Lição 11 – Ester 8 – Um Novo Decreto Livra os Judeus

LIÇÃO 11 – ESTER 8 – UM NOVO DECRETO LIVRA OS JUDEUS

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Ester 8 há 17 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Ester 8.1-17 (5 a 7 min.).

Neste capítulo, o autor trata da maneira como o rei Assuero mudou o quadro que antes estava destinado aos judeus. Podemos dizer que houve uma reviravolta nos planos estabelecidos no edito que fora divulgado em Susã e no império como um todo. Em primeiro lugar, o rei constitui a Mordecai por superintendente da casa de Hamã, cujos bens agora pertenciam à rainha, Ester. Sensível a mais uma petição da rainha, o rei propõe um segundo decreto irrevogável, no qual determina que os judeus se congreguem em um exército e se defendam. O poder do Deus de Israel fica implícito nesse triunfo de Mordecai sobre Hamã, na reversão do edito de Hamã e na reação do povo da terra. O ódio de Hamã resultou na sua própria morte e na conversão de inúmeros persas.

 

OBJETIVOS
• Compreender a dinâmica que autorizou os judeus a resistirem ante o decreto que não podia ser revogado.
• Esclarecer que o pedido da rainha Ester mudou a condição de seu povo.
• Mostrar a popularidade e triunfo dos judeus sobre os seus inimigos.

 

PARA COMEÇAR A AULA
Fale sobre os benefícios que Deus tem concedido ao Seu povo, mormente ao povo de Israel quando se encontrava naquela situação vexatória, no império persa. Em que pese o nome do Deus de Israel não ser mencionado, Seu cuidado se fazia sentir em todas as situações vivenciadas. Sem saber que sua rainha era judia, o rei atendeu-lhe a intercessão em favor do seu povo e da sua própria vida, buscando solução para o mal que já estava determinado. Que tipo de pedido podemos levar ao Senhor hoje para que beneficie nossa vida, nossa pátria, nossa comunidade?

 

RESPOSTAS
1) Tirou o anel de Hamã e o deu a Mordecai.
2) O bem-estar dos judeus.
3) Primeiro Ministro.

 

Lição 11 – Ester 8 – Um Novo Decreto Livra os Judeus

 

LEITURA ADICIONAL
Ester pode ser considerada um tipo da Igreja. Ela é em seus ancestrais judeus. Era filha de judeus, mas seus pais haviam morrido. Mesmo assim, a igreja, se considerada historicamente, surgiu de ancestrais judeus. O próprio Salvador era judeu. As Escrituras que prepararam o caminho para a igreja cristã eram judaicas. A primeira comunidade cristã era judaica. Todavia, ao surgir o judaísmo, a igreja carregava consigo o sinal de que seu antecedente judaico já estava morto. A lei foi abolida em Cristo. A ordem mosaica já passara. Do mesmo modo como os pais de Ester haviam morrido, também não mais existia o antecedente judaico do qual a igreja procedia.
Ester é um tipo da igreja em sua beleza feminina. Deus lhe dera uma beleza que superava a de todas as outras. Assim também Deus deu à Igreja de Cristo uma beleza insuperável – a beleza do próprio Cristo. Nós nos tornamos a “justiça de Deus em Cristo”. Somos “aceitos no amado”. Seremos ainda apresentados como a “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante” (Ef 5.27). […] Ester tipifica a igreja em sua exaltação. Ela se casa com um homem cujo título era “rei dos reis”. Embora Assuero, em seu caráter pessoal, estivesse longe de tipificar a Cristo, mesmo assim, por ser um “rei dos reis”, pode muito bem representar para nós o noivo real, o qual, de fato, é “o Rei dos reis e Senhor dos senhores.”
[…] Ester tipifica a igreja em sua intercessão. Ela compareceu diante do rei “no terceiro dia”, simbolizando a ressurreição e a intercessão no poder da ressurreição. Era contra a “lei” o fato de Ester se apresentar assim ao rei; daquele modo, a lei a excluía. No entanto, foi aceita com base na graça apenas, pois o rei a viu nos trajes reais que lhe dera (5.1). Nós também somos excluídos pela lei, mas somos plenamente aceitos com base em generosa graça, quando aparecemos nos trajes reais que Cristo nos deu. Os judeus foram livrados mediante a intercessão de Ester. Não será através da intercessão dos sacerdotes piedosos da igreja que o livramento chegará para os judeus em sua tribulação final? As “taças de ouro cheias de incenso” não são chamadas de “orações dos santos”? (Ap 5.8).
Livro: Examinai as Escrituras: Juízes a Ester. (Baxter, J. Sidlow. São Paulo: Edições Vida Nova, 1993, p.290).

