Lição 1: Juízes 1 a 3: Otniel, o 1º Juiz De Israel; Eúde, o 2º e Sangar, o 3º

LIÇÃO 1: JUÍZES 1 a 3: OTNIEL, O 1º JUIZ DE ISRAEL; EÚDE, O 2º E SANGAR, O 3º

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Juízes 1, 2 e 3 há 36, 23 e 31 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Juízes 3.9-22 (5 a 7 min.).

Caro professor(a), iniciaremos esta lição com os olhos voltados para a debilidade do caráter humano e para a benignidade de Deus. Os grandes feitos de Deus dividem espaço com a decadência moral de seu povo. Fascinar-se com a bênção a ponto de esquecer o abençoador é atitude nossa ainda hoje. Entregar nossos corações a ídolos é o mesmo que depositar honras e temores em qualquer coisa, pessoa ou mesmo ideia que nos pareça mais digna de valor do que Deus. Em qualquer dimensão da vida humana – espiritual; emocional; intelectual – é com Deus que devemos manter nosso relacionamento essencial. Precisamos expulsar da boa terra do nosso coração qualquer ameaça idólatra.

 

OBJETIVOS
• Confessar que somos pecadores;

• Reconhecer a misericórdia de Deus;

• Suplicar o perdão de Deus.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Para começar, podemos pensar numa autocrítica. Jesus foi quem conquistou nosso acesso à pátria celestial, mas será que reconhecemos Nele a única possibilidade de comunhão com Deus? Talvez nossa vida ainda seja terra ocupada por cultos à vaidade intelectual ou à soberba financeira. Os irmãos precisam perceber que a idolatria quebra a aliança com Deus e acarreta correções tão dolorosas quanto as violentas derrotas sofridas pelo povo de Israel.

 

 

RESPOSTAS
1) Samuel.
2) 80 anos (Jz 3.30).
3) Aguilhada de bois (Jz 3.31).

 

 

LEITURA ADICIONAL
Podemos traçar no livro de Juízes o fracasso de Israel em permanecer leal a seu Deus. É evidente que nem todos os israelitas partilharam a sublime fé e altos ideais de seus líderes Moisés, Josué e os anciãos. Isto não é surpreendente, se considerarmos a servidão no Egito como pano de fundo, além da presença das multidões misturadas, que se agregaram a Israel. A murmuração e a desobediência no deserto foram presságios ominosos da futura vida em Canaã, enquanto Josué 24:15 mostra que havia uma memória viva do antigo paganismo apegada às mentes de muitos. A ruína de Israel foi a conquista incompleta e o fracasso em exterminar os habitantes da terra. Josué, no final de sua vida, havia exortado seus ouvintes “para que não vos mistureis com estas nações que restaram entre vós. Não façais menção dos nomes de seus deuses, nem por eles façais jurar, nem os sirvais, nem os adoreis” (Js 23.7), e a medida do fracasso de Israel em obedecer a Seus mandamentos foi a mesma medida do fracasso em não obter tudo quanto Deus lhe havia prometido. Ficaram contentes com estabelecer-se entre os canaanitas, e perderam o incentivo de possuir a terra toda. Juízes registra tanto o fato como os efeitos dos casamentos mistos (3: 5, 6), nos quais a questão do relacionamento de Javé com os deuses de Baal se tornaria um agudo problema familiar. Sempre que dois grupos de pessoas entram em contato há uma tendência inevitável para o sincretismo.
Livro: Juízes e Rute – Introdução e comentários (Artur E. Cundall e Leon Morris. Série Cultura Bíblica: Editora Nova Vida).

 

Lição 1: Juízes 1 a 3: Otniel, o 1º Juiz De Israel; Eúde, o 2º e Sangar, o 3º

 

TEXTO ÁUREO
E os filhos de Israel clamaram ao Senhor, e o Senhor levantou aos filhos de Israel um libertador, e os libertou: Otniel, filho de Quenaz, irmão de Calebe, mas novo do que ele.” Jz 3.9

 

Verdade Prática
Oração sincera e arrependimento autêntico são o caminho para restabelecermos a comunhão com Deus e recebermos a vitória que Ele quer nos dar.

