LIÇÃO 5: 1CORÍNTIOS 7: CASADO OU SOLTEIRO? EIS A QUESTÃO
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em 1 Coríntios 7 há 40 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, 1 Coríntios 7.1-24 (5 a 7 min.).
Do capítulo 7 ao 11.1, Paulo trata a respeito de dúvidas que os próprios crentes de Corinto haviam escrito a ele, o que é indicado pela frase inicial: “Quanto ao que me escrevestes…” (1Co 7.1). Nesse interregno de 4 capítulos, o tom da carta muda um pouco de exortação e repreensão para um tom mais pedagógico.
A primeira dúvida respondida pelo apóstolo foi acerca do dilema entre permanecer solteiro ou casar-se. Paulo expressa clara preferência pessoal pela permanência do estado de solteiro. Por outro lado, reconhece a importância e as responsabilidades em torno do casamento, dando recomendações aos que já são casados.
Paulo fala também da situação dos que estão casados com incrédulos, sobre divórcio, viuvez e novo casamento.
OBJETIVOS
• Compreender o ensino bíblico sobre o casamento.
• Glorificar a Deus independente do estado civil.
• Valorizar a comunhão e o serviço cristão.
PARA COMEÇAR A AULA
Inicie esta lição evidenciando que, como o contexto de Corinto era de impureza sexual, Paulo recomendou o casamento como forma de proteção contra o pecado, uma vez que os cristãos daquela localidade eram tentados à fornicação. Paulo reforça que nem o casamento nem o celibato são para todos, mas que cada pessoa nasceu com um propósito.
Essa foi a exortação de Paulo. Posteriormente, ele apresenta as do Senhor, entre elas a que recomenda que o casal viva em reciprocidade (1Co 7.3-5).
RESPOSTAS
1) Cuidar das necessidades sexuais um do outro, proteger da tentação e fortalecer a união de corpo e espírito.
2) Que permaneçam solteiros.
3) Gerado: paz. Evitado: discórdia.
LEITURA ADICIONAL
Paulo destaca a completa mutualidade dos direitos conjugais (7.3,4). Paulo vivia em uma sociedade de profunda influência machista, mas ele quebra esses paradigmas da cultura prevalecente e afirma a igualdade dos direitos conjugais. Diz Paulo: ‘O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido’ (7.3). O imperativo presente “conceda” indica o dever habitual. Paulo está falando do relacionamento sexual. A mesma Bíblia que condena o sexo antes do casamento, o pecado da fornicação, e também o sexo fora do casamento, o pecado do adultério, está dizendo que a ausência de sexo no casamento é pecado. O marido deve conceder à esposa o que lhe é devido e semelhantemente a esposa ao seu marido. Ambos, marido e mulher, têm direitos assegurados por Deus de desfrutarem a plenitude da satisfação sexual no contexto sacrossanto do matrimônio. Paulo ainda prossegue: ‘A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu corpo, e sim a mulher’ (7.4). Paulo define que o sexo é um direito do cônjuge, um direito legítimo. A satisfação sexual é um direito legítimo do marido e um direito legítimo da mulher. A chantagem sexual no casamento é um pecado. O marido não tem poder sobre o seu corpo nem a mulher tem poder sobre o seu corpo. O corpo de um pertence ao outro. Usar o sexo como uma arma para chantagear o cônjuge está em desacordo com o ensino da Palavra de Deus. Paulo se torna ainda mais enfático, quando escreve: ‘Não vos priveis um ao outro’ (7.5a). A prática do sexo no casamento é uma ordem apostólica. A ausência da relação sexual no casamento é um pecado.
Livro: 1Coríntios: como resolver conflitos na igreja (LOPES, Hernandes Dias. São Paulo: Hagnos, 2008, pág. 130).
LIÇÃO 5: 1CORÍNTIOS 7: CASADO OU SOLTEIRO? EIS A QUESTÃO
Texto Áureo
“Ande cada um segundo o Senhor lhe tem distribuído, cada um conforme Deus o tem chamado. É assim que ordeno em todas as igrejas.” 1Co 7.77
Verdade Prática
Assim como apoiamos e promovemos o casamento, devemos apoiar a condição de solteiro como honrada e produtiva para Deus.
