Lição 3: Juízes 6 e 7: Gideão, o 5º Juiz de Israel

Lição 3: Juízes 6 e 7: Gideão, o 5º Juiz de Israel

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Juízes 6 e 7 há 40 e 25 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Juízes 7.1-22 (5 a 7 min.).

Caro(a) professor(a), seguimos nossos estudos vendo a fidelidade de Deus em relação ao Seu povo. Agora, o braço usado para libertar Israel de mais uma opressão inimiga é Gideão. Diante da tarefa difícil – que já iniciava com a derrubada de um altar idólatra – Deus mostrou provas de que pelejaria com ele. É o Senhor quem luta pelo Seu povo, muitas vezes usando homens e mulheres comuns que, da parte do Espírito Santo, são capacitados para agir. Deus não abre mão da história de Israel, nem da igreja. Ele mesmo disse que não daria a Gideão um exército tão numeroso para que soubessem que Ele próprio era sua maior força.

 

OBJETIVOS
• Servir a Deus incondicionalmente;
• Crer nas providências de Deus;
• Adorar somente a Deus.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Professor(a), mais uma vez a providência de Deus e Sua clara manifestação em favor dos homens formam a tônica da mensagem. Deus procura pessoas dispostas a servir Sua igreja seguindo, agora, as palavras de Jesus. Com poucos recursos, mas em grande comunhão com o Espírito Santo, podemos nos dispor a guerrear assumindo responsabilidades na congregação. Contudo, a dimensão maior do combate é espiritual. Altares sejam derrubados; hostes e potestades sejam destruídos pela ação da igreja.

 

RESPOSTAS
1) Midianitas
2) Descer para beber água.
3) 3 companhias (Jz 7.16)

 

LEITURA ADICIONAL
Não houve um longo período de tempo entre a chamada de Gideão e a atribuição de sua primeira missão, a qual estava, significativamente, bem à mão. Aquele homem, que deveria remover o jugo dos midianitas, e levar seu povo de volta à verdadeira fé no Senhor, precisava acertar as coisas primeiro, em sua própria casa. Existem inconsistências estranhas, na narrativa, que refletem as tendências sincretistas da época, sugerindo fortemente que, para Joás (pai de Gideão), Javé era considerado como sendo um dos deuses Baal. Seu próprio nome é composto com o nome de Javé (lit. “javé deu”); contudo, um dos nomes de seu filho, Jerubaal (que significa “que Baal possa acrescentar”), incorpora o nome de Baal. […] A chamada para o ataque aos midianitas, embora acompanhada da certeza absoluta da vitória, proporcionou nova oportunidade para o fortalecimento da fé de Gideão, sendo digno de nota que ele a aproveitou de imediato. Os esmorecimentos de Gideão são próprios da natureza humana, pois, o general que parece forte e resoluto, diante de seus homens, com frequência está sujeito a temores internos. Este fato indica a veracidade da narrativa, pois tal hesitação da parte de um dos heróis de Israel não cabe num relato forjado. (…) A ordem geral dos eventos parece ter sido a seguinte; primeiro, um soprão violento e uníssono de trombetas, depois o despedaçamento de 300 cântaros, seguido de um grito de guerra tonitroante, depois do qual as trombetas soaram mais uma vez. É provável que os sopros de trombeta e os gritos de guerra se alternassem, continuamente, até o momento em que os 300 começaram a perseguir os remanescentes daquele exército que há pouco era bastante orgulhoso.
Livro: Juízes e Rute – Introdução e comentários (Artur E. Cundall e Leon Morris. Série Cultura Bíblica: Editora Nova Vida).

 

Estudada em 15  de janeiro de 2023

 

LIÇÃO 3: JUÍZES 6 e 7: GIDEÃO, O 5º JUIZ DE ISRAEL

 

Texto Áureo
“Tocaram, pois, os trezentos as buzinas, o Senhor tomou a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial; e o exército fugiu para Zererá…”Jz 7.22

 

Verdade Prática
A espada de Gideão foi importante, mas é a espada do Senhor que garante todas as vitórias do povo de Deus.

