Lição 1 – O Significado e Propósito dos Milagres

Lição 1 – O SIGNIFICADO E PROPÓSITO DOS MILAGRES

LEITURA COMPLEMENTAR
As escrituras registram de modo pontual e detalhado 35 milagres operados por Jesus. Claro que não estamos considerando questões mais gerais e sobrenaturais como a concepção virginal de Jesus, a transfiguração, as trevas ocorridas na crucificação, aparições angelicais, o véu rasgado, o terremoto no momento da crucificação e a própria ressurreição de Jesus.
Se formos considerar tudo isso (e outras coisas não mencionadas aqui) o número dos milagres seriam incontáveis. João, apóstolo, inclusive vai dizer, numa hipérbole, que se cada detalhe de tudo que Jesus fez fosse escrito, o mundo inteiro não caberia a quantidade dos registros (Jo 21.25). Além disso, temos ainda textos gerais como:
“Percorria Jesus… curando TODA SORTE de doenças” (Mt 9.35);
“…e traziam TODOS OS ENFERMOS, acometidos de várias doenças e tormentos, endemoninhados, lunáticos, paralíticos, e ELE OS CURAVA” [Mt 4.24);
À tarde, ao cair do sol, trouxeram a Jesus TODOS os enfermos e endemoninhados. TODA a cidade estava reunida à porta. E ele curou MUITOS DOENTES de toda sorte de enfermidades.” (Mc 1.32-34);
“E aconteceu que, concluindo Jesus estas palavras, deixou a Galileia e foi para o território da Judeia, além do Jordão. SEGUIRAM-NO MUITAS MULTIDÕES, E CUROU-AS ALI.” (Mt 19.1-2);
“E vieram a ele MUITAS MULTIDÕES trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e outros muitos e os largaram junto aos pés de Jesus; E ELE OS CUROU. De modo que o povo se maravilhou ao ver que os mudos falavam, os aleijados recobravam saúde, os coxos andavam e os cegos viam. Então, glorificavam ao Deus de Israel. ” (Mt 15.30-31).
Então a partir dessas e de outras referências é possível perceber que os milagres de Jesus não só foram muitos, mas também impossível de contabilizá-los. Ao mesmo tempo é possível perceber também que o Espírito Santo dirigiu os escritores sagrados para registrar aqueles que de algum modo tiveram um significado mais especial para eles e para nós.
Livro: “Os Milagres que Jesus Fez – Sua natureza e propósitos” (Pádua Rodrigues. Editora Nítida – S. J. dos Campos, 2018. Pág. 25)

 

Estudada em 5 de janeiro de 2020

 

LIÇÃO 1 – O SIGNIFICADO E PROPÓSITO DOS MILAGRES LUCAS 4.16-30

 

Leitura Bíblica Para Estudo Lucas 4.16-30; Mt 4.23-25

 

DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda-feira – Mateus 13.58
Terça-feira – Marcos 5.36
Quarta-feira – Mateus 15.28
Quinta-feira – Mateus 18.27
Sexta-feira – Lucas 16.31
Sábado – Marcos 16.17

 

Hinos da Harpa: 7 – 415

 

Texto Áureo
“O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos. ” Lc 4.18

 

Verdade Prática
Ao buscarmos um milagre precisamos crer no poder de Deus, mas também descansar na Sua soberania.

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO

I. PROPÓSITOS DOS MILAGRES
1. Glorificar a Deus Lc 4.18
2. Confirmar a palavra pregada Lc 4.23
3. Revelar Jesus como Messias Lc 4.21.22; 5.24

 

II. NÃO ERA PROPÓSITO
1. Impressionar as pessoas Lc 4.29; Mt 12.38
2. Substituir o papel humano Mt 4.24; Jo 11
3. Ser um fim em si mesmo Jo 20.30,31

 

III. CRITÉRIOS SOBRE MILAGRES
1. Os milagres são para hoje Mc 16.15-18
2. Veja se tem exibicionismo Jo 6.15; At 8.9
3. Veja se tem dinheiro envolvido At 8.20

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO
Milagres referem-se aos atos de Deus contrariando o que é natural. É aquilo que não pode ser explicado pelas leis da física. Que foge ao normal, comum e natural.