Estudada em 30 de abril de 2023
Leitura Bíblica Para Estudo: 1 Coríntios 7.1-24
INTRODUÇÃO
I. CASAR OU VIVER SOLTEIRO 1Co 7.1-7
1. Decisão a ser tomada 1Co 7.1
2. Fidelidade conjugal 1Co 7.2-5
3. Abstinência no casamento 1Co 7.5
II. OS SOLTEIROS 1Co 7.8-11
1. Simplesmente solteiro 1Co 7.8,9
2. Solteiro novamente 1Co 7.8
3. Que não se casem 1Co 7.11
III. OS CASADOS 1Co 7.12-40
1. Jugo desigual 1Co 7.12-14
2. Divórcio 1Co 7.15,27
3. Novo casamento 1Co 7.39-40
APLICAÇÃO PESSOAL
Hinos da Harpa: 77 – 432
INTRODUÇÃO
Paulo agora trata de perguntas e assuntos específicos que chegaram até ele em uma carta enviada pela igreja coríntia (7.1). Ele passa de um tom de repreensão um tanto severo e corretivo para um tom pastoral e informativo, tratando de questões que requerem discernimento espiritual mais profundo e orientação pastoral.
I. CASAR OU VIVER SOLTEIRO (1Co 7.1-7)
1. Decisão a ser tomada (1Co 7.1)
Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher.
A propensão mais comum do ser humano é o casamento. Nesse versículo, Paulo trata da questão do celibato em contraste com o casamento. A condição de solteiro, sinônimo de celibatário, não é para todos, tampouco deve ser buscada a fim de obter benefícios espirituais, mas algo a ser valorizado como dom especial. Cada um deve fazer sua decisão conforme o dom que recebeu de Deus (7.17, 20,24). Alguns recebem o dom do celibato; outros recebem o dom do casamento.
Alguns em Corinto argumentavam que a abstinência sexual os colocava em um patamar espiritual mais elevado. Paulo nega que seja o caso.
2. Fidelidade conjugal (1Co 7.2-5)
Mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido (7.2)
A situação da Corinto romana não era drasticamente distinta da sociedade atual. Diante dessa realidade, Paulo lembra aos coríntios a importância da intimidade conjugal. Uma vez que a intimidade sexual cria entre os cônjuges uma união que vai além do mero prazer físico (6.16), a intimidade e a relação sexual pertencem exclusivamente ao âmbito do casamento, entre marido e esposa.
O uso enfático pelo apóstolo da expressão “seu próprio” é relevante. Cada homem ou mulher deve ter relações sexuais com seu próprio cônjuge. Cristãos que encontram argumentos, sejam emocionais ou racionais, para a promiscuidade, desprezam as questões mais profundas associadas ao sexo, ao relacionamento e à espiritualidade.
3. A abstinência no casamento (1Co 7.5)
Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência.
Em vez de considerar a intimidade sexual pecaminosa ou vê-la como obstáculo para a verdadeira espiritualidade, Paulo a enxerga como fator de comunhão entre os cônjuges e de proteção contra o pecado. Aliás, é questão de responsabilidade, tanto da esposa quanto do marido, certificar-se de que a intimidade sexual permaneça constante e habitual.
O distanciamento sexual ou o desinteresse de uma das partes abre a porta para a tentação e dá a Satanás oportunidade para romper a união entre os cônjuges. A ênfase de Paulo sobre a mutualidade nessa questão demonstra o caráter santo e protetivo do casamento cristão.
Os cônjuges não devem se ver como pessoas que simplesmente resolveram morar juntos no mesmo lugar para dividir uma cama e um espaço de convívio, sem qualquer compromisso permanente.
II. OS SOLTEIROS (1Co 7.8-11)
1. Simplesmente solteiro (1Co 7.8,9)
E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo (7.8).
A forte ênfase sobre o casamento na maioria das igrejas evangélicas dá a impressão de que a condição de solteiro é indesejável e deve ser considerada uma infeliz situação temporária.
Por essa razão, se é difícil permanecer solteiro no mundo de hoje, de modo geral, por vezes pode ser ainda mais difícil em alguns meios cristãos.
Igrejas que usam ocasiões seculares como “Dia das Mães” e “Dia dos Pais” para promover o sólido ensino sobre família devem considerar a possibilidade de incluir um “Dia dos Solteiros” para ajudar a destacar o ensino de Paulo nessa área.
Há igrejas com ministérios cristãos voltados para solteiros, que têm como objetivo ajudá-los a viver bem nessa condição, como também a encontrar outras pessoas com potencial de amizade que viabilize a um casamento bem-sucedido, se for o caso.