 

Leitura Bíblica Com Todos: Juízes 7.1-22

 

INTRODUÇÃO

 

I. O CAPITÃO Jz 6.11-34
1. Um homem chamado Jz 6.14
2. Um homem disposto Jz 6.25,26
3. Um homem revestido Jz 6.34

 

II. O EXÉRCITO Jz 6.35-7.7
1. Os convocados Jz 6.35
2. Os dispensados Jz 7.2
3. Os escolhidos Jz 7.7

 

III. A VITÓRIA Jz 7.15-22
1. Um plano traçado Jz 7.15
2. As armas utilizadas Jz 7.16
3. A vitória consolidada Jz 7.22

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 298 – 471

 

INTRODUÇÃO
Desta vez, os inimigos e opressores de Israel foram os midianitas, por um período de sete anos (Jz 6.1). 0 povo clamou e Deus levantou Gideão para libertar Israel, e ficou a terra em paz durante quarenta anos nos dias de Gideão. Os midianitas eram descendentes de Abraão por meio da sua segunda mulher, Quetura (Gn 25.1-4). Eles viviam ao longo do mar Vermelho invadindo, saqueando e negociando. José foi vendido por seus irmãos para negociantes midianitas (Gn 37.28). Moisés havia se casado com uma midianita (Êx 2.11-25). Os midianitas atacaram o território de Israel durante o período dos Juízes (Jz 6.1-10), mas foram derrotados por Gideão.

 

I. O CAPITÃO (Jz 6.11 -34)
Apesar das dúvidas de Gideão, Deus o usou. Ele fez uma convocação e o povo se aglomerou em volta dele, enquanto ele conduzia a nação de Israel para uma das vitórias mais incomuns em toda a história da nação, para que ficasse claro que a glória pelo sucesso pertencia ao Senhor.

1. Um homem chamado (Jz 6.14)
Então, se virou o Senhor para ele e disse: Vai nessa tua força e livra Israel da mão dos midianitas: porventura, não te enviei eu?

Ainda que todos os santos sejam chamados para serem sal da terra, luz do mundo e testemunhas do Senhor Jesus Cristo (Mt 5.13,14; At 1.8), Deus tem contemplado a alguns com uma chamada individual, específica e especial (At 13.1-4).
A chamada de Gideão era para libertar Israel da opressão midianita. Para isso, ele precisava convocar os soldados, mobilizar o exército, montar uma estratégia de batalha e, com ajuda divina, vencer o inimigo.
Deus usou o Seu Anjo no ato da chamada de Gideão (Jz 6.11). O Anjo do Senhor é uma manifestação visível do próprio Deus, conhecida como teofania. Isto está claro em Juízes 6.14-16 e 21-22, bem como 13.18. Ele veio para confirmar as palavras do profeta (Jz 6.8-10).

 

2. Um homem disposto (Jz 6.25,26)
Naquela mesma noite, lhe disse o Senhor: Toma um boi que pertence a teu pai, a saber, o segundo boi de sete anos, e derriba o altar de Baal …Edifica ao Senhor, teu Deus, um altar

O primeiro ato de desafio lançado a Gideão foi que destruísse o altar de Baal e seu poste-ídolo, edificando, em seu lugar, um altar ao Senhor

a) Derrubando o altar de Baal, Gideão obedeceu e sua atitude de purificar a sua casa, rompendo com a idolatria a Baal, enfureceu os homens da cidade, que decidiram matá-lo por ter cometido tal afronta ao deus deles. O raciocínio rápido de Joás salvou a vida de seu filho (Jz 6.27-32).

b) Edificar um altar ao Senhor. Não bastava destruir o altar dos ídolos, era preciso restaurar a adoração ao Senhor. Interessante notar que as pessoas que tentaram apedrejar Gideão pelo seu feito eram seus compatriotas israelitas, o que é um sinal claro dos níveis de degradação moral e espiritual a que o povo havia chegado. Quando fazemos algo para Deus, corremos o risco de sermos criticados e atacados até por aquelas pessoas que deveriam nos apoiar.

 

3. Um homem revestido (Jz 6.34)
Então, o Espirito do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou a buzina, e os abiezritas se ajuntaram após ele.
Depois da consolidação da chamada e o rompimento com a idolatria, o Espírito do Senhor revestiu a Gideão com poder e autoridade espiritual para o cumprimento da missão que lhe estava proposta.
Todas as vezes que o Senhor designa um homem para uma missão específica em ambos os testamentos, Ele capacita para a execução da tarefa (1Sm 16.13; Nm 11.16,17; At 2.4; 4.31).
0 Espírito Santo é uma pessoa de natureza divina (Jo 14.16; At 5.3). Ele comunica o amor de Deus (Rm 5.5); convence perfeitamente (Jo 16.8); opera na regeneração (Tt 3.5; Jo 3.3-5); testifica de Cristo (Jo 15.26); mobiliza homens (Jz 3.10; 6.34); capacita para o trabalho (At 1.8); reveste de poder (Lc 24.49); e promove poderosos avivamentos (At 8.1-8; Hc 3.2).

