Lição 7 – Efésios 1 – Celebrando a Beleza da Igreja

LIÇÃO 7 – EFÉSIOS 1 – CELEBRANDO A BELEZA DA IGREJA

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Efésios 1 há 23 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Efésios 1.1-23 (5 a 7 min.).

Querido mestre, permanecemos estudando a respeito dos escritos paulinos. Porém, a partir deste momento, o foco dos nossos estudos é a Carta aos Efésios, que nos informa sobre a Igreja e o propósito de Jesus para com ela.
Deus Pai foi o autor da eleição de Sua Igreja, pois homens mortos no pecado, como nós, não conseguiriam ir ao encontro de Deus. Dessa maneira, inferimos que o Senhor é a causa da nossa salvação. Além disso, precisamos ter em mente que essa eleição não foi um projeto repentino; isso ocorreu antes da fundação do mundo, mediante o Seu Filho Jesus Cristo, com o fito de sermos santos e irrepreensíveis; isto é, não fomos chamados porque éramos santos, mas para a santidade.

 

OBJETIVOS
• Atestar a vocação divina da Igreja.
• Celebrar a grandeza de Deus para todos os homens.
• Compreender as bênçãos que temos nas regiões celestiais por intermédio da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Observar o esboço da nossa revista sempre é um bom ponto de partida em nossas aulas. Dessa maneira, inicie sua aula, sob a perspectiva de internalizar nos alunos os aspectos da nossa eleição. Seja enfático nisso, falando que a Igreja foi eleita com um propósito: ser santa para chegar ao reino celestial. Em seguida, exponha que essa vocação dá à Igreja alguns resultados e sintetize a ideia de que a Igreja é o povo mais poderoso do mundo. Encerre informando à classe sobre a intercessão apostólica, sobretudo trazendo à tona a oração para que a Igreja conheça o Poder Supremo.

 

RESPOSTAS
1) Liberdade de escolha.
2) Convencer do pecado, da justiça e do juízo.
3) Para que compreendessem e exercessem seu potencial espiritual.

 

LEITURA ADICIONAL
Embora Paulo esteja naturalmente pensando nos seus leitores da Ásia, aos quais está escrevendo, mesmo assim, no decorrer do primeiro capítulo da sua carta, dirige-se mais a Deus do que a eles. Começa com uma grande bênção (1.3-14) e continua com uma grande intercessão (1.15- 23). Efésios 1 está, na realidade, dividido nestas duas seções. Primeiro, bendiz a Deus por nos ter abençoado em Cristo; depois, ora pedindo que Deus abra nossos olhos para entendermos plenamente esta bênção. Para se ter uma vida cristã saudável, ainda hoje, é de vital importância seguir o exemplo de Paulo e manter unidos o louvor e a oração. Muitos, no entanto, não conseguem este equilíbrio. Alguns cristãos apenas oram em favor de novas bênçãos espirituais, aparentemente ignorando o fato de que Deus já os abençoou em Cristo com toda bênção espiritual. Outros dão tanta ênfase à indubitável verdade que em Cristo tudo já é deles, que se tornam negligentes e não demonstram vontade de conhecer ou experimentar com maior profundidade seus privilégios cristãos. Ambos se polarizam, desviando-se do ensino das Escrituras, perdendo assim o equilíbrio espiritual.
Livro: A Mensagem de Efésios: A Nova Sociedade de Deus (John Stott, ABU Editora, 2001, Pgs. 29).

 

Estudada em 16 de maio de 2021

 

LIÇÃO 7 – EFESIOS 1 – CELEBRANDO A BELEZA DA IGREJA

 

Leitura Bíblica Para Estudo Efésios 1.1-23

 

Texto Áureo
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo.” Ef 1.3

 

Verdade Prática
Somente em Cristo a Igreja pode ser o que Deus planejou que ela seja neste mundo e na eternidade.

 

INTRODUÇÃO

 

I. A IGREJA NA PERSPECTIVA DE DEUS Ef 1.1-10
1. Abençoada e celestial Ef 1.3
2. Escolhida e santa Ef 1.4
3. Predestinada Ef 1.5

 

II. VOCÊ FAZ PARTE DA IGREJA Ef 1.11-14
1. A Igreja é herdeira de Deus Ef 1.11
2. A Igreja é para louvor de Deus Ef 1.12
3. A Igreja é selada com o Espírito Ef 1.13

 

III. COMO ORAR PELA IGREJA Ef 1.15-23
1. Orar por espírito de sabedoria e revelação Ef 1.17
2. Orar por um coração iluminado Ef 1.18
3. Orar pelo conhecimento da grandeza de Deus Ef 1.19

APLICAÇÃO PESSOAL

Hinos da Harpa: 10 – 531

INTRODUÇÃO
Escrita em Roma durante o encarceramento de Paulo, Efésios é um tratado de Eclesiologia que aborda de forma minuciosa os aspectos da Igreja como o corpo de Cristo. Nos círculos teológicos, Efésios é considerada um dos mais importantes escritos do Novo Testamento.

