Lição 5: Marcos 6: O Servo Enfrenta a Incredulidade

LIÇÃO 5: MARCOS 6: O SERVO ENFRENTA A INCREDULIDADE

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Marcos 6 há 56 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Marcos 6.1-16 (5 a 7 min.).

Olá, professor(a)! O evangelho de Marcos vem nos mostrando como a autoridade e o poder de Jesus foram questionados por muitos. Ainda hoje, várias pessoas se referem a Ele como apenas um profeta, um místico; no máximo, um líder político.
Irmãos, Jesus nos serviu com tanta humildade que ainda hoje muitos tentam rebaixá-lo. Por ser soberbo, Herodes não reconheceu o ministério do Cristo; mas um povo literalmente faminto corria para ouvir as palavras do nazareno. O Servo foi tão humilde que até os apóstolos demoraram a entender o Seu poder, mesmo assim Ele cura e liberta quantos o aceitam como Salvador.

 

OBJETIVOS
• Defender a fé única e verdadeira em Jesus.

• Imitar o caráter humilde do Cristo.

• Servir a quantos queiram conhecer Jesus.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Professor(a), leve seus alunos a perceberem que o evangelho de Marcos nos faz reavaliar nossos valores e critérios éticos. Jesus ordenou que servíssemos uns aos outros; que não buscássemos os primeiros assentos a fim de sermos elogiados, mas que vivêssemos de tal modo que pelo amor fôssemos reconhecidos. Com grande poder sobre males físicos e espirituais, Jesus não buscou honras, mas procurou no meio do povo quem pudesse crer. Estamos seguindo os passos do nosso Mestre?

 

RESPOSTAS 
1) Por causa da incredulidade do povo.
2) Tetrarca (Lc 3.19).
3) Das três às seis da manhã.

 

LEITURA ADICIONAL
“Marcos diz abertamente que Jesus ‘não pôde fazer ali nenhum milagre’. (…) A ênfase da conclusão recai sobre a não disposição do povo dessa cidade em crer. Somos confrontados mais uma vez com o mistério do Reino de Deus: alguns daqueles que tiveram todas as oportunidades de crer não o fizeram e outros que, como o geraseno endemoninhado, não se esperava que acreditariam, passam a crer. (…) Deus se surpreende com a dureza de coração da humanidade e sua relutância de crer nele, e não com a pecaminosidade e propensão para o mal. Essa dureza do coração é o maior problema do mundo e nisso repousa o julgamento divino sobre a humanidade. A humanidade quer um sinal espetacular de Deus ou, como o demônio, uma grande demonstração do poder divino (Mt 4.1-11; Lc 4.113). Contudo, ela não quer que Deus se torne um ser humano como um de nós (Jo 1.11). O povo de Nazaré vê só um carpinteiro, só um filho de Maria, só outro dos filhos do vilarejo que cresceu e voltou para uma visita.
Se ao menos Deus fosse menos comum e mais único, então eles creriam. A imagem de servo do Filho é muito prosaica para amealhar a credulidade. Deus se identificou muitíssimo com o mundo para que o mundo o visse, muitíssimo com a cidade de Nazaré para que esta reconhecesse em Jesus o Filho de Deus. A humanidade quer algo distinto daquilo que Deus dá.
O maior obstáculo à fé não é a falha de Deus em agir, mas a relutância do coração humano para aceitar o Deus que digna a se apresentar a nós em apenas um carpinteiro, o filho de Maria”.
Livro: O comentário de Marcos (EDWARDS, James R. Tradução de Helena Aranha.
São Paulo: Shedd Publicações, 2018, pp. 227-228).

 

Estudada em 29 de outubro de 2022

 

LIÇÃO 5: MARCOS 6: O SERVO ENFRENTA A INCREDULIDADE

 

Texto Áureo
“Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele.” Mc 6.3

 

Verdade Prática
O Servo Jesus triunfa até sobre a incredulidade dos Seus discípulos.

 

Leitura Bíblica Para Estudo: Marcos 6.1-16

 

INTRODUÇÃO

I. A INCREDULIDADE DOS NAZARENOS Mc 6.1 -13
1. Local de incredulidade Mc 6.3
2. Efeitos da incredulidade Mc 6.5
3. Reações à incredulidade Mc 6.6

II. A INCREDUUDADE DE HERODES Mc 6.14-29
1. Homem devasso Mc 6.18
2. Homem perturbado Mc 6.16
3. Técnica de “sanduíche” Mc 6.22

III. A INCREDUUDADE DOS DISCÍPULOS Mc 6.30-56
1. Ao alimentar cinco mil homens Mc 6.37
2. Ao andar sobre as águas Mc 6.50
3. O exemplo de fora Mc 6.56

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 11 – 467 

 

INTRODUÇÃO
O capítulo 6 de Marcos, objeto desta lição, destaca a tragédia da incredulidade dos nazarenos, de Herodes e dos próprios discípulos. Esse contraste serve para realçar a importância de se desenvolver fé sincera no Servo de Deus.