 

I. PROPÓSITOS DOS MILAGRES

1. Glorificar a Deus (Lc 4.18) “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos.”
Só tem uma pessoa que deve ser glorificada e exaltada diante dos feitos do Espírito Santo: é Deus! Quem realiza o milagre é Deus, e não aquele que diz, prega, ou ora para que este aconteça. Se o objetivo é a exaltação do homem, da denominação, ou do ministério, então Deus está sendo roubado daquilo que é Seu por direito. O objetivo também não pode ser mostrar qualquer pessoa como sendo a mais consagrada, a mais santa e mais cheia de fé.
Não existe oração poderosa. Toda oração é fraca em si, pois é feita por homens e mulheres frágeis. O poder está em Deus, a quem ela é dirigida; e é o Seu nome, e não o nosso, que precisa ser glorificado. Há muito pastor usando a igreja para projetar seu nome e ministério. Lamentavelmente, há muito personalismo e egolatria no ministério.
Não existe, igualmente, “explosão de milagres”, pois milagre por definição é algo raro e que foge à regra.

 

2. Confirmar a palavra pregada (Lc 4.23). “Disse-lhes Jesus: Sem dúvida, citar-me-eis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; tudo o que ouvimos ter-se dado em Cafarnaum, faze-o também aqui na tua terra.”
Os sinais e maravilhas acompanham e confirmam a verdadeira pregação do evangelho de Jesus (Mc 16.17-18). Este é outro propósito do milagre: apontar para Jesus Cristo e Sua Palavra. Quando foi até Jesus à noite, Nicodemos lhe disse: “Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele” (Jo 3.2).
Nicodemos estava dizendo que Jesus tinha de ser de Deus por causa das “credenciais” (os sinais) que Ele realizava. Posteriormente, o próprio Jesus disse: “Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras” (Jo 14.11). João vai dizer que Jesus fez muitos sinais e o objetivo é claro: “Para que creiais que Jesus é o Cristo, o filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.30,31).
Por isso é muito importante que a palavra de Deus seja pregada, pois Deus tem compromisso com ela. Sempre é salutar perguntarmos: “Qual é a ênfase? O carro-chefe é a Palavra ou o milagre em si? A locomotiva” precisa ser sempre o Evangelho de Jesus.

 

 

3. Revelar Jesus como o Messias (Lc 4.21,22; 5.24). “Então, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir. Todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que lhe saíam dos lábios, e perguntavam: Não é este o filho de José?” (Lc 4.21,22)
É difícil exagerar a importância do título “Messias” (hebraico) ou “Cristo” (grego) para os judeus. Era esperado que o Messias, ao chegar, realizasse sinais que nenhum outro jamais fizera. Devemos lembrar que Jesus não foi o único, no Israel antigo, que declarou ser o Messias. Uma das razões dos milagres e da sua posterior narrativa nos evangelhos era para evidenciar que Jesus era o Filho de Deus e, portanto, o Messias esperado.
Ainda antes da vinda de Jesus, os antigos rabis dividiam os milagres em duas categorias:
a) aqueles que qualquer homem podia realizar, se fosse por Deus autorizado a fazê-los;
b) aqueles reservados apenas ao Messias. Havia alguns tipos de milagres que, acreditava-se, ninguém poderia operar a não ser o Messias. Nesse sentido, os milagres foram fundamentais para confirmar a deidade e autenticidade de Jesus Cristo.
Acreditava-se, na tradição de Israel, que a cura um leproso ou de um cego de nascença, por exemplo, eram prerrogativas messiânicas, ou seja, somente o Messias poderia fazê-las.
É interessante que, quando João, o batista, envia mensageiros para saber se, de fato, Jesus era o Messias, ele imediatamente diz: “Ide e dizei à João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt 11.1-5). Jesus está dizendo, em termos práticos, que as Suas curas tinham as credenciais messiânicas.

