LIÇÃO 13: MARCOS 16: GLÓRIA E TRIUNFO DO SERVO
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Marcos 16 há 20 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Marcos 16.1-20 (5 a 7 min.).
Amado(a) professor(a), o cumprimento de tudo que Jesus profetizou e o testemunho dos apóstolos nos dão a certeza de que Ele está vivo. Nosso desafio é crer sem ter visto, pois é da natureza humana crer apenas no que a visão percebe, por isso as imagens – digitais, inclusive – são tão idolatradas hoje quanto na antiga Babilônia. Mas, é pela fé que devemos ver aquele que somente pelo Evangelho está revelado. Também pela fé devemos cumprir a comissão que nos foi ordenada, pois aquele que ordenou em breve cobrará frutos. Sejamos empenhados e diligentes em testemunhar; ligeiros em ensinar e dinâmicos em anunciar a mensagem que transformou nossas vidas.
OBJETIVOS
• Proclamar o Evangelho da salvação até que Jesus nos arrebate.
• Proclamar a certeza de que Jesus, assim como subiu ao céu, em breve voltará.
• Adorar intimamente o Sacerdote Eterno, que está à direita de Deus.
PARA COMEÇAR A AULA
Esta lição deve ser ministrada com desejo apostólico de cumprir o que nos foi comissionado. A fé que nos move é uma dádiva imerecida concedida pelo Espírito à Igreja, mas os dons não devem ser guardados. Devemos agir na vida dos irmãos que ainda não creem, pois eles estão sob nossa responsabilidade. Se não formos a cada pessoa para pregar o Evangelho, como elas poderão crer? O mover do Espírito é ativo, como no Pentecostes. Não é pela emoção que se reconhece uma igreja fiel, mas pela evangelização.
RESPOSTAS
1) Seu testemunho era considerado menos confiável.
2) Maria Madalena (Mc 16.9; Jo 20.11-18).
3) Durante quarenta dias (At 1.3).
LEITURA ADICIONAL
“… Tendo assentado Jesus na esfera celestial depois de ressuscitá-lo dos mortos, Deus também assentou os fiéis nesse lugar de autoridade a fim de demonstrar a realidade da graça divina (Ef 1.20; 2.6-7). (…) O assentar de Jesus denota posição de autoridade sobre outras autoridades; de modo semelhante, nosso assentar sugere que não somos mais obrigados a aceitar a autoridade de outros poderes. Podemos resistir a eles (Ef 6.12). (…) Assim, a ressurreição de Jesus significa que os fiéis continuam a usufruir de vida física, mas também se relacionam com esse outro reino. Eles também não foram apenas ressuscitados – ou mesmo ressuscitados apenas a uma nova forma de vida terrena -, mas ressuscitados a uma vida celestial. Seu espírito está nos céus, embora seu corpo esteja na terra. Por isso, os discípulos devem buscar as coisas do alto, focar a mente nas coisas de cima (Cl 3.1-2). (…) Foco celestial não quer dizer que a vida atual e terrena das pessoas não importe. O corpo na terra e o espírito nas regiões celestiais englobam uma única pessoa.
O próprio Jesus promete coisas aos discípulos na esfera do material e do ex-terior, como herança territorial, comida e vestimenta, embora lhes diga para não se preocuparem com isso (Mt 5.5; 6.25-34). Ressaltar o céu revoluciona a vida das pessoas na terra em vez de privá-las de significado. É à luz do fato de ter ressuscitado com Jesus que os fiéis devem matar (nekroõ) práticas terrenas como imoralidade sexual, ganância (que é idolatria), ira, malícia, engano e instinto de divisão (judeu e gentio, nós e eles, escravo e livre), fazendo distinções cuja importância foi abolida para aqueles que se despiram do velho homem e se revestiram do novo (Cl 3.5-11). No lugar disso, devem cultivar práticas que refletem realidades celestiais, como compaixão, humildade, gentileza, paciência, perdão e paz – tudo que, como princípio global, expressa cuidado por outras pessoas. Fiéis devem revestir-se de características de sua natureza celestial (Cl 3.12-15)”.
Livro: Teologia Bíblica: o Deus das Escrituras Cristãs (GOLDINGAY, John. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2020, pp. 386-387).