I. A INCREDULIDADE DOS NAZARENOS (Mc 6.1-13)

1. Local de incredulidade (Mc 6.3)
Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele.

À época, Nazaré, lugar onde Jesus fora criado, nada mais era que um acanhado vilarejo repleto de casas de barro espalhadas por cerca de 30 mil metros quadrados de uma encosta pedregosa, com uma população de, no máximo, quinhentas pessoas. Era uma pequena aldeia, sem importância, inclusive objeto de preconceito por parte do povo da região (Jo 1.46).
No trecho bíblico em estudo, Jesus volta a Nazaré (“sua terra” – v. 1). Esperava-se que fosse bem recepcionado pelos que o conheciam desde a infância. Porém, infelizmente, para os nazarenos, Jesus não passava de um homem comum, membro de uma família comum, praticante de uma profissão comum (v. 3).
A menção de que era simples “filho de Maria” (v. 3) revela algo mais: na tradição judaica, um homem sempre era descrito pelo nome de seu pai, ainda que falecido, exceto por insulto/ofensa (Jz 11.1-2; Jo 8.41). Mas havia algo pior: como um homem comum poderia ter tamanho poder e sabedoria (v. 2)? Só haveria duas opções: Deus ou Satanás. Ou seja, ao serem movidos pela incredulidade (v. 6) e ao recusarem-se a reconhecer o Pai na pessoa de Jesus, restava a triste insinuação de que a fonte de seu poder era maligna – tese já defendida por alguns (Mc 3.22).

 

2. Efeitos da incredulidade (Mc 6.5)
Não pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.
Em Nazaré, ao contrário do que vinha ocorrendo em outros locais (Mc 3.10, por exemplo), Jesus não pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar uns poucos enfermos (v. 5). Recorde-se que não era a primeira vez que a comunidade onde Jesus crescera negava seu ministério (Lc 4.16-30). Tratava-se, portanto, de um povo persistentemente incrédulo. E, sem dúvida, esse ambiente de total descrença operou limitações ao Servo.
Todavia, não se trata de Jesus não ter desejado ou podido realizar milagres em Nazaré. É que os habitantes daquele local endureceram seus corações e alimentaram um obstinado preconceito contra o Senhor. Eles simplesmente não o desejavam. Assim, houve limitação, não do Seu poder, mas de Sua missão. Não faltou poder a Jesus, mas, sim, fé aos nazarenos.
Afinal, Jesus não agia para impressionar, mas para transformar a vida de pessoas que, movidas pela fé, reconheciam sua inteira dependência dele (Mc 2.17; Hb 11.6). Quem curava apenas para impressionar eram os mágicos pagãos da Antiguidade. Cuidado: incredulidade limita o agir de Deus (2Rs 13.14-19; Hb 3.12-13).

 

3. Reações à incredulidade (Mc 6.6)
Admirou-se da incredulidade deles. Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar.
Expressando sua humanidade, mesmo Jesus admirou-se da incredulidade dos nazarenos. Até onde se sabe, ele nunca mais retornou a Nazaré. Em certo sentido, espiritualmente, o ceticismo dos nazarenos era um símbolo da cegueira do próprio povo judeu (Jo 1.11).
Mas quando uma porta se fecha, o Senhor abre outras. A incredulidade dos nazarenos em nada afetou o prosseguimento do ministério terreno de Jesus. Lutas e decepções não podem parar o povo de Deus. Após um ligeiro momento de espanto, eis a firme e imediata reação do Servo: ampliar seu poder de alcance através do comissionamento dos apóstolos, enviados a pregar o Evangelho, expelir demônios e curar enfermos, em seu nome (v. 7, 12-13).
A urgência dessa missão demandava deslocamento rápido e confiança plena: pouquíssimos itens poderiam ser levados, o que não incluía pão e dinheiro (v. 8-9). Os emissários deveriam em tudo depender da provisão divina. O justo viverá pela fé (Hb 10.38).