 

 

 

II. NÃO ERA PROPÓSITO

Já vimos o propósito dos milagres. Vejamos agora o seu inverso, ou seja, aquilo que não devemos buscar.

1. Impressionar as pessoas (Mt 12.38). “Então, alguns escribas e fariseus replicaram: Mestre, queremos ver de tua parte algum sinal”.
É claro que os milagres pasmam e causam admiração, mas o propósito de Jesus ao realizá-los não era esse; ou seja, Jesus não praticava a espetacularização do milagre. Seu objetivo não era o milagre pelo milagre. Milagre não é a mesma coisa que magia. Esta, sim, procura impressionar. Jesus Cristo queria uma fé aprofundada nos ensinos e no caráter do Deus que Ele pregava, e não seguidores cegos e iludidos.
Era comum, antes de Jesus curar ou libertar, a Bíblia dizer que Ele era movido de “íntima compaixão”. Era o amor que o movia, e não o desejo de impressionar seus ouvintes; até porque Jesus nunca precisou provar nada. Ele sabia muito bem quem era. Se um pregador, ou qualquer outro, para provar que é alguém ou ser aceito, faz do milagre a bandeira ou o chamariz do seu ministério, incorre em erro, pois o chamado maior é para pregar evangelho, e não realizar curas. O maior dos milagres é a conversão a Jesus.

 

2. Substituir o papel humano (Mt 4.24, Jo 11). “E a sua fama correu por toda a Síria; trouxeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E ele os curou” (Mt 4.24)
Também podemos ver isso claramente no ministério de Jesus. Imagine alguém que dissesse: “Não precisamos nos preocupar com nada, nem trabalhar ou fazer provisões, pois, se precisar Jesus, faz um milagre”.
Mas isso seria um absurdo, considerando-se o ministério de Jesus e Sua sabedoria mostrada nos evangelhos. Jesus nunca realizou nenhum milagre em benefício próprio. Talvez, o mais próximo disso tenha sido a pesca do peixe com a moeda para pagar o imposto. Mas Jesus está salvando Pedro de uma situação constrangedora. (Mt 17.27).
Quando foi instado a transformar pedras em pães para satisfazer Sua fome, Jesus recusou; e, quando sobraram alimentos, após a multiplicação dos pães e peixes, Ele ordenou que fossem recolhidos para uso posterior. Não era, nem nunca foi, o propósito dos milagres substituir o esforço humano. Se assim fosse, isso nos tornaria preguiçosos e irresponsáveis. Deus realiza milagres, não há dúvidas, mas não realiza milagres de sobra ou desnecessariamente.

 

3. Serem um fim em si mesmos (Jo 20.30,31). “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.”
Os milagres não eram uma mera demonstração de poder. Os milagres de Jesus são compreendidos no contexto do anúncio do Reino de Deus: “Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulsos demônios, então o reino de Deus já chegou a vós” (Mt 12.28).
Jesus inaugura o Reino e, nesse contexto, os milagres são uma chamada a uma adesão pessoal a Deus. Isto é fundamental e característico nos milagres que Jesus realizou. Reino e milagres são realidades inseparáveis. Por isso mesmo é muito importante, diante dos milagres, não focarmos apenas nos feitos em si.
Em outras palavras, não fique olhando apenas para o milagre, para a maravilha, senão ficaremos “maravilhados” e não conseguiremos ver o resto. Jesus diz que haverá pessoas que, indiscutivelmente, realizarão curas e maravilhas, e, todavia, suas vidas eram totalmente distantes da santidade de Deus (Mt 7.21-23). Sinais e prodígios também acontecem sem Deus. Quem segue alguém (pregador, mestre ou profeta) por causa de sinais pode cair no maior engano da sua vida.

