Lição 9: Hebreus 12: Olhando Para o Autor e Consumador da Nossa Fé

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Hebreus 12 há 29 versos. Sugerimos começar a aula lendo, mm todos os presentes, Hebreus 12.1-17 (5 a 7 min.).

Este capítulo começa com a expressão: “Portanto nós também…”. Isso liga o capítulo 12 ,io versículo 40 do capítulo 11, no qual o autor afirma que “Eles sem nós, não são aperfeiçoados”.
Devemos enfatizar essa ligação e definir os termos usados neste capítulo: “nuvem de testemunhas”, “embaraço”, “santificação”, “primogenitura”, “Monte Sião”, “cidade do Deus vivo”, “Jerusalém celestial”, etc. Fica evidente a comparação entre os crentes do capítulo anterior e a igreja atual.

 

OBJETIVOS
– Ressaltar o valor da perseverança.

– Direcionar o nosso olhar para a pessoa de Cristo.

– Valorizar a disciplina cristã.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Faça uma breve reflexão com os alunos, que servirá como um “quebra-gelo”, introduzindo a seguinte pergunta: “O que você considera embaraço na vida espiritual?”.
Deixe-os à vontade para opinar e depois faça as suas próprias considerações. Em seguida, ore pelos alunos e peça que um deles ore por você.
Como o autor de Hebreus, estimule-os a perseverar, com disciplina, olhando sempre para Jesus e não para os problemas.

 

RESPOSTAS 
– Os heróis da fé.
– Resiliência.
– Esaú.

 

LEITURA ADICIONAL

Um contraste a compreender (12.18-24)
O autor contrasta, aqui, o monte Sinai com o monte Sião, a lei com a graça, a Antiga Aliança com a Nova Aliança. Duas verdades são aqui destacadas. Em primeiro lugar, devemos olhar para cima e contemplar a Jerusalém celestial (12.18- 24). Embora o nome do monte não seja aqui mencionado, sabemos que se trata do Sinai. Voltemos, portanto, nossos olhos para o monte Sinai (12.18-21).
Esse relato pode ser visto em Êxodo (19.9-25; 20.18-21), e Deuteronômio (4.10-24; 5.22-27). A descrição do Sinai flamejante enfatiza seu aspecto físico: o fogo, as trevas, a tempestade, o clangor da trombeta. Para Turnbull, o que mais impressiona nessa cena aterradora do Sinai fumegando é a absoluta majestade de Deus e a absoluta inacessibilidade de Deus. Ele se encontra no cume do monte, no meio do fogo, da fumaça, da forte escuridão e do ruído aterrador, enquanto o povo, abalado pelo terror, nem sequer ousava tocar o pé do monte sob pena de morte. De que maneira mais dramática podia Deus ter indicado a sua inacessibilidade ao povo? Debaixo do Velho Concerto, diz o autor, a presença de Deus está cercada das mais tremendas ameaças, de modo que ninguém ousaria aproximar-se. Nas palavras de Henrichsen, “a lei do Sinai produziu um relacionamento de medo”. Duas coisas são destacadas nessa cena terrificante do Sinai: a voz divina era esmagadora, e a presença de Deus era inacessível.
No Sinai, Deus falava com voz audível, inteligível, e o povo apavorado implorava que ele passasse a falar somente através de um mediador. Até mesmo Moisés teve medo e tremeu. Até mesmo se um animal se aproximasse, seria morto! Agora, em contraste, voltemos nossos olhos para o monte Sião (12.22-24). Enquanto o Velho Concerto impedia que o homem chegasse à presença de Deus, o Novo Concerto nos leva para dentro do próprio céu, à presença dos anjos e dos mortos bem-aventurados, à presença de Deus e do seu Filho, cujo sangue possibilitou a nossa entrada (Ap 7.15-17; 21.2-4).
Debaixo do velho concerto, temos o terror, o juízo, a completa separação da presença de Deus; debaixo do novo concerto, porém, temos a suprema manifestação da graça divina e a vida na imediata presença de Deus. Portanto, convinha-lhes romper com tudo quanto os prendia no judaísmo e aceitar o cristianismo de modo pleno e final. É assim que o autor argumenta com seus leitores.
Livro: Hebreus, A Superioridade de Cristo (Hernandes Dias Lopes. São Paulo, Hag- nos, 2018, pgs. 173,174).