Lembrando que a decisão de viver solteiro é encarada por Paulo como um dom dado por Deus. Significa viver em celibato e consagrar esta área da vida a Deus. Viver “solteiro”, mas se relacionando sexualmente com alguém, tem outro nome: promiscuidade. Caso alguém não possua este chamado, case-se.
2. Solteiro novamente (1Co 7.8)
E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo.
Solteiro novamente é a pessoa que, pelo divórcio ou viuvez, voltou à condição de solteira.
Ministérios para aqueles que já foram casados se concentram com frequência em ajudar as pessoas a lidar com a dor do divórcio ou da viuvez, visando prepará-las para a vida a sós ou para um novo
relacionamento bem-sucedido.
De acordo com o apóstolo, separados ou viúvos, enquanto permanecerem nesse estado, devem canalizar suas energias para viver bem e servir a Deus.
3. Que não se casem (1Co 7.11)
(Se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher.
Permanecer solteiro deve ser entendido como uma exortação para que os cônjuges, uma vez separados, se reconciliem. Os que chamam de Senhor aquele que reconciliou o mundo consigo devem buscar a reconciliação. Nada aquém disso evidenciará o poder e a presença de Cristo. Esse é o princípio entre os cristãos, conforme ensinado por Cristo.
No entanto, a aguçada consciência de Paulo da situação específica em Corinto, bem como sua mudança de tom nesses versículos, de diretivas para orientação pastoral, atenua o caráter incisivo da ordem. Como os versículos mostram (v. 8-9, 12-15), é preciso levar em consideração circunstâncias especiais, tratando os casos com muito cuidado e graça.
Não é bom exercer pressão e colocar um fardo para que os solteiros cristãos se casem. A fim de atentar para o ensino de Paulo nesses versículos, é necessário que as igrejas comecem a ressaltar
a dignidade da condição de solteiro e seu valor inclusive para o ministério do Reino.
III. OS CASADOS (1Co 7.12-40)
1. Jugo desigual (1Co 7.12-14)
Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone (7.12).
A presença de Cristo por meio do cristão deve gerar paz e não discórdia no casamento e no lar, pois o cristão é ajudado pelo Espírito de Cristo. A bênção e a proteção espiritual que o cristão traz para o lar em que o outro cônjuge não tem a mesma fé, no entanto, não tem o propósito de incentivar casamentos mistos ou jugo desigual, mas oferecer uma palavra de encorajamento e confiança para o cônjuge cristão que recebeu Jesus como Senhor e Salvador já dentro desse relacionamento.
Geralmente, a desigualdade entre um e outro é comparada a um objeto denominado “jugo”. O jugo era uma peça de madeira que servia para alinhar dois animais para fins de trabalhos no campo. 0 objetivo é que o trabalho seja dividido em dois coordenadamente, para que não seja dificultada a ação por uma só pessoa.
À medida que o cristão permanecer fiel em sua adoração e devoção a Cristo, o poder de Deus operará por meio do cristão para trazer as bênçãos da presença divina ao seu lar. O foco do ensino de Paulo continua a apontar para a capacitação concedida pelo Espírito e para o testemunho da presença renovadora de Cristo que o cristão trará a seu lar, principalmente sobre seus filhos (1Co 7.14).
2. Divórcio (1Co 7.15,27)
Estás casado? Não procures separar-te. Estás livre de mulher? Não procures casamento (7.27).
O objetivo de Paulo não é criar uma nova “lei cristã” adequada a todas as situações imagináveis, mas fornecer orientação teológica e pastoral acerca de como os cristãos podem e precisam permanecer voltados para a imitação de Cristo em situações diversas e difíceis.
Preocupado com a preservação do lar cristão, ele instrui seus leitores à sujeição mútua e à reconciliação. Preocupado com o cristão que talvez precise ser liberado de uma situação intolerável em um lar misto, ele remove a culpa do divórcio, quando inevitável.
Paulo tem a convicção de que a presença de Cristo se torna evidente por meio da reconciliação e da sujeição mútua. Em outras palavras, a capacitação pelo Espírito de Cristo proverá a graça necessária para manter o foco na semelhança de Cristo dentro da situação em questão; e também a permanecer na vocação e dom de cada um.
Segundo Jesus, a permissão de divórcio era uma exceção dada por Moisés por causa da dureza do coração humano. “Replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar? Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio” (Mt 19.7-8).
Em outras palavras, quanto ao casamento, ser fiel ao seu dom significa manter-se casado; ou manter-se celibatário, se esse for o seu dom. Qualquer coisa fora disso tem suas consequências
3. Novo casamento (1Co 7.39-40)
A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor (7.39).
