Lição1: Marcos 1 – A Chegada do Servo

MARCOS 1: A CHEGADA DO SERVO

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Marcos 1 há 45 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Marcos 1.1-20 (5 a 7 min.).

Olá, professor(a)! Iniciamos esta revista com uma pergunta urgente: temos desempenhado um bom serviço, assim como Jesus desempenhou? Um servo precisa estar decidido a cumprir o que lhe é proposto, apesar da dificuldade.
Não é uma questão de concordar ou de estar com vontade de cumprir, mas de obedecer ao que Jesus ordena. Quando fracassamos, a atitude deve ser a de levan-tar e prosseguir, como o próprio Marcos fez em relação às viagens missionárias. Quanto às nossas habilidades, devemos usá-las em favor do Reino; foi assim que Marcos compôs seu evangelho de modo a ser convincente e verdadeiro diante de leitores gentios.

 

OBJETIVOS
• Compreender os propósitos do evangelho escrito por Marcos.

• Reafirmar nossa fé em Jesus, o Filho amado enviado para remissão dos pecados.

• Assumir compromisso com a pregação do Evangelho do arrependimento, como Jesus assumiu.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Professor(a), mostre aos alunos que Marcos nos conta sobre o batismo e, logo a seguir, sobre o deserto e as tentações. Assumir Jesus significa renunciar também a si mesmo e às promessas ilusórias de Satanás. Jesus venceu as tentações, mas não foi descansar. Ao invés disso, passou a viajar, ensinando e curando possessos. Não há outra maneira de assumir o Evangelho senão agindo. Como estamos testemunhando Jesus? Servir é estar disponível. Todos estão?

 

RESPOSTAS 

1) Pedro.
2) Isaías (Mc 1.2-3).
3) A sogra de Pedro (Mc 1.30-31).

 

 

LEITURA ADICIONAL
“Quando o imperador Augusto morreu, no ano 14 d, C., Roma era uma cidade esplêndida. Ele chegou a gabar-se que tinha herdado uma cidade de barro e feito dela uma cidade de mármore. A capital do Império tinha cerca de um milhão de habitantes e hospedava várias culturas, povos e religiões. O Porto de Roma, Óstia, tornou-se o centro do comércio mundial. Havia uma riqueza ostensiva na cidade de Roma. Construções monumentais eram erguidas e o luxo dos ricos era exorbitante. Ao mesmo tempo, havia também uma extrema pobreza e miséria. Os navios despejavam seus produtos por intermédio dos braços suados dos escravos. Na cidade, prevaleciam a corrupção, a anarquia e a decadência moral. A bebedeira e a orgia faziam subir um mau cheiro repugnante da reluzente metrópole (Rm 13.11-14). Foi para essa cidade enfeitiçada pelo prazer que Marcos escreveu o seu evangelho. Nessa cidade do prazer e do luxo, uma igreja foi implantada. Essa igreja foi duramente perseguida a partir do ano 64 d. C. Os cristãos eram queimados vivos, lançados nas arenas para serem pisoteados pelos touros, enrolados em peles de animais para serem devorados pelos cães raivosos. Foi para essa igreja mártir que Marcos escreveu seu evangelho. Havia martírio atrás de si e à sua frente”.
Livro: Marcos: o evangelho dos milagres (LOPES, Hernandes Dias. São Paulo: Hag-
nos, 2006, pp. 23-24).

 

Estudada em 2 de outubro de 2022

 

LIÇÃO 1: MARCOS 1: A CHEGADA DO SERVO

 

Texto Áureo
“Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.” Mc 1.11

 

Verdade Prática
Quem confia em Cristo experimenta uma vida de serviço triunfante.