I. A IGREJA NA PERSPECTIVA DE DEUS (Ef 1.1-10)
Na Carta aos Efésios, Paulo celebra a beleza da Igreja.

1. Abençoada e celestial (Ef 1.3)
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”
Na perspectiva de alguns, a Igreja não parece tão bonita assim. Enxergam as fofocas, as disputas, as divisões. Sim, o céu também vê isso. Mas o céu vê além. O céu vê a igreja pura e santificada por Cristo. O céu vê a igreja abençoada com toda sorte de bênçãos espirituais nos lugares celestiais. O céu vê a Igreja em toda a sua beleza, pura e perfeita, sem manchas, ou rugas, ou qualquer outro defeito e, por fim, ascendendo ao céu (5.27).

 

2. Escolhida e santa (Ef 1.4)
“Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor.”
Ao falar que Deus nos escolheu, o apóstolo Paulo destaca alguns aspectos importantes.
Nossa escolha decorre do amor de Deus. A condição de escolhido para a salvação não decorre de méritos humanos. Não há nada que o homem possa fazer para promover sua escolha, senão aceitá-la e recebê-la, ou rejeitá-la.
Nossa escolha não está dissociada dos atos praticados por Cristo em sua morte substituta. O cristão só pode ser escolhido para a salvação enquanto estiver em Cristo. Expressões como “seu corpo”, “minha Igreja”, “povo adquirido”, entre outras, apontam nesse sentido (Ef 1.4,23; 4.12).
Nossa escolha é para vivermos uma vida santa e irrepreensível. O propósito da eleição é uma vida de dedicação a Deus. O termo “santo” significa “separado da vida pecaminosa”. Somente aquele que possui a santidade de Deus pode ser irrepreensível e imaculado, segundo a definição neotestamentária.
Nossa escolha é para a vida eterna. Enquanto a “vida santa” é a finalidade inicial da eleição divina, a vida eterna prometida aos remidos é o seu apogeu. Podemos viver no mundo, sem com este se contaminar, até a glorificação final da Igreja (Ef 5.27; 2Co 3.18). Portanto, a glorificação dos santos é o “fechar com chave de ouro” da carreira cristã.
Todo cristão regenerado é um santo. A palavra “santo”, utilizada por Paulo, não possui nenhuma relação com a prática do catolicismo em beatificar e canonizar pessoas. O ser santo é uma condição espiritual inerente a todos os que integram o reino de Deus na terra (1Pe 1.15,16).
A regeneração é um ato imediato, mas a santificação é um processo contínuo e duradouro. À proporção que caminhamos na fé, vamos desenvolvendo a salvação e sendo aperfeiçoados, até que se cumpra o propósito Daquele que nos predestinou para sermos conforme a imagem de seu Filho (Fp 2.12; Rm 8.29).

 

3. Predestinada (Ef 1.5)
“Nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade.”
Escolha e predestinação representam facetas da onisciência e presciência de Deus. Prerrogativas divinas de difícil compreensão pela mente humana.
Como a escolha, a predestinação também remonta ao tempo “antes da fundação do mundo”.
À luz de Romanos 8.29,30 podemos entender que a predestinação dos escolhidos é ato divino que prevê aqueles que viriam a crer no plano de salvação mediante o sacrifício do Calvário. O homem pecador ouve a Palavra, arrepende-se dos seus pecados, confessa a Cristo como salvador, é perdoado e passa a integrar o reino de Deus na terra através da Igreja.
A predestinação não é de uns para o céu e outros para o inferno. A onisciência de Deus não é causativa, isto é, o fato de Deus saber de antemão que uma pessoa tomaria determinada direção em sua vida, não significa que Deus deu causa a tal decisão. Paulo diz que Deus quer que todos os homens se salvem (1Tm 2.4).
São muitos os textos em ambos os Testamentos que demonstram a possibilidade do homem tomar decisões e fazer escolhas (Gn 2.17-17; Js 24.15; Ne 9.16,17; 1Co 6.12; Rm 2.6-11,14; 10.19; Gn 5.1).
A predestinação não anula a faculdade do homem em receber ou rejeitar essa graça. Esses dois princípios não se excluem; ou seja, Deus, que tudo conhece e pode, não anula a responsabilidade e o direito da humanidade, criada por Ele, com o dom do arbítrio, em optar pelo caminho a seguir.

