Lição 10 – Efésios 4 – A Unidade da Fé e da Igreja

LIÇÃO 10 – EFÉSIOS 4 – A UNIDADE DA FÉ E DA IGREJA

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Efésios 4 há 32 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Efésios 4.1-32 (5 a 7 min.).

Se eu fosse escolher uma única frase para sintetizar esse capítulo, seria a que Paulo citou no versículo 17: “Não andeis mais como andam também os outros gentios”.
Os gentios andam sob seus pensamentos fúteis, mas o cristão precisa pensar diferente do não salvo, seus conceitos e metas precisam ser mudados. Os gentios pensam que são mais inteligentes, por rejeitarem a Bíblia e tudo que esta ensina sobre Deus, quando a realidade deles é de completa ignorância. Os gentios adoram outros deuses porque andam debaixo de sua falta de conhecimento, pois todo conhecimento começa em Deus. Desse modo, o estilo de vida da comunidade cristã precisa afastar-se de tudo isso, aproximar-se das verdades divinas e nelas se firmar.

 

OBJETIVOS
• Perceber a importância da unidade e pureza entre os irmãos.
• Valorizar os dons que Deus deu à Igreja para sua edificação.
• Entender que cada dom funciona de forma complementar, equipando a Igreja para o ministério.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Comece a aula explicando que a Igreja não precisa de novos métodos ou sofrer pressões externas para demonstrar unidade, pois o princípio da unidade opera na Igreja pela ação do Espírito Santo, sendo uma obra eficaz de Cristo em Seu corpo. Desse modo, nós apenas a preservamos mediante o exercício da humildade e da dependência de Deus, reconhecendo quem somos e quem Deus é, amando e servindo eficazmente ao nosso próximo. Isso requer submissão total a Cristo e serviço abnegado ao nosso próximo como superior a nós mesmos. Em seguida, apresente os outros fundamentos da unidade (verso 2), prosseguindo, assim, a sua aula.

 

RESPOSTAS 
1) Humildade, mansidão e longanimidade.
2) Um só corpo, um só Espírito.
3) Apóstolo, profeta, evangelista, pastores e mestres.

 

 

LEITURA ADICIONAL
A riqueza da vocação divina reflete-se na vida dos crentes. Todas as coisas foram-lhes concedidas em Cristo. A partir dessa fonte, sua existência será configurada pelo lema “digno da vocação!”. Estão incluídos na atuação do Deus triúno – isso deve se tornar perceptível no convívio dos membros da Igreja. Foram presenteados com dádivas, sobretudo com colaboradores da Igreja aos quais cabe realizar tarefas da vontade de Deus – é dessa maneira que o corpo de Cristo deve ser edificado e fortalecido.
A fé de todos deve crescer e o amor deve ser fortalecido. Ponto de partida, ponto axial e ponto-alvo de todos os esforços e moções na Igreja somente poderá ser a cabeça, Cristo.
Para os crentes, a velha vida, separada de Deus e por isso submissa ao pecado, ficou no passado. Por isso ela deve ser despida a cada dia como se fosse uma velha peça de roupa. Em seu lugar, cumpre revestir-se do ser humano feito novo por meio do Espírito Santo, i. é, de Cristo. De forma detalhada, Paulo remete à verdade (no lugar da mentira), ao trabalho honesto (no lugar do roubo), à palavra de auxílio (no lugar do palavrório furado). Quem vive diariamente do amor e perdão de Deus deve e há de transmiti-los a outros.
Quem, por intermédio de Cristo, anda na luz, separa-se de atividades das trevas como a devassidão, a ganância e as palavras sujas, porque agora seu verdadeiro caráter foi manifestado. Em contrapartida, os cristãos buscam realizar o que agrada a seu Senhor: bondade, justiça, verdade.
Livro: Carta aos Efésios, Filipenses e Colossenses: Comentário Esperança (Eberhard Hahn, Werner de Boor, Esperança, 2006, Pg. 67).