 

 

II. O EXÉRCITO (Jz 6.35-7.7)
Gideão tinha uma visão limitada, mas estava comprometido com Deus. Ele teve seus momentos de fraqueza e fracasso, mas ainda era servo de Deus. Tinha como missão executar a tarefa que estava diante dele em preparar um exército para a guerra.

1. Os convocados (Jz 6.35)
E enviou mensageiros por toda a tribo de Manassés, que também se convocou após ele; também enviou mensageiros a Aser, e a Zebulom, e a Naftali, e saíram-lhe ao encontro.
Gideão ansiava por reunir uma força armada para medir forças com os midianitas. Após o toque da trombeta (Jz 6.34) e a convocação de soldados das tribos de Manassés, Aser, Zebulom, e Naftali “saíram-lhe ao encontro”.

 

2. Os dispensados (Jz 7.2)
E disse o Senhora Gideão: Muito é o povo que está contigo, para eu dar os midianitas em sua mão; a fim de que Israel se não glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou.
O Senhor viu o orgulho daquele povo oprimido e humilhado e sabia que, se permitisse que os 32 mil soldados convocados lutassem contra os midianitas, eles se vangloriariam da vitória e roubariam de Deus a glória (Jz 7.2).
Percebendo que o povo não o reconheceria como Aquele que deu a vitória por Seu poder, Ele insistiu a Gideão que enxugasse o seu exército anunciando que todos os que estivessem com medo deveriam retornar para casa. Isso reduziu o número de homens para 10 mil.
0 exército ainda era muito grande, pelo que esses 10 mil receberam a ordem de descer para beber água. Todos os que lamberam a água como um cão ou que se ajoelharam para chegar até a água tiveram de voltar para casa (Jz 7.2-5).
Deus estava separando para Gideão os soldados mais prudentes e melhores preparados para a batalha, pois quem lambia a água diretamente ou se ajoelhava para alcançar a água estava mais preocupado com a sua sede do que com a batalha iminente.
Os que levavam as mãos juntadas em forma de concha da água até a boca, faziam-no para permanecer alertas, com os olhos no horizonte, atentos a qualquer perigo iminente. 0 Senhor selecionou para a batalha apenas os trezentos soldados que não baixavam a guarda em nenhuma situação. Eram somente esses que Gideão precisaria para que o Senhor lhe entregasse a vitória nas mãos.

 

3. Os escolhidos (Jz 7.7)
E disse o Senhor a Gideão: com estes trezentos homens que lamberam as águas vos livrarei e darei os midianitas na tua mão; pelo que toda a outra gente se vá cada um ao seu lugar.
Gideão recebeu a ordem de levar sua companhia para junto da água e o Senhor disse: “Ali os provarei” (Jz 7.4), ou “vou testá-los ali para você”. A mesma palavra hebraica é usada para descrever o processo de derreter o metal visando separá-lo das impurezas.
O resultado foi que 300 soldados beberam a água da mão, 0 Senhor deixou evidente sua decisão: era com apenas esses 300 que o Senhor daria a vitória.
Foram apenas trezentos homens para lutar contra uma multidão de cento e trinta e cinco mil inimigos, de modo a demonstrar que a vitória não viria da força humana, mas da mão divina (Sl 27.3; Jo 15.16). Deus pode ganhar grandes batalhas com poucos homens.

 

 

III. A VITÓRIA (Jz 7.15-22)
Sabemos pouco a respeito das habilidades naturais de Gideão, mas o Anjo do Senhor o chamou de “homem valente” e o instruiu, dizendo: “vai nesta tua força” (Jz 6. 12,14). Muito provavelmente, Gideão possuíra força física, bem como coragem.