 

Estudada em 12 de setembro de 2021

 

Leitura Bíblica Para Estudo Ester 8.1-17

 

Texto Áureo
“Escrevei, pois, aos judeus, como bem vos parecer, em nome do rei, e selai-o com o anel do rei; porque os decretos feitos em nome do rei e que com o seu anel se selam não se podem revogar” Et 8.8

 

Verdade Prática
Quando Deus derruba o perverso a revela amor contínuo pelos Seus, devemos nos regozijar.

 

INTRODUÇÃO

 

I.  ELEVAÇÃO DE MORDECAI Et 8.1-2

1. Confiscados os bens de Hamã Et8.i
2. Mordecai como primeiro-ministro Et 8.2
3. O significado do anel Et 8.2

 

II. O NOVO DECRETO Et 8.3-14
1. Outra petição de Ester Et 8.3
2. Ester intercede pelo seu povo Et 8.5
3. Um novo decreto é escrito Et 8.8

 

III. POPULARIDADE DOS JUDEUS Et 8.15-17
1. Mordecai é honrado Et 8.15
2. Regozijo e alegria dos judeus Et 8.16
3. Triunfo sobre os inimigos Et 8.17

 

APLICAÇÃO PESSOAL

 

Lição 11 – Um Novo Decreto Livra os Judeus

 

INTRODUÇÃO
Uma vez a justiça tendo sido feita em relação aos planos malignos de Hamã, o rei Assuero toma as rédeas da situação: confisca os bens de Hamã e passa-os para a rainha Ester, designando Mordecai para ser o superintendente e o nomeia também primeiro-ministro. Ester alcança mais um favor do rei, que sugere um novo decreto, que agora os autoriza a se defender. Mordecai foi honrado, os judeus se alegraram e se regozijaram com o novo rumo dos acontecimentos, triunfando sobre os seus inimigos. Isso demonstra que o cuidado providencial de Deus os acompanhava.

 

I. ELEVAÇÃO DE MORDECAI (Et 8.1-2)

1. Confiscados os bens de Hamã (Et 8.1)
“Naquele mesmo dia, deu o rei Assuero à rainha Ester a casa de Hamã, inimigo dos judeus; e Mordecai veio perante o rei, porque Ester lhe fez saber que era seu parente.”
Os historiadores Heródoto e Josefo afirmam que a propriedade de um traidor passava para o rei. No mesmo dia da execução de Hamã, o rei deu à rainha a casa de Hamã. Isto refere-se à casa de Hamã com todos os bens que ele possuía. Isso está de acordo com a lei persa, segundo a qual o espólio dos traidores ficava sob custódia da coroa. Assuero entregou a propriedade confiscada a Ester, como reparação pela ofensa cometida contra ela e como sinal de boa vontade. Posteriormente, a esposa de Hamã e seus filhos também foram mortos. Ester ficou com todo o pessoal de Hamã, seus escravos e servos, e também seus suboficiais.

 

2. Mordecai como primeiro-ministro (Et 8.2)
“Tirou o rei o seu anel, que tinha tomado de Hamã, e o deu a Mordecai. E Ester pôs a Mordecai por superintendente da casa de Hamã”.
Além de ter sua vida poupada da tentativa de assassinato, Mordecai foi promovido como sucessor de Hamã na corte. Mordecai obteve o cargo de primeiro-ministro que fora de Hamã. A tentativa de matar Mordecai serviu apenas para exaltá-lo. Foi investido pelo rei de plena autoridade, o que fica patente por ter recebido o anel real. E essa inversão tem por objetivo advertir os inimigos do povo de Deus e encorajar aqueles a quem Deus prometeu proteção.
Foi a apresentação de Mordecai ao rei, como parente próximo de Ester e como quem salvou a vida do rei ao descobrir o plano secreto para matá-lo, que proporcionou a ocasião da sua investidura como primeiro-ministro do rei, no lugar do traidor Hamã. Ester, de sua parte, precisava de um administrador de propriedades, papel para o qual indicou Mordecai.


3. O significado do anel (Et 8.2)

“Tirou o rei o seu anel, que tinha tomado de Hamã, e o deu a Mordecai.”