 

Leitura Bíblica Com Todos Juízes 3.9-22

 

INTRODUÇÃO AO LIVRO DE JUÍZES

 

I. OTNIEL, O 1º JUIZ DE ISRAEL Jz 3.7-11
1. Opressão dos mesopotâmios por 8 anos Jz 3.7-8
2. Israel clama ao Senhor 3.9a
3. Otniel e os 40 anos de paz Jz 3.9b-11

 

II. EÚDE, O 2º JUIZ DE ISRAEL Jz 3.12-30
1. Opressão dos moabitas por 18 anos Jz 3.12-14
2. Clamor por socorro Jz 3.15
3. Eúde e os 80 anos de paz Jz 3.16-30

 

III. SANGAR, O 3º JUIZ DE ISRAEL Jz 3.31
1. Opressão dos filisteus Jz 3.31a
2. A arma de Sangar Jz 3.31b
3. Sangar fere 600 filisteus Jz 3.37

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO AO LIVRO DE JUÍZES
O livro de Juízes é a continuação de Josué. Enquanto este registra a conquista de Canaã e a sua distribuição como herança entre as tribos de Israel sob a forte liderança de Josué; Juízes, por sua vez, é o relato do desprezo de Israel à herança e ao pacto firmado com o Senhor de expulsar completamente os habitantes de Canaã e não se misturar com os seus costumes e deuses, atitude que resultou em sucessivos fracassos do povo. Revela, também, a fidelidade do Senhor à Sua aliança e Sua prontidão em socorrer Israel, quando se mostrava arrependido de suas transgressões.
Autor e panorama do livro de Juízes. 0 autor do livro de Juízes não é revelado em sua obra, porém, a maioria dos estudiosos e a tradição judaica expressa no Talmude atribui a autoria ao profeta e sacerdote Samuel, o último juiz de Israel (1Sm 12.9-11).
Os Juízes podem ser organizados em principais e menores, cujo critério é a extensão da história dedicada a cada um. Os menores são Sangar, Tola, Jair, íbsã, Elom e Abdon, aos quais são dedicados de um a três versículos.
O livro cobre um período histórico de aproximadamente 300 anos, referente a 12 Juízes, desde a morte de Josué (1.375 a.C.) até a época do profeta Samuel (1.075 a. c.), Conforme tabela abaixo:

Nosso estudo acompanhará a linha dos estudiosos que não consideram Abimeleque, filho de Gideão, na lista de Juízes, por o considerarem um usurpador homicida de seus irmãos, tentando ser rei.
Deve-se também notar que o livro de 1Samuel menciona mais quatro Juízes: Eli (1Sm 4.18), Samuel (1Sm 7.6,15), Joel e Abias (1Sm 8.1-2).

 

I. OTNIEL, O 1º JUIZ DE ISRAEL (Jz 3.7-11)
Observe que o livro de Juízes começa olhando para o passado. Os capítulos 1 e 2 funcionam como introdução, repetindo alguns acontecimentos já relatados no livro de Josué. Só no capítulo 3 começa a história dos três primeiros Juízes.

 

1. Opressão dos mesopotâmios por 8 anos (Jz 3.7-8)
Então, a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e ele os entregou mãos de Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia. e os filhos de Israel serviram a Cusã-Risataim oito anos (Jz 3 8).
No versículo 7, os israelitas’ esquecem do Senhor e adoram ídolos No versículo 8, Deus os entrega nas mãos de Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia que os oprimiu por oito anos. No versículo 9, clamaram ao Senhor e Deus “levantou-lhes” um libertador. No versículo 10:”… ele se tomou juiz de Israel…” Deus, então, “entregou” o rei inimigo nas mãos de Otniel, que o derrotou. Finalmente, teve sossego. Em grande parte do livro de Juízes, até o capítulo 16, veremos um ciclo semelhante se repetindo. Suas etapas são: 1) pecado; 2) servidão; 3) súplica; 4) salvação através de um libertador (Juiz); 5) período de paz. Após a morte do juiz o ciclo recomeça na mesma sequência.

 

2. Israel clama ao Senhor (Jz 3.9a)
Clamaram ao Senhor os filhos de Israel…

Debaixo de opressão física, os israelitas clamaram ao Senhor e este levantou-lhes um libertador (v. 9). Clamaram a Deus com arrependimento, abandonando os ídolos e retornando ao Senhor como seu Deus. Arrependimento é vital à renovação e à restauração. Eis a maneira correta de reagirmos à opressão: arrependimento e clamor a Deus por livramento.
Deus age com bondade ao permitir aos israelitas sofrerem, não para lhes dar o troco, mas para redimi-los — Ele continua fazendo isso por Seu povo (1Co 11.32).

