LIÇÃO 6 – ESTER 1 – O BANQUETE DE ASSUERO E VASTI DESTRONADA
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Ester 1 há 22 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Ester 1.1 -5 (5 a 7 min.).
O livro de Ester é uma história singular acerca das lutas de um povo em minoria e sua crença, e sobre a ação de Deus nos interesses pessoais e nacionais, mesmo que Seu nome sequer tenha sido mencionado nas páginas desse livro. Apesar disso a providência de Deus está implícita e desempenha um papel proeminente, dando a esse livro a sua razão de ser.
Muito embora tenha sido contestada por alguns, a sua inclusão no cânon bíblico, o livro evidencia claramente o cuidado providencial de Deus na vida dos judeus exilados.
A cultura Persa era dirigida pelo destino, mas o poder absoluto de Deus agiu até na maneira terrivelmente perigosa em que os planos se desenvolviam. Até os dias de hoje, o livro de Ester é valorizado pelos judeus e lido por ocasião do Purim, gerando entusiasmo na crença da contínua providência de Deus.
OBJETIVOS
• Entender o cuidado de Deus na história dos judeus, mesmo que Seu nome não seja citado nas páginas do livro.
• Conhecer sobre o título, autoria, data e historicidade do livro.
• Perceber a importância da inclusão desse livro no cânon bíblico, sua autenticidade e valor religioso.
PARA COMEÇAR A AULA
Comece expondo que o livro de Ester tem sido um enigma para muitos por causa de suas particularidades. Não há menção ao nome de Deus, nem referência à adoração ou à fé Nele. Em suma, não há nada “religioso” nele, pelo menos na superfície. No entanto, o fato de não podermos ver explicitamente Deus trabalhando não quer dizer que Ele não esteja atuando. Enquanto comenta a lição, deixe claro que, em todo o livro de Ester, Deus está extremamente ocupado como o Diretor invisível da História, organizando todas as coisas para o bem do Seu povo (Rm 8.28).
RESPOSTAS
1) Purim.
2) Susã.
3) Vasti.
LEITURA ADICIONAL
Os eventos deste livro tiveram lugar, assim nos diz o escritor (1.1), no reinado do rei Assuero (486-465 a.C.) que é mais conhecido pelo seu nome grego, Xerxes. Ele foi filho e sucessor de Dario I Hystaspes, no começo de cujo reinado teve lugar a restauração do Templo de Jerusalém (Ag 2.1-9; Zc 7.1; 8.9). Este foi completado em 516 a.C. O decreto de Ciro havia permitido a volta de cativos da Babilônia para Jerusalém em 539, bem no começo do período persa. Comparativamente poucos judeus haviam se aproveitado da oportunidade de retornar, quer nessa, quer em ocasiões posteriores, e sessenta anos mais tarde grande número de judeus permanecia na metade oriental do império persa, muitos deles cm cidades imperiais da própria Pérsia. Pouco se sabe a respeito deles, a não ser a evidência propiciada pelo livro de Ester, e a breve referência ao reinado de Assuero em Esdras 4.6, que propicia evidência independente da oposição aos interesses judaicos. Porém, a despeito da hostilidade, houve judeus que se elevaram a posições de influência, como havia acontecido com Daniel durante o século anterior na corte de Nabucodonosor (Dn 2.48). Havia algo totalmente adequado a respeito da elevação ao poder de pessoas que honravam o único Deus verdadeiro, no contexto de uma cultura estrangeira, embora essas pessoas sofressem como consequência da sua lealdade a Ele. No livro de Ester é introduzido um novo elemento ao tema do sofrimento. Os judeus foram atormentados porque se conservaram para si mesmos, observando as suas próprias leis e costumes (3.8). A partir disto tornou-se fácil acusá-los de desprezar as leis do estado persa, fosse ou não verdadeira essa acusação. Não há razão para se duvidar de que, naquela época como agora, tal atormentação era um fato experimental (cf. Lv 19.33-34).