 

Leitura Bíblica Para Estudo Marcos 1.1-20

 

INTRODUÇÃO

 

I. O EVANGELHO SEGUNDO MARCOS Mc 1.1
1. Autor, data e local Mc 1.1
2. Marcos e os demais evangelhos Mc 10.45
3. Características de Marcos Mc1.12

 

II. PREPARATIVOS DO SERVO Mc 12-13
1. O servo é profetizado Mc 1.2
2. O servo é batizado Mc 1.11
3. O servo é tentado Mc 1.12

 

III. INÍCIO DO SERVIÇO Mc 1.14-25
1. Jesus prega arrependimento Mc 1.14
2. Jesus chama cooperadores Mc 1.17
3. Jesus exerce autoridade Mc 1.39

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 139 – 372

 

INTRODUÇÃO
Marcos apresenta Jesus como o perfeito Servo de Deus, ou seja, como aquele que executa com firme disposição toda a obra que lhe foi divinamente confiada. Assim, Jesus é visto como servo dedicado e fiel, trabalhador obediente, apesar das espinhosas dificuldades enfrentadas na caminhada.

 

I. O EVANGELHO SEGUNDO MARCOS (Mc 1.1)

1. Autor, data e local (Mc 1.1)
Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.

Diferentemente da maioria das cartas, os evangelhos não indicam o nome de seus autores. Entretanto, há um antigo consenso entre os estudiosos no sentido de que seu autor é Marcos, cujo nome judeu era João, daí ser chamado de João Marcos (At 12.25).
Marcos era filho de Maria, uma mulher rica e hospitaleira em Jerusalém (At 12.12). Foi amigo e assistente direto de três dos primeiros missionários: Barnabé, Paulo e Pedro.
De fato, Marcos participou da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé (At 12.25 e 13.5). Todavia, por ter desistido no meio do caminho (At 13.13), Paulo se opôs à sua presença na segunda viagem. Paulo escolheu Silas; Barnabé (seu primo(.1 4.10) seguiu com Marcos (At 15.37-40).
Posteriormente, Marcos reconquistou a confiança de Paulo (2Tm 4.11; Fm 24). A tradição cristã também o aponta como intérprete fiel do apóstolo Pedro (1Pe 5.13).
O Evangelho segundo Marcos foi escrito cm meados do século 1º d.C., na cidade de Roma.

 

2. Marcos e os demais evangelhos (Mc 10.45)
Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
De modo geral, Marcos é considerado o primeiro Evangelho escrito. Assim, serviu de base para os autores dos demais Evangelhos, que acresceram ou editaram seu conteúdo.
Se em Lucas temos Jesus como Filho do Homem, em João, como Filho de Deus, e em Mateus, como Rei, aqui, em Marcos, temos Jesus como Servo. Esperava-se que o Messias chegasse como rei conquistador. Marcos apresenta-o, porém, como servo humilde e sofredor que dá a sua vida em resgate por muitos (Mc 10.45).
Marcos foi escrito para leitores gentios, romanos em particular. Por isso, faz poucas citações do Antigo Testamento, não expõe genealogias, traduz frases aramaicas e hebraicas para seus equivalentes gregos (por exemplo, 5.41; 15.34), explica costumes judaicos (por exemplo, 7.3-4; 14-12; 15-42), cita moedas romanas (6.37; 12.42), bem como menciona pessoas importantes em Roma (Mc 15.21 c Rm 16.13).

 

3. Características de Marcos (Mc 1.12)
E logo o Espírito o impeliu para o deserto.
Marcos tem estilo compacto, muito apropriado para o espírito prático dos romanos. É o mais curto dos Evangelhos: apenas 16 capítulos, nada tratando sobre nascimento, infância e juventude de Jesus. Todavia, algumas de suas histórias são mais completas, quando comparadas com as mesmas histórias nos outros Evangelhos. É o caso dos eventos em que Jesus cura a filha de Jairo e a mulher com hemorragia (5.21-43).
Marcos também tem estilo ativo, descrevendo Jesus como soldado que se move com agilidade e poder para conquistar uma vitória após outra sobre demônios, doenças e mesmo a morte, característica também muito apropriada ao espírito conquistador dos romanos. As palavras “logo”, “em seguida” e “imediatamente” aparecem dezenas de vezes, dando ritmo acelerado às narrativas e transmitindo a ideia de prontidão militar (por exemplo, 2.1; 3.1; 8.10; 10.1).
Assim, Marcos foca mais as ações que os ensinos de Jesus. Contém poucas parábolas. O Sermão do Monte, por exemplo, para o qual Mateus dedica três capítulos inteiros, não consta do Evangelho segundo Marcos, é, portanto, um livro de ação. Jesus está sempre agindo, apresentando-se como perfeito servo do Senhor.
Contudo, ao contrário dos conquistadores romanos, Marcos proclama a boa notícia de que Jesus é o próprio Filho de Deus (1.1) e sua vitória não vem pela força ou violência, mas pelo serviço obediente (14.36) e doação sacrificial (10.45).