 

II. VOCÊ FAZ PARTE DA IGREJA (Ef 1.11-14)
Toda a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na construção da Igreja produz efeitos espirituais gloriosos.

1. A Igreja é herdeira de Deus (Ef 1.11)
“Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito da-quele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade.”
Todos os benefícios espirituais experimentados pelo cristão decorrem de sua posição em Cristo. A Igreja é, ao mesmo tempo, herança e herdeira de Deus. Sendo assim, a ela é transferida por herança aquilo que pertence a Deus. Na condição de povo de Deus, somos partícipes de tudo o que é Dele, como coerdeiros com Cristo (Rm 8.17).

 

2. A Igreja é para louvor de Deus (Ef 1.12)
“A fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo.”
Inicialmente, o plano de salvação passa pela nação judaica. Os judeus deveriam ser a expressão da glória de Deus, pois a escolha e chamamento de Abraão apontam nessa direção. Eles eram os que de antemão esperavam o Messias, o Cristo.
“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome” (Jo 1.11,12).
Lamentavelmente, os judeus falharam, em rejeitando a Jesus; porém, Deus garantiu Seu plano de redenção para a humanidade através da Igreja, formada por judeus e gentios.

 

3. A Igreja é selada com o Espírito (Ef 1.13)
“Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa”.
O selo é o penhor do Espírito no processo da salvação. O Pai planejou, o Filho fez a expiação, e o Espírito Santo conclui convencendo “do pecado, da justiça e do juízo”. No mundo antigo, o selo representava o símbolo pessoal do proprietário ou do remetente de alguma coisa importante, e, por isso, tal como numa carta, distinguia o que era verdadeiro do que era espúrio. O selo do Espírito é uma marca e prova de que nós somos uma propriedade exclusiva de Deus (1Pe 2.9).

 

 

III. COMO ORAR PELA IGREJA (Ef 1.15-23)
Paulo intercede em favor da Igreja de Éfeso a fim de que estes venham a compreender e a exercer o seu potencial espiritual.

1. Orar por espírito de sabedoria e revelação (Ef 1.17)
“Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele.”
Aquele que ouve e responde às orações é descrito primeiramente como “o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo”. Mas frequentemente encontramos o título “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”, isto é, o Deus que Cristo reconhece e nos revela.
Paulo ora por uma manifestação especial, que chamou de espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele. Este espírito de sabedoria e de revelação não se confunde com a mente natural do homem e vai muito além para o conhecimento das coisas de Deus. Para o apóstolo Paulo, o Evangelho era tão maravilhoso que se tornava impossível aos homens verem a glória dessas boas novas e desfrutarem dela, a menos que fossem ensinados por Deus.

 

2. Orar por um coração iluminado (Ef 1.18)
“Iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos.”
Quando Cristo veio, sua vinda foi descrita em termos do alvorecer de um novo dia, da luz que brilha e desfaz as trevas, à semelhança da abertura dos olhos a um cego. Fora Dele, os olhos do coração dos homens estão fechados em trevas do pecado, ignorância e desespero. Mas aqueles que o recebem em suas vidas têm os olhos iluminados e recebem Dele a capacidade para ver além do que as pessoas comuns percebem, vendo com os olhos interiores do coração.
Na linguagem bíblica, coração não é apenas o centro das emoções, mas o centro de toda a personalidade. Fica claro, portanto, que o apóstolo ora para que os leitores venham a conhecer a esperança do seu chamamento e a riqueza da glória que os espera como herança eterna que influencia profundamente a vida do cristão aqui e agora.

 

3. Orar pelo conhecimento da grandeza de Deus (Ef 1.19′)
“E qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder.”
O tema da oração, de fato, é que o grandioso poder de Deus seja conhecido e desfrutado pelos que creem, isto é, que se apropriem desse poder, aceitando-o como um presente de Deus.

À medida que os homens re­cebem sabedoria, revelação e são iluminados pelo Espírito de Deus, vão compreendendo mais e mais a riqueza dessa herança e a suprema grandeza do Seu po­der. Paulo expressa isso utilizan­do termos superlativos, como: suprema grandeza do Seu poder e eficácia da força do Seu poder. Parece redundância referir-se ao poder de Deus com esses termos superlativos, mas fica claro que essa é a maneira do apóstolo expressar que o poder de Deus está soberanamente acima de todos os demais poderes e que sua eficácia é absoluta.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

É através da Igreja que a verdade e o propósito do reino de Deus são conhecidos e proclamados na terra.