Livro: Ester: Introdução e comentário. (Baldwin, Joyce G. Série Cultura Cristã. SP: Vida Nova, 2011, p. 14,15).
Estudada em 8 de agosto de 2021
Texto Áureo
“Então, mostrou as riquezas da glória do seu reino e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias; por cento e oitenta dias.” Et 1.4
Verdade Prática
O livro de Ester fala da providência de Deus em relação ao Seu povo, mesmo que Seu nome não seja mencionado.
Leitura Bíblica Para Estudo Ester 1.1-22
INTRODUÇÃO
I. O LIVRO DE ESTER Et 1-2.7
1. Título, autor e data Et 1.1
2. Ausência do nome Deus Et 4.14
3. Importância do livro Et 9.26
II. BANQUETE DE ASSUERO Et 1.1-9
1. Exatidão histórica Et 1.1
2. A cidade de Susã Et 1.2
3. O esplendor persa Et 1.4
III. VASTI É DESTRONADA Et 1.10-22
1. O rei é desafiado Et 1.12
2. Crise institucional Et 1.18
3. Vasti é destronada Et 1.19
APLICAÇÃO PESSOAL
Hinos da Harpa: 124-4
Lição 6 – O Banquete de Assuero e Vasti Destronada
INTRODUÇÃO
O estudo do livro de Ester é relevante dentro do contexto bíblico pelas características especiais que apresenta. Ele recebe o nome de sua heroína e é um dos dois livros na Bíblia que levam o nome de uma mulher, sendo Rute o outro. É também um dos dois que não contém a menção de Deus, sendo o outro Cantares de Salomão. Ester é um claro exemplo, na Escritura, da doutrina da providência e nos ensina a ver o Deus invisível revelado no fluir dos acontecimentos pessoais e mundiais.
I. O LIVRO DE ESTER (Et 1.1 2.7)
1. Título, autor e data (Et 1.1)
“Nos dias de Assuero, o Assuero que reinou, desde a índia até à Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias.”
Ester significa estrela e era o seu nome persa. Hadassah (murta) era o seu nome judeu. Ester é a figura central, pois tudo gira ao redor de sua ascensão ao trono e sua influência como rainha.
O livro de Ester é de autoria desconhecida. Autoridades judaicas, como o historiador Josefo, supõem que o próprio Mordecai (ou Mardoqueu) tenha sido o seu autor ou, pelo menos, tenha sido uma das principais fontes informativas.
É difícil também determinar a data em que o livro de Ester foi escrito. O cenário da história é o século V a.C. no reinado do rei persa Assuero: que em geral é identificado com Xerxes (486-465 a.C.). Os acontecimentos do relato sucederam pelo menos 50 anos depois do decreto de Ciro (583 a.C.; 2Cr 36.22) permitindo aos judeus regressarem à sua terra, e cerca de 25 anos antes de Esdras fazer sua jornada para Jerusalém.
2. Ausência do nome Deus (Et 4.14)
“Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?”
Enquanto o rei da Pérsia é mencionado 190 vezes nos seus 167 versículos, o nome de Deus não ocorre uma única vez do começo ao fim. A única atividade religiosa mencionada no livro é o jejum. Muitos judeus consideraram essa ausência do nome de Deus inaceitável, bem como o casamento de Ester com um gentio.
No entanto, em vários aspectos, essa dúvida acerca do valor religioso do livro de Ester é superficial, pois, mesmo que Deus não seja chamado pelo nome, o livro apresenta uma fé profunda na providência divina. A mão de Deus na história está lá, mesmo que não se encontre a citação do Seu nome. Em Ester 4.14, quando Mordecai afirma que se Ester ficar calada “socorro e livramento surgirão de outra parte para os judeus”, está evidentemente se referindo a Deus. Além disso, ele sugere que Ester se tornou rainha exatamente para uma ocasião como essa – o que claramente implica o cronograma da providência de Deus.