 

 

III. CRITÉRIOS SOBRE MILAGRES

1. Os milagres são para hoje (Mc 16.15-18). “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.” (Mc 16.17,18)
Por mais incrível que possa parecer, há, ainda hoje, um enorme contingente de pessoas que tem dificuldades para acreditar em milagres.
Ora, como crer em Deus e não crer em milagres? Isso me lembra de certo bêbado, que tinha sido convertido e transformado pelo Evangelho. Ele dava glórias a Deus pelo que tinha ocorrido. Perguntaram-lhe: “Você não acredita realmente que essa coisa de milagre exista, não é mesmo? Algo como Jesus transformar água em vinho não parece factível”. O ex-alcoólatra rapidamente respondeu: “Se eu acredito? Acredito sim! Lá em casa, ele transformou o uísque e a cerveja em móveis, e até em um carro novo”.
Pois é, como ele não precisava mais gastar dinheiro com a bebida, ele agora podia investir no seu bem-estar. Indiscutivelmente, a mensagem pentecostal que herdamos de nossos pioneiros inclui a crença na contemporaneidade dos milagres do Cristo que não mudou, que continua o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb 13.8).

 

2. Veja se tem exibicionismo (Jo 6.15; At 8.9). “Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o monte.”(Jo 6.15).
As manifestações e realizações de milagres necessitam sempre ser acompanhadas de humildade e sincero temor. Jamais a preocupação é causar impressão e chamar atenção para si. No Evangelho, é vidas transformadas, alcançadas e o nome de Deus ser glorificado.
É importante, por exemplo, vermos a grande diferença entre os feitos e maravilhas operados por Moisés e os realizados pelos magos no Egito. No caso de Moisés, era evidente o propósito de Deus com Israel; mas os magos não tinham outro propósito, a não ser mostrar quem era maior. Os magos se exibiam, enquanto Moisés humildemente obedecia a Deus e o glorificava. O culto é, e sempre será, para ficarmos maravilhados com Jesus, nunca com o pregador. Deveríamos resgatar uma simples oração dos pregadores antigos: “Senhor, esconde teu servo atrás da cruz”.

 

3. Veja se tem dinheiro envolvido (At 8.20). “Pedro, porém, lhe respondeu: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois julgaste adquirir, por meio dele, o dom de Deus.”
Uma coisa que requer cuidado é observarmos se, no entorno do milagre, ou no anúncio da sua realização, exige-se dinheiro.
Veja se sua promessa está atrelada à grana. Dinheiro e milagre são duas coisas não se deve misturar. É uma química maligna. Nunca os apóstolos ensinaram que para Deus intervir na vida de alguém seria necessário pagar alguma coisa.
Em Atos capítulo 8 temos um ensino sobre isso. Simão, um homem ganancioso e vendido ao dinheiro, percebendo o derramamento do Espírito, promete dinheiro aos apóstolos para ter o mesmo dom. Ele é veementemente rechaçado e repreendido por Pedro que, inclusive, diz que ele está em “laço de iniquidade”. Simão, e, igualmente, muitos hoje, era daqueles que via no dinheiro a mola de tudo. Isso está registrado para que saibamos de uma vez por todas que milagre é resultado da graça e bondade de Deus. Deus não está à venda.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
Jesus não curou todo mundo o tempo todo. Houve momentos em que Ele curou todos; em outras ocasiões, apenas um. Assim, resta-nos, acima de tudo, descansar na Sua soberania.

 

RESPONDA

Marque V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações abaixo:
1 ( ) Uma das verdades sobre os milagres foi a recusa da parte de Jesus em fazer performances e impressionar.
2 ( ) Os milagres visam a glorificar o pregador.
3 ( ) Se em determinado lugar existem milagres sendo realizados, isso sozinho já evidencia que Deus está presente e aprovando tudo ali.

Um Comentário

  1. Lição maravilhosa,pois nos mostra o verdadeiro sentido dos milagres que Jesus operou.A Sua Soberania,a Sua Glória e Seu Poder.E que hoje estes sinais seguirão os que crêem: nós.Dai a necessidade de se colocar os milagres operados por Jesus,em evidência,pois nenhum outro faria tão bem qtoElefez,apontando que Ele era o Messias vindo de Deus.