 

LIÇÃO 10 –  EFÉSIOS 4 – A UNIDADE DA FÉ E DA IGREJA

 

Estudada em 06 de junho de 2021

 

Texto Áureo
“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados”.

 

Verdade Prática
A submissão e fidelidade a Jesus produz nova vida com Deus e unidade entre os irmãos na Igreja, o corpo de Cristo.

 

INTRODUÇÃO

 

I. REQUISITOS DA UNIDADE Ef 4.1-3
1. A unidade requer humildade Ef 4.1,2
2. A unidade requer mansidão Ef 4.2
3. A unidade requer longanimidade Ef 4.2

 

II. PROVAS DA UNIDADE Ef 4.4-6
1. Um só corpo e um só Espírito Ef 4.4
2. Um só Senhor, uma só fé Ef 4.5a
3. Um só batismo, um só Deus Ef 4.5,6

 

III. OS DONS PRODUZEM UNIDADE Ef 4.7-16
1. Dom de apóstolo, dom de profeta Ef 4.11
2. Dom de evangelista Ef 4.11
3.O dom de pastor e mestre Ef 4.11

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Hinos da Harpa: 509 -175

 

INTRODUÇÃO
O Capítulo 4 de Efésios é um tratado apostólico sobre o “modo de viver” daqueles que integram a comunidade cristã. A Igreja, mesmo sendo um corpo espiritual, é formada por pessoas imperfeitas, mas que precisam conviver em amor e exercer a fé de forma autêntica, sempre para louvor e glória de Deus.

I. REQUISITOS DA UNIDADE (Ef 1-3)
A desunião é algo totalmente incompatível com a vocação divina dos membros do corpo de Cristo. A unidade é o ideal de Deus para a nossa caminhada cristã. O apóstolo Paulo afirma, pelo Espírito, que a vocação a que fomos chamados e na qual devemos andar é a unidade.

 

1. A unidade requer humildade (Ef 4.1,2)
“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor.”
Humildade é uma virtude que faz a pessoa ter uma correta visão de si mesma, levando-a a agir com simplicidade e a assumir responsabilidades sem arrogância, prepotência ou soberba, assim como a reconhecer suas próprias limitações com modéstia e ausência de orgulho.
Alguns consideram a humildade uma fraqueza. Mas, na doutrina cristã, a humildade é, antes de tudo, uma virtude que deve ser cultivada e vivida no sentido vertical (na comunhão e dependência do crente com Deus), e no sentido horizontal (no relacionamento e serviço mútuo no corpo de Cristo).
Jesus, embora sendo o Filho de Deus, nos deixou o maior exemplo de humildade, ao lavar os pés dos discípulos (Jo 13.13-15). Assim, Cristo semeou neles a harmonia que deve pautar o relacionamento de todos os cristãos.

 

2. A unidade requer mansidão (Ef 4.2)
“Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor”
Mansidão é uma virtude característica de quem é brando, pacífico e moderado nas ações. Ela habilita a pessoa a suportar ultrajes com paciência e sem irritação, nem ressentimento ou retaliação vingativa.
Geralmente operando irmanada com a humildade, a mansidão também se opõe ao “espírito de orgulho” e ao egocentrismo (Rm 12.16). Jesus era manso e humilde de coração (Mt 11.29).

 

3. A unidade requer longanimidade (Ef 4.2)
“Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor”
Longanimidade é a característica de quem é tardio em irar-se, que resiste às provocações e evita a ira por qualquer motivo fútil. Ou seja, a pessoa longânime possui uma tolerância que a capacita a suportar situações adversas com paciência, firmeza, serenidade, e assim, tratar as pessoas com bondade e generosidade.
A longanimidade é uma capacitação de graça que também nos habilita a suportar os irmãos mais fracos (Rm 15.1).

 

 

II. PROVAS DA UNIDADE (Ef 4.4-6)
Após exortar os crentes à prática das virtudes que levam a Igreja à unidade, o apóstolo passa a elencar as bases dessa unidade.