 

3. Otniel e os 40 anos de paz (Jz 3.9 b-11)
E o Senhor lhes suscitou libertador, que os libertou: Otniel, filho de Quenaz, que era irmão de Calebe e mais novo do que ele (Jz 3.9b).
Otniel viveu um tempo de transição na história de Israel e participou da conquista de Canaã, sob a liderança de Josué e de Calebe. Com muito pesar testemunhou os primeiros sinais da quebra de aliança do povo com Deus. Os filhos de Israel pecaram ao se esquecerem do Senhor seu Deus e serviram aos baalins e a Astarote. Mesmo assim, Deus entrou em ação e levantou Juízes para lutar e libertar a nação das garras dos seus inimigos.
Seu primeiro escolhido é Otniel. Deus liberta seu povo por intermédio do líder que escolhe; ou seja, poderíamos afirmar que os dois efetuam a libertação. Ele capacita Otniel para o cargo e a tarefa — o Espírito foi enviado “a fim de que ele se tornasse juiz de Israel e fosse para a guerra…”
A terra teve sossego durante quarenta anos (v. 11). É sossego da opressão física, mas também da opressão espiritual auto infligida da idolatria. Israel retornou à obediência coletiva ao Senhor Deus.

É interessante notar uma diferença em todo o Antigo Testamento, Deus envia seu Espírito a um único líder (3.10); no Novo Testamento, Deus envia seu Espírito a um grupo inteiro de pessoas: à Igreja (At 4.31).

 

II.  EÚDE, O 2° JUIZ DE ISRAEL (Jz. 3. 12-30)

Com a morte de Otniel (Jz 3.11), o ciclo recomeça: “os israelitas voltaram a fazer o que era mau aos olhos de Senhor”(v. 12). Ao contrário de Otniel, Eúde é uma escolha inesperada e surpreendente.

1. Opressão dos moabitas por 18 anos (Jz 3.12-14)
E os filhos de Israel serviram a Eglom, rei dos moabitas, dezoito anos (Jz 3.14).
Dessa vez, Deus os entrega a Eglom, rei de Moabe. O povo de Deus enfrenta não apenas um rei, mas uma aliança de inimigos moabitas, amonitas e amalequitas. E a sujeição é pior: Eglom conquistou a Cidade das Palmeiras, antes conhecida como Jericó (v. 13). Foi ali que Deus, de modo extraordinário, concedeu vitória sobre os inimigos a seu povo obediente Js 6); agora, esse é o lugar onde Deus concede a Eglom vitória sobre os israelitas. Além disso, a sujeição é por um período mais longo, 18 anos (Jz 3.14).

 

2- Clamor por socorro (Jz 3.15)
Então os filhos de Israel clamaram ao Senh0r e o Senhor lhes suscitou libertador: Eúde, homem canhoto, filho de Gera, benjamita.  Por intermédio dele enviaram os filhos de Israel tributo a Eglom, deus dos moabitas.

Como no ciclo anterior; o povo peca, idolatrando deuses das nações vizinhas; torna-se escravo dessas nações; reagem, clamando a Deus, que levanta-lhes um libertador chamado Eúde, homem canhoto.

 

3- Eúde e os 80 anos de paz (Jz 3.16 a 30)
Assim foi Moabe subjugado naqueles dias sobre o poder de Israel e a Terra ficou em paz 80 anos (Jz. 3.30)

Para quem lê Juízes pela pri­meira vez, a maior novidade é des­cobrir que Eúde, o homem usado por Deus, era “canhoto” (v. 15). Se estudarmos as referências bíblicas sobre “mão direita”, veremos que são todas muito positivas. Deus jura por sua mão direita, tem eter­no prazer à sua mão direita e Seu Escolhido senta-se à sua mão direi­ta (Is 62.8,9; SI 16.11; 110.1). Por quê? Como a maioria das pessoas era destra, a mão direita era símbo­lo de poder e habilidade. O guerrei­ro lutava com a espada na mão di­reita. Mas o texto sugere que Eúde não era hábil com sua mão direita.

Na verdade, Eúde é, de modo singular, adequado à tarefa de liber­tação para a qual Deus o escolheu. Ele é enviado a fazer “o pagamento de tributos a Eglom, rei de Moabe” (3.15); e estamos cientes daquilo que Eglom não tem como saber — que “Eúde fez para si um punhal de dois gumes […] e amarrou-o à coxa direita, por baixo da roupa” (v. 16). É aqui que começa a peculia­ridade da história, pois os destros carregavam suas armas brancas do lado esquerdo. Será que o punhal de Eúde, escondido do lado direito, passará despercebido? E por isso conseguirá chegar perto de Eglom o bastante para matá-lo?