Divórcio e novo casamento é contemplado neste texto como exceção e não como regra. Somente quando inevitável. A reconciliação e a restauração do casamento são possíveis mesmo depois do divórcio e devem ser buscadas em lugar de novo casamento.
Nos últimos versículos do capítulo 7, Paulo expõe sua preocupação com as viúvas e viúvos. E acrescenta que o vínculo matrimonial perdura enquanto ambos os cônjuges estiverem vivos. Em caso de morte de algum deles, essa união é dissolvida e o cônjuge vivo fica livre para viver solteiro ou “casar com quem quiser”, mas somente no Senhor. Deus quer o melhor para nossas vidas.
Paulo dá dois conselhos para as viúvas naquele contexto. Primeiro conselho: fiquem como vocês estão. Segundo conselho: se você decidir casar, case-se, mas somente no Senhor.
O casamento no Senhor indica que deve ser em amor e fé. Isso significa maior probabilidade de
harmonia se compartilharem a mesma fé. O amor supremo chega quando duas pessoas se amam entre si e quando seu amor é comum em Cristo. Vivem juntos, oram juntos; e a vida e o amor se combinam para ser um ato contínuo de adoração a Deus.
APLICAÇÃO PESSOAL
A Igreja deve apoiar a condição de solteiro como honrada e produtiva para Deus, assim como apoia o casamento, promovendo iguais iniciativas e oportunidades a ambos os casos.
RESPONDA
1) Qual o objetivo individual de cada cônjuge dentro do casamento?
2) Qual a recomendação para os cônjuges separados?
2) Quais sentimentos devem ser gerados e quais devem ser evitados pelo cristão no casamento?
COMENTÁRIOS:
7.1 – Os coríntios escreveram para Paulo fazendo várias perguntas relativas à vida do cristãos e aos problemas na Igreja. A primeira pergunta tinha a finalidade de questionar se era conveniente casar-se. Paulo responde a essa e outras perguntas ao longo desta carta.
7.1ss – Os cristãos em Corinto estavam cercados pela tentação sexual. Até em meio aos pagãos, a cidade tinha uma reputação de imoralidade sexual e prostituição religiosa. Foi para esse tipo de sociedade que Paulo proferiu essas instruções referentes ao sexo e ao casamento. Os coríntios precisavam de instruções específicas, especiais, por causa dos padrões imorais de sua cultura.
(Para mais informações a respeito dos ensinamentos de Paulo sobre o casamento, veja Ef 5.)
7.3-5 – E difícil resistir às tentações sexuais porque elas apelam para os desejos naturais e normais que Deus nos deu. O casamento
é o meio concedido por Deus para satisfazer esses desejos e para fortalecer os cônjuges contra a tentação. Os cônjuges têm a responsabilidade de cuidar um do outro. Sendo assim, marido e esposa não devem recusar-se um ao outro sexualmente, e sim suprir as necessidades e os desejos mútuos (ver a nota sobre 10.13).
7.3-11 – A igreja coríntia estava em desordem por causa da imoralidade existente na cultura que a cercava. Ao rejeitarem a moralidade, alguns gregos também rejeitaram completamente o sexo e o casamento. Os cristãos coríntios questionavam se isso era o que também deveriam fazer. Assim, fizeram a Paulo várias perguntas do tipo: “Sendo o sexo pervertido, não deveríamos nos abster dele também no casamento?” “Se o meu cônjuge for incrédulo, devo procurar o divórcio?” “As pessoas solteiras e viúvas devem permanecer sós?’ Paulo respondeu a muitas dessas questões dizendo, em outras palavras: Por agora, permaneçam assim. Fiquem satisfeitos com a situação em que Deus os colocou. Se você for casado, não procure se tornar solteiro. Se você for solteiro, não procure se casar. Viva de acordo com a vontade de Deus, um dia de cada vez. E Ele lhe mostrará o que fazer.
7.4 Espiritualmente, nosso corpo passa a pertencer a Deus quando nos tornarmos cristãos, porque Jesus Cristo nos comprou. Ele pagou o preço para nos libertar do pecado (ver 6.19.20). Fisicamente, nosso corpo pertence a nosso cônjuge, porque Deus projetou o casamento de forma que, através da união do marido e da esposa, os dois se tornassem um (Gn 2.24). Paulo enfatizou um completo equilíbrio nas relações sexuais. Nem o homem nem a mulher devem buscar o domínio ou a autonomia.
