Lição 3 – Gálatas 3 – O Evangelho da Graça e a Fé de Abraão

Lição 3 – Gálatas 3 – O Evangelho da Graça e a Fé de Abraão

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Gálatas 3 há 29 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gálatas 3.1-29 (5 a 7 min).

A riqueza da argumentação de Paulo depõe sobre a importância que ele dava à defesa do Evangelho. Após encerrar a sessão de defesa de seu apostolado, Paulo inicia, no capítulo 3, a apologética da mensagem do Evangelho, para tal, faz uso de um vasto leque de temas e citações veterotestamentárias, formando uma argumentação densa e inconteste.

Não é de admirar que esta carta tenha tido um importante papel no tempo da Reforma Protestante, muito embora o foco da argumentação paulina esteja distante dos problemas enfrentados por Lutero. Não resta dúvida de que a intrepidez demonstrada por Paulo em Gálatas inflamou Lutero a denunciar a “doutrina da salvação” propalada em seus dias.

 

OBJETIVOS

  • Entender o perigo de começar na fé e terminar nas obras.
  • Aprender com Abraão, que foi justificado pela fé.
  • Saber que a fé nos torna filhos de Deus, em Jesus Cristo.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Caro professor, inicie a aula alertando a classe sobre o perigo da falta de convicção doutrinária. Tão logo os judaizantes lançaram seus ardis, os recém-convertidos gálatas apostataram da fé genuína.

Lembre a seus alunos do alerta de Jesus sobre nossos dias, nos quais muitos “falsos ensinadores” se levantariam, a iniquidade aumentaria e o amor de muitos se esfriaria (Mt 24.11,12). Três coisas perigosíssimas à fé quando ocorrem juntas.

Mencione também o zelo doutrinário demonstrado por Paulo nessa passagem, bem como a importância de momentos de ensino doutrinário mais sistemático, como a Escola Dominical.

 

RESPOSTAS

1) Convictos.

2) Fé.

3) Transgressão

 

LEITURA ADICIONAL

Agora Paulo pode confrontar os leitores com a pergunta pela sua coerência e, assim, também pela sua razão. Sois assim insensatos…? É irracional viver na contradição consigo mesmo: tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne? Nesse texto, o “Espírito” é o Espírito do Criador que começa e lança o fundamento, sem ter de depender de qualquer preparação. Ele produz do nada o milagre da fé. Não é apenas possível, mas também necessário, lembrar cristãos desse começo. “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” — exortava Paulo aos coríntios, que já não se lembravam mais muito bem disso, razão pela qual estavam fracassando eticamente (1Co 3.16). É esse o ponto de partida do verdadeiro aconselhamento cristão. Ele encoraja com vistas ao fato de que foi concedido o Espírito criador da vida que habita em nós.

O que era fundamental para o tornar-se cristão também permanece fundamental para o permanecer cristão. É legítimo o anseio por crescimento espiritual. O Novo Testamento fala de aumentar na fé, crescer no conhecimento, na justiça, na santificação, no amor, no trabalho e na entrega. Contudo deveria acontecer na sequência certa, como diz Filipenses 1.6: “Aquele que começou boa obra em vós (ele) há de completá-la”. A Bíblia tem alto apreço pela memória e recordação, por não perder benefícios anteriores (Sl 103.1-5) e, em seguida, pela continuação lógica. Os tolos gálatas, no entanto, careciam dessa lógica. Eles procuraram aperfeiçoamento, do bem e do caminho espiritual iniciados, justamente pela carne (quanto ao termo, cf. introdução sobre Gl 5.13-15), ou seja, fora do acontecimento criador através do Espírito de Cristo (v. 2). Entregaram-se às mãos de pessoas que realizavam nelas cerimônias como, p. ex., a circuncisão. Obedeciam a instruções de alimentação e prescrições sobre festas, i. é, a “rudimentos fracos e pobres” (G1 4.9), a fim de coroar a obra de Deus com essas coisas. Essa ordem de preferência, que “sobe” do Espírito para a carne, é simplesmente absurda. Um triste progresso para trás!

Livro: Carta aos Gálatas: Comentário Esperança (Adolph Pohl, Esperança, 1999, Pg. 66).

 

Estudada em 18 de abril de 2021

 

Lição 3 – Gálatas 3 – O Evangelho Da Graça e a Fé de Abraão

 

Leitura Bíblica Para Estudo Gálatas 3.1-29

 

Texto Áureo
“Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” Gl 3.2

 

Verdade Prática
Enquanto a lei mostra ao homem sua condição pecaminosa, o Evangelho da graça lhe dá a remissão dos pecados.

