LIÇÃO 3 – MATEUS 5 a 7: O SERMÃO DO MONTE
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Mateus 5, 6 e 7 há 48, 34 e 29 versos, respectivamente. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Mateus 5.1-20 (5 a 7 min.).
Caríssimo(a) professor(a), esta lição deve encorajar seus alunos a praticar o projeto de salvação anunciado por Jesus. Depois de ser ungido e anunciado como Messias, Jesus agora ensina a perfeita aplicação das leis e princípios fundamentais para seus discípulos. Encoraje seus alunos a vivenciar as bem-aventuranças ensinadas no primeiro pronunciamento do Mestre, contrariando a lógica deste mundo tal como o próprio Jesus agiu quando foi tentado. Como Igreja, estamos vivendo as verdades eternas ou nos deixamos seduzir pela moralidade conveniente do mundo? Destaque a necessidade de renunciarmos à soberba e ao egoísmo a fim de superarmos o pecado e atingirmos a santidade à qual somos chamados.
OBJETIVOS
• Compreender a perfeita moralidade ensinada a nós pelo próprio Cristo.
• Compreender a mansidão e a justiça como testemunhos num mundo resistente ao Evangelho.
• Declarar fé incondicional nas bem-aventuranças prometidas por Jesus.
PARA COMEÇAR A AULA
Leve os alunos a recordarem que os humildes confessam que nada podem sem seu Salvador. A nova criatura segue um novo padrão moral que, embora ilógico para o mundo, é o caminho da plenitude. Estimule-os a identificar seus maiores obstáculos nesse caminho. Quem é breve em irar-se? Quem ainda é rancoroso? Conclua a aula reafirmando que todos devemos fazer de nossas vidas um testemunho de fé e mansidão, a ponto de atrairmos muitos a essa genuína felicidade que sentimos, mesmo na adversidade.
RESPOSTAS
1) Sermão do Monte. 24 temas.
2) Feliz interiormente, por estar em paz com o Senhor.
3) Ser salvo e praticar os princípios do Reino.
Lição 3 – Mateus 5 a 7: O Sermão do Monte
LEITURA ADICIONAL
No célebre sermão do monte, Jesus mostrou, de forma eloquente, que o reino de Deus é um reino de ponta-cabeça. A pirâmide está invertida. Feliz é aquele que nada ostenta diante de Deus e ainda chora pelos seus pecados. Feliz é aquele que abre mão dos seus direitos em vez de oprimir aqueles que reivindicam até direitos que não têm. Feliz é o que abre a mão ao necessitado, e não o que o explora para enriquecer-se. Feliz é o que constrói pontes de contato entre as pessoas, e não aquele que cava abismos de inimizades entre as pessoas. Feliz é o que ama e pratica a justiça, e não aquele que usa as filigranas da lei para auferir vantagens próprias. Feliz é aquele que busca a santidade, e não aquele que rasga a cara em ruidosas gargalhadas carregadas de lascívia. No reino de Deus, ser perseguido por causa da justiça é melhor do que fazer injustiça e posar de benemérito da sociedade.
A ética do reino de Deus não afrouxa as exigências da lei para render-se à licenciosidade sem freios. Se, nos reinos do mundo, o forte prevalece sobre o fraco e o poder da vingança esmaga até os inocentes, no reino de Deus o perdão é maior do que a vingança e a busca da reconciliação é melhor do que a vitória num tribunal. Nos reinos do mundo, os homens se satisfazem com as ações certas sob a investigação da lei; no reino de Deus, até mesmo as motivações do coração são contadas. Odiar alguém é matá-lo no coração; olhar para uma mulher com intenção impura é adulterar com ela. Se os tribunais da terra só podem julgar palavras e ações, no reino de Deus o tribunal divino julga até mesmo as intenções.
Livro: Mateus: Jesus, o Rei dos reis (Hernandes Dias Lopes. São Paulo: Hagnos, 2019, páginas 125 e 126).
Estudada em 17 de outubro de 2021
Leitura Bíblica Para Estudo: Mateus 5.1-20
Texto Áureo
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque Deles é o Reino dos Céus.” Mt 5.3
Verdade Prática
Os que são de Cristo integram o Reino dos Céus e precisam cumprir um padrão mais elevado nas relações humanas, o que somente é possível através do Senhor Jesus.
