Lição 8 – Ester 3 e 4 – A Trama de Hamã Contra os Judeus

LIÇÃO 8 – ESTER 3 e 4 – A TRAMA DE HAMÃ CONTRA OS JUDEUS

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Ester 3 e 4 há 23 e 17 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Ester 3.1- 6 e 4.12-17 (5 a 7 min.).

Comece a sua aula fazendo um ligeiro comentário sobre o ódio, que é um sentimento negativo, que enraizado em nossa mente causa angústia e dores. Por qual razão teríamos maior facilidade em perpetuar iras e ódios do que em cultivar amor e compaixão? Talvez, em parte, isto se deva ao fato de a afeição humana ser absolutamente suscetível a humilhações, decepções, importunações e ameaças. Quando a ira ou o ódio encontram abrigo em nossa mente e coração, o desafio pode ganhar contornos absurdos e despropositados, pois as atitudes daqueles que despertam tais emoções em nós são determinantes para que elas sejam extintas ou perpetuadas. Veja o caso de Hamã, em seu ódio cruel contra Mordecai e o povo judeu.

 

OBJETIVOS

  • Compreender que o ódio pode ter consequências desastrosas.
  • Entender a tragédia que se abateria sobre a comunidade judaica pela prepotência e ódio de um inimigo.
  • Perceber a providência divina na decisão de Ester em arriscar-se pelo seu povo.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Após fazer um ligeiro comentário sobre o ódio, um sentimento negativo, que enraizado em nossa mente causa angústia e dores, pergunte: Por qual razão teríamos maior facilidade em perpetuar iras e ódios do que em cultivar amor e compaixão? Talvez, em parte, isto se deva à crença de que a afeição nos deixa vulneráveis ao próximo? Por que então a ira ou o ódio encontram abrigo em nossa mente e coração? As atitudes daqueles que despertam tais emoções em nós são determinantes para que elas sejam extintas ou perpetuadas? O caso de Hamã em seu ódio cruel contra Mordecai e o povo judeu poderia nos ensinar alguma coisa?

 

RESPOSTAS

1)   Hamã.

2)   O extermínio de todos os judeus.

3)   Vestiu-se de pano de saco.

 

LEITURA ADICIONAL

A comunicação entre a rainha e Mordecai precisava se dar através de mediadores, mesmo quando se estava discutindo um assunto tão secreto como este aqui registrado. É impressionante a total confiabilidade de Hatá, o eunuco real, e contrasta com a traição de Bigtã e Teres (2.21).

Os que serviam Ester tinham conhecimento dos laços que a ligavam a Mordecai, mas não deviam saber que eles eram parentes, e o decreto que era o assunto da cidade evidentemente ainda era desconhecido no palácio (6-8). Quando Ester ficou sabendo que Mordecai estava se lamentando, presumiu que alguma perda material havia ocorrido, e por isso mandou-lhe roupas novas para vestir; mas a sua dor não foi aplacada assim tão facilmente. Podem estar certos os comentaristas que argumentam que a intenção de Ester em enviar roupas a Mordecai era para que ele pudesse qualificar-se para entrar no palácio, mas naquele caso a sua recusa em aceitá-las teria sido extremamente descortês. Não obstante, estaria em consonância com a sua inépcia que causara a crise, para começar. […]

Não há nada de privado em relação à reunião entre Hatá e Mordecai, que teve lugar na praça da cidade, além das portas do palácio, onde todos se congregavam.

Mordecai não hesitou em dar todas as informações exatas, com especial atenção à persuasão financeira que Hamã havia oferecido ao rei. Conquanto fosse indubitavelmente rico, Assuero assim mesmo reagia às promessas de riqueza ainda maior, embora tivesse repudiado (3.11). A traição de pessoas em troca de dinheiro sempre fora particularmente repugnante (nunca tanto quanto a traição de Jesus por Judas) e podia-se contar que Ester iria reagir com ressentimento apaixonado. Uma cópia do decreto silenciaria todas as dúvidas a respeito da exatidão da informação e suscitaria a interrogação: O que devia ser feito? Será que o decreto fora pregado no muro da cidade, para que todos o vissem e lessem?