 

Estudada em 29 de maio de 2022

 

Texto Áureo
“(Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.” Hb 12.2

 

Verdade Prática
Fixando os olhos em Jesus e desviando-os das circunstâncias, de nós mesmos e das outras pessoas, alcançaremos a vitória.

 

LIÇÃO 9:  HEBREUS 12: OLHANDO PARA O AUTOR E CONSUMADOR DA NOSSA FÉ

 

Leitura Bíblica Para Estudo Hebreus 12.1-17

 

INTRODUÇÃO

 

I. A ATITUDE DO CRISTÃO Hb 12.1-4
1. Deixar o embaraço e pecado Hb 12.1a
2. Correr com perseverança Hb 12.1b
3. Olhar para Jesus Hb 12.2

 

II. A DISCIPLINA CRISTÃ Hb 12.5-13
1. Prevista na Escritura Hb 12.5
2. Prova que somos amados Hb 12.6
3. Visa um nobre propósito Hb 12.10

 

III. A DECISÃO DO CRISTÃO Hb 121+29
1. Ser santo e evitar a amargura Hb 12.14
2. Valorizar as coisas espirituais Hb 12.16
3. Não rejeitar a oferta de Deus Hb 12.25

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 20 – 400

 

INTRODUÇÃO
Chegamos ao penúltimo capítulo de Hebreus. A forma como ele começa (“portanto”) deixa claro que a “grande nuvem de testemunhas” são os exemplos de fé do capítulo anterior. Eles servem como inspiração, mas há coisas melhores ou superiores pela frente (11.40).

 

I. A ATITUDE DO CRISTÃO (Hb 12.1-4)
Se todos os heróis do capítulo anterior já chegaram, nós também chegaremos. Mas são necessárias algumas atitudes.

1. Deixar o embaraço e pecado (Hb 12.1a)
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia.”
De modo sábio, o escritor sagrado mostra a diferença entre o Velho e o Novo Pacto. Os heróis do passado agora são colocados como espectadores, ao passo que os cristãos estão na arena. O autor tem em mente uma corrida. A figura usada pelo escritor é tirada da rigorosa e conhecida vida dos atletas gregos. Nada que acrescenta peso pode ser mantido. O atleta precisa se desfazer de tudo, exceto o mínimo essencial. Nesse aspecto, há a necessidade de abrir mão dos embaraços e estorvos. Nenhum corredor pode conviver com pesos supérfluos, pois isso vai atrapalhar sua desenvoltura. O que atrapalha precisa ser deixado de lado.
Espiritualmente, tanto o embaraço como o pecado nos faz correr mais lentamente, portanto fora com eles. Fica claro que o maior e principal empecilho que o autor tem em mente é o pecado que nos assedia (espreita como um caçador). Esse sim é carga mais pesada. Mas a expressão “embaraço” também não deve ser desprezada. Diferente do pecado, o embaraço pode não ser algo necessariamente ruim em si, mas que vai dificultar nossa desenvoltura e agilidade na corrida. Há amizades, lugares e hábitos que são embaraços.

 

2. Correr com perseverança (Hb 12.1b)
“Corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta”
Seguindo a metáfora escolhida, o escritor sagrado vai nos lembrar do valor da perseverança. Nenhuma pessoa que conheça minimamente um pouco sobre jogos olímpicos discorda do alto valor da perseverança. O lançar fora dos fardos desnecessários (sejam pecados ou embaraços) agora provam seu valor. Nenhum atleta ganha nada sem decisão, renúncias e perseverança. O mesmo ocorre na vida cristã. A persistência precisa ser mantida do começo ao fim da corrida, sem tréguas, nem distrações. O autor, usando a primeira pessoa do plural, coloca-se no mesmo nível dos leitores. Também faz parte da maratona.
Essa mesma palavra foi usada em 10.36 para dizer que sem perseverança ninguém alcançará a promessa. Perseverança é “aguentar oh pressão”, “continuar quando as coisas estão difíceis”. A palavra usa- i Ia traz a ideia de “agonia”. Os leitores originais estavam passando por provações e, embora nenhum ainda fora chamado para morrer por Cristo, eles estavam sendo tentados a desistir O escritor exorta-os: “aguentem firmes, não desistam”. “Por que vocês desistiriam se outros não desistiram mesmo tendo que morrer?” (12.4).