Estudada em 25 de dezembro (23) de 2022
LIÇÃO 13: MARCOS 16: GLÓRIA E TRIUNFO DO SERVO
Leitura Bíblica Para Estudo Marcos 16.1-20
Texto Áureo
“Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui; vede o lugar onde o tinham posto.” Mc 16.6
Verdade Prática
Ser cristão é seguir as pegadas do Cristo ressurreto, confiando naquele que tem todo o poder nos céus e na terra.
INTRODUÇÃO
I. RESSURREIÇÃO Mc 16.1-8
1. Amor transbordante Mc 16.2
2. Cristo vive Mc 16.6
3. Primeiras testemunhas Mc 16.7
II. APARIÇÕES Mc 16.9-14
1. Transformação Mc 16.9
2. Incredulidade Mc 16.11
3. Diversas aparições Mc 16.12
III. ASCENSÃO Mc 16.15-20
1. Grande Comissão Mc 16.15
2. À destra de Deus Mc 16.19
3. Sinais Mc 16.20
APLICAÇÃO PESSOAL
Hinos da Harpa: 183 – 545
INTRODUÇÃO
No último capítulo do Evangelho de Marcos, o Servo Sofredor rompe os grilhões da morte, restaura a comunidade de discípulos e assenta-se, triunfante, à destra do Pai. A narrativa demonstra que Jesus vive e reina para todo o sempre, tendo toda autoridade nos céus e na terra.
I. RESSURREIÇÃO (Mc 16.1-8)
1. Amor transbordante (Mc 16.2)
E, muito cedo, no primeiro dia da semana, ao despontar do sol, foram ao túmulo.
Todos os discípulos abandonaram Jesus (Mc 14.50). Mas existiam mulheres de fidelidade exemplar: serviram-no durante todo o seu dinâmico ministério e também se dispuseram a acompanhar tanto a agonia da cruz quanto o silêncio do sepultamento (Mc 15.40-41 e 47).
Como ato de devoção, antes do funeral, os judeus ungiam os corpos com óleo misturado com mirra e aloés. Sabendo que José de Arimatéia e Nicodemos cuidaram às pressas do corpo de Jesus (Jo 19.38-42), Maria Madalena, Salomé e Maria (mãe de Tiago) compraram essências aromáticas (v. 1) e, logo cedo, no domingo, foram ao sepulcro para perfumar o corpo do Senhor (v. 2).
Últimas a saírem do Calvário; primeiras a chegarem ao sepulcro. Amor transbordante pelo Servo: na alegria e na tristeza.
2. Cristo vive (Mc 16.6)
Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui; vede o lugar onde o tinham posto.
Para impedir a entrada de ladrões ou animais, os jazigos eram fechados com rochas circulares. Logo, como de costume, seria necessário um grupo de homens fortes para rolar a pedra e abrir o sepulcro. Recorde-se que os discípulos de Cristo estavam escondidos (Jo 20.19). Por isso, ao longo da caminhada, aquelas piedosas mulheres indagavam-se: “Quem nos removerá a pedra da entrada do túmulo?” (v. 3). Marcos é o único que registra esse diálogo.
Mas, ao chegarem, surpreendem-se: a pedra “já estava removida” (v. 4). Em Marcos, a menção de que a pedra “era muito grande” (v. 4) implica que a rolagem da rocha foi obra divina, percepção confirmada e detalhada por Mateus, inclusive relatando o desmaio dos guardas que vigiavam o sepulcro de Jesus (Mt 28.2-4).
Focando em apenas um dos anjos (Lc 24.4), Marcos anuncia, com extrema simplicidade, o evento-chave do cristianismo (1Co 15.14): “ele ressuscitou, não está mais aqui” (v. 6). A morte não tem poder para vencer a vida (Jo 11.25). Deus o ressuscitou (At 2.24 e 32; 1Co 6.14). Jesus é o Filho de Deus, Salvador e Senhor (Rm 1.4).
3. Primeiras testemunhas (Mc 16.7)
Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galileia; lá o vereis, como ele vos disse.
Afirmada a ressurreição de Cristo, o anjo convida as mulheres a ver o sepulcro vazio (v. 6) e, em seguida, proclama palavra cheia de encorajamento: “ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galileia” (v. 7). O pecado entrou no mundo pela mulher (Gn 3.6); mas, por ela, vieram o Salvador (Gn 3.15; Lc 1.30-31) e a propagação primeira da ressurreição. Estonteante sabedoria divina (Rm 11.33).