No versículo 17, Eúde levou os tributos a Eglom. Mas ficamos sa­bendo de outro detalhe que se mostrará crucial: Eglom era um homem muito gordo. Eúde e sua delegação se retiram após entregar o tributo. Contudo, Eúde manda seu pessoal embora e volta dizendo ter uma mensagem secreta para o rei (v. 19).

Com o punhal escondido em seu “lado errado”, Eúde se aproxima do rei, enquanto estava sentado so­zinho, para entregar a mensagem. Eúde estendeu a mão esquerda, ti­rou o punhal de sobre a coxa direi­ta e cravou-o na barriga do rei, de modo que entrou também o cabo, e deixou cravado e a gordura do rei o encobriu. Até abrirem a porta e en­contrarem o rei morto, Eúde já esta­va longe, tinha escapado (v. 20-26).

Israel jamais teria seguido Eúde numa batalha (v. 28,29) se ele não tivesse conquistado um bom resul­tado sozinho, ao matar Eglom. Deus libertou Seu povo, dando-lhes vitó­ria sobre o inimigo e paz durante oitenta anos (v. 30), por intermé­dio de um líder inesperado e um método imprevisível. Entendemos agora porque Eúde é adequado ao seu papel. Esse fato nos lembra de que Deus nem sempre usa métodos que achamos “normais” ou “óbvios” para realizar a obra.

 

 

III. SANGAR, O TERCEIRO JUIZ (Jz 3.31)
O terceiro juiz de Israel foi Sangar, filho de Anate. É o primeiro dos Juízes menores; os outros são: Tola (Jz 10.1-3), Jair (Jz 10.3-5), Ibsã, Elom e Abdom (Jz 12.8-15). Foram preservados pouquíssimos detalhes concernentes a estes homens. Pouco se sabe sobre Sangar além daquilo que se pode inferir a partir deste versículo e da menção que se faz dele no cântico de Débora (5.6).

 

1. Opressão dos filisteus (Jz 3.31a)
Depois dele, foi Sangar,  filho de Anate…

Depois de oitenta anos de paz, Israel volta ao ciclo vicioso de opressão. Desta vez, Deus levantou Sangar para libertar o Seu povo e vencer ferrenhos inimigos filisteus.
Certas características próprias das narrativas a respeito dos Juízes não existem em relação a Sangar e aos demais Juízes menores. Não há menção, por exemplo, de que Israel praticou o que parecia mal aos olhos do Senhor, nem há menção direta a uma opressão filisteia, nem de sua duração, nem o arrependimento e clamor do povo. Está ausente, também, a indicação do tempo durante o qual a terra gozou de descanso.

 

2. A arma de Sangar (Jz 3.31b)
…Que feriu seiscentos homens dos filisteus com uma aguilhada de bois…

A arma de Sangar, uma aguilhada de bois, era um instrumento de cabo longo, medindo de 2,5 a 3,5 metros, pontiagudo, guarnecida a ponta com metal que, quando bem aguçado, dava à arma as qualidades de uma lança. Era arma formidável e letal nas mãos de um homem determinado e forte.

 

3. Sangar fere 600 filisteus (Jz 3.31)
Depois dele, foi Sangar, filho de Anate, que feriu seiscentos homens dos filisteus com uma aguilhada de bois; e também ele libertou a Israel.

A libertação promovida por Sangar parece ter-se resumido a uma única batalha contra os filisteus, na qual ele matou 600 inimigos. Nada mais é falado sobre ele e a duração do tempo de paz.
Se Deus pôde usar este humilde israelita para libertar Seu povo, o que poderia Ele fazer com qualquer membro de Seu povo hoje, nesta era de tanto conhecimento, de transportes rápidos, de comunicação de massa etc.? “Que é isso na tua mão?” (Êx 4.2). Lembre-se: todo cristão tem pelo menos um talento (Mt 25.15). Portanto, cada um deve fazer o que pode com aquilo que tem, enquanto possui condições, e deixar os resultados com Deus.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
O mundo procura métodos mais eficientes, mas Deus procura homens e mulheres dispostos a obedecer ao Espírito Santo, tal como os primeiros Juízes.

 

 

RESPONDA

1) Quem a tradição judaica aponta como o escritor de Juízes?

2) Quantos anos de paz viveu Israel após a ação corajosa de Eúde?

3) Qual a arma usada por Sangar?