INTRODUÇÃO
I. JESUS, MESTRE E LEGISLADOR Mt 5.1-2
1. Os grandes discursos de Jesus Mt 5.1
2. Jesus, o Sumo Legislador Mt 5.2
3. O primeiro grande discurso Mt 5.2
II. BEM-AVENTURANÇAS Mt 5.3-12
1. Humildade, consolo e mansidão Mt 5.3
2. Justiça, misericórdia e pureza Mt 5.6
3. Pacificadores e perseguidos Mt 5.9
III. A PRÁTICA DA JUSTIÇA Mt 5.12-7.29
1. Sal e luz, o cumprimento da Lei Mt 5.17
2. Padrão novo e melhor Mt 5.20
3. A oração Mt 6.9 e 7.8
APLICAÇÃO PESSOAL
Hinos da Harpa: 505 – 306
INTRODUÇÃO
Em seu primeiro discurso, chamado Sermão do Monte, especialmente na parte intitulada ‘As Bem- -aventuranças”, Jesus comunica a sua incomparável novidade, sua lei maior – a lei do Reino dos Céus – e nos convida a um patamar mais elevado de convivência, que traz benefícios ao ser humano individualmente, em sociedade e na vida eterna.
ASSUNTOS EXCLUSIVOS DE MATEUS
5.17-20 Sobre a Lei
5.21-26 Sobre o assassinato
5.33-37 Sobre os juramentos
5.38-42 Sobre a não-resistência ao mal
6.16-18 Sobre o jejum
6.19-34 Sobre a confiança no Pai
7.7-11 Sobre a oração
7.13,14 Sobre entrar pela porta estreita
7.28,29 Jesus falando com autoridade
I. JESUS, MESTRE E LEGISLADOR (Mt 5.1-2)
1. Os grandes discursos de Jesus (Mt 5.1)
“Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte, e, como se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos”
Os cinco grandes discursos didáticos de Jesus são encontrados, em toda a sua extensão, em Mateus, e registram o teor dos ensinamentos de Cristo, para que fossem conhecidos e gravados os princípios da nova vida proposta pelo Salvador, que não cessariam de aplicação depois da subida do Senhor aos céus.
O evangelho de Mateus é integrado (1) pelo conjunto de narrativas sobre a vida de Cristo e (2) pelos cinco grandes discursos de Jesus, a saber:
1a) Sermão do Monte (5-7)
2a) A Proclamação do Reino (10.5-11.1)
3a) As Parábolas do Reino (13)
4a) A Comunhão do Reino (18.1-35)
5a) O Futuro do Reino (24.1-25.46)
Nesta lição, trataremos apenas do primeiro discurso (Mt 5-7),
2. Jesus, o Sumo Legislador (Mt 5.2)
“e ele passou a ensiná-los, dizendo:”
O grande legislador de Israel foi Moisés. Ele recebeu de Deus a Lei, que regeu Israel no decorrer dos séculos. Os princípios e as regras de conduta do povo hebreu estão previstos no Pentateuco.
Jesus, o Emanuel (Mt 1.23), o Sumo Legislador, em seus discursos, estabeleceu os princípios e as regras fundamentais do Reino dos Céus aos seus discípulos, suscitando deveres éticos e morais relevantes para todo o sempre. Alguns desses discursos são utilizados em incontáveis obras seculares, tamanha a sua beleza e profundidade, em diversos aspectos: filosóficos, teológicos, sociais e jurídicos.
3.O primeiro grande discurso (Mt 5.2)
“E ele passou a ensiná-los, dizendo.”
O Sermão do Monte (Mt 5-7) revela o grande discurso de abertura do Messias. Trata-se do mais longo ensinamento de Jesus nas Escrituras. Vinte e quatro temas são abordados. O Senhor comunica a sua incomparável novidade, sua lei maior – a lei do Reino dos Céus. Inicialmente, a vida e o agir do Messias irão confirmar a sua Palavra, a ser, também, posteriormente, cumprida por todos os seus discípulos, convertendo-se em realidade os seus ensinamentos através da Igreja, que continua a vida do reino do Senhor através dos tempos.