Mordecai tornou-se alguém dentro daquele grupo seleto, que podia ir ver o rei a qualquer tempo, sem esperar por permissão. Tornou-se o primeiro ministro, ocupando o lugar de Hamã. Ele recebeu o anel de selar do rei, que era usado para deixar sua marca sobre a argila, e assim, apor a assinatura do rei sobre qualquer decreto ou questão. Era o poder de decretar em nome do rei, logicamente por sua direção.
Mordecai tornou-se administrador de muita riqueza, incluindo a casa de Hamã, da qual ele era agora o supervisor. Ester dotou a seu pai de criação e primo o prestígio que cabia a um primeiro ministro. Agora, Mordecai possuía tudo aquilo que antes pertencia ao inimigo dos judeus: suas riquezas, seu título e sua autoridade.

 

II. O NOVO DECRETO (Et 8.3-14)

1. Outra petição de Ester (Et 8.3)
“Falou mais Ester perante o rei e se lhe lançou aos pés; e, com lágrimas, lhe implorou que revogasse a maldade de Hamã, o agagita, e a trama que havia empreendido contra os judeus.”
Apesar da grande vitória obtida por Ester e Mordecai, o problema do decreto de Hamã ainda
precisava ser resolvido. Como fora emitido no nome do rei e com seu selo, ele não podia ser revogado. Portanto, Ester, embora uma grande e poderosa mulher em seus próprios direitos, prostrou-se diante do rei, com muito choro e lágrimas. A intenção da rainha era levar o rei a exercer misericórdia. E o rei olhou para aquela triste cena: Ester prostrada no chão, chorando e lamentando-se. O que ele poderia fazer? Então, estendeu o cetro de ouro em sua direção, dando a entender que sua presença ali era aceita, e que ele estava pronto para ouvir outro pedido dela.

 

2. Ester intercede pelo seu povo (Et 8.5)
“E lhe disse: Se bem parecer ao rei, se eu achei favor perante ele, se esta coisa é reta diante do rei, e se nisto lhe agrado, escreva-se que se revoguem os decretos concebidos por Hamã, filho de Hamedata, o agagita, os quais ele escreveu para aniquilar os judeus que há em todas as províncias do rei.”
Assim que o rei estendeu o cetro de ouro para Ester, ela se levantou, pôs-se em pé diante dele e lhe disse: “Se bem parecer ao rei, se eu achei favor perante ele, se esta coisa é reta diante do rei, e se nisto lhe agrado, escreva-se que se revoguem os decretos concebidos por Hamã, filho de Hamedata, o agagita, os quais ele escreveu para aniquilar os judeus que há em todas as províncias do rei. Pois como poderei ver o mal que sobrevirá ao meu povo? E como poderei ver a destruição da minha parentela?” (Et 8.5,6). Portanto, com a devida deferência, Ester faz o seu pedido. Aproveita-se da boa posição que estava desfrutando aos olhos do rei. Pedir que uma lei dos medo-persas fosse revogada era pedir o impossível, de forma que Ester evitou o vocábulo “lei”, e dá ênfase à obra de Mamã. Embora, estritamente falando, as cartas houvessem sido expedidas em nome do rei, ele não tinha conhecimento da conspirata.

 

3. Um novo decreto é escrito (Et 8.8)
“Escrevei, pois, aos judeus, como bem vos parecer, em nome do rei, e selai-o com o anel do rei; porque os decretos feitos em nome do rei e que com o seu anel se selam não se podem revogar’”
No império medo-persa, uma escritura real não podia ser alterada, mas uma segunda escritura poderia amenizar as consequências. Sendo assim, o rei instruiu Morde- cai e Ester a escrever um segundo edito. Este teria o mesmo peso do anterior, mas poderia reverter os seus resultados. Embora fosse impossível o rei recuar de qualquer palavra que havia sido expedida em seu nome, uma compensação podia ser conseguida por um edito posterior, semelhantemente autenticado. Ele tinha suas formas e meios de fazer valer a sua vontade.
O primeiro decreto determinava o total aniquilamento dos
judeus; e o segundo visava o bem-estar deles. Ambos tinham o selo do rei, sua expressa autoridade, autenticada pelo seu anel. O edito foi emitido em nome do rei e sob sua autorização. Foi também selado o decreto com o anel real, que tinha o peso legal de uma assinatura. Ninguém poderia reverter o decreto que o rei havia determinado, porque ele era soberano. O primeiro decreto não fora anulado, simplesmente porque nenhum decreto real podia sê-lo. Podia ser tornado obsoleto por um novo decreto, equivalente à anulação, mas não a anulação estrita e expressa.
Mordecai assumiu a responsabilidade de redigir o edito que os secretários do rei precisavam copiar e traduzir nas muitas línguas do império. Desta vez, o hebraico foi acrescentado nas cópias enviadas para os judeus em todas as províncias. O novo decreto foi baixado em sivã, o terceiro mês (ref. junho-julho], no ano de 474 a.C., pouco mais de dois meses após o primeiro decreto. “Os correios, montados em ginetes que se usavam no serviço do rei, saíram incontinenti, impelidos pela ordem do rei; e o edito foi publicado na cidadela de Susã.” (Et 8.14).