1. Um plano traçado (Jz 7.15)
E sucedeu que, ouvindo Gideão a narração deste sonho e a sua explicação, adorou; e tornou ao arraial de Israel e disse: Levantai-vos porque o Senhor tem dado o arraial dos midianitas nas vossas mãos.
Depois de ter ouvido a narração de um estranho sonho e sua interpretação (Jz 7.8-14), Gideão adorou ao Senhor. Então voltou ao acampamento de Israel e deu instruções aos seus trezentos homens e alertou a sua tropa dizendo-lhes: “Levantai-vos porque o Senhor entregou o arraial dos midianitas nas vossas mãos” (Jz 7.15 ).
Gideão dividiu seus homens em três companhias, entregando a cada um deles trombetas e cântaros contendo tochas. “Olhem para mim,” disse ele, “e façam o que eu fizer”.
Gideão começou com dez servos de sua casa. Com a ajuda deles, destruiu o altar de Baal, construiu um altar novo para Deus e ofereceu o sacrifício exigido pelo Senhor (Jz 6.25-27). Agora iria enfrentar um exército de 135.000 soldados inimigos.

 

2. As armas utilizadas (Jz 7.16)
Então, repartiu os trezentos homens em três companhias e deu-lhes, a cada um nas suas mãos, trombetas e cântaros vazios, com
tochas neles.
O plano era bastante simples (Jz 7.16-18): a) dividir os trezentos homens em três companhias; b) colocar uma buzina na mão de cada homem, com um cântaro vazio e uma tocha acesa dentro do cântaro; c) cercar o acampamento do inimigo e fazer exatamente o que o líder ordenar. Quando ele tocar a buzina todos devem fazer o mesmo, quebrando os cântaros, segurando a tocha com a mão esquerda, e gritando: “espada do Senhor e de Gideão” (Jz 7.20).
Imagine você: trezentas buzinas soando com som alto, todas de uma só vez, enquanto o acampamento inimigo inteiro dormia; os inimigos levantam ao som de cântaros sendo quebrados por todos os lados e ao saírem de suas tendas deparam com tochas acesas por todo o acampamento.
Gideão e seus soldados usaram surpresa e ilusão como táticas, dando a impressão que um exército numeroso e brutal estava atacando.

 

3. A vitória consolidada (Jz 7.22)
Ao soar das trezentas trombetas, o Senhor tornou a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial, que fugiu rumo de Zererá….

Quando os midianitas acordaram e olharam na escuridão da noite, viram que estavam completamente cercados por um círculo de tochas flamejantes. Eles provavelmente acharam que se tratava de uma guarda avançada que liderava uma tropa de milhares de soldados e que o toque da trombeta era o sinal de avanço.
O inimigo correu, gritou e fugiu como se estivesse sendo perseguido por inimigos invisíveis, e realmente estava, pois o Deus invisível estava causando a incomum confusão no meio deles (Jz 7.21). As espadas dos homens se voltaram contra os seus próprios companheiros, até que a multidão do acampamento morresse e o restante fugisse (Jz 7.22).
Um líder que não consegue comunicar o seu chamado e a sua visão terá dificuldades de aceitação por parte de seus liderados. Toda vez que Gideão falou ao seu povo, eles o compreenderam e o seguiram confiantemente.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Deus triunfa por meio da obediência e da fé daqueles que realmente confiam Nele.


RESPONDA

1) A chamada de Gideão era para libertar Israel da opressão de qual povo?

2) Qual foi o teste utilizado por Deus para selecionar os 300 soldados aptos para a guerra?

3) Para vencer a batalha, em quantas companhias o exército de Gideão se repartiu?

 

 

COMENTÁRIOS:

6.2 Os midianitas habitavam no deserto, eram descendentes da segunda esposa de Abraão. Quetura (Gn 25 1,2). Deste relacionamento
nasceu uma nação que manteve constante conflito com Israel. Anos antes, quando ainda peregrinavam pelo deserto, os israelitas lutaram contra eles e os destruíram quase por completo (Nm 31.1 -20). No entanto, devido a sua falha em eliminá-los, aumentaram novamente. E eles mais uma vez oprimiram Israel.

6.6 – Os israelitas mais uma vez precisam chegar ao fundo do poço. a fim de retornarem para Deus. Quanto sofrimento teriam evitado se tivessem confiado no Senhor! Voltar-se para Deus não deve ser o último recurso: devemos buscar a Sua ajuda diariamente. Isto não quer dizer que a vida será fácil. Haverá lutas, mas o Senhor nos dará forças para superá-las. Não espere até o ultimo momento, Busque a Deus em primeiro lugar em qualquer situação.