O Senhor dirigiu o Sermão do Monte, especialmente, aos discípulos (Mt 5.1-2), ensinando os novos princípios para guiar a nova vida de fé. Todavia, era impossível, para eles, cumprirem, humanamente, as exigências do reino. A presença de Cristo na vida é a garantia do cumprimento de todas elas.
II. BEM-AVENTURANÇAS (Mt 5.3-12)
1. Humildade, consolo e mansidão (Mt5.3)
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque Deles é o Reino dos Céus.”
Bem-aventurado: pessoa singularmente favorecida por Deus; feliz interiormente, por estar em paz com o Senhor. Só Ele tem a riqueza espiritual para dar. O soberbo confia apenas em si, na sua riqueza material, no seu conhecimento, fama e sucesso, e não depende de Deus. Contudo, não são os méritos pessoais, a raça, a bravura ou o patrimônio que vão dar acesso ao Reino dos Céus. Os “humildes de espírito” reconhecem que nada têm em si mesmos, e por isso estão prontos a serem cheios de Cristo. Por isso mesmo, são bem-aventurados. Deles é o Reino dos Céus.
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5.4).
Aqui, os salvos derramarão lágrimas por si ou pelo próximo, e terão conforto de Deus em suas dores já aqui nesta terra, sendo abençoados pela incidência do Reino dos Céus, já agora, em suas vidas. Após a segunda vinda de Cristo, estancar-se-á toda dor
“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mt 5.5).
Mansidão é o oposto de ira. O constantemente irritado, irado, cheio de melindres e mágoas não é bem-aventurado. Os mansos suportam sem amargor as cargas pesadas da vida. A terra, em que estão os mansos, é submetida ao reinado de Deus. Diante da injustiça, reagem no tempo certo, com verdade e lealdade, combatendo a injustiça dos homens através de vias legítimas. Os mansos herdarão, sobretudo, a “Terra Prometida”, em que Jesus governará (Ap 20.4).
2. Justiça, misericórdia e pureza (Mt 5.6)
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.”
Ter fome e sede de justiça e ser farto significa que, quando se anseia, fervorosamente, em tudo, agradar ao Senhor, em pensamentos, palavras e atitudes, este desejo ardente irá trazer justiça e a consequente sensação de satisfação espiritual. Faz-se necessário também ouvir e praticar a Palavra de Deus para suprir a fome mais profunda de justiça o que permitirá ao discípulo ser justo e contribuir com justiça para com os outros.
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia ” (Mt 5.7).
Esta misericórdia vem de Deus, não dos homens. Diante da misericórdia de Deus, que recolhe a sua mão para não nos castigar como merecemos, o homem recebe do Senhor a condição de ser misericordioso. O pecador, perdoado por Deus, tem compaixão pelos outros (não só dos amigos), também pecadores. Com isso, o misericordioso alcança misericórdia.
“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8). Estes são os verdadeiros, sinceros (etimologicamente, sem cera), sem impureza. Estes verão a Deus, o que se consumará, totalmente, ao vermos Jesus face a face, mas, já aqui, os puros de coração vivem uma vida sob a luz de Deus, na presença Dele, e o veem pelos olhos da fé.
3. Pacificadores e perseguidos (Mt 5.9)
“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.”
O pacificador não é meramente aquele que tem paz; nem é simplesmente o que suporta adversidades, mas é aquele que busca a paz para os outros. Jesus é o Príncipe da Paz (Is 9.6-7). Proclamar a paz faz parte das boas novas previstas para o reino do Messias (Is 52.7). Jesus é o pacificador maior, que faz a paz entre Deus e os homens e entre os homens. Bem- -aventurado é aquele que se alegra em promover a paz. Os pacificadores serão chamados filhos de Deus.
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5.10).
A oposição é normal na vida do discípulo e o estado de espírito característico, em qualquer situação, é a alegria em Deus. Paulo e Silas estavam alegres mesmo na prisão; por isso, cantavam louvores (At 16.25). O que sofre perseguição por causa da justiça de Cristo – da sua obra no coração do homem e do seu reino – é bem-aventurado: Dele é o Reino dos Céus. O que o mundo considera ser só digno de pena, pelo ensino de Cristo é algo relevante, a gerar gozo espiritual.
III. A PRÁTICA DA JUSTIÇA (Mt 5.13-7.29)
1. Sal e luz, o cumprimento da Lei (Mt 5.17)
“Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.”