1. Um só corpo e um só Espírito (Ef 4.4)
“Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação.”
O “corpo”, aqui, é a Igreja formada por gentios e judeus de todas as épocas e gerações, os quais foram regenerados pelo Espírito Santo através da fé em Jesus Cristo.
“Um Espírito” refere-se à hegemonia do Espírito Santo como Mestre e Consolador da Igreja de Cristo, edificando-a na verdade e operando a santificação dos seus membros. O Espírito convence a todos do pecado, da justiça e do juízo; e também produz paz e unidade no corpo de Cristo (Jo 16.8; Ef 4.3).

 

2. Um só Senhor, uma só fé (Ef 4.5a)
“Há um só Senhor, uma só fé…”
A chegada do homem a Deus passa, obrigatoriamente, por Jesus Cristo, a Porta; e não há atalhos ou alternativas (Jo 14.6). Jesus ofereceu Seu perfeito sacrifício vicário no Calvário para expiar nossos pecados e, após ressuscitar, disse: “Toda a autoridade me foi dada nos céus e na terra” (Rm 4.25; Mt 28.18).
A Igreja, a comunidade dos salvos, só serve ao único e soberano Senhor Jesus Cristo, a ninguém mais; pois só Ele é o “autor e consumador da fé” (Hb 12.2). Esta mesma fé santíssima “que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd 1.3).

 

3. Um só batismo, um só Deus (Ef 4.5,6)
“…Um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.”
É importante salientar que a alusão de Paulo a este “batismo” não se trata da cerimônia do “batismo em águas” da iniciação cristã, tampouco do “revestimento de poder” para ser testemunha de Cristo. Refere-se, isto sim, à união espiritual com Cristo que ocorre quando o pecador arrependido se converte e é regenerado, passando a integrar o corpo de Cristo, no qual é batizado.
A Igreja é, acima de tudo, monoteísta e cristocêntrica. A fé que promove a salvação pela graça não tem outro fundamento além do próprio Deus. A Igreja adora e reverencia o único Deus verdadeiro.

 

 

III. OS DONS PRODUZEM UNIDADE (Ef 4.7-16)
Cristo concedeu dons ministeriais à Igreja visando ao crescimento e bem-estar de todos os crentes sob uma mesma direção espiritual. Esses dons não são distintivos de supremacia de uns sobre os outros, mas serviços específicos para a edificação plena do corpo de Cristo.

1. Dom de apóstolo, dom de profeta (Ef4.11)
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas…”
Apóstolo quer dizer “enviado”. Há três tipos de Apóstolos, a saber:
a) O Apóstolo enviado pelo Pai, Jesus, “o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão” (Hb 3.1; Jo 5.36,37; Is 61.1; Lc 4.18).
b) Os apóstolos enviados por Jesus, também chamados de “apóstolos do Cordeiro” (Mt 10.14; Mc 3.13- 19; Ap 21.14). Jesus tinha muitos discípulos, mas apenas doze apóstolos.
c) Os apóstolos enviados pelo Espírito Santo (At 13.1-3; Ef 4.11; 1Co 4.9; G11.1-17). Paulo foi o único apóstolo enviado por Jesus, como um nascido fora de tempo (1Co 15.8; At 9.15) e pelo Espírito Santo (At 13.2). O Espírito Santo enviou
Gunnar Vingren e Daniel Berg para o Brasil, em 1910, a fim de iniciarem a obra pentecostal em Belém do Pará: a Assembleia de Deus.
Em sentido amplo, todos os crentes foram chamados e enviados como embaixadores e testemunhas de Cristo a fim de participarem da missão da Igreja (Jo 20.21; Mc 16.15). Mas nem todos são apóstolos (1Co 12.29).
Uma igreja apostólica é aquela que segue a doutrina dos apóstolos, e não, necessariamente, a que tem um líder com o título de apóstolo.
O profeta, em sentido estrito, é aquele que proclama a palavra que o próprio Deus lhe comanda a falar em Seu nome, visando a um objetivo divino. Mas convém não confundir o ofício de profeta em Israel, no Antigo Testamento, com o ministério cristão de profeta e o dom de profecia na Igreja, no Novo Testamento
O ofício de profeta era especialmente (mas não exclusivamente) para ministração da mensagem de Deus ao povo de Israel. O ministério de profeta é concedido por Cristo para a edificação da Sua Igreja. Ambos têm algumas similaridades, diferenças e também particularidades nas suas funções, mas que, em linhas gerais, têm a finalidade de instruir, confrontar, exortar e consolar o povo (Israel ou Igreja) concernente à justiça do reino de Deus.
O dom de profecia é concedido pelo Espírito Santo como lhe apraz, visando à exortação, consolação e edificação do corpo de Cristo (1Co 14.3).
Todavia, convém lembrar que não temos mais profetas e apóstolos que possam acrescentar alguma palavra ao Cânon da Escritura Sagrada, que está completo e definitivo. Ninguém pode reivindicar uma inspiração para acrescentar quaisquer palavras às Escrituras Sagradas (Ap 22.18).