 

INTRODUÇÃO

I. GÁLATAS INSENSATOS Cl 3.1-5
1. Convertidos, mas não convictos G13.1
2. Do Espírito para a carne Gl 3.3
3. Tudo é pela fé Gl 3.5

 

II. O EXEMPLO DE ABRAÃO Gl 3.6-14
1. Abraão foi justificado por fé Gl 3.6
2. Os verdadeiros filhos de Abraão Gl 3.7
3. Os gentios são abençoados Gl 3.8

 

III. FINALIDADE DA LEI Gl 3.15-29

A lei mostra a transgressão Gl 3.19
A lei não contraria a promessa Gl 3.27
A lei aponta para Cristo Gl 3.24

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 176-30

 

INTRODUÇÃO

Neste capítulo, Paulo continua a fazer a defesa do Evangelho da graça. Ele se dirige diretamente aos gálatas, fazendo-lhes questionamentos a partir do Evangelho que lhes pregou, contra as “novidades” dos judaizantes (3.1-5). Paulo expõe a experiência de fé de Abraão (3.6-14), reitera que a lei, dada através de Moisés, não invalida a promessa feita a Abraão (3.15-22), além de esclarecer a real finalidade da lei no processo da salvação (3.23-29).

GÁLATAS INSENSATOS (Gl 3.1-5)

A fé dos gálatas é analisada. Paulo fala da experiência deles com Deus e das manifestações espirituais que tiveram lugar em meio a esses irmãos. Não obstante, é nítida a inconstância deles.

1. Convertidos, mas não convictos (Gl 3.1)

“Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado?”

Paulo está aborrecido. Ele chama os “filhos” de insensatos ou sem juízo. O descontentamento do apóstolo tem relação com o tempo empreendido no discipulado dos irmãos e a facilidade com que abandonam a fé.

O “expor” Cristo crucificado significa que os gálatas receberam todo o ensinamento sobre a morte substituta de Cristo em favor deles. Paulo está a dizer que eles tinham a “obrigação” de serem fortes e determinados diante dos ataques doutrinários dos judaizantes.

Os gálatas tiraram os olhos da cruz para contemplar “outro evangelho”. Portanto, nunca devemos tirar os olhos daquele que é o autor e consumador de nossa fé (Hb 12.2).

A maturidade de um cristão só pode ser atestada quando este é capaz de defender a fé que diz professar (1Pe 3.15). Aqui aprendemos que conhecer algumas coisas não é suficiente; precisamos “prosseguir em conhecer ao Senhor” (Os 6.3).

 

2. Do Espírito para a carne (Gl 3.3)

“Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?”

Podemos perceber a decadência espiritual dos irmãos da Galácia. Eles receberam a salvação produzida pelo Espírito Santo que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Paulo dá ênfase à simplicidade do Evangelho, e, ao mesmo tempo, demonstra a imaturidade dos gálatas. Esses cristãos estão atraídos pelos acessórios teológicos legalistas dos judaizantes.

Com urgência e intensidade, o apóstolo Paulo admoesta os cristãos na Galácia a relembrarem a verdade fundamental da fé cristã: assim como chegamos a Cristo somente pela fé, agora também andamos com ele somente pela fé. Obras religiosas, por maiores que sejam, não servem para obter a aprovação de Deus na salvação.

É a decadência da graça na qual não devemos cair (Gl 5.4).

 

3. Tudo é pela fé (Gl 3.5)

“Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?”

Paulo fundou as congregações da Galácia do Sul. Esses crentes nasceram para o Evangelho sob o discipulado desse grande apóstolo. Que privilégio! Nos primórdios, esses irmãos foram testemunhas oculares das manifestações espirituais. Receberam toda a sorte de bênçãos, sem nunca ter precisado praticar nenhum ritual judaico, até porque nem judeus eram.

Paulo fica perplexo pela forma repentina com que abandonaram a fé. Porventura não é assim em muitas igrejas, hoje? Crentes que, do dia para a noite, trocam o Evangelho que os resgatou das trevas do pecado, atraídos pelas novidades do “mercado fé”.

 

 

O EXEMPLO DE ABRAÃO (Gl 3.6-14)

Como profundo conhecedor do Antigo Testamento Paulo faz comparações precisas entre as duas alianças; entre a lei e a graça, usando a figura de Abraão, um patriarca judeu.

1. Abraão foi justificado por fé (Gl 3.6)

“É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.”

Abraão foi declarado justo pelo fato de ter crido na promessa que Deus lhe fez (Gn 15.6). Na ocasião, ele contava cerca de 85 anos e sua esposa era estéril. Foi nessas circunstâncias que recebeu a promessa de que teria descendentes como as estrelas do céu. Ele simplesmente creu e foi declarado justo, mesmo antes da chegada da lei e ainda na condição de in- circunciso, tendo em vista que o patriarca antecede a lei em quatro séculos (Gn 15.6,17.10-14,23-27).

 

2. Os verdadeiros filhos de Abraão (Gl 3.7)

“Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão.”

Os judeus pareciam orgulhosos ao afirmar que eram filhos de Abraão. João Batista e o próprio Jesus tiveram embates com os judeus por causa dessa questão. (Mt 3.9; Jo 8.33). Eles se apegavam na descendência física do patriarca para se considerarem o legítimo povo de Deus. Augustus Nicodemus explica isso da seguinte forma: “De fato, se alguém é judeu, descendente físico de Abraão, mas não tem a mesma fé do patriarca, quem a tem é mais filho de Abraão que ele”. Paulo está a dizer aos gálatas que só existe um caminho para alguém ser considerado “filho de Abraão”; é o caminho da fé, a “marca registrada” do patriarca.