As últimas palavras de Mordecai foram uma ordem para que ela usasse a sua influência junto ao rei em favor do seu povo. Ele ainda lhe disse o que fazer, embora ela fosse rainha. Minúcias como esta, que acontecem na vida, dão à narrativa grande conteúdo humano.

Livro: Ester: Introdução e comentário. (Baldwin, Joyce G. Série Cultura Cristã. SP: Vida Nova, 2011, p.69,70).

 

Texto Áureo

“Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?” Et 4.14

 

 

Verdade Prática
Deus é fiel no cumprimento de todas as Suas alianças e promessas para com aqueles que o temem e guardam Seus mandamentos.

 

Estudada em 22 de agosto de 2021

 

Leitura Bíblica Para Estudo: Ester 3.1-11; 4.12-17

 

INTRODUÇÃO

 

I. TRAMA DE HAMÃ Et 3.1-11
1. Mordecai não se dobra a Hamã Et 3.2
2. O rancor de Hamã Et 3.5
3. Hamã autorizado pelo rei Et 3.11


II. DECRETADA MORTE DOS JUDEUS Et 3.12-15

1. O edito é publicado Et 3.12
2.  O dia da vingança racial Et 3.13
3.  O desdém do rei e de Hamã Et 3.15

 

III. MORDECAI E ESTER Et 4.1-17
1. Angústia e desgosto Et 4.1
2.Um apelo a Ester Et 4.14
3. Ester concorda em interceder Et 4.16


APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 372 – 459 

 

INTRODUÇÃO

Deus está operando por trás das cortinas. Apenas um Ser com tal graça e sabedoria protegeria uma órfã esquecida, uma menininha que perdera a mãe e o pai. Só essa Providência atuaria na vida de um pobre judeu deportado no poderoso império medo-persa, onde o cruel e cobiçoso Hamã tramava para matar todo o povo judeu.

 

I. A TRAMA DE HAMÃ (Et 3.1-11)

1. Mordecai não se dobra a Hamã (Et 3.2)

“Todos os servos do rei, que estavam à porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o rei a respeito dele. Mordecai, porém, não se inclinava, nem se prostrava.”

Hamã é introduzido abruptamente na história, guindado à posição de grão-vizir (primeiro ministro), a quem oficiais inferiores tinham de prestar obediência.

Os empregados do rei estavam de serviço à porta dele e os altos oficiais deveriam receber o respeito de outros oficiais, pelo que, deixar de prestar obediência e reconhecer a posição exaltada de Hamã, era o mesmo que opor-se ao rei. Mordecai alegou aos servos do rei, quando questionado, que era judeu e, assim, pode não ter conseguido prestar esse respeito a uma pessoa que era sua inimiga ancestral (Et 3.3).

Na verdade, não há nada que indique que Mordecai estava certo ou errado nessa atitude. Aparentemente, Mordecai não se curvava perante Hamã porque este reivindicava para si alguma honra divina, como faziam os reis persas. Judeu leal, Mordecai não podia dar tal honra a um homem.

 

2. O rancor de Hamã (Et 3.5)
“Vendo, pois, Hamã que Mordecai não se inclinava, nem se prostrava diante dele, encheu-se de furor.”

A recusa de Mordecai, dia após dia, em curvar-se a Hamã, o deixou com tanto ódio e, tal foi a insana ira contra o subalterno e sua insubordinação, que ele pensou que não seria suficiente atacá-lo, humilhá-lo e expulsá-lo do serviço real, ou mesmo executá-lo. Então, ele planejou envolver toda a comunidade judaica e cometer genocídio. Todos os judeus espalhados pelo império persa sofreriam as consequências da atitude de um só homem.

 

3. Hamã autorizado pelo rei (Et 3.11)

“E lhe disse: Essa prata seja tua, como também esse povo, para fazeres dele o que melhor for de teu agrado.”

Com o coração pesado de ódio, tendo já deliberado varrer todos os judeus do império, Hamã encontra-se com o rei e lhe diz: “Existe espalhado e dividido entre os povos em todas as províncias do teu reino um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as leis do rei; pelo que não convém ao rei deixá-lo ficar. Se bem parecer ao rei, escreva- se que os matem.” (Et 3.8,9).