7.7 – Estar casado ou solteiro é um dom de Deus. Um estado não é moralmente melhor que o outro. Ambos são valiosos para realizar os propósitos de Deus. Por essa razão, é importante aceitarmos nossa atual situação. Quando Paulo disse desejar que todas as pessoas fossem como ele (solteiro), expressava seu desejo de que mais pessoas se dedicassem completamente ao ministério sem preocupações com um cônjuge e uma família, assim como ele. Ele não estava criticando o casamento. Afinal, esse foi o modo criado por Deus para oferecer companhia ao homem e povoar a Terra.
7.9 – A pressão sexual não é o melhor motivo para casar, é melhor casar com a pessoa certa do que “se abrasar” na luxúria. Muitos dos novos crentes de Corinto pensavam que o sexo em si era errado. Assim, aqueles que estavam noivos já pensavam em não casar. Nesta passagem, Paulo disse aos noivos que desejavam casar que não deveriam frustrar seus anseios sexuais normais evitando o casamento. Isso não significa, porém, que as pessoas que tenham dificuldade de se controlar devam se casar com a primeira pessoa que apareça. É melhor lidar com a pressão do desejo do que com um casamento infeliz.
7.12 – A “ordem’ de Paulo referente à permanência do casamento (7.10) tem como base o AT (Gn 2.24) e o ensinamento de Jesus (Mc 10.2-12). Sua sugestão neste versículo é baseada na ordem de Deus. Paulo a aplicou à situação que os coríntios estavam enfrentando. Sua ordem estava acima da sugestão porque uma trata de um princípio eterno enquanto a outra é uma aplicação especifica. Não obstante, para as pessoas em situações semelhantes, a sugestão de Paulo é o melhor conselho que poderiam obter. Paulo era um homem de Deus, um apóstolo, e tinha a mente de Cristo.
7.12-14 Por causa do desejo de servir a Cristo, algumas pessoas na igreja coríntia pensaram que deveriam divorciar-se de seu cônjuge pagão e se casar com um cristão. Mas Paulo reafirmou o compromisso do casamento. O ideal de Deus é que marido e esposa permaneçam juntos — mesmo quando um dos cônjuges não for crente. O cônjuge cristão deve tentar ganhar o outro para Cristo. Seria fácil pensar no rompimento do relacionamento. Paulo, porém, enfatizou que se deve permanecer com o cônjuge incrédulo e ser uma influência positiva na união. Assim como Jesus, Paulo acreditava que o casamento deve ser para sempre (ver Mc 10.1-9).
7.14 – As bênçãos que fluem para os crentes não se limitam a eles; estendem-se também às outras pessoas. Deus considera o casamento como algo separado para seu uso por causa da presença de um cônjuge cristão. O outro cônjuge não recebe a salvação automaticamente, mas é santificado por essa relação. Os filhos desse casamento recebem uma influência espiritual positiva por parte do cônjuge cristão e são guardados (por causa da bênção de Deus na unidade familiar) até que tenham idade suficiente para tomar sua própria decisão
em relação a Cristo.
7.15,16 Este versículo é usado erroneamente por algumas pessoas como um modo de sair do casamento. Mas as declarações de Paulo foram dadas para encorajar o cônjuge cristão a tentar um entendimento com o incrédulo e tornar o casamento harmonioso. Se, porém, o cônjuge incrédulo insistir em partir. Paulo disse que é melhor deixá-lo ir. A única alternativa seria o cristão negar sua fé para preservar o casamento, o que seria pior do que dissolvê-lo. O principal propósito da carta de Paulo era exortar as pessoas casadas a buscarem a união, não a separação (ver 7.17; 1 Pe 3.1. 2).
7.17 – Aparentemente, os coríntios estavam prontos a fazer uma mudança total, sem pensar em consequências e impactos. Paulo escreveu para dizer que as pessoas deveriam ser cristãs onde quer que estivessem. Você pode fazer a obra de Deus e demonstrar sua fé em qualquer lugar. Se você tornou-se um cristão depois do casamento e seu cônjuge não for um crente, lembre-se de que você não tem de estar casado com uma pessoa cristã para viver para Cristo. Não suponha que você está no lugar errado ou preso à pessoa errada. Você pode estar exatamente onde Deus deseja (ver 7.20).