 

 

II. A INCREDULIDADE DE HERODES (Mc 6.14-29)

1. Homem devasso (Mc 6.18)
Pois João lhe dizia: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão.
Notícias sobre os embaixadores de Jesus chegaram até Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande (Mt 2.1). Pelo costume local, era chamado de “rei” (v. 14), embora seu título verdadeiro fosse “tetrarca” (Lc 3.19). Governou as regiões da Galileia e da Pereia de 4 a.C. a 39 d.C.
Herodes Antipas era devasso: deixou a esposa para se casar com Herodias, sua sobrinha e mulher de seu meio-irmão Herodes Filipe, estando este ainda vivo. Sua atitude adúltera e incestuosa foi denunciada por João Batista, que acabou preso por tamanha ousadia (v. 17-18).
Em verdade, Herodes parece ter percebido que o ministério de Cristo era maior que o de João Batista (Lc 9.7-9). Todavia, o temor de sofrer oposição do povo o impediu de aproximar-se do Servo. A personalidade maliciosa e impetuosa de Herodes Antipas foi duramente criticada por Jesus (Mc 8.15; Lc 13.31-33).

 

2. Homem perturbado (Mc 6.16)
Herodes, porém, ouvindo isto, disse: É João, a quem eu mandei decapitar, que ressurgiu.

Herodias era muito segura quanto ao que nutria por João Batista: ódio mortal, literalmente (v. 19). Já Herodes Antipas alimentava sentimentos conflitantes: ao tempo em que o temia, reconhecendo-o como homem “justo e santo” (v. 20a), cogitava matá-lo (Mt 14.4); maravilhava-se com suas palavras (v. 20b), mas não hesitou em lançá-lo ao cárcere quando confrontado com seus pecados (v. 17-18).
Igualmente, quando a filha de Herodias, instruída pela mãe, pediu a cabeça de João Batista e encurralou a Herodes Antipas, cobrando publicamente que cumprisse com sua insensata promessa (v. 21-25), este “entristeceu-se profundamente”, todavia cumpriu com sua palavra e matou o profeta (v. 26-28).
Ao ouvir sobre a fama de Jesus, sua mente logo veio perturbá-lo: “É João, a quem eu mandei decapitar, que ressurgiu” (v. 16). A verdade é que, mesmo morto, a mensagem de João Batista continuava a martelar no coração de Herodes. Todavia, via-se florescer de tudo, menos arrependimento e fé (Mc 1.15).

 

3. Técnica de “sanduíche” (Mc 6.22)
Entrou a filha de Herodias e, dançando, agradou a Herodes e aos seus convivas. Então, disse o rei à jovem: Pede-me o que quiseres, e eu to darei.
Na teologia bíblica, tem-se por técnica de “sanduíche” a modalidade redacional muito usada no evangelho segundo Marcos em que determinada história é abruptamente interrompida por uma segunda, com posterior retomada daquela primeira. Essa técnica segue a fórmula A-B-A, em que a narrativa B serve de chave teológica para compreensão adequada das metades que a ladeiam.
Recorde-se que a cura da filha de Jairo foi repentinamente suspensa para dar espaço à cura da mulher do fluxo de sangue, demandando de Jairo o exercício de uma fé diferenciada (Mc 5.22-43). São pelo menos nove ocorrências dessa técnica ao longo do evangelho de Marcos (mais algumas: 3.20-35; 11.12-21; 14.1-11).
Na seção bíblica em estudo, o tema principal da missão dos apóstolos (v. 7-13) é pausado para ceder ao relato de João Batista e Herodes (v. 14-29), sendo depois retomado (v. 30-44).

 

 

III. A INCREDULIDADE DOS DISCÍPULOS (Mc 6.30-56)

1. Ao alimentar cinco mil homens (Mc 6.37)
Porém ele lhes respondeu: Dai-lhes vós mesmos de comer. Disseram-lhe: Iremos comprar duzentos denários de pão para lhes dar de comer?
Na ocasião, os doze retornam com êxito de sua missão evangelística (v. 7-13), porém exaustos, pelo que Jesus os convida para, de barco, irem a um lugar isolado a fim de descansarem (v. 30-32). Mas a oportuna pausa para recuperar forças físicas e mentais não vinga: uma multidão, a pé, chega antes ao local, demandando atenção e cuidado (v. 33).
Neste ponto, há uma forte diferença entre as reações de Jesus e de seus discípulos: ao invés de os encararem como invasivos ou impertinentes, Jesus os viu como “ovelhas que não têm pastor”, passando a “ensinar-lhes muitas coisas” (v. 34). Todavia, ao final da tarde, seus discípulos demonstram impaciência: recomendam que a multidão seja liberada, mesmo cansada e faminta (v. 35-36).
“Dai-lhes vós mesmos de comer” – desafiou-os, porém, Jesus (v. 37). Diante da postura incrédula de seus seguidores mais próximos, Jesus opera mais um milagre e todos participam de um farto banquete (v. 38-44). Mesmo o círculo mais íntimo do Servo não estava imune à incredulidade e impa ciência, posturas opostas ao verdadeiro amor (1Co 13.4-8).