 

 

II. PREPARATIVOS DO SERVO (Mc 1.2-13)

1. O servo é profetizado (Mc 1.2)
Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho.

Ao citar o profeta Isaías (12), Marcos estabelece importante conexão entre Antigo e Novo Testamento, provando que a chegada de Jesus não foi uma ideia tardia ou ação improvisada de Deus para salvar a humanidade, diante da frustração de um plano anterior. Pelo contrário, revela a continuidade de um mesmo e poderoso plano que envolvia o cumprimento de antigas promessas (por exemplo, Is 40.3-5 e Ml 3.1). Esse registro tinha importância especial para o convencimento dos leitores romanos, conhecidos estrategistas militares.
A descrição de Marcos a respeito de João Batista é a mais resumida dos Evangelhos. Seu foco era destacar João Batista como executor fiel do papel profético de preparar o caminho de Jesus, o Messias e Filho de Deus (1.1), ou seja, o “mais poderoso” (1.7), que batizaria com o próprio Espírito Santo (1.8).
O estilo rústico e a pregação inflamada de João Batista, realizada em pleno deserto e com ênfase na confissão de pecados e no arrependimento, chamou a atenção de todos (1.4-6). Na antiguidade, antes de um Rei visitar qualquer porção de seu Reino, um mensageiro era enviado para preparar o caminho. João Batista preparou o coração das pessoas para receber o Salvador.

 

2. O servo é batizado (Mc 1.11)
Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.
O evento inaugural do ministério público de Jesus foi seu batismo no rio Jordão (1.9). Embora tal batismo demandasse confissão pública de pecados (1.5), não era esse o caso de Jesus, que não cometeu pecado (1Pe 2.22). Seu propósito era “cumprir toda a justiça” (Mt 3.15), ou seja, como servo humilde e fiel, identificar-se com os pecadores que veio salvar, apontando para a remissão de pecados ia sua morte (Js 53.4-5).
Segundo Marcos, na ocasião, os céus foram literalmente “rasgados” verbo grego schzeiri) (1.10), descrição suavizada por Mateus e Luas, que preferiram o verbo “abrir” Mt 3.16 ele 3.21). Esses eventos são sobrenaturais e provam que Jesus era o Filho de Deus (1.1)
Em seguida, o Espírito Santo desce sobre o Filho no rio Jordão (1.10) e o Pai brada do alto: “Tu és meu Filho Amado, em ti me comprazo” (1.11). Era a unção pública de Jesus para seu ofício messiânico. Mais uma vez, o Espírito pairava por sobre as águas e o Pai manifestava seu intenso deleite naquilo que contemplava (Gn 1.2 e 31). O profetizado Servo do Senhor havia chegado e estava cheio do Espírito Santo. O Reino de Deus estava próximo (1.14).

 

3. O servo é tentado (Mc 1.12)
E logo o Espírito o impeliu para o deserto.
Rapidamente, Marcos conduz-nos da glória do batismo à dureza da tentação de Jesus. A presença de “feras” é exclusividade de Marcos (1.13). Adão, no ambiente favorável do jardim, pecou (Gn 3.6). Mas Jesus, o último Adão (1Co 15.45), triunfou no cenário extremamente desfavorável do deserto.
Marcos é o mais sucinto no relato da tentação de Jesus. A posição de Filho de Deus servia à promoção do Reino de Deus. Assim, enfrentar e vencer o histórico adversário desse Reino era etapa essencial de sua missão. Marcos enfatizou esse fato: a vitória de Cristo sobre Satanás, qualificando-o para seu serviço de destruir as obras do diabo (1Jo 3.8).
No Jordão, ficou provado que Jesus era o Filho de Deus. Agora, conduzido pelo Espírito Santo (1.12), no deserto, para além da natureza humana, ganharia experiência humana triunfante, servindo-nos como paradigma. Jesus estava pronto para começar seu ministério.