3. Importância do livro (Et 9.26)
“Por isso, àqueles dias chamam Purim, do nome Pur. Daí, por causa de todas as palavras daquela carta, e do que testemunharam, e do que lhes havia sucedido.”
A importância do livro de Ester se dá por ter um claro exemplo da doutrina da providência divina. Também por registrar a origem e observância da Festa de Purim, além das importantes informações sobre os costumes, geografia e corte persa.
Ester é um dos cinco livros dos Megillôt (rolos), associados às festas dos hebreus. Na celebração anual do Purim, o livro de Ester é lido inteiramente em um rolo especial de pergaminho, chamado de Megillôt Ester.
II. BANQUETE DE ASSUERO (Et 1.1-9)
1. Exatidão histórica (Et 1.1)
“Nos dias de Assuero, o Assuero que reinou, desde a índia até à Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias.”
Assuero, em grego Xerxes, ou Artaxerxes, é o rei persa mencionado em Esdras 4.6, que reinou de 486 a 465 a.C. Foi um grande construtor, que completou e melhorou os grandes palácios que seu pai, Dario, havia iniciado, e consolidou o império da índia a Etiópia. Ele reinou sobre 127 províncias de mar a mar.
Embora a historicidade do livro de Ester tenha sido contestada, provas incontestáveis são encontradas, como: descrições da corte persa e dos costumes daquele período, conjunto de datas precisas e usos de nomes persas correntes na época, assim como a caracterização de Xerxes são absolutamente corretos. A confirmação imparcial da subida de Mordecai ao poder vem de uma placa cuneiforme encontrada em Borsippa, que identifica Marduque (Mordecai) como um oficial na corte real de Susã no princípio do reinado de Xerxes.
O livro é um testemunho histórico confiável que demonstra um conhecimento preciso e detalhado da vida, da lei e dos costumes persas. As informações arqueológicas sobre a arquitetura do palácio e sobre o reinado de Xerxes estão em harmonia com as descrições do livro.
2. A cidade de Susã (Et 1.2)
“Naqueles dias, assentando-se o rei Assuero no trono do seu reino, que está na cidadela de Susã.”
Susã era uma das três capitais mantidas pela Pérsia. As outras eram Babilônia, na Mesopotâmia, e Persépolis, na parte sudeste da Pérsia. Susã era considerada residência real de verão e estava localizada no planalto de Elão, a cerca de 400 quilômetros da Babilônia.
Depois da derrota do império babilônico e sua conquista pelos persas, em 539 a.C., a sede do governo dos exilados judeus passou da Babilônia à Pérsia. A capital, Susã, é o palco da história de Ester.
3 . O esplendor persa (Et 1.4)
“Então, mostrou as riquezas da glória do seu reino e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, por cento e oitenta dias.”
Mais do que isso, Assuero sabia como dar uma festa, um evento de seis meses, para seus líderes militares, seus príncipes e nobres, todos os poderosos do reino.
O ambiente era ornado com pilares de mármore e cortinas de linho branco e violeta, sofás de ouro e prata – até mesmo pavimentos de mosaico feitos de materiais caros. Até o chão no qual os convidados caminhavam e os assentos nos quais eles se sentavam eram feitos de materiais que outros anfitriões teriam mantido trancadas em segurança como tesouros preciosos. Não havia duas taças de vinho idênticas e o vinho fluía livremente, graças à generosidade do rei.
III. VASTI É DESTRONADA
1. O rei é desafiado (Et 1.12)
“Porém a rainha Vasti recusou vir por intermédio dos eunucos, segundo a palavra do rei; pelo que o rei muito se enfureceu e se inflamou de ira.”
O grande rei, que governava sobre todo o mundo conhecido e gozava de recursos ilimitados, não obstante, era vulnerável. O rei Assuero vinha bebendo por sete dias seguidos e, como era de se esperar, estava “alto”. Ele tinha bebido demais para estar completamente sóbrio. Com um toque característico de exagero, ele enviou nada menos do que sete dos seus eunucos reais para intimar sua rainha, Vasti. Ela deveria comparecer usando sua coroa real para que os nobres e demais pessoas pudessem admirar sua beleza (Et 1.10-11).