Os que fazem parte do Reino dos Céus, os discípulos de Cristo, necessitam viver segundo os princípios das bem-aventuranças. Precisam ser sal (Mt 5.13) – influenciar o mundo, preservando o que é bom (o reino); e ser luz (Mt 5.14-16), iluminando o mundo com base nos princípios do reino, realizando obras que glorifiquem ao Pai.
Em Jesus, a Lei foi e será totalmente cumprida (Mt 5.17-21). Nele, o mandamento do amor a Deus e ao próximo cumpre, satisfaz e supera (não revoga) todos os dez mandamentos da lei moral da Antiga Aliança. Assim Jesus resumiu a Lei para os saduceus, fariseus e intérpretes da Lei: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt 22.37-40).
2. Padrão novo e melhor (Mt 5.20)
“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no Reino dos Céus.”
A censura que Jesus fez aos fariseus e escribas se deu porque impuseram muitos preceitos às pessoas e não cumpriam a essência da Lei, a exigência de justiça, de santidade.
Em Jesus, subjaz uma nova justiça, melhor e transcendente à da Lei, a qual os discípulos têm de assimilar e viver. A autoridade do Messias o credencia para aprimorar os relacionamentos humanos, com um novo padrão prático, baseado nos princípios estudados – as bem-aventuranças. Ser justo é ser salvo e praticar os princípios do reino.
O Senhor concita-nos a uma prática superior de justiça, em todas as áreas da vida a saber: não matar, agora é não odiar (Mt 5.22); não se deve chamar a outrem nem mesmo de tolo (5.22); deve-se reconciliar-se com o outro antes de ofertar (5.23); não adulterar não é apenas a efetiva relação sexual fora do casamento, (5.28); não se deve divorciar, como autorizado por Moisés, salvo em razão de adultério (5.32); não se deve jurar (5.34); não cabe mais fazer justiça com as próprias mãos (5.39); deve-se amar o inimigo e orar pelo que persegue (5.44); não se deve fazer o bem para ser visto (Mt 6.1), inclusive ao dar esmolas (6.2), ao orar (6.5), ao jejuar (6.16); não se deve viver a vida apenas para acumular riquezas materiais, mas dar maior importância às celestiais (6.19-20); não se deve andar ansioso pela vida, mas buscar, em primeiro lugar, o Reino de Deus (6.25); nem a julgar os outros (Mt 7.1).
3. A oração (Mt 6.9,7.8)
“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;”
Jesus deixou ensinamentos importantes sobre oração, que é o modo adequado de falar com Deus, em especial na oração chamada de Pai Nosso (Mt 6.5-15,7.7- 12). Cada salvo deve orar reservadamente, sem vãs repetições (Mt 6.6-7), mas adorar ao Senhor, renovando a apresentação de suas necessidades (Mt 6.14). Começando por dirigir-se ao Pai, pedindo para que o nome do Senhor seja glorificado através da vida de cada um e que o Reino dos Céus seja uma realidade, quem ora tem a oportunidade de rogar que o Senhor concretize os seus planos em sua vida; traga experiências celestiais; supra as necessidades materiais; perdoe os seus pecados; ajude a pessoa a liberar o perdão a quem o ofendeu; não lhe deixe cair em tentação; e livre do mal.
Ponto fundamental da oração que Jesus nos ensinou é o pedido de perdão. Somente através da oração, reconhecendo-se como devedor (em falta) para com Deus, demonstrando carecer Dele para realizar a obra do perdão, efeito do sacrifício de Cristo na Cruz, o ser humano é perdoado. A pessoa que ora é perdoada por Deus quando também libera o perdão a quem lhe ofendeu (vv. 14-15).
Este sermão encerra com Jesus dizendo: Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e com a multidão maravilhada: Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas (Mt 7.28,29).
APLICAÇÃO PESSOAL
Aquele que integra o Reino dos Céus possui direitos concedidos por Cristo e Nele obtém a capacidade para agir cumprindo os deveres do Reino.
RESPONDA
1) Qual o mais longo discurso didático de Jesus nas Escrituras? Quantos temas são abordados?
2) O que significa ser bem-aventurado?
3) Segundo o sermão de Cristo no monte, o que significa ser justo?