No mais, tudo muito familiar: Jesus havia dito que, após a ressurreição, os reencontraria na Galileia (Mc 14.28). Também já havia afirmado que a essência do discipulado consistia em seguir as suas pegadas (Mc 1.20; 8.34; 10.21 e 52).
A referência específica a Pedro é de uma riqueza espiritual comovente: mesmo sua chocante deserção (Mc 14.72) não impediu que o primeiro movimento do Jesus ressurreto fosse um explícito e restaurador ato de perdão, colocando em prática seus ensinamentos (Mc 11.25).
Todavia, a missão de testemunhar a ressurreição encontraria sérios obstáculos: a) psicologicamente, as mulheres ficaram atordoadas com aquela experiência sobrenatural (v. 5); b) culturalmente, à época, o testemunho de mulheres era menos confiável que o de homens; c) espiritualmente, ao que parece, mesmo a visitação de anjos no sepulcro vazio falhou em estimular fé. O resultado? Medo, fuga e desobediência (v. 8).
II. APARIÇÕES (Mc 16.9-14)
1. Transformação (Mc 16.9)
Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios.
Depois de algum tempo de reflexão, Maria Madalena é a única que consegue romper esses duros limitadores e correr para contar a Pedro e João o que havia descoberto (Jo 20.2-10), demorando-se um pouco no túmulo depois que eles partem. Nesse instante, o próprio Senhor aparece, propiciando-lhe encontro memorável. Maria Madalena é a primeira a encontrar-se com o Jesus ressurreto (Jo 20.11-18) – sim, justamente ela, de quem o Servo outrora havia expelido sete demônios (v. 9; Lc 8.2).
Eis o milagre da transformação: aquela que um dia aninhou dentro de si diversos seres malignos, agora portará as boas-novas da ressurreição de Cristo. O Evangelho não é uma ideia nem filosofia, mas o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). Mais tarde, as demais mulheres também teriam seu próprio encontro pessoal e restaurador com o Jesus ressurreto (Mt 28.9-10).
2. Incredulidade (Mc 16.11)
Estes, ouvindo que ele vivia e que fora visto por ela, não acreditaram…
A postura ousada de Maria Madalena contrasta com a reação insistentemente cética dos discípulos (v. 10; Mc 14.50; Jo 20.19). Desprezaram o testemunho de Maria Madalena (v. 10-11) e das demais mulheres (Lc 24.10-11). Também não creram no testemunho da dupla que encontrou com o Senhor no caminho de Emaús (v. 12-13; Lc 13.34).
Jesus, enfim, aparece e censura-lhes a dureza de coração, confirmando os testemunhos anteriores (v. 14) – e, mesmo assim, não sem antes muita resistência em aceitar que verdadeiramente o próprio Cristo estava entre eles (Lc 24.36-43). O testemunho da Igreja a respeito da ressurreição de Jesus é o testemunho do próprio Senhor ressurreto (At 9.1-5).
Impressiona a indisposição dos discípulos em crer naquilo que tantas testemunhas relatavam com convicção, que as Escrituras sinalizavam com clareza (Sl 16.910; Is 26.19; Os 6.1-2; 1Co 15.3-4) e que o próprio Servo – prévia, expressa e reiteradamente – já havia dito que aconteceria (Mc 8.31; 9.31; 10.33-34).
Não importa quantas experiências espirituais tenhamos vivido. A fraqueza de fé desses privilegiados homens que andaram lado a lado com Jesus constitui um eloquente alerta para permanecermos vigilantes na luta contra a catástrofe da incredulidade (Hb 3.7-4.13; 2Co 13.4-5).
3. Diversas aparições (Mc 16.12)
Depois disto, manifestou-se em outra forma a dois deles que estavam de caminho para o campo.
Após ressurreto, aconteceram, registrados na Bíblia, pelo menos, onze eventos de aparição de Jesus antes de sua ascensão. Confira-se: à Maria Madalena (Jo 20.14-18), ao grupo de mulheres (Mt 28.9-10), a Pedro (Lc 24.34; 1Co 15.5), aos dois discípulos no caminho para Emaús (Lc 24.13-35), aos discípulos em Jerusalém (Lc 24.36-43; Jo 20.19-23), a Tomé e aos outros (Jo 20.24-29), aos sete junto ao lago (Jo 21.1-23), aos discípulos no monte (Mt 28.16-20), a quinhentos seguidores (1Co 15.6), a Tiago (1Co 15.7) e aos discípulos, quando da ascensão (Lc 24.44-53; At 1.1-12).