A ordem para que sua esposa aparecesse vestida com suas finas roupas reais para o deleite de uma multidão de homens alterados pelo vinho parecia ofensiva.
“Porém a rainha Vasti recusou vir por intermédio dos eunucos, segundo a palavra do rei; pelo que o rei muito se enfureceu e se inflamou de ira” (Et 1.12). A lei dos persas e dos medos, que não podia ser revogada, podia, porém, ser recusada. A recusa de Vasti era um desprezo flagrante ao rei, que ficou furioso.
2. Crise institucional (Et 1.18)
“Hoje mesmo, as princesas da Pérsia e da Média, ao ouvirem o que fez a rainha, dirão o mesmo a todos os príncipes do rei; e haverá daí muito desprezo e indignação.”
O desafio de Vasti a Assuero foi assim uma ameaça à ordem social estabelecida. Desencadeou uma crise institucional, e Assuero recorreu aos conselheiros credenciados do reino. O parecer oficial era que a crise conjugal provocada por Vasti prejudicaria a todos, e que sua atitude contaminaria todas as mulheres da Pérsia e da Média, ao ponto de elas virem a se revoltar contra seus cônjuges. A solução proposta foi um edito emergencial irrevogável para garantir que Vasti não fizesse aquilo que ela já havia decidido não fazer, ou seja, entrar na presença do rei. A sugestão “dê o reino a outra que seja melhor do que ela” abre caminho para Ester ocupar o lugar de Vasti no trono.
3. Vasti é destronada (Et 1.19)
“Se bem parecer ao rei, promulgue de sua parte um edito real, e que se inscreva nas leis dos persas e dos medos e não se revogue, que Vasti não entre jamais na presença do rei Assuero; e o rei dê o reino dela a outra que seja melhor do que ela.”
A rainha Vasti, de acordo com o costume persa, estava dando uma festa separada para as mulheres: “Também a rainha Vasti deu um banquete às mulheres na casa real do rei Assuero” (Et 1.9). Ela recusou-se a atender as exigências de Assuero. Nenhuma razão foi apresentada para a recusa de Vasti, mas muitas foram sugeridas. O historiador Josefo afirma que pessoas estranhas não podiam ver a beleza de mulheres persas e outros sugerem que, por modéstia, Vasti não compareceu diante de um grupo de homens que tinham bebido mais do que era apropriado. Mas a gravidade da situação aponta para outro caminho.
A recusa de Vasti em obedecer à ordem de Assuero foi vista como um precedente para as mulheres de todo o império. Os conselheiros do rei viram na atitude desrespeitosa de Vasti para com seu monarca, que também era seu marido, uma possível influência negativa sobre a maneira de como outras mulheres do reino responderiam a seus maridos, provocando desordem e discórdia nos lares de toda a terra. O rei agiu de acordo com o conselho de seus oficiais. Assuero destronou Vasti e emitiu um decreto sobre sua substituição. O decreto reflete um princípio profundamente enraizado ainda hoje no Oriente Médio. O marido governa a casa, e somente ele tem o direito de iniciar ou dar o divórcio. Os filhos do matrimônio pertencem ao marido e, quando o divórcio acontece, ele os mantém. Assim, Vasti perdeu sua posição de poder e prestígio como rainha e foi despojada do seu título.
APLICAÇÃO PESSOAL
O livro de Ester mostra de forma incontestável o cuidado providencial de Deus em relação ao povo escolhido, pois, de acordo com a história de Ester, Deus protege e preserva o Seu povo.
RESPONDA
1) Qual era a festa comemorada entre os judeus todos os anos, de acordo com o livro de Ester?
2) Qual o nome da cidade que virou palco da história de Ester?
3) Qual o nome da rainha que desafiou o rei Assuero?