 

3. Os gentios são abençoados (Gl 3.8)

“Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos.”

Paulo faz menção de Gênesis 12. Deus disse que no patriarca seriam abençoadas todas as famílias da terra. Então fica claro que o alcance do plano de salvação ultrapassaria questões étnicas. 0 evangelho da salvação foi, primeiramente, anunciado e prometido a Abrão e se configurou no sacrifício de Cristo em favor de judeus e gentios. A Igreja que Cristo estabeleceu com sua morte vicária, é a união de todo aquele que crê (Jo 3.16).

O apóstolo Paulo continua instruindo os cristãos gálatas a não darem atenção a falsos mestres, que os incitam a substituir a liberdade que têm em Cristo pela escravidão à lei judaica. Aqui, ele mostra por que as regras religiosas são incapazes de ajudar alguém a justificar-se perante Deus e por que somente Cristo é capaz de nos salvar.

Assim como Abraão, nós somos justificados perante Deus somente pela fé. E, assim como ele, somos comissionados a abençoar todas as nações, partilhando e mostrando as boas novas do perdão divino e salvação plena.

 

 

III. FINALIDADE DA LEI (Gl 3.15-29)

Se as pessoas não são salvas pela observância diligente das regras da lei, qual é, então, a finalidade de todas essas leis antigas? Paulo passa a mostrar que a lei dada através de Moisés não invalida a promessa feita ao patriarca Abraão, mas que essa lei tem um importante papel no plano da salvação.

1. A lei mostra a transgressão (Gl 3.19)

“Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada por causa das transgressões, até que viesse o descendente a quem se fez a promessa, e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador.”

O papel da lei é mostrar ao homem o seu erro e o quanto ele é pecador. Ela faz o “retrato falado” de todos os mortais. Sem a existência da lei não existiria a tipificação legal do pecado. Quando a lei diz para “fazer” ou “não fazer” alguma coisa, ela, na verdade, está a estabelecer um código de conduta. Então a utilidade da lei está em mostrar os erros, pecados e limitações da raça humana.

 

2. A lei não contraria a promessa (Gl 3.21)

“É, porventura, a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na verdade, seria procedente de lei.”

Entre a lei e a promessa existe, ao mesmo tempo, oposição e complementação. São dois importantes elementos que integram o plano da salvação, onde cada um cumpre o seu papel. A lei, por si só, não pode dar vida e nem justificar o pecador. Ela exige que o homem cumpra toda a lei, mas o homem é incapaz de cumpri-la por suas próprias forças. É por essa razão que a lei torna o homem maldito. Em contrapartida, a promessa traz a redenção através da morte substitutiva de Cristo que, no Calvário, cumpriu a lei em nosso lugar.

 

3. A lei aponta para Cristo (Gl 3.24)

“De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé.”

Mais uma vez Paulo faz separação entre o papel da lei e da fé no processo da salvação. Ele diz que a lei é o “aio” que nos conduz a Cristo. A palavra “aio” significa tutor, condutor de crianças, pedagogo, aquele que ajuda a conduzir o ensino ou leva a criança à escola. Era uma função temporária até que a criança alcançasse a maioridade.

A lei é um “aio” porque gera em nós o conhecimento de nós mesmos, nos fazendo compreender nossa própria condição espiritual e a necessidade do Salvador.

Simplificando: o custo de seus pecados é maior do que você pode pagar. O presente do Seu Deus é maior do que você pode imaginar. “O homem é justificado pela fé”, explica Paulo, “independente da obediência à Lei” (v. 28).

Na época de Cristo, os escribas legalistas tinham dissecado e catalogado a Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia) alistando 613 mandamentos — 365 do tipo “não faça” e 248 do tipo “faça”. Havia também diversos rabinos (ou mestres) que debatiam incessante e exaustivamente entre si sobre como a pessoa temente a Deus deveria interpretar e aplicar esses decretos divinos, muitas vezes de modo confuso ou contraditório. Então, entra em cena o Rabi Jesus. Ele oferece um novo “jugo” (cf. Mt 11.28-30), um novo e radical estilo de vida, que começa quando alguém “vem a ele” (cf. Jo 6.35,37). Essa era a forma de Jesus dizer que temos paz com Deus e entramos na vida verdadeira não quando nos esforçamos para ser bons e salvos através das obras, em tentando cumprir a lei, mas quando confiamos em Jesus para lidar com nossos pecados e nos conceder Sua justiça eterna.

 

 

APLICAÇÃO PESSOAL

O conhecimento do Evangelho da graça deve gerar no cristão a consciência de que ele não é salvo por aquilo que faz, mas por aquilo que Jesus já fez de maneira plena. Não precisamos acrescentar nada no que diz respeito à salvação.

 

Complete as frases adequadamente:

1 ) De acordo com os escritos, os gálatas eram convertidos e não_______________

 

2) Abraão foi justificado por sua ______________________

 

3) A Lei mostra a _____________________