7.18,19 – A cerimônia da circuncisão era uma parte importante do relacionamento dos judeus com Deus. De fato, antes da vinda de Cristo, a circuncisão era ordenada por Deus para aqueles que desejavam segui-lo (Gn 17.9-14). Mas depois da morte de Cristo, a circuncisão nao era mais necessária (At 15; Rm 4.9-11; Gl 5.2-4; Cl 2.11). Agradar e obedecer a Deus é mais importante do que observar as formalidades tradicionais.
7.20 Podemos nos preocupar tanto com o que poderíamos fazer para Deus em outro lugar, que perdemos grandes oportunidades exatamente onde estamos. Paulo diz que quando alguém se torna cristão deve continuar com o trabalho que exercia antes, contanto que não seja imoral ou antiético. Todo trabalho pode ser cristão quando você percebe que ele pode ser uma oportunidade para honrar e servir a Cristo e anunciá-lo. Por Deus tê-lo colocado no lugar onde está, aproveite cada oportunidade de servi-lo neste lugar.
7.22 – A escravidão era comum em todo o Império Romano. Alguns cristãos da greja coríntia eram indubitavelmente escravos. Paulo disse que embora fossem escravos de outros seres humanos, estavam livres do poder do pecado. As pessoas hoje são escravas do pecado até que entreguem sua vida a Cristo, que é o único que pode vencer o poder do pecado. Este. junto com o orgulho e o medo, não tem mais qualquer influência sobre nós. da mesma maneira que um proprietário de escravos não tem mais poder sobre aqueles que vendeu. A Bíblia diz que nos tornamos servos de Cristo quando nos tornamos cristãos (Rm 6.18). Isso. porém, significa, na verdade, que ganhamos nossa
liberdade. O pecado não mais nos controla.
7.26 – Paulo provavelmente previu a perseguição iminente que o governo romano logo empreenderia contra os cristãos. Ele deu este conselho prático porque ser solteiro significava menos sofrimento e mais liberdade para entregar a vida a causa de Cristo (7.29), a ponto de morrer destemidamente por Ele. O conselho de Paulo revela sua dedicada devoção à divulgação das Boas Novas.
7.28 Muitas pessoas ingenuamente pensam que o casamento resolverá todos os seus problemas. Aqui estão alguns problemas que o casamento não resolverá: (1) solidão, (2) tentação sexual. (3) as necessidades emocionais mais profundas e (4) as dificuldades da vida. O casamento em si não mantém duas pessoas juntas, mas o compromisso sim compromisso com Cristo e o compromisso mútuo dos cônjuges apesar dos conflitos e problemas. Mesmo sendo tão maravilhoso, o casamento não resolve automaticamente todos os problemas. Casados ou solteiros, devemos estar satisfeitos com a nossa situação e enfocarmos Cristo, e não a pessoa a quem amamos, para ajudar a resolver nossos problemas.
7.29 – Paulo exortou todos os crentes a tirarem o maior proveito possível de seu tempo antes da volta de Cristo. Todas as pessoas.
de todas as gerações, deveriam ter este senso de urgência em relação ã divulgação do evangelho aos outros. A vida é curta — não há muito tempo!
7.29-31 – Paulo exorta os crentes a não considerarem o casamento, o lar ou a segurança financeira como a meta mais importante
da vida. Tanto quanto possível, devemos viver livres dos cuidados deste mundo, não nos envolvendo em hipotecas penosas, altas despesas, grandes investimentos ou dívidas que possam nos impedir de fazer a obra de Deus. Os casados, como Paulo assinalou (7.33. 34). devem cuidar ce suas responsabilidades terrenas e fazer todo o esforço para mantê-las modestas e sob controle.
7.32-34 Algumas pessoas solteiras sentem uma tremenda pressão para se casar Pensam que sua vida somente pode ser completa com um cônjuge. Mas Paulo salientou uma vantagem de ser solteiro — o potencial de um enfoque maior em Cristo e em sua obra. Se você for solteiro, use essa oportunidade especial para servir a Cristo sinceramente.
7.38 – Quando Paulo disse que o solteiro “faz melhor”, estava falando sobre o tempo potencial disponível para a obra de Deus. A
pessoa solteira não tem a responsabilidade de cuidar de um cônjuge e manter uma família. Isso. porém, não quer dizer que ela prestará um grande serviço a Deus. O envolvimento na obra de Deus depende do comprometimento de cada indivíduo.
7.40 – O conselho de Paulo vem do Espírito Santo, que guia e habilita tanto as pessoas solteiras como as casadas a cumprirem sua parte na obra.