As aparições de Cristo foram centrais para a pregação na Igreja primitiva (At 2.32; 3.15; 10.41; 13.31) e para seu ensino (1Co 15.5-8). Jesus promoveu essas aparições durante um período de quarenta dias (At 1.3).
III. ASCENSÃO (Mc 16.15-20)
1. Grande comissão (Mc 16.15)
E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.
Uma vez cumprido seu ministério terreno (Mc 1.14-15 e 10.45), não havia mais razões para Jesus permanecer fora de casa (Jo 14.2-3). Antes, porém, o Senhor restaura a comunidade de discípulos, bem como sua chamada missionária (Mc 6.7-13), constituindo-os, enfim, como seus genuínos embaixadores nesta terra (Is 61.1-3; 2Co 5.20; 1Pe 2.9). Com efeito, a palavra deve ser pregada a todas as criaturas e em todo o mundo (v. 15). Discípulos de todas as nações deverão ser formados e batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 18.18-19).
É certo que a Palavra de Deus é espada de dois gumes: gera vida, mas também sentencia com a morte (v. 16; Jo 3.18; Hb 4.12). Entretanto, como afirma Dewey Mulholland, para a Igreja, optar pelo silêncio é um perigo maior que a perseguição e a morte: o Evangelho só será boas novas se for compartilhado (Rm 10.14-17).
Logo, não podemos ser tímidos ou negligentes na tarefa de, com amor e sabedoria, pregar o Evangelho a todos, em qualquer lugar e a qualquer tempo (2Tm 4.1-2). Antes, pelo contrário,
devemos estar sempre preparados para ser boca de Deus (2Tm 2.15), com a firme convicção de que Jesus está conosco (Dt 31.6; Mt 28.20) e garantirá a eficácia de Sua Palavra por meio de sinais que acompanharão os que creem (v. 17-18; Is 55.10-11).
2. À destra de Deus (Mc 16.19)
De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus.
As aparições e desaparições de Jesus depois da ressurreição foram instantâneas (Jo 20.19); a ascensão, porém, foi gradual (At 1.6-11). Sua partida da terra deu-se com uma lenta e emocionante subida – assim como sua entrada ao mundo foi uma “descida” (Ef 4.9-10). Igualmente, como sua entrada no mundo foi sobrenatural (Lc 1.35 e 2.13-14), assim também o foi sua partida.
A ascensão de Jesus marcou a conclusão de seu ministério na terra e o começo de seu ministério no céu, agora como Sumo Sacerdote e Advogado de seu povo (Hb 7-10; 1Jo 2.1-3).
Importante lembrar que, para os judeus, não haveria novidade em um grande herói ascender visivelmente aos céus, como ocorrera com Elias (2Rs 2.11). Mas Jesus não só subiu, como também foi recebido nas alturas “e assentou-se à destra de Deus” (v. 19), ou seja, lugar de suprema honra e autoridade (Sl 110.1; Mc 12.36), tanto no céu quanto na terra (Mt 28.18; 1Pe 3.22). Jamais houve alguém cujo nome fosse digno de tamanha exaltação (Fp 2.9-11; Ap 5.11-14). Todas as coisas do universo estão debaixo dos pés do Cristo exaltado (Ef 1.20-23).
3. Sinais (Mc 16.20)
E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam.
Diante de tão imensa glória, poder e autoridade, não nos espanta saber que, com a obediência dos discípulos em pregar o Evangelho por toda a parte, o Senhor tenha cooperado fielmente com eles, confirmado a palavra por meio de sinais (v. 20; Mt 11.5). Até hoje, quando a Igreja proclama a mensagem de Deus, o próprio Deus se encarrega de confirmar essa mensagem com a manifestação de seu poder (Jo 14.12; At 1.8-9; 1Co 2.4; 1Ts 1.5).
APLICAÇÃO PESSOAL
Temos o mais poderoso Senhor e a mais poderosa mensagem. Portanto, deixando de lado todo medo ou timidez, preguemos com ousadia o Evangelho de Cristo a tantos quantos estiverem ao nosso alcance.
RESPONDA
1) Culturalmente, qual o problema para que mulheres testemunhassem a respeito da ressurreição de Jesus?
2) Segundo a lição, qual a primeira pessoa que se encontrou com o Jesus ressurreto?
3) Depois da ressurreição, durante quantos dias Jesus promoveu aparições antes de ser elevado às alturas (At 1.9)?