6.11 – O AT registra várias aparições do Anjo do Senhor: Gênesis 16.7; 22.11; 31.11: Êxodo 3.2; 14.19: Juízes 2.1:13.3; Zacarias 3.1 6.
Não sabemos se se trata do mesmo anjo. O aqui mencionado náo se apresenta como o próprio Deus (6.12), mas em outro local (6. 14) declara-se como o próprio Jeová. Este fato tem levado algumas pessoas a crerem que o anjo era uma aparição especial de Jesus Cristo antes de sua missão na terra. registrada no NT. É também possível que, como mensageiro especial de Deus, o anjo tivesse autoridade para falar pelo Senhor. Em ambos os casos, Deus enviou um mensageiro especial para entregar uma importante mensagem a Gideão.

6.11 Malhar o trigo era o processo de separação dos grãos do trigo de sua palha. Isto era normalmente feito em uma grande área. quase sempre em uma colina, onde o vento assoprava a palha quando o agricultor jogava o trigo batido para o ar. No entanto, se Gideão tivesse feito isto, teria sido presa fácil dos bandos de assaltantes que invadiam Israel. Além do mais, ele foi forçado a debulhar seu trigo em uma prensa de lagar, um buraco provavelmente escondido e local pouco provável para se guardar a colheita de cereais.

6.13- Gideão questionou com Deus sobre os problemas que ele e a nação enfrentavam e a aparente falta de ajuda divina. O que ele não sabia era o fato de que o povo trouxera calamidade para si próprio quando decidiu desobedecer ao Senhor. Como é fácil omitir a responsabilidade pessoal e colocarmos a culpa em Deus e em outras pessoas pelos nossos erros. Infelizmente, isto não resolve os nossos problemas. Apenas nos afasta do Senhor, e leva-nos até o pico da rebelião e da reincidência. Quando chegam as dificuldades, devemos olhar em primeiro lugar para o nosso interior. Nossa primeira atitude deve ser a confissão de nossos pecados a Deus. que provavelmente causaram nossos embaraços.

 

A BATALHA DE GIDEÃO
A despeito da vitória de Débora e Baraque, os cananeus ainda causavam problemas nesta região fértil. Deus apareceu a Gideão em Ofra e o chamou para derrotá-los. Com apenas 300 homens, cercou milhares de midianitas e perseguiu-os até Zererá e Abel-Meolá.

6.14-16 – “Eu estou contigo”, disse Deus a Gideão, e prometeu dar-lhe a força necessária para que pudesse vencer o inimigo. A despeito desta clara promessa de conceder-lhe o poder, Gideão deu algumas desculpas. Ao olhar apenas para suas limitações e fraquezas, não enxergou como o Senhor poderia trabalhar através dele. Assim como Gideão,. fomos chamados para servir a Deus em áreas específicas. Embora o Senhor nos prometa as ferramentas e as condições necessárias, sempre inventamos desculpas. Mas lembrar a Deus sobre as nossas limitações pressupõe que Ele não conhece tudo sobre nós ou que cometeu um engano ao avaliar o nosso caráter. Não se esquive de servir ao Senhor. Pelo contrário, dedique-se a fazer a vontade de Deus.

6.22.23 Por que Gideão teve medo. ao contemplar o anjo? Os israelitas acreditavam que ninguém poderia ver o Senhor e permanecer vivo (leia as palavras de Deus a Moisés em Êx 33.20). Evidentemente, ele pensou que isto também se aplicava aos seres angelicais.

6.25-30 Após Gideão ter recebido a orientação de Deus para ser um libertador, o Senhor imediatamente mandou que ele destruísse o altar de Baal; um ato que testaria a sua fé e seu o comprometimento. A religião cananeia era muito politizada, e um ataque a um ídolo costumava ser visto como uma provocação ao governo local que apoiava aquele deus. Caso fosse apanhado. Gideão enfrentaria sérios problemas e um provável ataque físico. Para saber mais sobre Baal e Aserá. leia a nota em 2.11-15 e em 3.7.
Gideão correu grande risco ao seguir a mais importante lei de Deus, que sumariamente proíbe a adoração aos ídolos (Êx 20.1 -5). Após tomarem conhecimento de seu ato, os habitantes da cidade tentaram matá-lo. Muitas destas pessoas eram israelitas. Isto demonstra como o povo afastara-se de Deus. Disse o Senhor em Deuteronômio 13.6 11 que os idólatras deveriam ser apedrejados até a morte, mas estes hebreus queriam apedrejar Gideão por ter destruído um ídolo e adorado a Deus! Quando começamos a realizar qualquer coisa para o Senhor, é possível que sejamos criticados pelas mesmas pessoas que deveriam nos apoiar.