 

2. Ao andar sobre as águas (Mc 6.50)
Pois todos ficaram aterrados à vista dele. Mas logo lhes falou e disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!
Os discípulos serão submetidos a outro teste de fé: agora, sem a companhia de Jesus. Desta feita, o Mestre sobe a um monte para orar e os discípulos, por orientação do próprio Jesus, seguem de barco rumo a Betsaida (v 45-47). Todavia, o tempo passa bastante (já era a “quarta vigília da noite”: das três às seis da manhã) e os discípulos não conseguiram desenvolver a viagem, pois o vento lhes era forte e contrário (v. 48).
Percebendo o fracasso dos discípulos em vencer mais esse desafio espiritual, Jesus anda por sobre as águas e se aproxima do barco para resolver a situação, mas, ao vê-lo, os discípulos gritam de assustados, imaginando se tratar de um fantasma (v. 49). “Sou eu. Não temais” – disse Jesus. E logo subiu ao barco e o vento cessou, deixando-os atônitos (v. 50-51).
Cegueira e incredulidade: marcas dos corações não apenas dos opositores de Cristo (Mc 3.5; 10.5), mas também, incrivelmente, de seus próprios embaixadores (v. 52; Mc 8.16-18).

 

3. O exemplo de fora (Mc 6.56)
Onde quer que ele entrasse nas aldeias, cidades ou campos, punham os enfermos nas praças, rogando-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste; e quantos a tocavam saíam curados.

Quando Jesus e seus discípulos desembarcam nas planícies férteis de Genesaré, o povo se mobiliza para trazer seus enfermos às praças, os quais desejam apenas um toque na orla da veste do Servo de Deus. A fé desse povo era tão viva e intensa – talvez inspirada na experiência da mulher do fluxo de sangue (Mc 5.28) – que, verdadeiramente, todos que a tocavam saíam curados (v. 56).
Marcos utiliza mais um valioso contraste: à surpreendente incredulidade do círculo mais íntimo de Jesus segue-se a abundante fé daqueles mais afastados. O contato com a fé pura e exemplar de pessoas simples e anônimas era uma preciosa fonte de aprendizado para os discípulos – que, como vimos, ainda estavam em processo de cura de seus próprios corações (v. 52).

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Examinemos, corriqueiramente, os nossos corações. Em nossos testes de fé, devemos tirar os olhos das circunstâncias e sempre confiar em nosso Salvador.

 

RESPONDA:

1) Em Nazaré, por que Jesus curou poucos enfermos e não fez milagres?

2) Herodes Antipas era chamado de “rei” (Mc 6.14). Porém, como autoridade romana, segundo a lição, qual era o seu verdadeiro título?

3) Segundo a lição “a quarta vigília da noite” (Mc 6.48) equivaleria a que horário?

 

 

COMENTÁRIOS:

6.2,3 – Jesus ensinava sabia e eficientemente, mas as pessoas de sua cidade consideravam-no apenas um carpinteiro. Perguntavam: “De onde lhe vem essas coisas? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos?” Sentiam-se ofendidos por outras pessoas se impressionarem com Jesus e seguirem-no. Rejeitavam a autoridade dEle porque o consideravam igual a todos daquela cidade. Pensavam que o conheciam, mas suas preconcebidas noções a respeito de quem Jesus era tornou impossível aceitarem sua mensagem.

Não deixe que os preconceitos o tornem uma pessoa cega em relação a verdade. À medida que aprender mais a respeito de Jesus, procure enxergá-lo como Ele realmente é.

6.4 – Jesus disse que um profeta, um servo de Deus. nunca é respeitado em sua própria terra. Mas isso não diminui a importância de seu trabalho. Uma pessoa não precisa ser respeitada ou reverenciada para ser útil a Deus. Se amigos, vizinhos ou

membros da família não respeitam seu trabalho cristão, não deixe que essa rejeição o impeça de servir a Deus.

