente, após 22 anos no Egito, havendo decorrido os sete anos de fartura e dois anos de “vacas magras”, os irmãos de José são enviados ao Egito para comprar comida.
A jornada, além de longa (aproximadamente 400 Km), também era perigosa. Em 42.6-9, o sonho de José se cumpre. Seus irmãos, sem saberem de sua identidade estão inclinados à sua frente, mas ainda faltava o mais novo. Até o final de Gênesis, esse ato se repetirá cinco vezes. Eles não sabiam que José os entendia, pois lhes falava usando um intérprete.
José os acusa de espiões e prende Simeão, deixando os demais retornarem a Canaã levando alimentos, mas com a missão de retornarem levando Benjamim ao Egito. O refém seria solto quando o mais novo chegasse. Que drama comovente! Os versos 21 a 23 mostram como a lembrança do que fizeram a José os atormentava mesmo decorrido tanto tempo. Ninguém foge de uma consciência culpada.

 

2. Revelação e reconciliação (Gn 45.3)
“E disse a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, porque ficaram atemorizados perante ele.”
Após um jogo esquisito de gato e rato, José se dará a conhecer aos irmãos. Numa leitura precipitada, podemos concluir que José agiu mal ou foi cruel com seus irmãos pela forma como os tratou. Mas José calculou cada passo sabiamente, como um habilidoso cirurgião. Facilmente vemos que não havia maldade nas suas ações, pois a leitura que ele fez é que Deus conduzira de modo soberano e misterioso todo aquele enredo. Na verdade, ele queria que a reconciliação fosse eficaz e permanente, trazendo cura definitiva para todos. Para isso, seus irmãos precisavam estar verdadeiramente arrependidos. O comovente e sincero discurso de Judá (44.16-24) convence José de que eles realmente mudaram. É quando se dá a conhecer, “pois não se podia conter” (45.1).

 

3. A Teologia da Providência (Gn 45.8)
“Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito.”
Infelizmente, para muitos, providência e soberania parecem estar associadas apenas como uma maneira de explicar coisas ruins, trágicas. Mas a providência de Deus também está associada aos dias bons e de refrigério. Providência não é o mesmo que fatalismo ou determinismo.
A Teologia da Providência é a compreensão de que todas as coisas estão sob a direção e a autoridade do Deus Todo-poderoso e nada, absolutamente nada, acontece fora do Seu governo, sem que isso anule a responsabilidade humana ou absolva o malfeitor de sua culpa. Até mesmo a maldade pode ser usada soberanamente por Deus sem que, com isso, Ele a esteja aprovando ou inocentando os culpados. Por isso é que José, diferente de muitos de nós, nunca caiu na armadilha de culpar Deus pelas tragédias da sua vida.
Como é confortador saber que Deus pode usar qualquer coisa, mesmo as ruins (às quais ele reprova), para Sua glória. Deus não é responsável pelos infortúnios, tragédias ou maldades do mundo. Elas são resultados das escolhas e construções humanas, mas Deus pode, misteriosamente, tornar o mal em bem (50.20). Ele escreve certo em linhas igualmente certas. O único torto é o coração do homem.

 

 

III. OS ÚLTIMOS DIAS DE JACÓ E DE JOSÉ (Gn 46.3-50.25)
Através de José, Deus salvou a nação de Israel e abençoou o Egito. Posteriormente Ele levantaria outro maior do que José, sem pecado, para salvar o mundo da condenação.

1. Jacó no Egito (Gn 46.3)
“Então, disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer para o Egito, porque lá eu farei de ti uma grande nação.”
Deus garante a Jacó que ele poderia seguir confiantemente ao Egito. O encontro de José com seu pai alquebrado e idoso é um dos momentos mais emocionantes dessa história. Eles choraram por longo tempo (46.29). Para um pai que acreditava nunca mais poder ver o filho novamente, poder abraçá-lo é algo indescritível. Agora, toda a família eleita estava segura no Egito.
A história de José, diferente do que dizem os neopentecostais, não é uma alegoria de como podemos ficar ricos depois de experimentar a pobreza. Estava em jogo um propósito muito maior do que a própria vida de José. O objetivo divino ao levá-lo ao Egito era, através dele, preservar a família eleita da qual viria o Messias. Em segundo lugar, tempos de prosperidade e abundância devem servir para abençoar os outros também, e não apenas para o desfrute pessoal (47.12).