6.33 – Os exércitos de Midiã e Amaleque acamparam-se no vale de Jezreel, o centro agrícola daquela região. Quem controlasse as riquezas do vale e da terra fértil também dominava os habitantes que viviam ao redor dela. Devido aos vastos recursos, muitas das principais rotas de comércio convergiam na passagem que levava até aquela localidade. Isto a tornava o cenário de grandes batalhas. Os homens de Gideão atacaram os exércitos inimigos nas montanhas e a única rota de escape era pela passagem em direção ao Jordão. Este foi o motivo pelo qual ele obrigou algumas de suas tropas a tomar o controle cios pontos de cruzamento do rio (7.24).

6.37-39 – Desejava Gideão testar a Deus ou apenas pedia mais coragem ao Senhor? Em qualquer um dos casos, embora seu motivo fosse certo (obedecer a Deus e derrotar o inimigo), seu método estava abaixo das expectativas. Provavelmente, tomou conhecimento de que seus pedidos desagradavam a Deus (6.39). mas ainda assim pediu dois milagres (6.37.39), mesmo após ter visto o fogo miraculoso da rocha (6.21). É certo que para tomarmos boas decisões precisamos conhecer os fatos. Gideão possuía todos os meios, mas ainda assim hesitou. Ele retardou sua obediência a Deus porque desejava ainda mais provas. Pedir mais sinais era uma indicação de descrédito. O medo costuma fazer com que esperemos por mais confirmações quando deveríamos tomar uma atitude. Os sinais visíveis são desnecessários caso os mesmos apenas venham a confirmar o que já sabemos ser verdade. Hoje em dia. o maior meio de orientação de Deus é a sua Palavra. Diferente de Gideão, temos a Bíblia completa e revelada. Se você deseja maior orientação, não peça sinais; estude as Escrituras Sagradas (2 Tm 3.16.17).

6.39 Após ver o milagre do velo molhado, por que Gideão pediu outro sinal? Talvez pensou que os resultados do primeiro teste foram concedidos de forma natural. Um grosso velo poderia reter a umidade muito tempo após o solo ao redor secar-se pelo sol. “Colocar velos do lado de fora” é um método de decisão muito pobre. Os que o fazem limitam a Deus. Eles pedem que ele se encaixe em suas expectativas. Os resultados de tais experimentos costumam ser falhos e aumentam nossa confiança nas escolhas humanas. Não permita que um velo se torne substituto para a sabedoria de Deus que vem através do estudo bíblico e da oração.

7.2 – A autossuficiência torna-se um inimigo quando nos faz acreditar que sempre podemos fazer o necessário através de nossas forças. Para evitar esta atitude entre os soldados de Gideão, Deus reduziu seu número de 32.000 para 300. Com um tão pequeno exército, não haveria dúvidas que a vitória viria do Senhor. Os homens não tomariam para si o crédito. Assim como eles, precisamos reconhecer o perigo de lutar com nossas próprias forças. Podemos confiar na vitória se tão-somente colocarmos nossa confiança em Deus e não em nós mesmos.

7.10,11 – Para enfrentar as forças esmagadoras. Gideão teve medo. Deus compreendeu este receio, mas não o livrou de sua responsabilidade. Ao contrário, permitiu que ele entrasse no acampamento inimigo e ouvisse uma conversa que lhe daria coragem (7.12-15). Você está diante de uma batalha? Deus pode conceder-lhe a força necessária para qualquer situação. E não fique surpreso pela forma como o Senhor irá ajudá-lo. Assim como Gideão, você precisa ouvir Deus e estar pronto a dar o primeiro passo. Apenas após ter começado a obedecer ao Senhor você encontrará a coragem para prosseguir.

7.12 Os midianitas eram exímios montadores de camelo e saqueadores, compostos de cinco tribos ligadas a Abraão através de Midiã. filho de Quetura. segunda esposa do patriarca. Eles habitavam as regiões desérticas dos mares Morto e Vermelho.

7.13 Um soldado midianita sonhou com um pão de cevada que rodeava o seu acampamento. Este grão possuía apenas a metade do valor do trigo, e o produto feito dele era considerado inferior. Da mesma forma. Israel era considerada uma nação inferior às grandes forças de Midiã e Amaleque. Mas Deus faria com que os oprimidos israelitas parecessem invencíveis.