6.5 – Jesus poderia ter feito milagres maiores em Nazaré, mas preferiu não os fazer por causa do orgulho e da incredulidade do povo. As maravilhas que realizou ali tiveram pouco efeito sobre as pessoas, porque não aceitaram sua mensagem e não creram que Ele fora enviado por Deus. Por isso. Jesus dirigiu-se para outro lugar a procura daqueles que respondessem as evidências dos milagres por Ele operados e a sua mensagem.

6.7 – Os discípulos foram enviados de dois em dois. Individualmente, poderiam ter alcançado mais regiões do país, mas este não era o plano de Cristo. Uma das vantagens de viajarem aos pares era que podiam fortalecer e encorajar-se mutuamente, especialmente quando enfrentassem a rejeição por parte das pessoas.

Nossa forca vem de Deus, mas Ele atende muitas de nossas necessidades por meio do trabalho em equipe. Ao servir a Cristo, não procure fazê-lo sozinho.

6.8,9 – Marcos registrou que os discípulos receberam instruções para levarem consigo apenas seus cajados, enquanto Mateus e Lucas registraram que nada levassem. Uma possível explicação e que Mateus e Lucas se referissem a um bastão usado para proteção, enquanto Marcos talava sobre o cajado de pastor. Nos dois casos, o tema nos três relatos é basicamente o mesmo – os discípulos deveriam partir imediatamente, sem nenhuma intensa preparação, confiando mais no cuidado de Deus do que em seus próprios recursos.

6.11 – Os judeus piedosos costumavam sacudir a poeira de seus pés depois de atravessarem cidades ou territórios gentílicos, para mostrar que haviam se separado tanto da influência como das práticas pagas. Ao sacudirem a poeira dos seus pés, depois de abandonar uma cidade judaica, os discípulos indicavam seu desejo de permanecerem separados do povo que havia rejeitado Jesus e sua mensagem. Jesus deixou bem claro que todos que ouvirem o evangelho serão responsáveis pelo que fizerem com a mensagem. Os discípulos não seriam culpados caso ela fosse rejeitada, desde que a tivessem pregado fiel e diligentemente. Não somos responsáveis quando alguém rejeita a salvação de Cristo, mas certamente temos a responsabilidade de comunicar as Boas Novas de maneira clara e fiel.

6.14,15 – Herodes e muitos outros queriam saber quem Jesus realmente era. Incapazes de aceitar a afirmação de Jesus de que era o Filho de Deus, muitas pessoas inventavam uma explicação para o poder e a autoridade dEle Herodes pensava que Jesus fosse Joao Batista ressuscitado, enquanto aqueles que estavam familiarizados com o AT pensavam que era Elias (Ml 4.5). Outros acreditavam que Jesus era um mestre profeta. conforme a tradição nos livros de Moises, Isaias ou Jeremias. Atualmente, as pessoas precisam decidir a respeito de Jesus. Alguns pensam que, se puderem identificá-lo por meio de certos adjetivos — profeta, mestre, bom homem – poderão enfraquecer o poder da reivindicação dEle sobre a vida do cada um. Mas aquilo que pensam não muda a verdadeira identidade de Jesus.

6.17-19 A Palestina era dividida em quatro territórios, cada um deles com seu próprio governante. Herodes Antipas, chamado de Herodes no Evangelho, era o governante da Galileia: seu irmão Filipe governava Traconites e Itureia. A mulher de Filipe era Herodias, mas ela o deixou para casar-se com Herodes Antipas.

Quando João confrontou os dois por terem cometido adultério, Herodias elaborou uma conspiração para matá-lo. Ao invés de tentar livrar-se de seu pecado. Herodias tentou livrar-se daquele que a trouxe a atenção pública. Isso e exatamente o que os líderes religiosos estavam tentando fazer com Jesus.

6.20 – Herodes mandou prender João Batista sob a pressão de sua mulher e dos seus conselheiros. Embora respeitasse a integridade de Joao. no final. Herodes mandou matá-lo por causa da pressão de sua família e de seus amigos. Nossas atitudes, sob pressão, frequentemente demonstram quem realmente somos.

6.22,23 – Como um governante sob a autoridade romana, Herodes não tinha um reino. Assim, ofertar até a metade do seu reino foi a forma de dizer que ele daria a filha de Herodias quase tudo que ela pedisse. Após esta palavra, Herodes ficaria muito constrangido na presença de seus convidados se negasse o pedido da filha de Herodias. As palavras são poderosas porque podem levar a grandes pecados, portanto devemos usa-las com muito cuidado.