 

2. A generosidade de José (Gn 50.21)
“Não temais, pois; eu vos sustentarei, a vós outros e a vossos filhos. Assim, os consolou e lhes falou ao coração.”
Os irmãos admitem que pecaram, que cometeram uma transgressão. José estava no topo da hierarquia egípcia, tendo poder de vida e morte, por isso seus irmãos estavam apreensivos, mesmo depois de ele lhes dizer que fora Deus que o enviara ao Egito (45.7). Com a morte do pai, Jacó, eles pensaram: “agora José vai se vingar de nós, não fez antes porque papai estava vivo”. Mas José não tinha nada escondido. A espiritualidade dele não dependia do pai estar vivo ou morto, pois ele não desejava a vingança. Vingança é algo sedutor, mas é terrível em seus efeitos. Vingança não conforta o nosso coração.
Perdão é matéria-prima de uma vida vitoriosa e livre. Perdão não é uma opção, na verdade é a única atitude eficaz para quem busca uma vida plena. Perdoar não muda o passado, mas torna o futuro uma terra frutífera. A graça de Deus faz isso. Todos nós somos feridos em algum momento da vida, ninguém escapa disso. É como reagimos a esta experiência que fará toda a diferença. Um autor desconhecido disse algo que resume o assunto: “Perdoe, não porque o seu inimigo merece perdão, mas porque você merece paz”.

 

3. Morrendo na esperança (Gn 50.25)
“José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar os meus ossos daqui.”
José viveu mais de 90 anos no Egito. Antes de morrer, aos 110 anos, ele dá ordens sobre seus ossos. Ele sabia que não pertencia ao Egito. Seu coração nunca esteve lá. Sabia também que seus descendentes um dia sairiam daquela terra. Ele tem roupa de egípcio, tem aparência de egípcio, fala egípcio, tem esposa egípcia, mas sua identidade era hebreia. José era cidadão de Canaã. Seus ossos foram guardados no Egito por 400 anos e depois transportados por mais 40 anos no deserto, para um dia descansar na sua terra (Js 24.32).
Muita gente esquece de Deus na abundância e prosperidade, mas José se manteve fiel. Ele chamou o Egito de “terra da minha aflição”.
Mesmo tendo cargo elevado, alto salário e conforto, ele sabia que não estava em casa. O Egito não era seu lar permanente, embora nunca mais tenha voltado para Canaã. Seu desejo de voltar nunca cessou e, um dia ele voltará, embora não nesta vida. Ele prefere se identificar com seu povo, mesmo tendo sofrido com eles e por causa deles.
Somos assim? Nos identificamos com o povo de Deus ou com aqueles que não andam com Deus? Nunca negocie sua fé, mesmo se a prosperidade bater à sua porta. Toda circunstância é passageira, somente o propósito e o plano de Deus são eternos.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Muitas vezes não entendemos o agir de Deus em nossas vidas e achamos que fomos abandonados. Melhor seria se apenas confiássemos. Ele jamais abandona os seus.

 

RESPONDA
Marque C para certo e E para errado nas afirmativas abaixo:

1) Providencialmente, o copeiro-mor se esqueceu de José na prisão e dele só se lembrou dois anos depois, quando ouviu os sonhos de Faraó.

2) Ao ser pai pela primeira vez, José disse: “Deus se esqueceu de mim”.

3) No final da sua vida, José previu a saída do povo de Israel do Egito e pediu que levassem seus ossos para sepultá-los em Canaã.