 

 

III. POPULARIDADE DOS JUDEUS (Et 8.15-17)

1. Mordecai é honrado (Et 5.15)
“Então, Mordecai saiu da presença do rei com veste real azul-celeste e
branco, como também com grande coroa de ouro e manto de linho fino e púrpura; e a cidade de Susã exultou e se alegrou”
Quando do edito de Hamã, houve consternação geral e tristeza. Mas, agora, com Mordecai investido de autoridade e vestido a caráter, ao sair para despachar o decreto real, houve alegria em todo o povo (Et 8.15). A cidade de Susã, e não apenas os judeus que ali viviam, deram as boas-vindas a Mordecai como primeiro-ministro.
Longe de ficarem ressentidos pela indicação de um membro de uma minoria estrangeira, o povo aclamou e regozijou-se, apoiando plenamente aquela nomeação. As roupas características com as cores reais e a grande coroa de ouro o distinguiam como o segundo em autoridade no reino, passando a ocupar o lugar de honra outrora ocupado por Hamã. A diferença era brutal, pois operou com mais honra e obteve maior sucesso, ganhando popularidade ao mesmo tempo junto a judeus e gentios, pois sua abençoada atuação produzira alegria no lugar de desalento.

 

2. Regozijo e alegria dos judeus (Et 8.16)
“Para os judeus houve felicidade, alegria, regozijo e honra.”
O contraste entre a recepção do novo decreto e o primeiro, de Hamã, ficou particularmente marcado entre os judeus. As notícias sobre o reposicionamento do edito real espalharam-se como fogo. Homens contendiam pelas cópias do decreto. Todo judeu queria ler as boas-novas para certificar-se de que aquilo era verdade. Agora, aos humildes judeus, eram conferidas honrarias. Em lugar de jejum, choro e lamentos (Et 4.3), houve felicidade, alegria, regozijo e honra. Os gentios comuns temeram, pois o poder de matar tinha sido posto nas mãos dos judeus. Em toda parte, os judeus celebravam com grandes festividades. “Para os judeus houve felicidade, alegria, regozijo e honra” (Et 8.16).

 

3. Triunfo sobre os inimigos (Et 8.17)
“Também em toda província e em toda cidade aonde chegava a palavra do rei e a sua ordem, havia entre os judeus alegria e regozijo, banquetes e festas; e muitos, dos povos da terra, se fizeram judeus, porque o temor dos judeus tinha caído sobre eles”.
As províncias se regozijaram quando o edito chegou a elas. A decretação de um feriado implica em que os empregadores gentios receberam as notícias com simpática compreensão, e se manifestaram dispostos a permitir que os judeus tivessem tempo para celebrar. O fato de um judeu estar dirigindo os negócios da capital pode ter alguma relação com o respeito dos judeus que sobreveio ao império. Mordecai havia provado a sua habilidade para mudar o que, pelo menos em teoria, não podia ser mudado; e o povo ficou impressionado tanto quanto apreensivo concernente ao futuro.
Sentindo, com razão, que no futuro seria vantajoso ser judeu, muitos se fizeram judeus. Naturalmente, isso significa que eles tiveram de ser circuncidados. A fé judaica foi abraçada por muitos.

 

APLICAÇÃO PESSOAL
As surpresas para a rainha Ester, Mordecai e o povo judeu foram alvissareiras. Eles estavam na iminência de uma total destruição; agora podiam se preparar para defenderem a sua vida. Quando Deus derruba o perverso e revela amor contínuo pelos Seus, devemos nos regozijar.

 

 

RESPONDA

1) Qual foi a primeira medida tomada pelo rei Assuero após a morte de Hamã?

 

2) Diferente do primeiro decreto que determinava a aniquilação dos judeus, qual o teor do segundo?

 

3) Que posição recebeu Mordecai dentro do palácio do rei Assuero?