Hamã sequer menciona o povo pelo nome, nem conta ao rei sua briga pessoal com Mordecai. Ele faz três acusações contra os judeus: (1) Um povo espalhado pelo império medo-persa (pois muitos judeus não retornaram a Jerusalém). (2) Cujas leis são diferentes (isso não era incomum no império persa, que incluía e era tolerante em relação a muitos grupos minoritários). (3) Não cumpre as leis do rei (mas tal acusação condenatória era inverídica). E para convencer o rei, Hamã o lembra de que as propriedades confiscadas das vítimas aumentariam o tesouro real e ainda mais dez mil talentos de prata, valor equivalente a aproximadamente 25 milhões de reais. Custaria muito dinheiro obter a ajuda de tanta gente disposta a executar as comunidades dos judeus. Mas Hamã alegrava-se por pagar a empreitada com o próprio dinheiro, tão ansioso estava para que a tarefa fosse cumprida.

 

II. DECRETADA A MORTE DOS JUDEUS (Et 3.12-15)

1. O edito é publicado (Et 3.12)
“Chamaram, pois, os secretários do rei, no dia treze do primeiro mês, e, segundo ordenou Hamã, tudo se escreveu aos sátrapas do rei, aos governadores de todas as províncias e aos príncipes de cada povo; a cada província no seu próprio modo de escrever e a cada povo na sua própria língua. Em nome do rei Assuero se escreveu, e com o anel do rei se selou.”

Sem nem mesmo perguntar quem eram estas pessoas a quem Hamã se referia, o rei aprova o plano. A decisão foi registrada em um decreto legal, traduzido para várias línguas, de modo que ninguém pudesse ler erroneamente a declaração, cujo original, provavelmente, estava em aramaico, a língua falada na época. O edito foi dado aos príncipes das províncias, garantindo sua distribuição em todos os lugares do reino. A marca do anel de sinete equivale à de uma assinatura nos dias de hoje (1Rs 21.8).

 

2. O dia da vingança racial (Et 3.13)
“Enviaram-se as cartas, por intermédio dos correios, a todas as províncias do rei, para que se destruíssem, matassem e aniquilassem de vez a todos os judeus, moços e velhos, crianças e mulheres, em um só dia, no dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar, e que lhes saqueassem os bens.”

Obtida a aquiescência do rei, registrado o edito, Hamã define a data do extermínio dos judeus – onze meses à frente. A conspiração para matar os judeus incluía os de todas as idades e de ambos os sexos. O mês de adar corresponde a fevereiro e março em nosso calendário e no décimo terceiro dia desse mês todos os judeus que moravam na circunscrição do império medo-persa deveriam ser exterminados (Et 3.7; 8.12).

Para que a mensagem chegasse com rapidez às mais diversas províncias, ou satrapias, foi acionado o famoso sistema postal do império. Os correios eram mensageiros reais estacionados em vários pontos situados às margens das principais estradas, os quais transportavam as mensagens a cavalo. As cartas, na antiguidade, eram escritas em tabletes de argila ou em pergaminho preparado com peles de animais, e enviadas a grandes distâncias rapidamente. Os mensageiros saíram às pressas, pois Hamã tinha urgência em que o edito chegasse logo aos destinatários. “Tais cartas encerravam o traslado do decreto para que se proclamasse a lei em cada província; esse traslado foi enviado a todos os povos para que se preparassem para aquele dia” (Et 3.14).

 

3. O desdém do rei e de Hamã (Et 3.15)
“Os correios, pois, impelidos pela ordem do rei, partiram incontinenti, e a lei se proclamou na cidadela de Susã; o rei e Hamã se assentaram a beber, mas a cidade de Susã estava perplexa”.

Era, no mínimo, um comportamento desumano do rei e Hamã que, após enviarem as cartas, assentaram-se a beber. Eles se mostraram indiferentes diante do desastre que se abateria sobre um povo inteiro. Mas os habitantes da capital, Susã, estavam perplexos.

Por outro lado, a providência divina é vista com clareza no fato de que há um prazo de onze meses até a execução do decreto. A mão invisível de Deus agia controlando até a data escolhida para dar tempo de impedir a sandice de Hamã.