 

 

III. INÍCIO DO SERVIÇO (Mc 1.14-45)

1. Jesus prega arrependimento (Mc 1.14)
Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galileia, pregando o evangelho de Deus.
Seguindo seu estilo sucinto e prático, Marcos oferta-nos sínteses preciosas a respeito do início do ministério terreno de Jesus. Quando? Após a prisão de João Batista. Onde? Na Galileia. Como? Pregando o Evangelho de Deus (1.14).
O quê? Qual a essência dessa pregação? A mesma que todas as fiéis testemunhas de Deus sempre proclamaram ao longo da história: “arrependei-vos e crede no evangelho” (1.15).
De fato, arrependimento e fé constituem o próprio núcleo da mensagem cristã (At 20.21). Afinal, sem abandono do pecado e mudança radical de vida, não há cristianismo verdadeiro. Cumpre nascer de novo, da água e do Espírito, para se entrar no Reino de Deus (Jo 3.5-7).

 

2. Jesus chama cooperadores (Mc 1.17)
Disse-lhes Jesus: Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens.
Caminhando junto ao mar da Galileia (1.16), Jesus convoca homens simples. Pedro, André, Tiago e João. São esses primeiros que, prontamente, atendem ao chamado do Senhor, largando afazeres de pescaria c passando a seguir mais de perto o Mestre (1.17-20).
Consciente de que a seara é grande e de que sua missão não se destinaria apenas àquela época, Jesus chama cooperadores. Homens que, por sua fé e disposição, colaborariam diretamente na obra de Deus. Pessoas que, igualmente, pelo seu testemunho oral e escrito, perpetuariam sua obra.
O chamado de Jesus destoa da tradição judaica. A entrada em uma escola rabínica dependia da iniciativa daquele que aspirava ser aluno e não do chamado do Rabi. Todavia, aqui, Jesus toma a iniciativa, pois Ele nos amou primeiro (1Jo 4.19). Da parte dos chamados, cumpre apenas obedecer, pronta e radicalmente (Mt 19.29).

 

3. Jesus exerce autoridade (Mc 1.39)
Então, foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e expelindo os demônios.
Jesus segue para Cafarnaum e. no sábado, põe-se a ensinar na sinagoga, onde os presentes se maravilham com a autoridade com a qual expõe sua doutrina, em muito superior à dos escribas (1.21-22).
Não tardou para que aparecesse na sinagoga um homem posses- so de espírito imundo. Jesus, mais uma vez exercendo sua autoridade, repreendeu o mal e libertou o homem (1.23-26). Também a sogra de Pedro, que se achava acamada com febre, é curada (1.30- 31), seguindo-se o mesmo com um leproso (1.40-42).
Marcos registra que muitos enfermos e endemoninhados foram levados a Jesus, experimentando a mesma libertação (1.34). “Todos te buscam” – diz Simão Pedro para Jesus (1.37), que, àquela altura, nem conseguia mais entrar publicamente em qualquer cidade, mas permanecia fora, em lugares afastados (1.45).
O alvoroço foi geral. O povo que andava em trevas viu grande luz (Is 9.2). Por isso, a fama de Jesus correu célere em todas as direções (1.28). O servo de Deus iniciara sua maravilhosa obra de redenção.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Jesus cumpriu Seu ministério terreno com total disposição, fidelidade e obediência. Sejam esses também nossos atributos na qualidade de servos de Deus e seguidores de Cristo.

 

 

RESPONDA

1) A tradição cristã aponta que Marcos foi intérprete de qual dos apóstolos?

2) Qual profeta Marcos invoca no início de seu evangelho, fazendo importante conexão entre Antigo e Novo Testamento?

 

3) Que familiar de Pedro foi curado por Jesus no primeiro capitulo do Evangelho segundo Marcos?