 

3. Olhar para Jesus (Hb 12.2)
“Olhando firmemente para o Autor r Consumador da fé, Jesus, o qual, cm troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.”

Como argumento central o autor diz que devemos olhar para Jesus. A imagem pretendida é linda demais! () escritor parece colocar Jesus na linha de chegada como que dizendo: olhem para mim”; “não olhem para as circunstância difíceis, olhem para mim”; “a provação está grande, mas olhem para mim”. As testemunha interiores não podem nos ver, mas Cristo não somente nos vê, como também encoraja.
O objetivo final de todos os crentes é Jesus. Ele já competiu sua carreira e venceu. Diante da dor, do sofrimento e de uma morte vergonhosa, considerando a alegria que viria, Ele suportou a cruz e agora está entronizado à destra do trono de Deus.
A exaltação de Cristo é novamente lembrada pelo escritor para mostrar o tamanho da vitória dele. Jesus é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Autor e Consumador da nossa fé. O mesmo conselho vale para nós hoje. Olhemos para Jesus.

 

II. A DISCIPLINA CRISTÃ (Hb 12.5-13)
Visando seu propósito de incutir ânimo aos leitores o escritor agora se volta para outro argumento: “Vocês se esqueceram do que a Palavra fala sobre os filhos? Não seria toda essa provação uma tratativa especial de Deus para aperfeiçoar vocês?” Há três argumentos para eles aceitarem a correção divina.

Prevista na Escritura (Hb 12.5)
“E estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado.”

Sendo as pressões culturais, perseguições e provações uma forte razão de alguns considerarem o abandono da fé cristã, o autor de Hebreus recorre à memória dos seus leitores mostrando que tudo isto estava previsto nas escrituras. Sabiamente cita Provérbios 3.11 e 12 para provar que a disciplina não significa falta de amor.
O ensino é que, sendo filhos, eles não deveriam tratar de modo leviano (“não menosprezes”) a disciplina de Deus. Ela é necessária e tem um propósito. De fato, o sofrimento deles, em vez de ser uma prova do abandono de Deus, era uma prova de que Deus os considerava como filhos e os estava tratando como tais: “Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos’’ (12.8). Devemos ver as dificuldades e provações que passamos hoje da mesma forma. Deus está nos disciplinando porque essa é a missão de todo o Pai. A disciplina tem o sinônimo de filiação. Punir é trabalho do juiz, a disciplina é tarefa do Pai.

 

2. Prova que somos amados (Hb 12.6)
“Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe.”
Espiritualmente os leitores eram infantis (Hb 5.12) e, assim como nós, tinham dificuldade de entender a ligação entre a disciplina e o amor, mas isso seria básico se compreendéssemos melhor o caráter do nosso Pai que é Deus. Se até o Filho por excelência, sem pecado, suportou o sofrimento (Hb 12.2), eles também deveriam suportar e não desfalecer.
Muitos pregadores prestam um desserviço ao reino de Deus quando suas pregações são sempre de conquistas e vitórias vistas a partir de uma ótica secular e mundana. Nesse sentido o amor sempre é entendido por dar coisas. A disciplina, no entanto, é um privilégio que Deus também estende àqueles a quem ama. Ela não é estendida por Deus aos que não pertencem a Ele.
Nenhum Pai disciplina o filho do vizinho mesmo contrariado com seu comportamento (Hb 12.7).

 

3. Visa um nobre propósito (Hb 12.10)
“Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade.”
A disciplina não é o derramar da ira de Deus. Ela já foi derramada sobre seu Filho na cruz. Cristo já pagou nossa culpa. A disciplina tem um caráter diferente, a saber: amadurecer e aperfeiçoar. Para além das lutas e provas devemos perceber que Deus está, invisivelmente, trabalhando em nosso favor com o melhor dos propósitos. Um pregador certa vez disse que “adversidades muitas vezes são bênçãos disfarçadas”. O salmista concordaria com isso, pois certa vez disse: “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos (SI 119.71).
Quantos de nós somos gratos aos nossos pais pelas correções e disciplinas que nos tornaram um ser humano melhor? O autor de Hebreus diz, em relação a Deus, a mesma coisa, só que o propósito é mais elevado ainda, é “para sermos participantes da sua santidade”. Os pais humanos podem falhar, mas isso nunca ocorre com Deus. Ele trabalha no nosso caráter e quer nos ver santificados. Muitas pregações parecem colocar Deus como se fosse um “Papai Noel” cuja única finalidade é distribuir presentes e nos fazer sorrir. Quando a disciplina é aplicada ela não nos faz sorrir naquele momento, mas seu fruto virá (Hb 12.11). Por isso seus leitores deveriam “levantar as mãos cansadas e os joelhos vacilantes” (Hb 12.12). O Pai dos espíritos sabe o que está fazendo.