O povo, porém, não compartilhava dessa indiferença demonstrada pelo rei e Hamã para com a sorte de seus vizinhos e amigos judeus e não tinha testemunhado nenhum sinal de rebeldia da parte deles. A população, em geral, refletia os sentimentos de temor, ultraje e consternação dos judeus.

 

 

III. MORDECAI E ESTER (Et 4.1-17)

1. Angústia e desgosto (Et 4.1)
“Quando soube Mordecai tudo quanto se havia passado, rasgou as suas vestes, e se cobriu de pano de saco e de cinza, e, saindo pela cidade, clamou com grande e amargo clamor.”

A forma como Mordecai tomou conhecimento de todos os detalhes da transação – todas as propriedades dos judeus e mais a quantia prometida ao rei, de 10 mil talentos de prata, valor aproximado de 25 milhões de reais -, e não somente o decreto publicado, não nos é revelada. Possivelmente os amigos que ele tinha na corte colocaram-no a par do que estava acontecendo. E não poderia ter sido outra a sua reação: vestiu-se de pano de saco, cobriu-se de cinza, rasgou a própria roupa e chorou amargurado. Vestir-se de saco com cinza era um sinal ostensivo de luto; demonstrava uma intensa desolação.

Apesar de Mordecai ter acesso à propriedade real, não podia entrar com essas roupas. Aparentemente, estar vestido de pano de saco tornava a pessoa cerimonialmente impura e, por isso, impossibilitada de entrar na corte. Grande era a dor que Mordecai experimentava na sua alma pela possibilidade de ver seu povo erradicado naquelas circunstâncias.

 

2. Um apelo a Ester (Et 4.14)
“Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?”.

Seria no mínimo ingênuo pensar que na corte a relação entre Ester e Mordecai não fosse notada. Os servos de Ester, portanto, informaram-lhe a respeito da condição triste de Mordecai. Ester ficou muito condoída pelo aspecto de Mordecai, embora ainda não imaginasse os motivos dele (Et 4.5).

Ester fez o que pôde, enviando uma muda limpa de roupa, para que ele se visse livre daqueles trajes de pano de saco. Mas ele recusou a gentileza. Então Ester envia seu eunuco guardião a fim de saber o que estava acontecendo para que seu primo procedesse daquela forma.

Hatá saiu à praça da cidade para encontrar-se com Mordecai e este não ocultou nenhuma das informações necessárias, enviando para Ester o traslado do decreto escrito; e Hatá levou um relatório completo a Ester. Mordecai pede a Ester que vá até o rei e implore que ele tenha misericórdia do seu povo.

Neste ponto, o rei não parece saber que esta lei é contra os judeus, nem que Ester é judia. Mas Ester se recusa, lembrando a seu primo a lei persa que permite que o rei execute qualquer pessoa que entre em sua presença sem ser convidada. O argumento de Mordecai era persuasivo, pois ele claramente conclui que a ascensão dela ao trono foi providência divina: “Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis, e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?” (Et 4.14).

 

3. Ester concorda em interceder (Et 4.16)
“Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais, nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci

A relutância de Ester trouxe uma afirmação de fé do judeu Mordecai. Apesar de Deus permanecer não mencionado, Mordecai está sem dúvida lembrando-se das promessas do Senhor a Abraão e a Davi, que não poderiam ser cumpridas se os judeus fossem exterminados. E foi com autoridade e firmeza que relembra a Ester o percurso para ela chegar até o trono.

Diante da forte argumentação de Mordecai, Ester concorda em correr o risco e interceder, com a condição de que ele convocasse todos os judeus da cidade para que jejuassem durante três dias por ela. Ir ao encontro do rei poderia significar a morte dela. Mas manter-se quieta significava morte certa. Ester está buscando a ajuda divina.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Ante a ameaça de Hamã, Mordecai cria na obra providencial de Deus ao dirigir as circunstâncias da vida. Sabendo que Deus é fiel no cumprimento de todas as Suas alianças e promessas feitas a Abraão, entendia que não poderiam ser cumpridas se os judeus fossem exterminados.

 

RESPONDA

1) Qual o nome do grão-vizir do rei Assuero que era inimigo declarado dos judeus?

2) Qual a sentença do rei Assuero contra os judeus?

3) O que fez Mordecai diante do decreto do rei Assuero?