6.30 – Marcos usou o termo “apóstolo” aqui e em Marcos 3.14. A palavra significa “enviado, mensageiro, agente autorizado ou missionário”. Apóstolo tornou-se o título oficial dos 12 discípulos de Jesus depois de sua morte e ressurreição (At 1.25,20; Ef 2.20).

6.31 – Quando os discípulos retornaram de sua missão, Jesus levou-os para descansar. Fazer a obra de Deus e muito importante, mas Jesus reconheceu que. para faze-la com eficiência, precisamos de um descanso periódico e de renovação. Entretanto, Jesus e seus discípulos nem sempre conseguiam facilmente o descanso de que necessitavam!

6.34 Essa multidão era tão digna de pena como um rebanho sem pastor. As ovelhas facilmente se desgarram e. sem um pastor, ficam em grande perigo. Jesus ora o Pastor que podia ensinar tudo o que precisavam saber para não se desgarrarem de Deus. Para obter mais informações sobre o Bom Pastor, veja os seguintes textos: Salmo 23. Isaias 40.11. Ezequiel 34.5ss e João 10.11-16.

6.37 – Neste capitulo, vemos que diferentes pessoas haviam examinado a vida e o ministério de Jesus, sua família, seus vizinhos, o rei Herodes e os discípulos. No entanto, nenhum deles avaliou com precisão quem Ele realmente era. Os discípulos ainda estavam formando opinião, muito confusos e descrentes.

Não percebiam que Jesus podia cuidar deles. Estavam tão preocupados com a dimensão da tarefa que não conseguiam enxergar que tudo e possível com Deus. Será que você deixa algo que parece impossível impedir a sua fé?

6.37-42 Quando Jesus pediu a seus discípulos que providenciassem alimento para mais de cinco mil pessoas, eles ficaram admirados e disseram que seria necessária uma pequena fortuna para alimentar tal multidão. Como você reage quando recebe uma tarefa aparentemente- impossível de ser realizada? Uma situação que parece impossível de ser solucionada com os recursos humanos representa uma oportunidade para Deus. Os discípulos fizeram tudo que podiam ao reunir o alimento disponível e organizar as pessoas em grupos. Então, em reposta a uma oração. Deus fez o impossível. Quando estiver a frente de uma tarefa muito difícil, faça o que for possível e peca a Deus para fazer o restante. Ele terá prazer em realizar o impossível.

6.49 Os discípulos ficaram surpresos ao ver Jesus caminhando sobre as águas. Mas deveriam saber que Ele os ajudaria quando estivessem em dificuldades. Embora tivessem perdido Jesus de vista. Ele não os perdeu. Sua preocupação com os discípulos venceu a ‘alta de fé que demonstraram. Da próxima vez que estiver em “águas profundas”, lembre-se que Cristo conhece sua luta e se preocupa com você.

6.49.50 Os discípulos tinham medo. mas a presença de Jesus acalmou seus temores E nós, tentamos resolver sozinhos os problemas ou permitimos que Jesus nos ajude? Em ocasiões de medo e de incerteza e muito tranquilizador saber que Cristo está sempre conosco (Ml 28.20). Reconhecer a presença de Cristo é o melhor antidoto para o medo.

6.52 Os discípulos talvez tenham se recusado a crer porque: 1) não podiam aceitar o fato de que o ser humano chamado Jesus era realmente o Filho de Deus; (2) não ousavam crer que o Messias os escolheria como seus seguidores (era bom demais para ser verdade): e (3) ainda não compreendiam o verdadeiro propósito da vinda de Jesus a terra. A descrença deles tomou a forma de um mal-entendido. Mesmo depois de ver que Jesus milagrosamente alimentou mais de cinco mil pessoas, os discípulos não conseguiram acreditar que Ele era o Filho de Deus. Se tivessem crido, não se teriam admirado ao verem Jesus caminhar sobre as águas. Os discípulos ainda não haviam assimilado o que conheciam a respeito de Jesus. O mesmo ocorre conosco. Sabemos que Ele caminhou sobre as águas, mas ainda assim, muitas vezes ficamos maravilhados com as coisas que Jesus e capaz de fazer em nossa vida.

Devemos não só crer que os milagres realmente aconteceram, como também aplicar o conhecimento que temos sobre a ação de Jesus as situações que enfrentamos em nosso dia a dia.

6.53 Genesaré era uma planície pequena e fértil, localizada na parte ocidental do mar da Galileia. Cafarnaum, a cidade onde Jesus morou, ficava na extremidade norte desta planície.