7.21 O exército de Gideão apenas assistiu enquanto Midiã entrava em pânico, confusão e retirava-se desordenadamente. Nenhum homem precisou desembainhar sua espada para derrotar o inimigo. O pequeno exército de Deus nunca teria conquistado tal vitória por suas próprias forças. O Senhor queria demonstrar para Israel que a vitória não depende da força ou do número de pessoas, mas da obediência e do compromisso com Ele.

 

QUEM FOI GIDEÃO
A maioria de nós quer conhecer o plano de Deus para a nossa vida, mas nem sempre nos interessamos como fazê-lo. Uma confusão comum é a ideia de que a direção do Senhor para a nossa existência virá de forma inesperada, que ela nada tem a ver com o que realizamos no momento. Mas se apenas olharmos ao nosso redor em busca da próxima designação de Deus, corremos o risco de arruinar qualquer trabalho que fazemos naquele instante. Felizmente, a Bíblia aponta para um tipo de direção que não coloca em risco os nossos projetos atuais.
Segundo as descrições bíblicas de como o Senhor guiou muitas pessoas, podemos ver que seu chamado acontece enquanto estamos mergulhados no desafio do momento. Um bom exemplo deste tipo de orientação pode ser observado na vida de Gideão. Gideão possuía uma visão limitada, mas era comprometido com ela. Seu desafio era conseguir alimento para sua família, apesar dos hostis invasores tornarem quase impossível o crescimento, a colheita e a preparação da comida. Ele era cheio de recursos. Colocou uma prensa no lagar para dobrar sua capacidade de produção e transformou-a em uma eira subterrânea. Com a falta do vento a palha não se espalhava, mas pelo menos o trigo estava escondido dos midianitas. Gideão trabalhava nesta eira quando Deus enviou-lhe um mensageiro com um desafio. Ele ficou surpreso com a ordem divina. Não queria se precipitar em uma tarefa para a qual não estava preparado.

O anjo teria que dar três provas para convencê-lo:
(1) seus sentimentos de responsabilidade pelo bem-estar de sua família;
(2) suas dúvidas sobre o chamado em si; e
(3) seus sentimentos de inadequação para o trabalho.

Uma vez convencido, Gideão obedeceu com entusiasmo recursos e agilidade.

Gideão dedicou as características de sua personalidade a Deus, com quem agora estava familiarizado. Ele teve seus momentos de falha e fraqueza, mas ainda era o servo do Senhor. Se você concorda com as fraquezas de Gideão, pode da mesma forma ver-se disposto a servir? Lembre-se de que ele obedeceu a Deus ao voltar sua atenção para a tarefa daquele momento. Assim, concentre-se em crer que o Senhor o preparará para o amanhã, quando Ele chegar.

Pontos fortes e êxitos:
Quinto juiz de Israel. Estrategista militar especialista em surpreender. Um dos heróis da fé, citado em Hebreus 11. Derrotou o exército midianita. Foi proclamado rei pelos homens de Israel. Embora difícil de ser convencido, agiu segundo suas convicções.

Fraquezas e erros:
Temeu que suas próprias limitações impedissem o trabalho de Deus. Reuniu o ouro midianita e fez um éfode que se tornou um perigoso objeto de adoração. Com uma concubina, teve um filho que traria grande desgosto e tragédia tanto para a sua família como para a nação de Israel. Falhou em estabelecer os caminhos de Deus para a nação de Israel; após a sua morte, ela voltou à adoração de ídolos.

Lições de vida:
Deus nos chama em meio à nossa presente obediência. Ao sermos fiéis. Ele nos dá mais responsabilidades. Deus expande e usa as habilidades que Ele mesmo colocou em nós. Deus nos usa a despeito de nossas limitações e falhas. Mesmo aqueles que fazem grande progresso espiritual podem facilmente cair em pecado, caso não sigam a Deus com fidelidade.

 

Informações essenciais:
Locais: Ofra, vale de Jezreel e fonte de Harode. Ocupações: Fazendeiro, guerreiro e juiz. Familiares: Pai – Joás; filho – Abimeleque. Contemporâneos: Zeba e Salmuna.

 

Versículos-chave:
“E ele lhe disse: Ai. Senhor meu, com que livrarei Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu pai. E o SENHOR lhe disse: Porquanto eu hei de ser contigo.