 

2. Dom de evangelista (Ef4.11)
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas…”
Jesus chamou e atribuiu a alguns o dom de evangelista, cujo objetivo é a pregação evangelística com demonstração de espírito e poder, em fazer o Evangelho especialmente claro e relevante aos descrentes, levando-os ao arrependimento e à fé em Cristo.
O dom de evangelista pode ser expresso de muitas formas: evangelização para multidões, evangelização pessoal, pela literatura, por filmes, através do rádio e da televisão, por música ou arte etc.
O fato de um crente não ter esse dom exclusivo, não lhe tira o chamado geral e o privilégio de evangelizar e discipular. Todos, inclusive os ministros com outros dons, devem ajudar a fazer a obra do evangelista, pois cada membro da Igreja deve ser uma testemunha de Cristo (2Tm 4.5; At 1.8).

 

3. O dom de pastor e mestre (Ef 4.11)
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”
Pastores e mestres parecem constituir um só ofício com dupla função. Todavia, há os que entendem serem dons não cumulativos; ou seja, necessariamente, nem todo pastor é mestre, e nem todo mestre é pastor. Mas todo aquele que pastoreia tem sempre muito que ensinar.
O pastor do rebanho de Deus é a pessoa que leva em seu coração o fardo e as lutas do povo de Deus, alimenta-o com a verdade, busca-o quando se extravia, defende-o contra tudo o que lhe pode ferir, destruir ou desviar da fé, inclusive dos falsos mestres.
Alguns pensam que ser pastor na igreja significa o poder de exercer liderança sobre um povo. Entretanto, o real significado de pastor é “guardador das ovelhas”. O exemplo mais claro desse significado está na identificação que Jesus fez acerca de si mesmo como “o bom Pastor que dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 1.11),
Os mestres são Ensinadores da Palavra de Deus de forma lógica e profunda, simples e inspirada. Antigamente não existiam muitos livros e eles eram guardiões e ensinadores da mensagem verbal. O Espírito Santo atua de maneira poderosa no sentido de aclarar as verdades divinas ensinadas aos crentes. É através do ensino sadio e racional, constante e firme, sempre inspirado pelo Espírito Santo, que a Igreja se prepara contra as falsas doutrinas e se fortifica contra os ataques espirituais de Satanás.
Todos devemos avaliar se estamos conscientes do dom que Deus deu a cada um de nós para edificação da igreja, seja como membros cooperadores ou no exercício de liderança. Este capítulo (versos 24 e 30) finda nos admoestando que devemos nos revestir do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão, e que não devemos entristecer o Espírito Santo de Deus, no qual fomos selados para o dia da redenção.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
A lição prática da unidade é que cada membro do corpo de Cristo deve assumir sua função, oferecendo o melhor de si para o crescimento da obra do Senhor e a comunhão dos santos.

 

RESPONDA

1) Quais os requisitos para unidade do corpo de Cristo?

2) Cite duas expressões que revelam a base da doutrina da unidade da igreja?

3) Quais os dons ministeriais que produzem unidade na igreja?