 

 

III. A DECISÃO DO CRISTÃO (Hb 12-14-29)
A parte final do capítulo é também a parte principal. Aqui temos uma exortação à santificação, a evitarmos a amargura e a valorizarmos os privilégios espirituais, É preciso decidir.

 

1. Ser santo e evitar a amargura (Hb 12.14)
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.”
Há dois ingredientes aqui: a correta relação com Deus e com os homens. O autor mistura a paz nos relacionamentos com a santificação. Se permitirmos a amargura encher nosso coração seremos derrotados e contaminaremos os outros à nossa volta (12.15). Amargurados nunca lém paz. A paz precisa ser buscada e ás vezes requer esforço, mas ela não I iode acontecer a qualquer preço. Ela I Precisa ocorrer dentro dos limites do que é certo, pois sem a santificação ninguém terminará a carreira. A advertência é muito grave: santidade é uma necessidade absoluta. Sem ela ninguém verá o Senhor.

 

2. Valorizar as coisas espirituais (Hb 12.16)
“Nem haja algum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura.”
O autor apresenta Esaú como exemplo de alguém que não soube valorizar as coisas espirituais, antes desprezou-as. Os destinatários da carta não devem agir assim. Todos os exemplos que o autor usa, ele o faz dentro do contexto das escrituras judaicas, pois seus leitores a conhecem muito bem. Por isso usa a expressão: “pois sabeis”. Esaú foi profano (mundano, comum), e trocou um privilégio imensurável por um prato de comida. Valorizou mais o estômago e os apetites do que as coisas de Deus.

 

3. Não rejeitar a oferta de Deus (Hb 12.25)
“Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem, divinamente, os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte.”
O Clímax do capítulo é encontrado do verso 18 ao 24. O escritor de Hebreus mostra, outra vez, que o cristianismo é superior ao judaísmo. Há uma retomada ao tema principal de toda a epístola. Desta vez o autor contrapõe o monte Sinai com o monte Sião, a lei com a graça e o antigo pacto com o novo pacto. O contraste é gigantesco.
Ao trazer à memória a outorga da lei (Êx 19), ele lembra que nem os animais podiam tocar no monte sagrado. Tudo na entrega da lei foi apavorante: o fogo, o tremor do monte, os relâmpagos, o clangor da trombeta. O povo e até Moisés ficaram atemorizados, pois não suportavam a intensidade da revelação. A santidade de Deus abalou tudo e todos. O Sinai produzia pavor e medo. Agora tudo é diferente. Deus se fez gente e chegou até nós “do nosso tamanho”. O tão esperado mediador chegou. Enquanto no Velho Concerto o homem não podia chegar à presença de Deus, Cristo por seu sangue nos leva “ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados, (Hb 12:22,23). Glória a Deus! O sangue de Cristo cuidou de tudo. Tão eficaz é sua obra que podemos até mesmo nos aproximar com ousadia (Hb 10.19), algo completamente diferente do Velho Concerto onde o povo pediu até para Deus parar de falar, pois não suportavam.
Mas, o autor finaliza: Quanto maior a revelação, maior é a responsabilidade. A advertência aos seus pusilânimes leitores é dramática: “Tende cuidado, não recuseis ao que fala”.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

A superioridade da Nova Aliança em Cristo é clara. Portanto, sirvamos a Deus com temor e prestemos atenção à sua palavra.  Cristo é o único caminho.

 

RESPONDA

 

1) Quem são os integrantes da nuvem de testemunhas em Hebreus 12.1?

 

2) É a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças, transformando experiências negativas em aprendizado:

 

3) Quem é chamado de fornicador e profano porque vendeu a primogenitura?